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DIABETES

PA RTE I
N U TRIÇ ÃO C L ÍN IC A I
Prof ª Leila Viana
EPIDEMIOLOGIA
SBD, 2019
SBD, 2019
SBD, 2019
SBD, 2019
SBD, 2019
EPIDEMIOLOGIA
7,4% do Brasileiros são DIABÉTICOS (Vigitel, 2019)
SBD, 2019
COMPLICAÇÕES
➢ Glicose Livre é tóxica.
➢ Rins, neurônios, olhos e vasos
não limitam a entrada de
glicose.

Sociedade Brasileira de Diabetes, 2006.


CLASSIFICAÇÃO
O diabetes é uma desordem metabólica que ocorre quando o corpo não produz
insulina suficiente ou não pode usar com eficácia a insulina produzida.

A Diabetes pode ser classificado nas seguintes categorias gerais:


1. Diabetes tipo 1 : devido à auto destruição parcial ou total das células ᵦ das
Ilhotas de Langherhans pancreáticas, levando a deficiência de insulina.
2. Diabetes tipo 2 : devido a uma perda progressiva da secreção de insulina
pelas células B e/ou resistência periférica à insulina.

American Diabetes Association, 2019;


Institute Diabetes Federation, 2019.
CLASSIFICAÇÃO
3. Diabetes Gestacional : diagnosticado no segundo ou terceiro trimestre da
gravidez em mulheres que não eram diabéticas antes da gestação.
4. Outros tipos: Monogênicos (MODY); Diabetes neonatal; Secundário a
endocrinopatias; Secundário a doenças do pâncreas exócrino; Secundário a
infecções; Secundário a medicamentos.

American Diabetes Association, 2019; Institute Diabetes Federation, 2019.


DIABETES TIPO 1
➢ Responsável por 5 a 10% dos casos de diabetes.
➢É a principal causa do diabetes na infância e adolescência, mas pode ocorrer
em qualquer idade.
➢ Causada pela destruição autoimune das células B do pâncreas (predisposição
genética) e também está relacionado ao meio ambiente fatores ainda mal
definidos;
➢ O uso de insulina é imprescindível no tratamento do DM1 e deve ser instituído
assim que o diagnostico for feito.

American Diabetes Association, 2019;


Institute Diabetes Federation, 2019.
Estes sintomas são semelhantes nos
DIABETES TIPO 1 demais tipos de Diabetes, exceto a
perda de peso que é comum no DM 1.
Sintomas clássicos

Polidipsia Visão embaçada Enurese Noturna

↑ Frequência Perda repentina


Fadiga Polifagia
Urinária de peso
American Diabetes Association, 2019.
DIABETES TIPO 2
➢ É responsável por cerca de 90 a 95% dos casos da diabetes em todo o mundo.
➢ Os fatores de risco incluem: idade avançada, obesidade, história familiar de
diabetes, história anterior de diabetes gestacional, hipertensos, presença de
dislipidemia, inatividade física, raça.
➢ Aproximadamente 80% apresentam obesidade ou possuem história de
obesidade.
➢ Tratamento: medicamentoso, normalmente sem necessidade de terapia de
reposição de insulina, além de mudanças no estilo de vida.
➢ A resistência à insulina pode melhorar com redução de peso e/ou
farmacológica hipoglicemiante, mas raramente é restaurado ao normal.
American Diabetes Association, 2019;
Institute Diabetes Federation, 2019.
SBD, 2019
DIABETES GESTACIONAL
➢ Ocorre no segundo ou terceiro trimestre da gravidez em mulheres que não
eram diabéticas antes da gestação.
➢ Mulheres grávidas com diabetes gestacional podem ter bebês grandes para a
idade gestacional, aumentando o risco de complicações na gravidez e no parto,
tanto para a mãe e o bebê.
➢ Todas as grávidas devem fazer o teste oral de tolerância a
glicose: 50g glicose; se ≥ 140mg/dl outro teste para confirmar
diagnóstico→ entre a 24ª a 28ª semanas de gestação.

