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Unidade Curricular: Nutrição na Produção de Alimentos

Professoras: Amanda Alcaraz da Silva


Andreia Giaretta
Elinete de Lima
CONCEITO

É uma doença crônica que


ocorre quando o pâncreas não
produz insulina suficiente ou
quando o corpo não consegue
usar efetivamente a insulina
que produz

(MOTA, STRUFALDI, 2019)


CLASSIFICAÇÃO

(MARREIRO et al., 2019)


HIPERGLICEMIA

Quando o paciente não sabe que tem diabetes é muito comum ocorrer a
HIPERGLICEMIA que é o aumento dos níveis de glicose no sangue

Glicosúria
(eliminação de
glicose pela
urina) ↓Pressão
Choque Coma Morte
sanguínea
Poliúria
Hiperglicemia
(↑produção de
urina)

Desidratação

(MOTA, STRUFALDI, 2019; SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2019-2020)


HIPOGLICEMIA
 Complicação aguda mais frequente em pessoas com DM 1 (comum durante a noite e logo a
acordar)

 Pode ser observada em pessoas com DM 2 tratadas com insulina, e menos comum naqueles
tratados com hipoglicemiantes orais
 HIPOGLICEMIA LEVE (50 - 70 mg/dl)

• Ingestão de 15 gramas de CHO  150 ml de suco comum ou


refrigerante comum ou 1 colher de sopa de açúcar

• Se a próxima refeição não for acontecer dentro do período de


1 h, realizar pequeno lanche imediatamente após o episódio

• É importante que o paciente esteja treinado a não tratar a


hipoglicemia utilizando chocolates, bolos e sanduíches

(SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2019-2020)


CRITÉRIOS LABORATORIAIS

Glicose em Glicose 2h após Glicose ao acaso HbA1c (%) Observações


jejum (mg/dL) sobrecarga com
75g de glicose
(mg/dL)
Normoglicemia < 100 < 140 - < 5,7% OMS emprega ponto de
corte 110mg/dL
Pré-diabetes ou risco ≥ 100 e < 126 ≥ 140 e < 200 - ≥ 5,7 e > 6,5 Positividade de qualquer
aumentado para DM parâmetro confirma pré-
diabetes
Diabete estabelecido ≥ 126 ≥ 200 ≥ 200 com ≥ 6,5 Positividade de qualquer
sintomas dos parâmetros confirma
inequívocos de diagnóstico. Na ausência
hiperglicemia de sintoma*, repetir os
exames
OMS: Organização Mundial da Saúde
* sintomas: poliúria, polidipsia, polifagia, perda de peso, visão turva, fadiga
Fonte: Diretrizes Brasileiras de Diabetes 2019-2020
METAS DE CONTROLE GLICÊMICO E HbA1c

(SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2019- 2020)C


EPIDEMIOLOGIA

 O Brasil é o 5º país em incidência de diabetes no mundo, com 15,7 milhões de


doentes adultos (20 a 79 anos), cerca de 10,5% da população (um em cada dez
adultos), perdendo apenas para China, Índia, Estados Unidos e Paquistão

 Quase um terço (32%) das pessoas que vivem com diabetes no Brasil não tem
diagnóstico

 Sem diagnóstico e tratamento adequado as pessoas apresentam maior risco para


infarto agudo do miocárdio (“ataque cardíaco), acidente vascular cerebral
(“derrame”), insuficiência renal, cegueira e amputação de membros inferiores

(FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE DIABETES, 2021)


CARBOIDRATOS
 Principal macronutriente que eleva glicemia, mas não somente

 Restringir não determina controle glicêmico

 Ingestão não deve ser inferior a 130g/dia

 ATENÇÃO: cuidado com o excesso de sacarose, que além do açúcar de adição, está presente em
alimentos industrializados

 Preferência: carboidratos complexos e integrais, com compostos bioativos, vitaminas e minerais


QUALIDADE DO MACRONUTRIENTE

 Fibras: ajudam a controlar a glicemia

 Leitura de rótulos

(MOTA, STRUFALDI, 2019; SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2019-2020)


CARBOIDRATOS

NÃO aumenta MAIS a glicemia do que outros CHO, quando


SACAROSE ingerida em quantidades equivalentes

 Inserida no contexto de uma dieta saudável


 Máximo 5 - 10 % da NET
 OMS (2014): 5 – 10 %
 SEMPRE LEMBRAR: doces e açúcares, em geral, não possuem fibras, vitaminas e minerais e pequenas porções
apresentam bastante calorias, sendo assim podem contribuir para o ganho de peso

Quando utilizada, deve substituir outra fonte de CHO


Se ADICIONADA, recomenda-se ajuste na prescrição dos fármacos (insulina,
hipoglicemiantes orais)

(MOTA, STRUFALDI, 2019; SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2019-2020)


CARBOIDRATOS

FRUTOSE NA FRUTA - Melhor controle glicêmico

 Deve-se limitar ou evitar o consumo de bebidas adoçadas (qualquer adoçante


calórico, incluindo a frutose, xarope de milho e sacarose) para reduzir o risco de
ganho de peso e piora do perfil cardiometabólico

EVITAR
ADICIONAR!

