PATOLOGIAS QUE MAIS LEVAM OS PACIENTES A INICIAR TRATAMENTO DIALÍTICO Doença renal no diabete melito.
• O que leva a Diabete melito a causar lesão renal?
• O que podemos fazer para prevenir ou retardar
esse processo? • No cenário mundial, se considera a causa mais comum de DRC terminal e DM. • Na fase mais avançada de DRC, o paciente já se encontra com lesões vasculares de DM, causando morbidade e mortalidade. • DRD engloba a nefropatia diabética classica e mesmo a doença renal mesmo com normoalbuminúria e ↓ TFG. NEFROPATIA DIABÉTICA CLÁSSICA
• Albuminúria. • HAS. • ↓TFG.
• Asssintomática mesmo em estágio avançado,
detectado por medidas de ↑proteinúria e TFG↓. EPIDEMIOLOGIA • ↑Significativo de prevalência de DM nos últimos anos. • Estima-se que haja 415mi pacientes em 2015 e 642mi com DM em 2040. • ND – acometimento microvascular, associado a elevada morbimortalidade é uma das principais complicações de DM. • Embora haja ↓ complic macrovasc , ex AVC e IAM nos USA, a DRD permanece estável. EPIDEMIOLOGIA • Nos EUA - > 40 % dos pacientes com DR tem DM associada. • DM -> Principal causa de DRCT, seguido por HAS, GN, doença cística renal. PATOGÊNESE da DRC por DM • Complicação da DM tem origem multifatorial. • O acúmumlo de matriz no mesangio, MBG, tecido tubulo intesticial. • Fatores determinantes ▫ Fatores genéticos – USA: afrodescendentes, indios e hispânicos. ▫ Controle glicêmico Patogênese – alt funcionais e estruturais • Hemodinâmica
• Via dependente de glicose
Patogênese – alt funcionais e estruturais • Hemodinâmica ▫ ↓resistencia nas arteríolas AF e EF, desregulação de vaso-constricção. ▫ Leva a ↑matriz mesangial. ▫ ↑MBG ▫ Lesão podocitária. ▫ Resultado - ↑excreção de albumina. • Alem disso o ↑pressão intraglomerular -> ↑citocinas inflamatórias e fatores de crescimento. Patogênese por vias dependentes de glicose • Geração de produtos finais de glicação avançada • Geração de açucares alcoolicos (polióis). • Vias das hexosamina (glicosamina) • Proteinase C – (indução de albuminúria) Patogênese por vias dependentes de glicose Manifestações clínicas • Diagnóstico • Quadro clinico • Fases da doença. Diagnóstico • O rastreamento deve ocorrer após 5 anos de detecção de DM tipo 1 e nos pacientes com DM tipo II deve ser iniciar logo após o diagnóstico. • Nos casos em que estiver ocorrendo descompensação clínica de ICC, DM ou HAS, não é o momento ideal para dosar albuminúria pois poderá estar aumentada. • Albuminúria é um preditor de piora de DRC em DM. Diagnóstico • Proteinúria sem tratamento leva a declínio progressivo da função renal. • Alem de progressão simultânea de complicações. • Outro aspecto a considerar é que há uma proporção de 30% tem TFG ↓ mesmo com normoalbuminúria. • Em ambulatório deve se monitorar a evolução com albuminúria e TFG. • A função renal pode ser avaliada pela creatinina (fórmula CKD EPI) e se possivel combinar com Cistatina C. • Clearance de creatinina de urina de 24 hs está muito sujeita a erros. Fases da doença • Fase I ▫ Hiperfiltração -> a TFG ↑120 a 170. ▫ ↑Tamanho dos rins. ▫ ↑glomérulos. ▫ Espessamento de MBG. Fases da doença • Fase II ▫ Microalbuminúria – confirmada em 2/3 das dosagens em 3 a 6 meses. ▫ Expansão acelular de matriz mesangial. ▫ Clinicamente silenciosa
Nota: Alem de DM, outras causas de microalbuminúria fixa: HAS, tabagismo,
DLP, obesidade. Fases da doença • Fase III ▫ Nefropatia diabética manifesta ▫ Proteinúria com albuminúria > 300 mg/24 hs em 2 dosagens. ▫ ↓ TFG , a medida que vai reduzindo leva a glomeruloesclerose ▫ Retinopatia em 90 % da DM tipo I e 60 % da DM tipo II.
▫ ↑ HAS incidência nessa fase.