American Diabetes Association, 2019;


Institute Diabetes Federation, 2019.
DIABETES GESTACIONAL
➢Mulheres com histórico de diabetes gestacional devem ter triagem vitalícia
para o desenvolvimento de diabetes ou pré-diabetes pelo menos a cada 3 anos.
➢ Mulheres com histórico de diabetes gestacional se diagnosticadas com pré-
diabetes já devem receber intervenções intensivas de estilo de vida ou
metformina para prevenir diabetes.

American Diabetes Association, 2019;


Institute Diabetes Federation, 2019.
SBD, 2019
EXAMES LABORATORIAIS E CRITÉRIOS DE
DIAGNÓSTICOS
Exames que avaliam a glicemia servem para:

➢ Diagnosticar Diabetes;

➢Avaliar eficácia dos tratamento em Diabetes;

➢Avaliar Resistência à insulina.

American Diabetes Association, 2019;


Institute Diabetes Federation, 2019.
Sociedade Brasileira de Diabetes, 2016.
EXAMES LABORATORIAIS E CRITÉRIOS DE
DIAGNÓSTICOS
NORMAL PRÉ DIABETES DIABETES
Glicemia Jejum 70 – 99 mm/dL 100 – 125 mm/dL ≥ 126 mm/dL
TOTG 75g (2h após) < 140 mm/dL 141 – 199 mm/dL ≥ 200 mm/dL
HbA1c ≤ 5,6 % 5,7 a 6,4 % ≥ 6,5%
OU
Em um paciente com sintomas clássicos de hiperglicemia ou crise hiperglicêmica, uma
glicose plasmática aleatória de 200 mg / dL → principalmente nos casos de DM 1.
➢ Os mesmos critérios diagnósticos e valores de corte adotados em adultos são
utilizados em crianças e adolescentes.
American Diabetes Association, 2019; Institute Diabetes Federation, 2019; Sociedade Brasileira de Diabetes, 2016.
EXAMES LABORATORIAIS E CRITÉRIOS DE
DIAGNÓSTICOS
PRÉ DIABETES
É um termo cada vez mais usado para pessoas com tolerância à glicose
diminuída e/ou glicose de jejum aumentada. Isso significa um risco futuro de
desenvolvimento de diabetes tipo 2 e complicações relacionadas ao diabetes.

TRATAMENTO DIETÉTICO E MUDANÇA NO ESTILO DE VIDA

American Diabetes Association, 2019


EXAMES LABORATORIAIS VALOR DE REFERÊNCIA:
70 – 99 mg/dl
Exame de GLICEMIA EM JEJUM:

➢ Pré exame: jejum de 8 até 12 horas → O fígado produz glicose após 12 horas
de jejum.

➢ Sem privação de CHO nos últimos 3 dias

➢ Utilizado para diagnosticar Diabetes

➢ Não serve para avaliar tratamento → Valor pontual, lábil


American Diabetes Association, 2019.
EXAMES LABORATORIAIS
Exame de GLICEMIA EM JEJUM:
EXAMES LABORATORIAIS
Exame de TESTE ORAL DE TOLERÂNCIA À GLICOSE (TOTG 75G):

➢ Pré exame: jejum de 8horas

➢ Coleta de sangue o sangue em jejum → ingestão de 75g de glicose anidra


diluída em 250 a 300ml de água → coleta-se novamente o sangue após 30min,
60min, 90min, 120min após a ingestão.

