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EXAMES BIOQUIMICOS RELACIONADOS À

GLICOSE

Ednamare Pereira
• JPS, 43 anos, com queixa de polifagia,
polaciúria, dificuldade de cicatrização em
lesão de MID (secundaria a trauma ao
caminhar). Tem historia familiar de
dislipidemia. Realizou exames de laboratório
que acusaram: Glicemia de jejum de 272
mg/dl, hemoglobina glicada em 7%,colesterol
total de 240 mg/dl, HDL-colesterol de 28
mg/dl, LDLcolesterol não calculado devido aos
valores de triglicérides (450mg/dl).
Metabolismo da Glicose

Digestão de
carboidratos

Conversão
de glicogênio
em glicose ARMAZENADA NO
GLUCAGON
pelo figado
FÍGADO SOB A
FORMA DE
GLICOGÊNIO
REGULAÇÃO

INSULINA GLICOSE
METABOLISMO DA
GLICOSE
Tipos de Diabetes Melito
• Tipo I – consequência da destruição das células beta
das ilhotas pancreáticas, o que resulta em déficit de
insulina.

• Tipo II – forma progressiva de déficit de insulina


concomitante à resistência à insulina.

• Gestacional - diagnosticado durante a gravidez.

• De outras etiologias – doenças pancreáticas,


induzidas por fármacos ou substancias químicas.
Diabetes melito – Exames diagnósticos
:
• Glicemia casual/aleatória (realizada a qualquer
hora do dia, sem dar atenção ao horário da ultima
refeição),

• Glicemia de jejum,

• Teste de tolerância à glicose com sobrecarga de 75g


em 2 horas,

• Hemoglobina glicada (HbA1c).


Fonte: Diretrizes da Sociedade Brasileira De Diabetes – 2015/2016
Glicemia em jejum, glicose plasmática em jejum
ou glicose plasmática aleatoria
PROCEDIMENTOS:
• Coletar amostra de sangue venoso do paciente em jejum ou
uma amostra aleatória para dosagem de glicose plasmática

• Jejum é definido como ausência de ingestão calórica durante no


mínimo 8 horas.

• Em caso de paciente diabético conhecido, coletar sangue antes


da administração de insulina ou hipoglicemiante oral.

• O paciente pode realizar a sua própria monitoração atraves do


glicosimetro.

• Em caso de uso do glicosimetro deve ser usada a segunda gota


de sangue após perfurar o dedo com a lanceta.
Valores de referência glicose plasmática

• Adulto em jejum: ≤ 100 mg/dl

• Crianças (2 a 18 anos) em jejum: 60 a 100 mg/dl

• Crianças (0 a 2 anos) em jejum: 60 a 110 mg/dl

• Recém-nascidos prematuros: 40 a 65 mg/dl


teste de tolerância à glicose (TTG), Teste oral de
tolerância à glicose (TOTG)

ALTAS DOSES DE GLICOSE

INDIVIDUO SAUDÁVEL

NÍVEL MÁXIMO DE INSULINA EM 30 A 60 MINUTOS

RETORNO DOS NIVEIS DE INSULINA EM 3 HORAS


teste de tolerância à glicose (TTG), Teste oral
de tolerância à glicose (TOTG)

• Tolerância à glicose diminuída ocorre quando,


após uma sobrecarga de 75 g de glicose, o
valor de glicemia de 2 horas situa-se entre 140
e 199 mg/dl.
teste de tolerância à glicose (TTG), Teste
oral de tolerância à glicose (TOTG)
INDICAÇÕES:
• História familiar de diabetes melito
• Obesidade
• Episódios inexplicados de hipoglicemia
• História de infecções recorrentes (furúnculos, abcessos)

• Em mulheres, história pregressa de macrossomia fetal,


natimortos, morte neonatal, trabalho de parto prematuro e
abortamentos espontâneos.

• Glicosúria ou hiperglicemia transitória durante a gravidez,


cirurgia, traumatismo, estresse, IAM e administração de
ACTH
teste de tolerância à glicose (TTG), Teste
oral de tolerância à glicose (TOTG)
PROCEDIMENTOS:
 Período de jejum entre 10 e 16 horas.

 Ingestão de pelo menos 150 g de carboidratos nos


três dias anteriores à realização do teste.

Atividade física normal.

