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Antidiabéticos

Diabetes - Fisiopatologia
➔ Doença metabólica com presença de hiperglicemia crônica que resulta de uma
deficiente ou ausente secreção de insulina pelas células beta (pâncreas), resistência
periférica à ação da insulina, ou ambas;
➢ Controle da liberação de insulina:
A insulina é uma proteína produzida por células beta no pâncreas, a sua produção é
induzida pela glicose. A glicose entra e é oxidada gerando ATP que vão fechar os canais de
potássio. A célula despolariza e abre os canais de cálcio, sendo assim o cálcio entra na
célula e causa liberação das vesículas que contêm insulina, a qual pode agir no músculo
esquelético e no tecido adiposo.
Ação da insulina

➔ Transportadores GLUT4 (tecidos insulino dependentes);


Hipoglicemiantes orais
➔ Ação da maioria dos hipoglicemiantes orais depende da integridade das células
beta no pâncreas;
➔ São drogas que só tem indicação no diabetes não insulina dependente (tipo II);

Sulfoniluréias: estimulam as células beta a produzir mais insulina. Bloqueiam os


canais de potássio, a células ficaram despolarizadas, aumentará a abertura dos canais de
cálcio e consequentemente a liberação de insulina;
➔ Primeira geração: clorpropamida;
➔ Segunda geração: glibenclamida, glipizida e gliclazida;
➔ Terceira geração: glimepirida;
➔ Início de ação lento e duradouro;
➔ Ganho de peso e hipoglicemia

Efeitos adversos e toxicidade:


➔ Toxicidade das drogas da primeira geração (relativamente baixa 3-5%);
➔ Hipoglicemia com doses altas;
➔ Hepatotoxicidade e icterícia colestática com clorpropamida;
➔ Reação tipo dissulfiram com álcool;
➔ Reações hematológicas e alérgicas;
➔ Drogas de segunda geração: principalmente hipoglicemia;

Biguanidas (Metformina): primeira escolha para tratamento de diabetes mellitus 2,


age melhorando a sensibilidade do tecido a insulina;
➔ Não causa hipoglicemia;
➔ Pode interferir na absorção de vitamina B12;
➔ Pode induzir a distúrbios gastrointestinais;
➔ Não induz ao ganho de peso, e sim a perda;
➔ Pode causar acidose metabólica;
➔ Contraindicada em casos de: insuficiência renal (são excretadas exclusivamente
pelos rins), doença hepática e respiratória, gravidez, doença hipóxica pulmonar
crônica (produzem acidose metabólica);
Mecanismos de ação:
1) Diminuição da gliconeogênese hepática;
2) Maior utilização da glicose pelo metabolismo anaeróbico;
3) Menor absorção intestinal da glicose;
4) Aumenta a captação da glicose pelo músculo esquelético;
5) Ativação de AMPK uma enzima normalmente ativada pela adenosina monofosfato,
subproduto do ATP;
6) Aumento da captação da glicose, aumento da síntese de glicose, diminuição da
síntese de lipídios;

Inibidores de alfa-glicosidase: inibem competitivamente enzimas da borda em escova do


intestino delgado, responsáveis pela quebra de oligossacarídeos e dissacarídeos em
monossacarídeos, mais facilmente absorvíveis. Inibem sobretudo as alfa-glicosidases
encontradas predominantemente na metade proximal do intestino delgado. Dessa forma a
absorção intestinal de carboidratos é retardada, ficando para as partes mais distais
do intestino delgado e cólon;
➔ Acarbose;
➔ Voglibose;
➔ Miglitol
Efeitos adversos: mais diversos são os gastrointestinais, como desconforto abdominal,
flatulência e diarreia. Não existem efeitos sistêmicos indesejáveis e são uma opção segura
para idosos, pois não há interações medicamentosas com outros fármacos;

Glinidas (Meglitinida): estimulam as células beta do pâncreas a produzirem


insulina. Ela funciona aumentando a secreção de insulina em resposta à elevação da
glicemia, regulando a sensibilidade dos canais de potássio em locais de ligação diferentes
aos da sulfonilureias, possuem ação mais rápida e de curta duração. Causa um ganho de
peso e hipoglicemia maior que as sulfoniluréias.
Exemplos: repaglinida, nateglinida;

Glitazonas (tiazolidinedionas): são menos usadas e agem ligando-se ao PPAR-gama.


