Você está na página 1de 38

A REMISSÃO NA ESQUIZOFRENIA

Sofia Brissos
Medical Affairs Manager

Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, Lisboa, 20 de Março de 2012


Preâmbulo

 O prognóstico da Esquizofrenia foi alterado pela introdução dos


psicofármacos, e também pelos avanços que têm ocorrido na
investigação na área das neurociências

 Terapêuticas com novas moléculas, mais eficazes e melhor toleradas,


permitem que os doentes atinjam um nível de funcionamento superior
ao de umas décadas atrás, sem que se possa contudo falar em cura.

 As esperanças de que os antipsicóticos poderiam conduzir à remissão


e cura se usados precocemente e de forma consistente foram-se
desvanecendo com o tempo, ao tornar-se evidente que sintomas
psicóticos ligeiros poderiam persistir, e que os sintomas negativos têm
um importante papel nos défices sociais e cognitivos associados à
esquizofrenia
Aspectos históricos

 A evolução deficitária da demência precoce, representa um


critério major para o diagnóstico (Kraepelin)

 Não é possível a restituição ad integrum (Bleuler)

 A remissão com sintomas residuais é a regra na


esquizofrenia.(Henry Ey)
 O retorno ao funcionamento pré-mórbido é pouco habitual, e
tão raro, que poderá colocar em causa o próprio diagnóstico
(DSM-III)

 Na evolução da doença, o funcionamento é claramente inferior


ao nível atingido antes da manifestação da doença (DSM-III-R)
Expectativas a longo-prazo na Esquizofrenia
Recuperação
Remissão
Minimizar sintomas depressivos
Minimizar défices cognitivos
Foco na funcionalidade
Aumentar períodos de estabilidade 2000+
Minimizar sintomas negativos
Reduzir efeitos 2ários motores

1990+
Minimizar sintomas positivos
Reduzir recaídas

“Sobreviver” fora do hospital


1980
Desinstitucionalização

Melhoria auto-cuidado 1960–70


Reduzir agressão
Reduzir dano pessoal

Pré-1960
REMISSÃO NA ESQUIZOFRENIA
Ensinamentos de outras patologias
A Remissão nas Doenças Não-Psiquiátricas

A remissão orientada para a cura “modelo de redução”


 Linfomas não-Hodgkin:
- saúde normal, sem provas de linfoma, tamanho dos gânglios
linfáticos1
 Poliartrite reumatóide:
- sem fadiga, ausência de rigidez matinal, dor articular, VS normal 2

A remissão não-orientada para a cura “modelo de remissão-


recuperação”
 Esclerose múltipla
- 85% dos casos de esclerose múltipla recorrentes/remitentes são
chamadas de progressivas secundárias = as remissões são
acompanhadas de disfunções residuais3

Que modelo escolher para a Esquizofrenia?


Ensinamentos da Depressão

REMISSÃO

 Nível de sintomas abaixo de um determinado limiar


 Duração
 Aplicáveis e acessíveis

 Remissão = limiar → início da recuperação


Definir Remissão na Esquizofrenia
Distinções importantes

 O regresso ao funcionamento prévio pode ser irrealista

 Os défices cognitivos podem limitar o funcionamento

 A variabilidade nos apoios vocacionais e psicossociais pode


alterar o prognóstico

Andreasen et al., Am J Psychiatry 2005; 162: 441-449


Requisitos para uma definição de Remissão

 Objectivo clinicamente atingível

 Medido com relativa facilidade

 Conduza a avanços clínicos e científicos ao colocar a ênfase


no prognóstico e funcionamento a longo prazo, e fornecer
dados úteis para a sua avaliação

 Oportunidade de ter uma definição que evolua com a


emergência de novos dados

Andreasen et al., Am J Psychiatry 2005; 162: 441-449


Remissão na Esquizofrenia
Processo
Global Expert Working Group(s)
Nancy Andreasen, MD, PhD
University of Iowa Hospitals and Clinics,
Thomas Burns, MD
Iowa City, Iowa
Will Carpenter, MD Roberto Cavallaro, MD, PhD
Maryland Psychiatric Research Center,
Baltimore, Maryland
Stefan Leucht, MD
John Kane, MD
The Zucker Hillside Hospital, Bernard Lachaux, MD
Glen Oaks, New York
Steve Marder, MD Miquel Bernardo, MD
UCLA Neuropsychiatric Institute,
Los Angeles, California Celso Arango, MD
Daniel Weinberger, MD
National Institute of Mental Health, Lars Helldin, MD
Bethesda, Maryland
Wolfgang Fleischhacker, MD
Remissão na Esquizofrenia
Processo