Comunicar a presença de infecções, ingestão de


medicamentos ou inatividade.
teste de tolerância à glicose (TTG), Teste
oral de tolerância à glicose (TOTG)
PROCEDIMENTOS:

 Suspender hormônios anovulatórios orais, corticoides,


salicilatos, anti-inflamatórios, diuréticos, hipoglicemiantes,
anti-hipertensivos, anticonvulsivantes (se possível
interromper com 3 dias de antecedência )

 Registrar o peso do paciente - Utilizar 1,75 g de glicose por


quilograma de peso até o máximo de 75 g.
teste de tolerância à glicose (TTG), Teste
oral de tolerância à glicose (TOTG)
PROCEDIMENTOS:
 Coletar amostra de 5 ml de sangue venoso em tubo de
tampa cinza,

 Depois de coletar o sangue o paciente bebe de 5 em 5


minutos toda solução glicosada preparada,

 Coletar uma amostra de sangue venoso em jejum e as


outras 30, 60, 90, 120 minutos após a ingestão de
glicose.
teste de tolerância à glicose (TTG), Teste
oral de tolerância à glicose (TOTG)
PROCEDIMENTOS:

Não fumar e não ingerir bebidas alcoólica (antes e


durante as coletas)

O paciente pode retornar as atividades normais e


reiniciar a dieta após as coletas.
Valores de referências
• Adultos em jejum: > 100 a < 126 mg/dl
• Normal: 2 horas após a administração de 75 g
de glicose: < 140 mg/dl
• Pré-diabetes (Intolerância à glicose):2 horas
após a administração de 75g de glicose: ≥ 140
a < 200 mg/dl
• Diabetes mellitus ≥ 126 em jejum e ≥ 200 após
a ingestão de glicose 75 g
Hemoglobina glicada
 Hemoglobina (Hb) é uma proteína presente em nossas
hemácias, cuja principal função é transportar oxigênio no
sistema circulatório.

 Denomina-se hemoglobina glicada (HbA1c) a fração da


hemoglobina que se liga a glicose.

 Durante o período de vida da hemácia - 120 dias em


média - a hemoglobina vai incorporando glicose, em
função da concentração deste açúcar no sangue.
AS DIFERENTES FRAÇÕES DA HEMOGLOBINA GLICADA
Hemoglobina glicada

 Se as taxas de glicose estiverem altas durante todo esse


período ou sofrer aumentos ocasionais, haverá
necessariamente um aumento nos níveis de hemoglobina
glicada.

 O exame de hemoglobina glicada consegue mostrar uma


média das concentrações de hemoglobina em nosso
sangue durante aproximadamente 60 a 90 dias - não
podemos dizer que são durante todos os 120 dias porque
a hemácia pode não ter ficado viva todo esse tempo.
Hemoglobina glicada (HbA1c)
RECOMENDAÇÕES:
 Soc. Bras Diabetes : Diabetes – HbA1c > 6,5% a ser
confirmada em outra coleta. Dispensável em caso de
sintomas ou glicemia > 200 mg%.

 Indivíduos com alto risco para o desenvolvimento de


diabetes – HbA1c entre 5,7% e 6,4%.

 A OMS, por outro lado, recomenda que HbA1c de


6,5% seja compatível com o diagnóstico de DM, porém
considera indivíduos com níveis entre 6,0% e 6,4%
como possuindo alto risco de evoluir para DM
Hemoglobina glicada ou glicosilada (HbA1c)

Este exame não se destina ao manejo a curto prazo


do diabetes, mas avaliar a efetividade das
modalidades de tratamento a longo prazo durante
várias semanas ou meses.
5,0 97
FAIXA DE RESULTADOS
5,5 NORMAIS 111

6,0 126

6,5
6,5 140

7,0 154

7,5 169

8,0 183

8,5 197

9,0 212
9,5 240
Tolerância a lactose, exame do hidrogênio
expirado

• Intolerância à lactose é uma síndrome


causada pela deficiência de enzimas (lactase)
que decompõem a lactose no intestino.

• A intolerância a lactose geralmente se inicia


no primeiro ano de vida (diarreia, vomito,
atraso do crescimento e má absorção)
Tolerância a lactose, exame do hidrogênio
expirado
• O nível da lactose é determinado, e usa-se o
aumento, ou a ausência de aumento em relação
à amostra em jejum, para interpretação.

