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COLETÂNEA DE QUESTÕES - PATOLOGIA CLÍNICA - 4ºBIMESTRE

 Pâncreas e diabetes

1. Quais anticorpos podem estar presentes no DM-1?


Anti-insulina, anti-ilhotas, anti-GAD.

2. Para a coleta de sangue para glicemia, hemograma e atividade de protrombina, quais


anticoagulantes são usados?
Glicemia: fluoreto de potássio. Hemograma: EDTA. Atividade de protrombina: citrato de sódio.

3. Como faço o diagnóstico de diabetes usando apenas a dosagem da glicemia em jejum


(valores)?
Valores acima de 126mg/dl em duas oportunidades. Aleatória acima de 200mg/dl. Dosagem
após 120 minutos:
> 200 = diabéticos
140-199 = pré-diabéticos

4. Explique como se faz o diagnóstico de DM (diabéticos/pré-diabéticos/normais) com


valores de referência.
Em jejum, considera-se glicemia normal < 100, pré-diabetes entre 100-126 e diabéticos acima
de 126.

Obs: Teste de Tolerância à Glicose, também conhecido como Teste Oral de Tolerância à
Glicose (TOTG), Curva Glicêmica, Teste de Sobrecarga à Glicose, Sobrecarga Glicêmica, TTGO
ou ainda Prova de Tolerância à Glicose Oral (PTGO).

5. Interprete o teste oral de tolerância a glicose (valores).


É colhido uma amostra de sangue em jejum e em seguida é necessário ingerir 75g de glicose.
Após duas horas é coletado nova amostra e esses valores serão analisados de acordo:
Glicemia normal: <140
Pré: entre 140 e 200
DM : 200 ou mais

6. Explique os métodos utilizados para o diagnóstico de diabete gestacional (valores).


Gestantes entre 24 a 28 semanas. O teste de rastreamento se dá pela ingesta de 50g de
glicose pela gestante sendo dosado 60 minutos depois.
- Cutoff de 140mg/dl identifica 80% dos casos
- Cutoff de 130mg/dl identifica 90% dos casos
Realiza-se o teste TTOG para concluir o diagnóstico. É feito a dosagem em jejum, a gestante
ingere a solução de glicose e são colhidas amostras 1h, 2h e 3h após. Sendo os valores de
referência os seguintes: jejum (96), 1h (180), 2h (155) e 3h (140). É preciso que dois desses
valores estejam alterados para se fechar o diagnóstico.

7. Explique a utilização de HbA1c na investigação e monitorização do DM1 e DM2 e seus


valores de referência.
É o exame de hemoglobina glicada (HbA1C ou A1C). A HbA1c é resultado da reação entre a
glicose do sangue e a proteína hemoglobina contida na hemácia. Este processo ocorre
continuamente durante a vida das células vermelhas (média de vida 100 – 120 dias). A razão
da glicosilação é diretamente proporcional à concentração da glicose no sangue. O nível de
HbA1c no sangue representa à média do nível de glicose de 6 a 8 semanas precedentes.
Portanto ela é conveniente para monitoramento da concentração do nível de glicose no
sangue em um grande período em indivíduos com diabetes mellitus. Os valores de referência
são: normais < 5%, pré-diabéticos entre 5,7-6,4%, diabéticos > 6,5%. A meta para o controle da
diabetes é ao redor de 7%.

8. Explique o mecanismo de glicação da Hemoglobina (HbAc1) e sua utilização no diagnóstico


e monitorização de diabetes.
Enzima adiciona glicose ao aminoácido N-valina terminal na cadeia beta da Hemoglobina A. A
formação de HbAc1 é proporcional à concentração de glicose no sangue.

9. Explique a utilização e formação no sangue da Frutosamina.


Frutosamina é o nome genérico dado a todas as proteínas glicosiladas, das quais a maior
parcela é a albumina glicosilada. O nível sérico de frutosamina representa o valor médio da
glicose sanguínea em um prazo de duas a três semanas.
Ou seja, é proteína glicada (albumina+açúcar) com formação igual a hemoglobina glicada.
Hemoglobina glicada reflete glicemia de 3 meses. (vida de 120 dias)
Proteína glicada reflete glicemia de 3 semanas. (vida de 20 dias)
A frutosamina está elevada em todos os casos de diabetes sob controle metabólico
inadequado, sendo concomitante a hiperglicemia. A diminuição da frutosamina é observada
em pacientes com perdas elevadas de albumina ou em doenças que aumentam o catabolismo
protéico.