Principio de 2002 Geração do Conceito

Final de 2002 Expert Review

2003 – Fevereiro 2004 Expert Working Group(s)

2004 – 2005 Publicação da definição

2006 + Estudos de validação

Andreasen et al., Am J Psychiatry 2005; 162: 441-449


Remissão na Esquizofrenia
Definição

“A state where the patient has reached


significant and permanent improvement of the
core symptoms of schizophrenia in such a way
that they no longer influence his behaviour and
are below the level that would justify a
reiteration of the initial diagnosis of
schizophrenia”.

Andreasen et al., Am J Psychiatry 2005


Decisão Inicial
Foco apenas nos sintomas

 Avaliação e diagnóstico da Esquizofrenia pelo DSM é


baseada primariamente na presença ou ausência de
sintomas, e esta é a base de avaliação para muitos
clínicos

 Existem escalas standardizadas e validadas

 Não foi atingindo um consenso para escalas que avaliem


cognição e função psicossocial
E a gravidade dos sintomas?

 Deveriam todos os sintomas estar ausentes (modelo orientado para


a cura, como as definições de remissão nas neoplasias?)

 Será a ausência total de sintomas um objectivo realístico no


presente, dada a “universalidade” dos sintomas negativos
(ligeiros)?

 Alguns doentes com Esquizofrenia funcionam relativamente bem,


apesar da presença de sintomas psicóticos ligeiros…

 A DECISÃO: definir remissão como um estado caracterizado por


pontuações não superiores a “ligeiro” em cada uma das escalas
standardizadas

Andreasen et al., Am J Psychiatry 2005


E a duração dos sintomas?

 Quanto tempo deverão os sintomas permanecer num nível


“ligeiro”, para se caracterizar um doente como estando em
remissão?

 A resposta não é fácil, pois não existem dados empíricos

 Após discussão considerável, o grupo de consenso


concordou num período de 6 meses
Os sintomas reflectem 3 dimensões
psicopatológicas
SAPS
PANSS BPRS
SANS
Delírios P1, G9 8, 11, 15 20
PSICOSE
Alucinações P3 12 7

Discurso
desorganizado P2 4 34

Comportamento
DESORGANIZAÇÃO
gravemente
desorganizado ou G5 7 25
catatónico

SINTOMAS Sintomas 7, 17,


Negativos N1, N4, N6 16
NEGATIVOS 22, 13
Legenda:
PANSS: Positive and Negative Syndrome Scale; BPRS: Brief Psychiatric Rating Scale; SAPS: Scale for Assessment of Positive Symptoms; SANS:
Scale for Assessment of Negative Symptoms
Adaptado de: Andreasen NC et al., Am J Psychiatry 2005
Critérios de Remissão em Esquizofrenia
Critérios de gravidade (cross-sectional – at One Time Point)
…em todos os sintomas alvo. …Nível: ligeiro ou inferior
 P1: Delírios - 1: Ausente
P2: Desorganização conceptual - 2: Mínimo
P3 Comportamento alucinatório - 3: Ligeiro
Exemplo: G9: Conteúdo invulgar do pensamento - 4: Moderado
PANSS G5: Maneirismos e posturas - 5: Moderado/grave
N1: Embotamento afectivo - 6: Grave
N4: Isolamento social - 7: Extremo
N6: Ausência de espontaneidade

+ critério temporal: critério de gravidade sustentada por pelo menos 6 meses

Andreasen NC et al., Am J Psychiatry 2005


Critérios: exemplo de intensidade
P1 Delirios
1 Sem patologia
Ausente
2 Patologia questionável; pode estar no limite superior do normal
Mínimo
3 Um ou dois delírios vagos que não interferem com pensamentos,
Ligeiro relações sociais ou comportamentos
4 Delírios pobremente estruturados que ocasionalmente interferem
Moderado com pensamentos, relações sociais e comportamentos