▫ Obs: a proteinúria poderá ser nefrótica, mesmo com albumina sérica normal. Fases da doença • Fase IV ▫ TFG ↓ 40 ml/min evolui com ↑ creat serica laboratorial. ▫ Inicia a faze azotemia. ▫ Leva 2-3 anos para fase terminal. Diagnóstico diferencial, biopsia? • Normalmente não se indica biópsia porem existe exceções e indicações: • Na anamnese e investigação clínica deve se exluir outros tipos de DR. ▫ Hep B, C; HIV. ▫ Paraproteinemias. ▫ Glomerulopatias com hematúria e ↓complemento (GNA, IgA, LES) ▫ Vasculites Anca+. ▫ Paciente DM com proteinúria, ↓FR, com fundo de olho normal. • Assimetria renal – ex Uropatias obstrutivas, HRV . Tratamento • Visa principalmente reduzir a EUA e preservar a função renal. • Manejo nutricional ▫ Manter a ingesta proteica em torno de 0,8 g/kg/dia. ▫ Fontes proteicas de origem vegetal tem benefícios CV. ▫ Foi observado que ↑consumo de gordura saturada e albuminúria. ▫ Substituição de carne vermelha por carne branca reduz colesterol total, LDL e apolipoproteina B10. Tratamento. Manejo nutricional(cont) ▫ Orienta-se restrição de sal -> ↓ PA, ↓ eventos CV. ▫ Fontes proteicas de origem vegetal tem benefícios CV. ▫ ADA -> 1,5 sódio/dia para DM e HAS. ▫ KDIGO -> 2 g sódio /dia. ▫ Maior consumo de AGPI correlaciona com menores taxas de albuminúria. ▫ Dieta ocidental com alto consumo de sal, açucar, proteina e gordura correlaciona maior risco CV, por outro lado dieta mediterranea ou DASH tm sido fortemente recomendadas.. ▫ Adotar estilo de vida mais saudável. Dietary Approach to Stop Hypertension Tratamento de hiperglicemia
• Orienta-s controle mais intensivo de glicemia nas fases
iniciais de DRD. ▫ Monitoramento de glicemia capilar e Hemoglobina glicada. • O alvo da hemoglobina glicada depende do grau de perda de função renal e presença de coomorbidades. ▫ Melhor função renal, menores as coomorbidades e mais jovem – alvo deve estar m torno de 7. ▫ Do contrário, com idade mais avançada e menor percepção de hipoglicemia, o alvo deve ser em torno de 8. Tratamento de hiperglicemia • Com a piora da função renal, menor a metabolização e depuração de insulina ▫ Observa-se diminuição da dose, sendo necessariamente ajustada a dose. • Da mesma forma o uso de hipogliemiantes devem ser ajustados conforme a excreção destes. • Metformina é o primeiro fármaco a ser considerado no tratamento, incluindo o benefício CV e redução de peso. ▫ Contra-indicado em se TFG < 30 , não iniciar o uso de TFG estiver entre 30 -45, se já estiver usando, dose máxima de 1000. ▫ 45 a 59 – 25 a 50 % da dose. Máximo de 2000 e 2-3 tomadas. Tratamento de hiperglicemia • Hemoglobina glicada > 10 ▫ Iniciar insulina, principalmente paciente emagrecido e sintomático. • Hemoglobina glicada entre 9-10 -> ▫ Terapia dupla(MTF se possível) e outro agente: sulfonilureia, pioglitazona, agonista GLP-1, Inibidor DDP4, insulina ou Inibidor SGTL-2. Tratamento de hiperglicemia • Inibidor SGTL-2 ▫ Classe terapeutica mais recentes a ser introduzida. ▫ Estudo Empa-REG Outcome Redução a mortalidade geral 32%. Redução da mortalidade CV 38 %. Redução de hospitalização – 35% para ICC. ▫ Estudo Canvas Redução defecho primário (mortlidade CV, IAM, ou AVC não fatais) em 14 % Redução 39% no risco de aparecimento ou piora da nefropatia* *progressão para macroalbuminúria, duplicação de creatinina, inicio de TRS ou óbito por DR. Controle da pressão e bloqueio de SRAA. • O controle de PA é essencial tanto para prevenir e/ou retardar a progressão da DRC, alem de complicações CV. • Medicações recomendadas: Bloqueadores do SRAA. ▫ Efeito nefroprotetor. ▫ Diminui a EUA. ▫ Diminui a progressão para DRC. ▫ Varios estudos demonstram benefícios RENNAL - Losartana IDNT - Irbersartan MICRO-HOPE- Ramipril MARVAL- Valsartan IRMA-2- Irbersatan BENEDICT- Tandolapril DETAIL – Telmisartana enalapril ONTARGET – Telmisartan com Ramipril ROADMAP – Olmersartana ▫ alem de meta- análises: Cuidados e limitações • Elevação de creatinina até 30 % é tolerado em relação aos valores basais. • Acima de 30 % -> suspender o farmaco. Considerar a possibilidade de estenose de AR. • Observar os níveis de K+, fator que deve ser observado em estágios avançados de DRC. • Adição de bloq aldosterona pode ter beneficio CV e albuminúria porém deve ser monitorado a elevação de K+. • Alvo terapêutico : ▫ PA < 130 x 80 para pacientes mais jovens. ▫ PA < 140 x 80 para os demais pacientes. Conhecer a patologia, prevenir e tratar = viver melhor