➢ Indicação:
- Pacientes com glicemia em jejum aumentada
- GJ normal, porém ≥ 45 anos e presença de ≥ fatores de risco
- Histórico de Diabetes Gestacional American Diabetes Association, 2019.
EXAMES LABORATORIAIS
Exame de TESTE ORAL DE TOLERÂNCIA À GLICOSE (TOTG 75G):

➢ Pontos de corte:
TEMPO NORMAL TOLERANCIA DIABETES
DIMINUIDA À
GLICOSE (TDG)
Jejum ≤ 90 100 a 125 ≥ 126
30 minutos < 200 - ≥ 200
60 minutos < 200 - ≥ 200
120 minutos < 140 141 a 199 ≥ 200
American Diabetes Association, 2019.
EXAMES LABORATORIAIS
Exame de TESTE ORAL DE TOLERÂNCIA À GLICOSE (TOTG 75G):
EXAMES LABORATORIAIS
Exame de HEMOGLOBINA GLICADA (HbA1c):

➢ Avalia o produto de glicação espontânea da glicose com proteínas plasmáticas


(Hb);

➢Principal exame de controle do DM, para diagnóstico e avaliar tratamento:


avaliação bi ou trimestral;

➢Vantagens: boa correlação com os valores glicêmicos, não necessita de jejum


prévio, pouco afetado por alterações metabólicas pontuais (ex.: infecções);

➢ Desvantagem: custo e contra-indicado se a hemoglina estiver baixa (anemia).


American Diabetes Association, 2019.
EXAMES LABORATORIAIS
Exame de HEMOGLOBINA GLICADA (HbA1c):

PONTO DE CORTE:
< 5,6% → NORMAL
5,7 A 6,4% → PRÉ DIABETES
≥ 6,5% → DIABETES

American Diabetes Association, 2019.


EXAMES LABORATORIAIS
Exame de HEMOGLOBINA GLICADA (HbA1c):
EXAMES LABORATORIAIS
EXAMES LABORATORIAIS VALOR DE REFERÊNCIA:
205 – 285 umol/L
Exame de FRUTOSAMINAS:

➢ Semelhante a Hba1c, porem com glicação em albumina;

➢ Avalia média glicêmica dos últimos 15 dias;

➢ Contra-indicada em casos de hipoalbuminemia (hepatopatia, nefropatia);

➢ Utilizado para avaliar tratamento, porém não é utilizado para diagnóstico de


Diabetes.
EXAMES LABORATORIAIS
Exame de FRUTOSAMINAS:
EXAMES – GLICEMIA DOMICILIAR
(AUTOMONITORAMENTO)
EXAMES – GLICEMIA DOMICILIAR
(AUTOMONITORAMENTO)
➢Utilizada apenas para gerenciamento domiciliar do diabetes;
➢Técnica: Gota de sangue coletada da polpa digital e leitura da glicemia em
aparelho específico (glicosímetros);

➢Indicações: Diabéticos ou pré-diabéticos em geral, principalmente usuários


de insulina e gestantes diabéticas;

➢Limitações: Custo, desconforto, erros na técnica (calibragem caneta).


EXAMES LABORATORIAS – AVALIANDO A
INSULINA
Exames que avaliam a insulina servem para:

➢ Determinar tipo da diabetes;

➢ Avaliar produção da insulina;

➢Avaliar a ação da insulina.

American Diabetes Association, 2019.


Sociedade Brasileira de Diabetes
EXAMES LABORATORIAS – AVALIANDO A
INSULINA
Insulina em Jejum:
➢ Pré exame: jejum de 8 a 12h jejum, sem privação de Cho por 3 dias
➢ Atenção! A insulina tem 6min de meia vida (instável/labil) e não chega todo ao
sangue periférico

VALOR DE REFERÊNCIA: IDEAL:


2 a 25 mUI/mL 2 a 5 mUI/mL

American Diabetes Association, 2019.