5 Delírios numerosos e bem estruturados, fortemente defendidos e


Moderadamente que ocasionalmente interferem com pensamentos, relações sociais
grave e comportamentos

6 Conjunto estável de delírios, sistematizados, tenazmente


Grave defendidos e que interferem claramente com pensamentos,
relações sociais e comportamentos
7 Conjunto estável de delírios, altamente sistematizados ou muito
Extremo numerosos, que dominam as principais facetas da vida do doente;
podem resultar em acções inapropriadas, irresponsáveis e
arriscadas.
Critérios: exemplo de intensidade
N1 Embotamento afectivo
1 Sem patologia
Ausente

• 2
Mínimo
Patologia questionável; pode estar no limite superior do normal

3 Alterações na expressão facial e comunicação gestual, que são forçadas,


Ligeiro artificiais ou sem modulação
4 Redução na riqueza da expressão facial e empobrecimento na
Moderado gesticulação, reflectindo uma aparência amorfa

5 Os afectos são “baços”, com ocasionais mudanças de expressão facial


Moderadamente apenas, e escassa comunicação gestual
grave
6 Marcado apagamento e pobreza emocional durante a maioria do tempo.
Grave Podem haver descargas afectivas extremas, não moduladas, tais como:
excitação, fúria, riso incontrolado ou inapropriado

7 Ausência virtual de alterações na expressão facial e evidência de


Extremo comunicação gestual. Os doentes denotam uma expressão de
permanente insipidez/inexpressividade
Critérios: exemplo de intensidade
G9 Conteúdo invulgar do pensamento
1 Sem patologia
Ausente
• 2 Patologia questionável; pode estar no limite superior do normal
Mínimo
3 Conteúdo do pensamento peculiar ou ideosincrático, ou as ideias familiares
Ligeiro são enquadradas num contexto invulgar
4 Ideias frequentemente distorcidas e ocasionalmente bastante bizarras
Moderado

5 Expressão de pensamentos estranhos e fantásticos (ex: ser filho


Moderadamente adoptivo de um Rei, ter escapado a sentença de morte), ou algo absurdo
grave (ex: ter centenas de filhos, receber mensagens telecomandadas por fio
dental)
6 Muitas ideias ilógicas ou absurdas, ou com carácter muito bizarro (ex:
Grave ter três cabeças, ser um extra-terrestre)

7 Pensamento repleto de ideias absurdas, bizarras e grotescas


Extremo
Modelo de Remissão na Esquizofrenia
Quantos doentes atingem a remissão na
esquizofrenia?
% de doentes após um 1º
episódio psicótico

Robinson et al, Am J Psychiatry 2004


A importância da Remissão

Estudos de validação dos critérios de remissão


têm sido realizados desde a proposta publicada
em 2005 por Andreasen et al.
A importância da Remissão

Estado clínico
 Remissão associada a melhoria clínica significativa e na sintomatologia
psicótica (Gharabawi et al, 2005; Brissos et al, 2011)

Nº de internamentos
 Doentes em remissão tiveram menos internamentos (Helldin et al, 2007; Peuskens
et al, APA 2007)

Nº de dias internamento
 Doentes em remissão tinham menor tempo de ocupação de camas de
internamento (p = 0.001)
 Doentes que não atingiram a remissão passavam mais tempo em ambiente
institucional (p = 0.036) Helldin et al, 2007)
A importância da Remissão

Qualidade de vida
 Melhoria em todos os domínios da QoL, com pontuações muito semelhantes às da
população normal (Lasser et al, 2005; van Os et al, 2006; Brissos et al, 2011)

Adesão à terapêutica
• Melhoria significativa na atitude para com a medicação (DAI) nos doentes em remissão
na baseline e que a mantiveram, e nos doentes que atingiram a remissão durante o
estudo, mas não nos doentes que nunca atingiram a remissão (Docherty et al, 2007)

Insight
• Doentes em remissão apresentavam melhor insight para a doença
 Os doentes em remissão total (critério tempo + gravidade) apresentaram melhor insight
para a doença do que os doentes em resolução (apenas factor gravidade) (De Hert et al, 2007)

