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● Classificação:
○ DM tipo 1: insulina ausente
○ DM tipo 2: insulina insuficiente/ resistência à sua ação
○ Outros:
■ Diabetes gestacional
CLASSIFICAÇÃO
TIPO 1 TIPO 2
Resistência periférica à insulina + disfunção de célula
Hipoinsulinismo absoluto
beta + aumento da produção hepática de glicose
Genético / ambiental
Predisposição genética + componente autoimune
(O mais relacionado à componente genético -
< 30 anos, magro
concordância de 90% em gêmeos monozigóticos)
Peptídeo C *indetectável
> 45 anos, obesos
Anti-ICAs (+)/ Anti- GAD (+)
Descoberta ao acaso
HLA DR3-DR4 +
HOMA-IR elevado (estimativa da resistência
Concordância de 30-40% em gêmeos monozigóticos
insulínica)
4Ps (poliúria, polifagia, polidipsia, perda ponderal)
Assintomático + complicações tardias (macro e
Sintomático + outras doenças (Hashimoto, doença
microvasculares)
celíaca)
DIAGNÓSTICO
2 testes positivos;
Glicemia de jejum ≥ 126 mg/dL
DIABETE Glicemia 2h pós-TOTG (75g)≥ 200 mg/dL
S HbA1c ≥ 6,5%
Diagnóstico isolado:
Glicemia aleatória ≥ 200 com sintomas de DM
Glicemia de jejum alterada = 100- 125 mg/gL
PRÉ - DM Intolerância à glicose (glicemia 2h pós-TOTG) = 140 - 199 mg/dL
HbA1c = 5,7 - 6,4%
Necessário 2 exames positivos → 2 testes glicêmicos alterados (podendo ser 2 testes diferentes na mesma
ocasião ou 2 testes iguais em duas amostras); Em caso de testes discordantes, valoriza-se o alterado e repete-se para
confirmar o diagnóstico
Glicemia capilar → não serve para diagnóstico (apenas para acompanhamento);
É importante lembrar que o paciente que apresenta glicemia de jejum alterada (100-125) não pode ser
imediatamente classificado como pré-diabético; devemos realizar um TOTG, uma vez que este paciente pode já ser
diabético!
Hb1Ac → pode ser falseado por: Alto turn over de hemácias (reduzem o valor) e baixo turn over de
hemácias (aumentam o valor)
RASTREAMENTO POPULACIONAL
Realizado para DM tipo 2, de 3 em 3 anos, em pacientes:
● Idade > 35 anos
TRATAMENTO
ALVO TERAPÊUTICO
HbA1C (mais importante) < 7%
Pacientes idosos/críticos < 8%
Glicemia capilar pré-prandial 80 – 130 mg/dL
Glicemia capilar pós-prandial < 180 mg/dL (2h após)
Glicemia em pacientes 140-180mg/dL
internados
DIabete tipo1
● Tratamento padrão = insulinoterapia
● Tipos de insulina:
○ As insulinas rápidas / ultra rápidas devem ser aplicadas antes da alimentação, respeitando o tempo de
início de ação.
○ Já as insulinas lentas são aplicadas 1 a 2 vezes por dia. A NPH em alguns casos é aplicada 3 vezes.
○ SUS: NPH e regular
INSULINA AÇÃO INÍCIO DURAÇÃO
Lispro, Aspart, Glulisina Ultrarrápida 5 minutos 2-4 horas
Regular Rápida 30 minutos 4-6 horas
NPH Intermediária 2 horas 8 a 12 horas
Glargina, Detemir Lenta 2 horas 24 horas
Degludeca Ultralenta < 2h > 40 h
● INSULINOTERAPIA: 0,5 a 1,0 UI/kg/dia (somatório) - no início (fase de lua de mel), podem ser necessárias doses
menores de insulina, mas isso aumenta com o tempo.