Sociedade Brasileira de Diabetes
EXAMES LABORATORIAS – AVALIANDO A
INSULINA
Peptídeo – C:
➢ Fragmento liberado quando a pró-insulina é clivada dando origem à insulina
➢ Secretado na mesma quantidade que a insulina (1:1)
➢Uso na clínica médica (dosagem laboratorial):
– Avaliar reserva de produção de insulina
– Maior vida-média do que a insulina, dura 30min livre no sangue
- Mais estável e 100% atinge o sangue periférico
➢ É vasodilatador para entrar insulina no vaso e mais glicose.
American Diabetes Association, 2019.
Sociedade Brasileira de Diabetes
EXAMES LABORATORIAS – AVALIANDO A
INSULINA
Peptídeo – C:
➢ Padrão ouro para avaliar produção de insulina
➢Pré exame: jejum de 8 a 12h jejum, sem privação de Cho por 3 dias

VALOR DE REFERÊNCIA: IDEAL:


1,1 a 4,4 ng/mL 1,1 a 1,6 ng/mL

American Diabetes Association, 2019.


Sociedade Brasileira de Diabetes
EXAMES LABORATORIAS – AVALIANDO A
INSULINA
HOMA - IR:

➢ Mensura resistência a insulina.

➢ Avalia a resistência à insulina hepática (por usar a insulina em jejum)


➢ Pré exame: jejum de 8 a 12h jejum (calculado através dos valores de GJ e IJ).
➢ Para interpretar o exame no Brasil foi feito um ajuste para prática clinica,
porem não validado mas ajustado para nossa população.*

American Diabetes Association, 2019.


Sociedade Brasileira de Diabetes
EXAMES LABORATORIAS – AVALIANDO A
INSULINA
HOMA - IR: VALOR DE REFERÊNCIA
< 2,15 mmoL

FÓRMULA: INTERPRETAÇÃO (ajuste)*


Insulina em Jejum (mUI/ml) x GJ (mmol/L) 0,9 a 1,1 → ótima Sensibilidade a insulina
22,5 1,1 a 1,54 → boa sensibilidade a insulina
1,55 a 2,1 → RI leve
➢Para Converter a glicemia de mg/dl para
mmol/L: multiplicar o resultado obtido por 2,2 a 2,7 → RI moderada
0,0555
>2,7 mmoL → RI grave
American Diabetes Association, 2019.
Sociedade Brasileira de Diabetes
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
Aumento da secreção de Redução da produção hepática
insulina de glicose com menor ação
sensibilizadora da ação
Clorpromida insulínica
Glibenclamida
Glipizida
Metformina
Gliclazida
Glimepiridina *Depleta vitamina B12
SBD, 2018
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
Retardo da absorção de carboidratos Aumento do nível de GLP-1, com
aumento da síntese e da secreção de
Ascarbose insulina, além da redução de
_______________________________ glucagon

Aumento da sensibilidade à insulina Sitagliptina


em músculo, adipócito e hepatócito Vidagliptina
(sensibilizadores da insulina)
Linagliptina
Pioglitazona

SBD, 2018
TRATAMENTO INSULÍNICO
DM 1
➢ Na prática, a reposição insulínica é feita com uma insulina basal (cuja função é
evitar a lipólise e a liberação hepática de glicose no período interalimentar), uma
insulina durante as refeições (bolus de refeição) e doses de insulina necessárias
para corrigir hiperglicemias pré-prandiais ou de período interalimentar (bolus de
correção).
➢ A dose diária depende de idade, peso corporal, estágio puberal, duração e fase
do diabetes, estado do local de aplicação da insulina (presença de lipodistrofias),
ingestão de alimentos e sua distribuição, automonitoramento e HbA1c, rotina
diária, prática e intensidade da atividade física, bem como intercorrências
(infecções e dias de doença).
SBD, 2018
TRATAMENTO INSULÍNICO
Insulina função basal:
➢ Insulina NPH (neutral protamine Hagedorn):
- Aplicações de 2 a 4 vezes ao dia.
- Início da ação 1,5 a 2,0 horas, pico 6 a 10h (variável), tempo ação 12 a
15horas.
- Risco de hipoglicemia
➢ Insulina Detemir:
- Aplicações de 1 a 2 vezes ao dia.
- Tem um pico menor e ação, mas não tem ação de 24hrs SBD, 2018
TRATAMENTO INSULÍNICO
Insulina função basal:
➢ Insulina Glargina:
- Aplicação de 1 vez ao dia.
- Tem ação basal por 24 horas.