Função cognitiva
• Desempenho superior em áreas como a vigilância, memória imediata e de trabalho e
funções executivas, apoiam a importância da função cognitiva como um factor preditor
de remissão(Helldin et al, 2006)
A importância da Remissão

Funcionamento psicossocial
 Remissão associada a melhoria significativa no funcionamento e em vários
aspectos de actividades diárias (Gharabawi et al, 2005; De Hert et al, 2007)

 Maior pontuação na GAF em doentes que atingiram a remissão (van Os et al, 2006;
Peuskens et al, APA 2007)

 Os doentes em remissão funcionavam de forma mais adequada em contextos


sociais, apresentavam mais anos de escolaridade, tinham mais frequentemente
ocupações, redes de apoio social, e maior probabilidade de viver com a família
(Hustig et al,ISPOR 2006; Tuma et al, ECP 2007 )

 Redução da ideação suicida e no comportamento violento (Hustig et


al,ISPOR 2006; Tuma et al, ECP 2007 )
Tipo de tratamento e Remissão
 O tratamento com antipsicóticos atípicos pode aumentar a probabilidade de
se atingir a “remissão”, comparativamente aos antipsicóticos convencionais
(Lieberman et al, 2003)

 A percentagem ligeiramente superior de doentes que mantiveram a remissão


ao longo do estudo de Lasser et al. (2005) reflecte as vantagens do tratamento
de acção prolongada, apesar das diferenças serem modestas (De Hert et al, 2007)

 Em 50% de doentes tratados durante 12 meses com Ripseridona de Longa


Duração após um 1º episódio psicótico, 64% atingiram a remissão e destes,
97% mantiveram-se em remissão até final do estudo (Emsley et al, Int Clin
Psychophramcaol 2008)

 Numa análise de 529 doentes estáveis transitados para Risperidona Injectável


de Longa Duração, 33% mantiveram-se em remissão 6 meses ou mais e 21%
atingiu a remissão sintomática, funcional e uma boa qualidade de vida (Lambert
et al, Eur Psychiatry 2010)
Aplicação dos critérios de remissão
a dados de um estudo de 50 semanas
com Risperidona de Longa Duração

Lasser et al. Remission in schizophrenia: Results from a


1-year study of long-acting risperidone injection.
Schizophr Res 2005
Metodologia

 Estudo aberto
 50 semanas
 Internacional (Canadá e Europa)
 Risperidona de Longa duração (25, 37.5, 50 e 75 mg)
 N = 725 doentes “estáveis”
 Esquizofrenia ou Pertubação Esquizoafectiva
 Avaliação:
– PANSS (critérios de remissão)
– CGI-S
– SF-36
1 em cada 5 doentes em remissão parcial atingiu a remissão
total após 1 ano com Risperidona de Longa-duração

Sim
(N=82, 20.8%)

Não Remissão Não


(N=394, 68.2%) (N=312, 79.2%)
Os doentes ATINGIRAM A REMISSÃO durante o estudo?

Doentes 12 meses
Estabilizados
(N=578)

Remissão
Sim
Os doentes MANTIVERAM A REMISSÃO no final do estudo?
(N=184, 31.8%) (N=156, 84.8%)

Não
(N=28, 15.2%)

Lasser et al. Int J Neuropsychopharmacol, 2005


Remissão após o tratamento com Risperidona
de Longa duração
Atingiram critérios de Não atingiram critérios de
Remissão, durante pelo Remissão, durante pelo
menos 6 meses (N=82) menos 6 meses (N=312)

P<0.0001 P<0.0001
80,0 75,2

70,0 66,0 66,9


Pontuação média na PANSS

60,0
47,8
50,0

40,0

30,0

20,0

10,0

0,0
Baseline Endpoint Baseline Endpoint

Lasser et al. Int J Neuropsychopharmacol, 2005


Manutenção da Remissão desde a Baseline
Pontuação na PANSS dos doentes que não tinham critérios de Remissão na Baseline, e que
atingiram os critérios de remissão por 6 meses.
Sintomas Sintomas Pensamento Ansiedade/ Excitação/
Positivos Negativos desorganizado Depressão Hostilidade

