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ABA PROFISSIONAL

Médico Endocrinologista graduado na UFPR

Professor Adjunto de Endocrinologia na Escola de Medicina da PUCPR

Mestre em Medicina Interna pela UFPR

Doutor em Ciências da Saúde pela PUCPR

Especialização em Diabetologia na Universidade Heinrich Heine (Alemanha)

Presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes – Paraná (2018-2019)

Vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes – Paraná (2020-2023)

Responsável pelo Programa de Diabetes no Departamento de Atenção Primária à


Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba

Membro Titulado da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM)

Aba para Currículo Lattes


http://lattes.cnpq.br/7768077890246296

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ABA DIABETES

O diabetes mellitus é uma doença crônica (doenças que não curam, mas tem
tratamento) que acomete aproximadamente 10% da população e caracteriza-se por
elevação nos níveis de açúcar no sangue. O diabetes mellitus pode determinar
alterações em olhos, rins, nervos, coração e cérebro.

Eu tenho diabetes?

Os sintomas típicos de diabetes mellitus são:


- urinar bastante
- muita sede
- muita fome
- perda de peso inexplicada
- cansaço fácil
- visão borrada
- levantar muito à noite para urinar

Habitualmente pacientes com diabetes NÃO apresentam sintomas, por isto


recomenda-se que todas as pessoas acima de 45 anos façam exames de rastreamento
para diagnosticar o diabetes mellitus.

Pode ser necessário realizar exames antes desta idade se estiver acima do peso
(sobrepeso ou obesidade) e com fatores de risco como história familiar, hipertensão
arterial, prediabetes, história de diabetes gestacional ou teve um filho que nasceu com
mais de 4 kg, síndrome dos ovários policísticos.

Quais os principais exames utilizados para o diagnóstico?

1. Glicemia de jejum
2. Hemoglobina glicada
3. Teste de tolerância oral à glicose (em situações especiais)

Existe um teste que pode determinar seu risco de ter diabetes. Clique abaixo para
calcular seu risco.

https://www.diabetes.org.br/calculadoras/findrisc/

O que é pré-diabetes?

O pré-diabetes é um estado intermediário no metabolismo da glicose e ocorre quando


ocorrem as seguintes alterações laboratoriais:

1. Glicemia de jejum entre 100 e 125 mg/dl


2. Hemoglobina glicada entre 5,7 e 6,4%
3. Teste de tolerância à glicose após 2 horas entre 140 e 199 mg/dl

Este é um estado que tem grande risco de evoluir para diabetes mellitus e mesmo
nesta situação já apresenta maior chance de desenvolver doenças cardiovasculares
como infarto agudo do miocárdio ou acidente vascular cerebral.

Esta é uma situação que é uma ótima janela de oportunidade para reverter todo este
quadro com mudança do estilo de vida através de alimentação adequada, prática de
atividades físicas e perda de peso.

Existem diferentes tipos de diabetes mellitus?

Sim. Classificamos o diabetes mellitus em 4 tipos principais.


1. Diabetes mellitus tipo 1 (em numeral arábico mesmo, antigamente se usava o
romano, mas foi mudado a nomenclatura desde 1997).

Esta forma de diabetes apresenta-se habitualmente na infância e adolescência, com


muitos sintomas e com necessidade de terapia com insulina desde o início do quadro.
Atualmente dispomos de muitos avanços no tratamento deste tipo de diabetes como
novas insulinas e novas tecnologias, que proporcionam melhor controle com mais
conforto e menos riscos.

2. Diabetes mellitus tipo 2

Esta é a forma mais comum de apresentação do diabetes mellitus, contando com 90 a


95% dos casos.
O perfil de apresentação é de pessoas habitualmente acima dos 40 anos, com forte
associação com obesidade (principalmente com aumento de circunferência
abdominal), sedentarismo, hipertensão arterial e doenças cardiovasculares.

3. Diabetes mellitus gestacional

Esta é a denominação que damos para quem faz diagnóstico de diabetes mellitus na
gestação. Por definição esta forma de diabetes desaparece após o parto, mas este é
um fator de risco importante para o aparecimento do diabetes mellitus tipo 2
posteriormente. Eventualmente pode acontecer da pessoa já ter o diabetes mellitus
tipo 2, mas apenas foi diagnosticado na gestação. Exames muito alterados já no início
da gravidez podem sugerir esta situação.