➢ Insulina análagos ultra lento:


- Aplicação de 1 vez ao dia.
- Início: 1,5 a 2horas, não tem pico, ação 20 a 24horas.
SBD, 2018
- Tem que ter horário fixo no dia para aplicar, não pode esquecer.
TRATAMENTO INSULÍNICO
Insulina função bolus: aplicações para um pico curto de ação (pré refeições), para
controlar hiperglicemia pós prandial.
➢ Regular: Início da ação de 30 a 60min, pico 3 a 4 horas, tempo de ação de 6 a 8
horas.

➢ Lispro, asparte, glulisina (analagos UR)

- administração 15 minutos antes das principais refeições ou logo ao


término.

- São análagos ultra rápidos, melhor para bolus.


SBD, 2018
- Inicio de ação: 5 a 15min, pico de 2horas, tempo de ação 3 a 5horas.

.
TRATAMENTO INSULÍNICO
Insulina análogos ultra ultra rápido
➢ Início da ação 1,5 a 2 horas, sem pico de ação, ação por 36 a 42 horas.

➢ Reaplicar a cada 24 hroas. Pode atrasar um pouco para aplicar, se esquecer.

➢ Apesar de ter ação superior a 24horas, mesmo replicando a 24horas não vem
a agravar e dar hipoglicemia.

SBD, 2018
INSULINA
➢ Hormônio proteico produzido pelas células beta-pancreáticas.
◦ Células beta = 1 a 2 % total células do pâncreas → tem a capacidade de
produzir insulina

➢Não é estocada por ser uma proteína instável.


➢ Controla a taxa de glicose no sangue.
➢ Favorece o metabolismo anabólico, glicogênese, lipogênese, síntese proteica,
crescimento celular.

CHAMPE, P. Efeitos metabólicos da insulina e do glucagon. In: Bioquímica ilustrada. 4ed – Porto Alegre: Artmed, 2009.
INSULINA
➢ Principal hormônio fase absortiva (pós-prandial).

➢ Estímulo para liberação: oferta energética


➢Carboidratos e proteínas são os nutrientes mais disparam insulina.

➢ Inibida: quando houver privação de oferta energética ou aumento do


consumo de energia (necessidade de acessar os estoques corporais).

CHAMPE, P. Efeitos metabólicos da insulina e do glucagon. In: Bioquímica ilustrada. 4ed – Porto Alegre: Artmed, 2009.
INSULINA
Resistência Insulínica:
➢ Incapacidade dos tecidos-alvos de responderem normalmente a ação da
insulina. Esta incapacidade se deve à dessensibilização dos receptores e
consequentemente comprometimento de grande parte das vias bioquímicas
reguladas por este hormônio.
➢ Aumento atividade células β para compensar mau funcionamento resultando
em normoglicemia (hiperinsulinemia compensatória).
➢ Glicemia normal às custas excesso insulina → mau prognóstico para DM2.
➢ Quando a RI se torna maior que a capacidade funcional e adaptativa das
células β inicia-se a deterioração da glicemia, que poderá progredir para o DM2.
CHAMPE, P. Efeitos metabólicos da insulina e do glucagon. In: Bioquímica ilustrada. 4ed – Porto Alegre: Artmed, 2009; SBD, 2016.
INSULINA
Resistência Insulínica:
➢ Sinal físico:

ACANTOSE
NIGRICANS

CHAMPE, P. Efeitos metabólicos da insulina e do glucagon. In: Bioquímica ilustrada. 4ed – Porto Alegre: Artmed, 2009; SBD, 2016.
HIPOGLICEMIA
➢ Hipoglicemia é a complicação aguda mais frequente no tratamento do diabetes.