Os PPARs participam na transcrição dos genes de resposta à insulina e na regulação do
metabolismo lipídico dos adipócitos;
Na presença de insulina endógena ou exógena as glitazonas irão:
➔ Reduzir a gliconeogênese, oferta de glicose, e produção hepática de triglicerídeos;
➔ Aumentar a captação e utilização da glicose pelo músculo esquelético;
➔ Aumentar a captação da glicose e reduzir a oferta de ácidos graxos no tecido
adiposo;
➔ Efeitos adversos: retenção hídrica (insuficiência cardíaca), osteopenia (risco de
fratura), pioglitazona (câncer de bexiga, próstata e pâncreas), maior risco de
osteoporose, ganho de peso dose dependente;
➔ Administradas via oral com ou sem alimento;
GIP e GLP-1 — estimula as células beta-pancreática a aumentar a liberação de insulina e
modula a hipersecreção de glucagon, colabora para que a glicemia seja controlada. A
enzima DPP-4 degrada a GIP e GLP-1;

Agonistas das incretinas (GLP-1 e GIP): exenatida e liraglutida;


Inibidores da DPP-4 (gliptinas) : prolongam a sobrevida das incretinas, auxiliando o
pâncreas a fornecer insulina quando a glicemia está elevada, a produção de glucagon pelas
células alfa é suprimida, reduzindo a liberação de glicose hepática. As DPP-4 são enzimas
que degradam as incretinas em formas inativas;

Inibidores da alfa-glicosidase (acarbose):

Inibidores de SGLT-2 (Gliflozinas):

Insulinoterapia
➔ Tratamento do diabetes tipo 1, pois as células beta são incapazes de produzir
insulina;
Preparações de insulina
Insulina de ação ultrarrápida (lispro)
➔ Insulina monomérica produzida por tecnologia recombinante em que 2 aa situados
próximos à extremidade C-terminal da cadeia B tem suas posições invertidas:
➔ Prolina – posição B28 para B29;
➔ Lisina: posição B29 para B28;
➔ Obtém-se uma insulina cujo início de ação é mais rápido e a duração mais curta
do que a insulina humana regular, isso permite que seja aplicada antes ou após as
refeições;
➔ Situações emergenciais, ou logo após de uma refeição;
Insulina de ação rápida (regular)
➔ Esta insulina é produzida pela tecnologia do DNA recombinante e é igual a insulina
humana. Uma injeção deve ser acompanhada de uma refeição ou lanche contendo
carboidrato dentro de 30 minutos;
➔ É indicada nos casos de diabetes descompensada, choque e infecções;
Insulina de ação intermediária
➔ Insulina NPH é uma insulina cujo início de ação é retardado ao combinar-se
quantidades apropriadas de insulina e protamina (complexo isófano);
➔ 6 moléculas de insulina – 1 protamina;
➔ Após administração subcutânea enzimas proteolíticas degradam a protamina,
permitindo a absorção da insulina;
➔ Efeito máximo: 4-12 horas;
➔ Duração: 24 horas;
➔ Aplicação pela manhã antes do café e a noite antes do jantar ou ao deitar. Não
índiada em cetoacidose ou situações emergenciais;
Insulina de ação longa
➔ Insulina ultra-lenta (insulina zínquica estendida);
➔ Insulina de ação longa tem uma duração de mais de 24 horas;
➔ Suspensão de insulina zinco em tampão de acetato, cristalina;
➔ Efeito máximo: 8-24 horas;
➔ Duração: 28 horas;
➔ Insulina glargina – início de ação mais lento do que a NPH e tem efeito
hipoglicêmico achatado e prolongado, ou seja, não tem pico. Utilizada por via SC,
seu ponto isoelétrico é menor que insulina humana, levando à precipitação no local
da injeção, prolongando a sua ação;

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