4. Outros tipos de diabetes mellitus

Esta são as apresentações menos comuns de diabetes e tem causas bem específicas
como causas genéticas de diabetes (“MODY”), doenças do pâncreas (pancreatite,
tumores, fibrose cística), secundário a outras doenças endócrinas como acromegalia
(excesso do hormônio do crescimento), hipertireoidismo e síndrome de Cushing
(excesso de corticoides) e secundário a alguns medicamentos.

Termos médicos em diabetes que devo saber:

Hemoglobina glicada (A1c): é o exame considerado o padrão ouro no controle do


diabetes, avalia a média dos níveis glicêmicos nos últimos 3 meses. As metas são
individualizadas, mas habitualmente é considerada ideal se abaixo de 7%.

Hiperglicemia: níveis de glicemia elevados, habitualmente acima de 180 mg/dl.

Hipoglicemia: níveis de glicemia mais baixos, consideramos hipoglicemia se abaixo de


70 mg/dl (hipoglicemia nível 1, se abaixo de 56 mg/dl consideramos hipoglicemia nível
2).
Alvo glicêmico: é a meta que esperamos ter de glicemia. Pode ser individualizado de
acordo com seu estado clínico e idade, mas habitualmente em jejum e antes das
refeições deve ser de 70 a 130 mg/dl e 2 horas após as refeições até 180 mg/dl.

Tempo no alvo (“time in range”): para pessoas que fazem monitoramento contínuo de
glicemia usamos a definição de tempo que a pessoa passa com a glicemia entre 70 e
180 mg/dl, sendo considerado níveis ideais se estiver mais de 70% do tempo neste
intervalo.

Resistência insulínica: a insulina é produzida no pâncreas e tem o papel de colocar as


moléculas de glicose dentro das células. O excesso de peso e gordura corporal fazem
com que a ação da insulina em seus receptores nas células seja menos efetiva. A isto
chamamos de resistência insulínica. A consequência deste fenômeno é que o pâncreas
tem que produzir mais insulina.

Exames que devo fazer regularmente:

Hemoglobina glicada: habitualmente deve ser feito a cada 3 meses, pois é o intervalo
de tempo que é refletido por este exame. Pessoas com diabetes muito bem controlado
podem fazer 2 vezes ao ano e por outro lado, se o controle estiver muito ruim podem
faze mais vezes.

Perfil lipídico: são os níveis de colesterol total, HDL-colesterol, LDL-colesterol e


triglicerídeos. Devem ser feitos pelo menos uma vez ao ano, se estiverem em níveis
adequados.

Exames de função renal: exame de sangue com a dosagem de creatinina e de urina de


relação albumina-creatinina urinária (antigamente chamado de microlbuminúria)
deves ser feitos pelo menos uma vez ao ano.

Exame dos olhos: anualmente deve-se consultar com o oftalmologista para avaliar
com está sua retina, mesmo que sinta que sua visão está perfeita. Intervalos menores
podem ser necessários de acordo com seus achados clínicos.

Pressão arterial: deve ser aferida em todas as consultas médicas.

Peso, índice de massa corporal e medida de circunferência abdominal: deve ser


aferida em todas as consultas médicas.

Exame dos pés: o exame dos pés é um exame indolor em que se tem avaliado a
circulação através da palpação de pulsos e a sensibilidade através do monofilamento e
diapasão minimamente. Pelo menos uma vez ao ano você tem que ter seus pés
examinados por um médico ou um enfermeiro.

Avaliação com dentista: pessoas com diabetes podem ter alguns problemas
odontológicos mais frequentemente, principalmente doença periodontal e necessitam
avaliação anual com dentista.
Avaliação cardiológica: alguns exames simples como o eletrocardiograma, por
exemplo, podem ser solicitados pelo endocrinologista ou o médico clínico.
Dependendo da avaliação do clínico pode ser necessário uma avaliação especializada
com um cardiologista.

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