• Amostras de ar expirado mostram níveis


aumentados de hidrogênio, que são causados
por acumulo de lactose no intestino. As bactérias
colônicas metabolizam a lactose e produzem gás
hidrogênio.
Valores de referência
Tolerância à lactose:
• Normal: Alteração da glicose em relação ao valor
normal > 30 mg/dl
• Inconclusivo : 20 a 30 mg/dl
• Anormal < 20 mg/dl

Hidrogênio expirado:
• Jejum: < 5 ppm
• Após ingestão de lactose:<12 ppm de aumento em
relação ao nível em jejum
Tolerancia a lactose, exame do hidrogênio
expirado
PROCEDIMENTOS:
 Jejum de 8 a 12 horas

 Não pode comer pão preto, ervilhas, feijão, açúcar ou


alimentos ricos em fibras nas 24 horas antes do exame,

 Não fumar 8 horas antes,

 Não mascar chiclete,


Tolerancia a lactose, exame do hidrogênio
expirado
PROCEDIMENTOS:
 Não fazer uso de antibióticos 2 semanas antes do exame,

 Coletar uma amostra de sangue em jejum.

 O paciente deve ingerir uma bebida contendo 50 g de lactose


dissolvidas em 200ml de agua (2g de lactose/kg peso corporal.

 Coletar amostras de sangue para dosagem de lactose a


intervalos de 0, 30, 60 e 90 minutos.

 Coletar amostras do ar expirado para dosagem do hidrogênio


nos mesmos intervalos que as amostras de sangue.
Exame do hidrogênio expirado
SCBID: Supercrescimento bacteriano do intestino delgado
Valores de referência
Tolerância à lactose:
 Normal - alteração da glicose em relação ao valor
normal: >30 mg/dl
 Inconclusivo: 20 a 30 mg/dl
 Anormal: <20mg/dl

Hidrogênio expirado
 Jejum: < 5 ppm
 Após ingestão de lactose: <12 ppm e aumento em
relação ao nível de jejum.
TESTE DE TOLERÂNCIA A LACTOSE
EXEMPLO:
1. ANOTE NUM PAPEL O VALOR DA SUA GLICEMIA BASAL (OU DE
JEJUM):SUPONHA QUE TENHA SIDO 89.

2. SOME A TAL VALOR O NÚMERO 20. OU SEJA: 89 + 20 = 109.

3. COMPARE ESSE NÚMERO (NO CASO DO EXEMPLO ACIMA: 109)


AOS VALORES DE SUAS GLICEMIAS DOSADAS APÓS A INGESTÃO DA
LACTOSE.

-SE UM DE TAIS VALORES ESTIVER IGUAL OU ACIMA DE 109, VOCÊ


NÃO É PORTADORA DE INTOLERANCIA À LACTOSE.

- SE AS DOSAGENS DE GLICEMIA ESTIVEREM ABAIXO DE 109 VOCÊ É


PORTADORA DA ENFERMIDADE.
Exame do Peptidio C

• O peptídeo C é usado para monitorar a produção de insulina


e para ajudar a determinar a causa de hipoglicemia.

• O peptídeo C é formado durante a conversão da pró-insulina


em insulina.

• Os níveis de peptídeo C são indicadores fidedignos das


funções pancreáticas e secretoras e da secreção de insulina.

• O exame não é pedido para diagnosticar diabetes mas,


quando uma pessoa tem um diagnóstico recente de
diabetes, ele pode ser pedido isolado ou com a dosagem de
insulina para determinar a quantidade de insulina que o
pâncreas da pessoa ainda produz.
exame do Peptidio C

• Jejum de 8 a 12 horas
• Valor de Referência: 0,51 a 2,72 ng/mL
• Permite distinguir diabetes melito do tipo 1 e 2
( tipo 1 ocorre diminuição do nível de peptídeo C)
Referências
• Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (2015-2016) /
Adolfo Milech...[et. al.]; organização José Egidio Paulo de
Oliveira, Sérgio

• Vencio - São Paulo: A.C. Farmacêutica, 2016.


• FISCHBACH, F. T., DUNNING III, M. B.– Exames laboratoriais e
diagnósticos em Enfermagem. 9.ed- Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2016

• Xavier H.T., Izar M.C., Faria Neto J.R., Assad M.H., Rocha
V.Z.,Sposito A.C. et al. Sociedade Brasileira de Cardiologia. V
Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da
Aterosclerose. Arq Bras Cardiol. 2013; 101(4Supl.3):1-22

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