Pontuação média na baseline (DP) 17.1 (5.7) 19.3 (5.6) 14.5 (4.7) 9.2 (3.5) 5.9 (2.6)
Pontuação média no endpoint (DP) 12.4 (3.9) 13.5 (4.5) 10.8 (3.2) 6.7 (2.5) 4.5 (1.0)
Variação média (ES) -4.8 (0.6) -5.8 (0.5) -3.7 (0.4) -2.5 (0.4) -1.4 (0.3)
Valor P <0.0001 <0.0001 <0.0001 <0.0001 <0.0001

Pontuação na PANSS dos doentes que tinham critérios de Remissão na Baseline, e que
mantiveram os critérios de remissão até ao endpoint.
Sintomas Sintomas Pensamento Ansiedade/ Excitação/
Positivos Negativos desorganizado Depressão Hostilidade
Pontuação média na baseline (DP) 12.0 (3.2) 13.0 (4.1) 10.5 (2.8) 7.2 (2.7) 5.1 (1.8)
Pontuação média no endpoint (DP) 11.1 (3.2) 11.1 (3.7) 9.9 (2.8) 6.5 (2.8) 4.8 (1.8)

Variação média (ES) -0.9 (0.3) -1.9 (0.3) -0.6 (0.2) -0.7 (0.2) -0.3 (0.2)
Valor P <0.005 <0.0001 <0.005 <0.005 <0.05

Lasser et al. Int J Neuropsychopharmacol, 2005


Qualidade de Vida nos doentes que atingiram a
Remissão durante pelo menos 6 meses
90
P<0.0001 P<0.0001 P<0.0001 P<0.0001
80

70
Pontuação média sub-escalas

60

50 Baseline
Endpoint
40 US Norms

30

20

10

0
Mental Health Role/ Emotional Social Functioning Vitality

DP = Baseline 20.6 41.5 28.3 19.6


DP = Endpoint 16.7 35.4 23.1 19.4
DP = Norma EUA 18.1 33.0 22.7 21.0
Legenda: DP = Desvio Padrão

Lasser et al. Int J Neuropsychopharmacol, 2005


Qualidade de Vida nos doentes em Remissão na Baseline
e que a mantiveram até ao final do estudo

90
P<0.0001 P<0.0001

80
Pontuação média sub-escalas

70

60

50 Baseline
Endpoint
40
US Norms
30

20

10

0
Mental Health Role/ Emotional Social Functioning Vitality

DP = Baseline 20.2 42.7 26.0 23.1

DP = Endpoint 19.7 38.9 23.4 22.8


DP = Norma EUA 21.0
18.1 33.0 22.7

Legenda: DP = Desvio Padrão

Lasser et al. Int J Neuropsychopharmacol 2005


Remissão
Limitações à definição e propostas para o futuro
• Avaliação do funcionamento permanece uma área controversa e
incerta
(Burns & Patrick. Acta Psychiatr Scand 2007; Priebe et al. Br J Psychiatry 2007)

• Evidência divergente se a remissão sintomática se correlaciona com


melhoria funcional torna necessário medir outros aspectos de
melhoria com o tratamento
(Buckley et al. Schizophr Res 2007;94:99-106; Kujawa et al. Poster presented at WWS, February 2008, Switzerland)

• EGOFORS (European Group on Functional Outcomes and


Remission in Schizophrenia):
– 5 escalas para avaliação do funcionamento:
• PSP (Personal and Social Performance Scale)
• QLS (Quality of Life Scale)
• FRSS (Functional Recovery Scale in Schizophrenia)
• UPSA-B (UCSD Performance-based Skills Assessment – Brief Version)
• PSRS (Remission Score Form for Schizophrenia Patients)
Resumo
 Os critérios de remissão na Esquizofrenia (Andreasen et al., 2005) estão
ainda em fase de validação, mas parecem ser conceptualmente viáveis e
facilmente incorporáveis na prática clínica e na investigação.

 Deverão ser um objectivo a atingir no tratamento dos doentes com


esquizofrenia.

 Poderão proporcionar o suporte para as definições de recuperação ou


outras que envolvam critérios funcionais.

 A implementação e melhoramento destes critérios poderá proporcionar


comparações de eficácia das várias terapêuticas, e o desenvolvimento de
abordagens a longo-prazo que melhorem o prognóstico na Esquizofrenia.