○ Padrão ouro: bomba de insulina contínua → é
necessário um paciente bem orientado, que sabe
programar o aparelho (paciente tem que saber contar
carboidratos)
○ Esquema basal-bolus:
■ 50% RÁPIDA: antes das refeições (30 min antes
com regular e 5 min com as ultra-rápidas)
■ 50% BASAL: NPH 2x ao dia (ou 3) e glargina 1x ao
dia
○ Esquema de duas aplicações: não se usa muito mais, mas cai bastante em prova. Aspirar primeiro a
regular e depois a NPH na mesma seringa e aplicar:
■ Café: ⅔ do total (70% NPH e 30% regular)
● EC: gastrintestinais
Análogo de GLP-1: Exenatida, Liraglutida (Victoza), Semaglutida (Ozempic), dulaglutida
● Estimulam receptor da incretina diretamente
● Esteatose
● Administração subcutânea
Como utilizar?
● Sem doença cardíaca ou renal
○ Hb1Ac < 7,5: metformina
○ >7,5-9: metformina + 2a droga
■ Predominância de doença aterosclerótica: ANÁLOGO DE GLP-1
■ Predominância de DRC ou IC: INIBIDOR DE SGLT2
■ Predominância de Obesidade ou hipoglicemia: ANÁLOGO DE GLP1, INIBIDOR DE SGLT2
OU INIBIDOR DE DPP 4 (gliptinas)
■ Custo como limitante: sulfonilureia e pioglitazona
○ >9: metformina + insulina
■ Terapia tripla ou add insulina se não estiver na meta
● Sulfonilureia não pode ser feita com insulina
● Com doença cardíaca ou renal - metformina não é 1a opção
○ Glutida ou Glifozina (desde que ClCr permita)
Insulina no DM2 - Hb1ac > 9/10%, glicemia > 300 ou sintomas
● NPH noturna (bedtime) com aumento progressivo da dose ASSOCIADO aos anti-diabéticos já usados
● Dose: 0,2 UI/KG ou 10UI à noite
● Às vezes é necessário fazer insulinização plena → nesse casos suspender os secretagogos (sulfonilureias e
glinidas)
PACIENTE INTERNADO
● Suspender todos os hipoglicemiantes orais e controlar glicemia com insulina basal + bolus e insulinas de
correção em momentos específicos.
COMPLICAÇÕES DA DM
COMPLICAÇÕES CRÔNICAS
MACROVASCULAR: IAM, AVE
● Aterosclerose, aumenta a chance de óbito,
relação com HAS, dislipidemia
MICROVASCULAR: retino, nefro e neuropatia
● Maior relação com hiperglicemia...
Rastreamento ANUAL
DM1: 5 anos após o início da doença
DM2: no diagnóstico
PREVENÇÃO
Controle glicêmico estrito
RETINOPATIA DIABÉTICA
Rastreamento: fundoscopia
Microaneurismas (1o a aparecer)
Exsudato duro Controlar glicemia
NÃO-PROLIFERATIVA
Hemorragia em chama-de-vela Atenção em gestantes
(RDNP)
Manchas algodonosas (controle trimestral)
Veias em rosário
PROLIFERATIVA Anti-VEGF
Neovascularização
(RDP) Fotocoagulação à laser
NEFROPATIA DIABÉTICA
● Evento inicial: hiperfluxo glomerular
● Rastreamento: albuminúria (amostra aleatória matinal ou urina 24h) + Creatinina sérica (calcular TFG)
COMPLICAÇÕES AGUDAS
HIPOGLICEMIA
● Clínica:
○ Sintomas autonômicos
■ Devido ao aumento de epinefrina (aumenta pois é um hormônio contra insulínico e está em
um momento de catabolismo) → Palpitação, tremor, sudorese, palidez, irritabilidade
○ Sintomas neuroglicopênicos
■ Letargia
■ Coma
■ Rebaixamento do nível de consciência
■ Convulsão
■ Morte
● Tríade de Whipple
○ Glicemia reduzida
○ Sintomas compatíveis
○ Reversão do quadro com administração de glicose
● Tratamento:
○ Prevenção:
■ Usar análogos de insulina, que tem menor chance de dar hipoglicemia
■ Orientar o paciente a reconhecer sintomas precocemente
○ Acordado: ingerir 15g de glicose
○ Grave:
■ Sem acesso venoso - Padrão ouro: Glucagon 0,5-1,0 mg SC
■ Com acesso venoso: glicose hipertônica 20g (4 ampolas de glicose 50%)
■ Em etilistas: antes de administrar a glicose é necessário administrar a tiamina
● Encefalopatia de Wernick:
○ Alteração de motilidade ocular: classicamente nistagmo
○ Ataxia cerebelar
○ Confusão mental
CETOACIDOSE DIABÉTICA (DM 1)
● Fisiopatologia:
É um paciente que tem “zero” de insulina → DM TIPO I (ou DM2 avançada)
⇩
HIPERGLICEMIA
Sem insulina, os hormônios contra insulínicos começam a trabalhar sem oposição, levando a uma intensa
destruição dos tecidos...