10. Explique o significado do índice HOMA, como foi formulado e sua utilização.
É um modelo matemático para investigação de diabetes, quantifica a resistência insulínica
(HOMA-IR) e disfunção das células beta do pâncreas(HOMA-BETA). Deve ser realizado com
jejum de pelo menos 8 horas, leva em consideração a concentração de glicose em jejum bem
como a quantidade de insulina plasmática.

Homa-IR: Glicemia (mmol) x Insulina (ui/ml) ÷ 22,5. Valores de referência: abaixo de 2,15
Homa-Beta: 20 x Insulina (ui/ml) ÷ (Glicemia - 3,5). Valores de referência: 167-175.

Os valores devem ser obtidos em jejum e caso a a glicemia seja medida em mg/dl é necessário
aplicar o cálculo, antes de aplicar a seguinte fórmula para se obter o valor em
mmol/L: glicemia (mg/dL) x 0,0555

(ESSA QUESTÃO TEM A VER COM NEFROPATIA DIABÉTICA)


11. Quais os estágios e a classificação da insuficiência renal e o comportamento da
microalbuminúria e a taxa de filtração glomerular durante o processo.
FG e microalbuminúria são marcadores de nefropatia incipiente. Indicando progressão para
nefropatia diabética e insuficiência renal grave em diabéticos.

ESTÁGIO 1 FG: hiperfiltração em diabetes recém diagnosticada.


Glomérulo: hipertrofia glomerular
Membrana basal e mesângios: normais
Microalbuminúria: presente e facilmente reversível
ESTÁGIO 2 FG: normal ou aumentada.
Glomérulo: Lesões estruturais presentes.
Membrana basal: espessa.
Mesângios: expansão mesangial.
Microalbuminúria: instável.
ESTÁGIO 3 FG: elevada
Glomérulo: presença de nefropatia diabética.
Microalbumunúria: elevada.
ESTÁGIO 4 FG: decrescente
Glomérulo: nefropatia avançada.
Membrana basal: maior espessamento
Mesângios: maior expansão mesangial.
Proteinúria franca ou microalbuminúria maior que 200ug/min
ESTÁGIO 5 FG: Cai para menos de 10ml/min.
Glomérulo: Insuficiência renal terminal.

 Febre reumática

1. Comente o comportamento do hemograma na Febre Reumática.


SÉRIE VERMELHA: [ ] Hb entre 8 e 12 g/dl. Anemia microcítica moderada, que melhora com a
diminuição da atividade da doença (pode estar relacionada ao aumento de volume plasmático
que ocorre na fase precoce da FR).
SÉRIE LEUCOCITÁRIA: Normal ou com discreta leucocitose, pequeno desvio à esquerda, pode
permanecer por semanas mesmo após a febre. Leucocitose diminui com uso de anti-
inflamatórios.

2. Comente o comportamento dos exames laboratoriais que podem fazer o diagnostico


diferencial entre Febre Reumática, Endocardite Bacteriana e Artrites.
Febre Reumática Artrite Endocardite Bacteriana
PCR: ++ PCR: + PCR: +
alfa-1-glicoproteína: ↑ alfa-1-glicoproteína: ↑ alfa-1-glicoproteína: ↑
alfa-2-globulinas: ↑ alfa-2-globulinas : normal alfa-2-globulinas: normal
Gamaglobulinas: normal Gamaglobulinas: elevada Gamaglobulinas: elevada
ASLO: ++ 80% dos casos ASLO: Normal ASLO : Normal
Hemocultura: negativa Hemocultura: negativa Hemocultura: positiva
Proteinúria: discreta Proteinúria: negativa Proteinúria: elevada
Fator reumatóide: - Fator reumatóide: +++ Fator reumatóide: -
Leucocitose: discreta Leucocitose: normal Leucocitose: acentuada

3. Cite o principal exame que ajuda no diagnóstico diferencial entre Febre Reumática e
Endocardite Bacteriana.
Endocardite Bacteriana: hemocultura positiva e ASLO negativo
Febre Reumática: hemocultura negativa e ASLO positivo.

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