 A Risperidona de Longa duração proporciona melhorias em múltiplos


domínios e na qualidade de vida de doentes que, ao atingirem a remissão,
têm maior probabilidade de atingir a recuperação da doença.
Lasser et al. Schizophr Res 2005
van Os & Kahn, Tijdschr Psychiatr 2007
Hert et al., Schizophr Res 2007
RCM resumido
RISPERDAL CONSTA ® 25mg/2ml, RISPERDAL CONSTA ® 37,5 mg/2ml ,RISPERDAL CONSTA ® 50 mg/2 ml
Forma Farmacêutica: Pó e veículo para suspensão de libertação prolongada para injecção intramuscular
Composição qualitativa e quantitativa: RISPERDAL ® CONSTA ® contém 25 mg, 37,5 mg ou 50 mg de risperidona; Excipiente(s)/2ml: sódio – 5,341 mg;
Indicações terapêuticas: tratamento de manutenção da esquizofrenia, em doentes actualmente estabilizados com antipsicóticos orais. Posologia: Adultos - Dose inicial recomendada é de 25 mg, por via intramuscular, de duas em
duas semanas. Os doentes tratados com uma dose oral, igual ou inferior a 4mg de risperidona ou não se encontram a tomar risperidona, devem receber 25mg de RISPERDAL CONSTA ®, enquanto que em doentes tratados com
doses orais superiores de risperidona ou outro antipsicótico deve ser considerada uma dose superior de RISPERDAL CONSTA ® de 37,5mg. Durante o período de três semanas após a administração da primeira injecção de
RISPERDAL CONSTA ® deverá ser assegurada uma cobertura antipsicótica suficiente com risperidona oral ou com o antipsicótico precedente. RISPERDAL CONSTA ® não deve ser utilizado em episódios agudos de esquizofrenia
sem que seja assegurada uma cobertura antipsicótica suficiente, com risperidona oral ou com o antipsicótico anterior, durante o período de três semanas após a primeira administração de RISPERDAL CONSTA ®. Dose de
manutenção: Para a maioria dos doentes, a dose recomendada é de 25 mg, por via intramuscular, de duas em duas semanas. Alguns doentes podem beneficiar de doses superiores de 37,5mg ou 50mg. Ajustes para doses
superiores não devem ser efectuados com uma frequência superior a 4 semanas e o seu efeito não deve ser esperado antes de 3 semanas ap ós a primeira injecção com a dose superior. Não são recomendadas doses superiores
a 50 mg, em cada duas semanas. Idosos - Não é necessário nenhum ajuste de dose. Os dados clínicos de RISPERDAL CONSTA ®, nos idosos, são limitados. RISPERDAL CONSTA ® deve ser usado com precaução nos idosos.
Compromisso hepático e renal – Se os doentes com compromisso hepático ou renal necessitarem de tratamento com RISPERDAL CONSTA ®, recomenda-se que, na primeira semana, seja administrada uma dose inicial de 0,5 mg
de risperidona oral, duas vezes por dia. Na segunda semana poderá ser administrado 1 mg, duas vezes por dia ou 2 mg, uma vez por dia. Caso seja bem tolerada uma dose oral diária total de, pelo menos, 2 mg, poderá
administrar-se uma injecção de 25 mg de RISPERDAL CONSTA ®, de 2 em 2 semanas. População pediátrica -Não é recomendada a utilização de RISPERDAL CONSTA ® em crianças com idade inferior a 18 anos. Modo de
administração: deve ser administrado de duas em duas semanas, por injecção intramuscular profunda na região do deltóide (agulha de 1 polegada, alternando a injecção entre os dois braços) ou do glúteo (agulha de 2 polegadas,
alternando a injecção entre as duas nádegas).. Não administrar por via intravenosa. Contra-indicações: Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer dos excipientes. Efeitos indesejáveis: Exames complementares de
diagnóstico: frequentes - electrocardiograma anormal, aumento da prolactina sanguínea, aumento das enzimas hepáticas, aumento das transaminases, aumento da gamaglutamiltransferase, aumento de peso, diminuição de peso;
pouco frequentes - prolongamento do intervalo QT no electrocardiograma. Cardiopatias: frequentes - bloqueio atrioventricular, taquicardia; pouco frequentes: bloqueio completo do ramo esquerdo do feixe de His, fibrilhação arterial,
