Complicações Agudas da
Assim que voltar
Diabetes
Hipoglicemia: Distúrbio caracterizado por
um nível anormalmente baixo de glicose no
sangue, geralmente <70mg/dL. Importante
individualizar o valor.
- Causas: Desequilíbrio entre consumo e
gasto energético. Pular refeições. Exagerar
na medicação. Ingestão de álcool.
Aumento da quantidade de exercício sem
ajuste da alimentação ou medicação.
- Sinais e Sintomas: Tremores, sudorese,
tonteira, taquicardia, náuseas, sonolência,
cefaleia, visão embaçada, formigamento
em lábios, fraqueza, confusão mental,
coma.
OBS: A hipoglicemia extrema pode levar à
perda de consciência, ou crises convulsivas.
Pode levar a acidentes, lesões e até a
morte. Requer intervenção rápida.
- Não Percepção da Hipoglicemia: Alguns
diabéticos não sentem a percepção da
hipoglicemia, sem sintomas perceptíveis.
Pode ocorrer de uma pessoa não acordar
quando hipoglicemia ocorre durante a
noite. Pode ser necessário reajustar a meta
glicêmica.
- Tratamento Imediato:
. Leve: glicose entre 50 a 69mg/dL,
com paciente consciente. Deve-se
antecipar a refeição com carboidrato, e
verificar a glicemia após 15 minutos (regra
dos 15). Se continuar baixa, acrescente 15g
de carboidratos (como 1 acolher de açúcar
ou mel diluída em um copo de água).
. Moderada: glicose <50mg/dL,
ainda consciente. Consumir de 15 a 20g de
carboidratos simples, como açúcar (uma
colher em água), colher de sopa de mel
(não pode em <2 anos), refrigerante
comum (copo 200mL), suco de laranja, etc.
Verificar glicemia após 15 minutos. Se
continuar baixa, repetir.
ao normal, fazer um pequeno lanche caso a
próxima refeição for demorar.
Grave: paciente inconsciente sem
condições de deglutir. Fazer glucagon
injetável (pode ser feito por familiares),
colocar mel ou açúcar na bochecha e
massagear, conduzi paciente ao
atendimento de urgência e fazer glicose
hipertônica 50% EV.
- Dica Importante: Ter identificação médica
com diabético pode auxiliar no caso de
episódio grave de hipoglicemia, acidente
ou emergência. Deve informar que tem
diabetes, se usa insulina ou não, se é
alérgico a algum medicamento. Colares,
pulseiras ou até tatuagens.
- Dias de Doença: Dias em que paciente
está passando mal. Tomar muita água,
evitando café e chás (cafeína favorece
perda de líquidos). Se não conseguir se
alimentar corretamente, substituir
refeições por líquidos próprios para
diabetes (INSURE), tentar consumir 15g de
carboidrato por hora.
OBS: Ligar para médico ou pronto socorro
em caso de vômito ou diarreia mais de 2
vezes em quatro horas.
- Prevenção: Bom gerenciamento do
diabetes, identificar sinais e sintomas de
hipoglicemia assim que aparecerem,
monitorar glicemia sempre, manter
horários de refeições. Alimentação
adequada para atividades físicas, com
reajuste de medicações em dias de doença.
Doença Renal do Diabetes
Acomete 30 a 50% dos pacientes com DM1
e 2. O termo “nefropatia diabética” é
reservado apenas para pacientes com
proteinúria detectável e persistente.
Características: Redução da TFG pelo
aumento da albuminúria.
Fatores de Risco: Idade elevada,
hiperglicemia, história familiar de DRD,
obesidade, HAS, tabagismo, genética, lesão
renal aguda, fármacos nefrotóxicos.
Manifestações Clínicas: Começa com
microalbuminúria, e se não tiver regressão
espontânea ou intervenção, há
macroalbuminuria.
OBS: Pode haver casos e redução isolada
da TFG que progride linearmente para DRC
terminal.
Fisiopatologia: Hiperglicemia persistente
gera aumento de filtração glomerular da
glicose e sua reabsorção tubular. Isso
culmina na dilatação da arteríola aferente,
ativação do SRAA e vasoconstrição da
arteríola eferente, com hipertrofia renal,
glomeruloesclerose e atrofia tubular.
Rastreamento: Logo apó diagnóstico de
DM2, e após 5 anos em DM1. Pacientes
com DM1 na puberdade ou descontrolada
deve ser rastreado de imediato.
- Tempo: Anual, baseado na medida da
albuminúria (primeira da manhã;
confirmado em duas de três amostras num
intervalo de 3 a 6 meses) e estimativa de
TFG.
- Amostra:
. Albumina: >14mg/L.
. Albumina-Creatinina: >30mg/g.
. Urina 24h: >30mg/24h.
Intervenção: Alvo do tratamento é HbA1c
<7%, individualizado de acordo com
comorbidades.
- Bloqueio do SRAA: IECAs, BRAs,
antagonista dos receptores de aldosterona,
inibidores diretos da renina.
- Controle Pressórico: Diuréticos tiazídicos.
Alvo de < 140/90mmHg em DM ou DRC.
Alvo de < 130/80mmHg se DRC com
macroalbuminuria ou risco de AVE.
- Controle de Lipídios: Todo diabético
acima de 40 anos deve receber estatina
para prevenção primária. Se tiverem fator
de risco cardiovascular, considerar uso
após 30 anos.
. Paciente não-Dialítico: uso de
estatina.
. Paciente Dialítico: manter
hipolipemiantes, com estatina apenas em
situações especiais.
Anemia: Pode estar presente na DRD antes
de perda significante da TFG. Relacionado à
deficiência na produção renal de
eritropoetina, e déficit menor de ferro.
- Diagnóstico: Quando Hb <13g/dL em
homens, e <12g/dL em mulheres.
- Tratamento: 20 a 50 UI/kg de
eritropoietina por via subcutânea, três
vezes por semana, por cerca de 3 meses,
com reavaliações mensais.
Vitamina D: Deficiência de vitamina D é
frequente na DRC. Associada a proteinúria,
resistência a insulina, aterosclerose,
susceptibilidade a infecções, etc.
Controle Glicêmico Intensivo:
- Vantagens: Queda da micro e macro
albuminúria na DM1 e DM2, com
prevenção da evolução da DRD.
- Desvantagens: Quando em fase avançada
de doença renal, maior casos de
hipoglicemia e mortalidade.
Vantagens de Tratar com iSGLT2:
Canaglifozina. Redução de risco de doença
renal crônica terminal, e da mortalidade
por doença cardiovascular.
Vantagens de Tratar com GLP1:
Liraglutida. Pouca redução da queda de
TFG.
Intervenção Dietética: Ômega 3, redução
da ingestão de sal (para DRD), com
redução de proteínas somente se TFG
<60mL/min ou albuminúria elevada.

Quando Encaminhar: Etiologia incerta da

doença, TFG <30mL/min (para terapia de
substituição renal), dificuldade do manejo
de complicações (anemia,
hiperparatireoidismo secundário, doença
óssea metabólica, etc).

Terapia de Substituição Renal:

Hemodiálise, diálise peritoneal, transplante
renal ou transplante duplo rim-pâncreas.