(MOTA, STRUFALDI, 2019; SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2019-2020)


CARBOIDRATOS

Em preparações doces, as frutas com menor quantidade disponível de


carboidratos são: morango, pitanga, amora, ameixa in natura e mirtilo (frutas
vermelhas); abacate, melão, kiwi, limão, maracujá e mamão
CARBOIDRATOS

 ÍNDICE GLICÊMICO
• Origem e composição do alimento, forma de preparo, tempo de cozimento,
teor de gorduras, proteínas, fibras, etc.

• É a velocidade em que o alimento é digerido e absorvido no TGI

Reflete o potencial de um
alimento aumentar a glicemia

Padrão pão Padrão glicose Aplicação clínica em DM é


ainda controversa, portanto, não
IG < 75 = baixo IG IG < 55 = baixo IG se recomenda como estratégia
IG > 95 = alto IG IG 56-69 = médio IG primária de tratamento
IG > 70 = alto IG

(MOTA, STRUFALDI, 2019; SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2019-2020)


(LAMOUNIER, 2020)
CARBOIDRATOS

 CARGA GLICÊMICA

Mede o impacto glicêmico da dieta. Considera a quantidade ingerida do


alimento na refeição e seu respectivo IG, a partir da equação:

CG = IG x teor de CHO disponível na porção / 100

Exemplo:
IG da banana: 52
Teor de CHO na porção: 24 g (120 g)
CG: 52 X 24/ 100 = 12 Pontos de corte da Carga
Padrão glicose
Glicêmica
IG ≥ 70 - alto
INTERPRETANDO CG < 10 = baixa
IG 56 – 69 - médio
CG 10 – 19 = média
IG < 55 - baixo
CG > 20 = alta
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2019-2020)
CARBOIDRATOS

Para auxiliar na consistência e volume do alimento, mas não aumentar a


quantidade carboidratos

 Incluir fontes de amido resistentes, como a BIOMASSA DE BANANA VERDE (sabor suave e atua como
espessante)

 Gomas, moléculas que dão consistência em gel aos alimentos; podem funcionar como espessantes,
ligantes ou geleificantes – goma xantana, agar agar, goma guar, pectina, chia, linhaça

 Gelatina sem sabor

Mousse de limão e chia


FIBRAS

 Mínimo 14 g/1.000 kcal a partir de ALIMENTOS! - prevenção


 Mínimo 20 g/1.000 kcal a partir de ALIMENTOS! - tratamento

• FIBRAS SOLÚVEIS: efeito benéfico na glicemia e metabolismo dos lipídios (interferem na


absorção), substrato energético para microbiota

• FIBRAS INSOLÚVEIS: contribuem para saciedade, controle do peso, saúde intestinal

 A qualidade do carboidrato (produtos integrais) é mensurada pela sua quantidade de


fibra!

Não exceder o limite de 50g/dia


LIPÍDIOS

As metas dietéticas para portadores de DM são as mesmas para


indivíduos com doença cardiovascular, já que os dois grupos
apresentam alto risco cardiovascular

↓Risco cardiovascular
↓ Marcadores inflamatórios
↑Sensibilidade à insulina

• Evitar alimentos ultraprocessados, principalmente os ricos em


gorduras trans/saturada e sódio;
• Substituir as gorduras saturadas e trans por gorduras insaturadas

(MOTA, STRUFALDI, 2019; SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2019-2020)


MACRONUTRIENTES E CONVERSÃO EM GLICOSE

Fonte: www.diabetes.org.br/publico/images/manual-de-contagem-de-
carboidrato2016.
MINERAIS

Em caso de deficiência, a suplementação melhora o


controle glicêmico
• ZINCO
A suplementação em caso de deficiência melhora a
glicemia de jejum, o perfil lipídico e a pressão arterial

• MAGNÉSIO

(PIRES; COZZOLINO, 2013 ; SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2019-2020)


ELETRÓLITOS

 SÓDIO
Consumo de sódio deve ser limitado a 2.000 mg/dia, o que
equivale a 5 g de sal de cozinha