bradicardia sinusal, palpitações. Doenças do sangue e do sistema linfático: pouco frequentes - anemia; raros - trombocitopenia, neutropenia; desconhecido:- agranulocitose; Doenças do sistema nervoso: Muito frequentes -
parkinsonismo, acatisia, cefaleia; frequentes - discinésia tardia, distonia, discinésia, tremor, sonolência, sedação, tonturas; pouco frequentes - convulsões, síncope, tontura postural, hipoastesia, parastesia, letargia, hipersonia.
Afecções oculares: frequentes - visão turva, conjuntivite; desconhecido - oclusão da artéria central da retina. Afecções do ouvido e do labirinto: pouco frequentes - vertigem; desconhecido: dor de ouvido. Doenças respiratórias,
torácicas e do mediastino: frequentes - dispneia, tosse, congestão nasal, dor faringolaringeal; raros - síndrome de apneia do sono. Doenças gastrointestinais: frequentes: vómitos, diarreia, obstipação, náusea, dor abdominal,
dispepsia, dor de dentes, boca seca, desconforto gástrico, gastrite; raros - obstrução intestinal, pancreatite. Doenças renais e urinárias: frequentes - incontinência urinária; pouco frequentes – retenção urinária. Afecções dos tecidos
cutâneos e subcutâneos: frequentes - erupção cutânea, eczema; pouco frequentes - angioedema, prurido, acne, alopécia, pele seca. Afecções musculoesqueléticas e dos tecidos conjuntivos: frequentes - artralgia, dores nas
costas, dor nas extremidades, mialgia; pouco frequentes - fraqueza muscular, dores no pescoço, dores nas nádegas, dor na musculatura do peito. Doenças endócrinas: raros - secreção inapropriada da hormona antidiurética;
Doenças do metabolismo e da nutrição: frequentes - hiperglicemia; pouco frequentes: diabetes mellitus, aumento do apetite, diminuição do apetite; raros – hipoglicemia; muito raros - acetoacidose diabética, desconhecido -
intoxicação por água. Infecções e infestações: muito frequentes - infecção do tracto respiratório superior; frequentes - pneumonia, gripe, infecção do tracto respiratório inferior, bronquite, infecção do tracto urinário, infecção do
ouvido, sinusite, infecção viral; pouco frequentes - cistite, gastroenterite, infecção, infecção localizada, abcesso subcutâneo. Complicações de intervenções relacionadas com lesões e intoxicações: frequentes – quedas; raros - dor
após o procedimento. Vasculopatias: frequente - hipertensão, hipotensão; pouco frequente - hipotensão ortostática. Perturbações gerais e alterações no local de administração: frequente - pirexia, edema periférico, dor no peito,
fadiga, dor, dor no local da administração, astenia, síndrome gripal; pouco frequentes - endurecimento no local da administração, endurecimento, reacção no local da administração, desconforto no peito, atonia, sensação anormal;
raro – hipotermia. Doenças do sistema imunitário: pouco frequente – hipersensibilidade; desconhecido – reacção anafilática. Afecções hepatobiliares: raro – icterícia. Doenças dos órgãos genitais e da mama: frequente –
amenorreia, disfunção eréctil, galactorreia; pouco frequente - disfunção sexual, ginecomastia; desconhecido – priapismo; Perturbações do foro psiquiátrico: muito frequente – depressão, insónia, ansiedade; frequente – agitação,
alterações do sono; pouco frequente – mania, diminuição da líbido, nervosismo.
Titular da autorização de introdução no mercado Janssen Farmacêutica Portugal, Lda., Estrada Consiglieri Pedroso n.º 69A – Queluz de Baixo, 2734-503 Barcarena. Para mais informações contactar o titular de AIM.
Comparticipado pelo escalão A (90% de comparticipação). Medicamento Sujeito a receita Médica. As informações apresentadas não dispensam a consulta do RCM completo. RCM resumido de RISPERDAL ® CONSTA ®, Versão 5.

RIS-0312-018-0
OBRIGADA

sbrissos@its.jnj.com

Você também pode gostar