➢ Não há consenso na literatura sobre o ponto de corte, mas em geral é utilizado o nível
de ≤ 55 mg/dl como um número consensual → sempre verificar sintomas de
neuroglicopenia;

➢ A glicemia em torno de 65-70 mg/dl levam à liberação de hormônios


contrareguladores (glucagon, adrenalina, cortisol, GH). Se os níveis glicêmicos caem
ainda mais (entre 50 e 55 mg/dl), surgem sintomas neuroglicopênicos.
American Diabetes Association, 2019;
Sociedade Brasileira de Diabetes, 2006.
HIPOGLICEMIA

American Diabetes Association, 2019; Sociedade Brasileira de Diabetes, 2006.


HIPOGLICEMIA
➢ Fatores que aumentam risco de hipoglicemia:
➢ Jejum: por atraso das refeições (comum jejum para testes ou
procedimentos)
➢ Durante e depois o consumo de álcool
➢ Durante e após exercícios intensos
➢ Durante o sono.

➢ CUIDADO com Crianças pequenas, especialmente pré-escolares, têm um


padrão irregular de alimentação, demonstrando durante seu desenvolvimento
períodos típicos de anorexia.
American Diabetes Association, 2019;
Sociedade Brasileira de Diabetes, 2006.
HIPERGLICEMIA
➢ Glicotoxicidade → Glicose livre no sangue é tóxica → Radical Livre que oxida o
meio.

➢ Fatores que aumentam a glicemia: alimentação e estresse.

➢ Hormônios que aumentam (hiperglicemiantes e contrarreguladores):


glucagon, cortisol, adrenalina.
INDÍCE E CARGA GLICÊMICA
➢ INDÍCE GLICÊMICO: impacto relativo do CHO presente nos alimentos na
concentração de glicose plasmática.
➢ Independente da quantidade do alimento
➢ IG a partir do pão francês ou glicose

➢ CARGA GLICÊMICA: produto do índice glicêmico (IG) e da quantidade de


carboidrato presente na porção de alimento consumido, comparado com o
alimento padrão.
➢ Avalia a Quantidade de alimento.

Sociedade Brasileira de Diabetes, 2016.


INDÍCE E CARGA GLICÊMICA
➢ Valores para a classificação dos alimentos de acordo com índice glicêmico e a carga
glicêmica.
Classificação IG do alimento (%) CG do alimento (g) CG diária (g)
Baixo ≤ 55 ≤ 10 < 80
Médio 56 a 69 11 a 19 -
Alto ≥ 70 ≥ 20 > 120

Brand-Miller e cools.

➢ A FAO/WHO (1998) reconhece a importância de se utilizar alimentos de baixo IG,


desde que seja levada em consideração a composição nutricional do alimento.
CARGA GLICÊMICA CG = IG x CHO
100
CÁLCULO DA CARGA GLICÊMICA
➢ Multiplica-se o IG do alimento pela quantidade de CHO e divide-se por 100.

➢ Exemplos:
1 – 50g de Arroz branco cozido: CG = 81 x 14 = 11,34 IG = Alto
100 CG = Baixo

2 – 220g de Maçã fuji: CG = 52 x 33 = 17,2


IG = Baixo
100
CG = Médio

Sociedade Brasileira de Diabetes, 2016.


INDÍCE E CARGA GLICÊMICA
➢ Ainda não existe um consenso entre os diversos órgãos de saúde mundiais, sobre a
recomendação do índice glicêmico (IG) e carga glicêmica (CG), como estratégia primária
para o planejamento do plano alimentar para pessoas com Diabetes Mellitus, pois,
questiona-se a relevância e praticidade destes métodos, havendo a necessidade de
realização de mais estudos de longa duração com alimentos de baixo IG e CG, no intuito
de avaliar seus efeitos na prevenção e tratamento de diversas doenças crônicas não
transmissíveis.

Sociedade Brasileira de Diabetes, 2016.

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