MINISTÉRIO DA SAÚDE Associação Americana de Diabetes

• Consumo acima dessa meta • Portadores de DM


é causa importante de apresentam risco aumentado
hipertensão arterial para HAS e DCV e podem ter
benefícios com a adoção da
dieta DASH, que inclui a
redução no consumo de
sódio

(PIRES; COZZOLINO, 2013; SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2019-2020)


EDULCORANTES

 Substituem sacarose: redução valor calórico e glicemia

 Não são essenciais ao tratamento DM

 Favorecem convívio social e flexibilidade do plano alimentar

 Adoçantes aprovados no Brasil: sorbitol (natural), manitol, sacarina, ciclamato, aspartame,


estévia (natural), acessulfame de K, sucralose, neotame, taumatina (natural, fruta kamtefe
(Africana)– a mais doce -3 mil vezes mais doce que o açúcar), xilitol (natural), eritritol (natural)

 ATENÇÃO com a dose recomendada, incluindo os naturais (xilitol, sorbitol e eritritol) pois
podem causar flatulência e diarreia
Estévia

(SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2019-2020) Taumatina


EDULCORANTES

(MARREIRO et al., 2019)


EDULCORANTES

SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2019-2020


SUPLEMENTOS

• ↑ da translocação de GLUT4 (importante transportador de glicose)


 WHEY PROTEIN
• ↑ da captação celular de glicose
• Efeito hipoglicemiante
• Dose de 30g/dia

• ↑ a ação do GLUT4
 CREATINA • Melhora o controle glicêmico
• Suplementação por um período curto – estudo 12 semanas, dose
5g/dia

A possiblidade de prescrição como terapia alternativa parece ser efetiva e real, no


entanto há necessidade de mais estudos de boa qualidade para confirmação dos
resultados. Não há estudos com creatina por um período longo.
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2019-2020)
BEBIDAS ALCOÓLICAS

1 dose (medida equivale a 15 g de etanol)


RECOMENDAÇÃO 125 mL de vinho (1 taça) ou
INGESTÃO DIÁRIA 360 mL de cerveja (1 lata pequena) ou
Até 1 dose - mulheres 40 mL de destilados (1 dose com dosador padrão)
Até 2 doses - homens

AÇÕES DO ÁLCOOL NO ORGANISMO

 Alteração da homeostase glicêmica Consumo de bebidas


 ↑da resistência à insulina alcoólicas ↑ peso
 Hipertrigliceridemia corporal
 ↑Pressão arterial 1 g de álcool = 7kcal
 ↑ Peso corporal

Pires; Cozzolino, 2013; SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2019-2020


BEBIDAS ALCOÓLICAS

GLICOSE E
INSULINA

HIPOGLICEMIA
TIPO DE
CARBO
ou

SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2019-2020


RESUMINDO.....

 Cuidar com a quantidade de carboidratos ingeridos (simples ou complexos) –


Importante o auxílio do nutricionista

 As fontes de carboidratos derivados de frutas, vegetais, leite desnatado e grãos


integrais devem ser incluídos em uma dieta saudável

 O açúcar de mesa ou produtos contendo açúcar podem ser eventualmente


consumidos, desde que dentro de um plano alimentar

 Os adoçantes são alternativas quando da exclusão do açúcar


CURIOSIDADES
CURIOSIDADES
CURIOSIDADES

O QUE SÃO?

↓ de
no
mínimo
25%
AUTO CUIDADO
REFERÊNCIAS

BOLLA, A.M.; et al. Low-carb and ketogenic diets in type 1 and type 2 diabetes. Nutrients, v. 11, n. 962, p.1-14, 2019.
KELLY, T.; UNWIN, D.; FINUCANE, F. Low-carb diets in the management of obesity and type 2 diabetes: a review clinicians using the approach
in practice. Int. J. Environ. Res. Public Health, v. 17, p. 1-18 , 2020.
MARREIRO, D.N.; et al. Diabetes Melito. In: In: ROSSI, L.; POLTRIERI, F. (Org.). Tratado de Nutrição e Dietoterapia. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, p. 1251-68, 2019.
MOTA, J.F.; STRUFALDI, M.B. Diabete melito. In: CUPPARI, L. Nutrição Clínica no Adulto. São Paulo: Manole, 4ª ed., p.205-222, 2019.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2019-2020. São Paulo: AC Farmacêutica, 2019.
PIRES, L.V.; COZZOLINO, S.M.F. Aspectos bioquímicos e nutricionais do diabetes melito. In: COZZOLINO, S.M.F.; COMINETTI, C. Bases
bioquímicas e fisiológicas da nutrição nas diferentes fases da vida, na saúde e na doença. São Paulo: Manole, p. 864-911, 2013.
OBRIGADA!

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