⇩
LIPÓLISE EXAGERADA
⇩
CORPOS CETÔNICOS
Ácido beta-hidroxibutírico / Ácido acetoacético / Acetona
Os ácidos darão origem a ânions → aumento do anion-GAP
⇩
DIAGNÓSTICO
● Glicose > 250 mg/dL
● pH < 7,30
● HCO3 < 15
● Clínica
○ Dor abdominal, náuseas, vômitos → comum em crianças
○ Poliúria, desidratação
○ Hálito cetônico
○ Hiperventilação (ritmo de Kussmaul)
○ Leucocitose
○ ↑ Creatinina (desidratação) e ↑ amilase
● Complicações
○ Trombose
○ Edema cerebral
■ Não se deve corrigir muito rápido a osmolaridade pelo risco de desenvolvimento de edema
cerebral; é a principal causa de óbito
○ Hipocalemia grave
○ Mucormicose (Rhizopus sp., Mucor sp.) → micose destrutiva rinocerebral (tratamento: anfoB +
debridamento)
● CAD euglicêmica
○ Critérios
■ pH <7,3
■ Cetose (urina ou sangue)
■ Bic <15
■ AG aumentado >12
○ FR: uso de Sglt2, gestantes, desnutridos…
Tratamento
TRATAMENTO DA CETOACIDOSE DIABÉTICA
Soro fisiológico 0,9%: 1L na 1ª hora (criança: 15-20 ml/kg)
- Após a 1a hora, checar Na
VOLUME - Se Na+ < 135: manter SF 0,9% / Na+ > 135: mudar para NaCl 0,45%
(1a medida) - 2a hora → Taxa: 250-500 ml/h
ATENÇÃO: Em um paciente hiperglicêmico → falsa hipoNa dilucional (cada aumento de 100
mg/dL em relação a 100 da glicose causa a queda de 1,6 mEq/L de Na+) - correção do sódio
INSULINA regular IV: 0,1 U/kg (ataque) + 0,1U/kg/h (contínua de manutenção)
Ou 0,14 U/kg/h contínuo
INSULINA Objetivo: reduzir glicemia 50-80 mg/dl/h
QUANDO GLICEMIA = 200-250 mg/dL e permanecer em acidose → iniciar SG 5% e reduzir
dose da insulina pela metade
Hiperosmolaridade + ↓insulina + acidose = hipercalemia
CRITÉRIOS DE COMPENSAÇÃO
● Glicemia < 200 + pelo menos 2:
● pH > 7,3
● HCO3 > 15
● AG < 12
● Tratamento
o Igual à cetoacidose: volume / insulina / potássio
o ATENÇÃO PARA O Na+ MAIS ELEVADO!
o O ideal seria que a hidratação fosse feita com salina hipotônica (0,45%)
● Critérios de cura: osmolaridade < 310