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das doenças
DE EDUCAÇÃO
crônicas não
PERMANENTE transmissíveis
EM SAÚDE na Atenção
DA FAMÍLIA Primária à Saúde
UNIDADE 2
Diabetes mellitus
e obesidade
Leonardo Aarestrup de
Aquino e Sousa
Frederico Fernando
Esteche
Aula 1: Diagnóstico e rastreamento da
diabetes mellitus
Primeiramente, não podemos esquecer que a diabetes mellitus (DM) é uma CONDIÇÃO
CRÔNICA, caracterizada por HIPERGLICEMIA CRÔNICA, com uma base de defeito hormonal
comum nos distintos tipos de DM (veremos mais adiante a classificação), que é a DEFICIÊNCIA
INSULÍNICA, absoluta (DM tipo I) ou relativa no contexto de resistência periférica (DM tipo 2)
(GOLDMAN; AUSIELLO, 2005).
Classificação e etiologia da DM
Vamos começar com um teste? Preencha a tabela interativa que está no AVASUS.
Tabela interativa
Depois desta viagem, podemos pensar a respeito de fatores de risco para o desenvolvimen-
to da diabetes mellitus.
• Fatores genéticos: a incidência aumentada entre membros de uma família com histórico
de DM, informação enfatizada pelo dado de que em gêmeos idênticos exibi-se uma taxa de
concordância entre 30-40%, fundamentalmente no DM I. Porém sabe-se que, no DM 2, ape-
sar de sua característica poligênica, existe o fator de agregação familiar, o que sugere uma
combinação de fatores genéticos e de fatores ambientais predisponentes.
• Fatores ambientais: epidemias de caxumba, rubéola congênita e infecções pelo vírus Cox-
sackie foram associados a um aumento de frequência de DM tipo I.
• Fatores autoimunes: cerca de 80% dos pacientes com DM tipo 1 recente apresentam anti-
corpos anticélulas das ilhotas.
POLIúria
POLIfagia
POLIdipsia
Perda de peso
Astenia
Rastreamento
O U.S Preventive Services Task Force recomenda rastreamento apenas para pacientes assin-
tomáticos que tenham pressão arterial sistólica (PAS) maior que 135 mmHg ou pressão arte-
rial diastólica (PAD) maior que 80 mmHg, ambas sustentadas.
1- sedentarismo;
Glicemia em Glicemia
2h após sobrecarga HbA1c
jejum casual
NORMAL < 100 mg/dl < 140 mg/dl < 5,7%
PRÉ-DIABETES Glicemia de 100-125 mg/dl < 140 mg/dl 5,7-6,4%
jejum alterada
Baixa tolerância 100-125 mg/dl 140-199 mg/dl 5,7-6,4%
à glicose
DIABETES >= 126 mg/dl > 200 mg/dl >= 200 mg/dl >= 6,5%
com sintomas
Mais recentemente, a hemoglobina glicada (HbA1c) foi recomendada como alternativa para
o diagnóstico. Devido a sua baixa sensibilidade, com relação às glicemias, ela não é substi-
tutiva aos exames clássicos.
Vamos ver o que dona Ednelza conversou com a sua filha e sua neta sobre os hábitos de vida
de pessoas diabéticas? Veja na animação que está no AVASUS.
ANIMAÇÃO 2
Na próxima aula, vamos ver um pouco sobre os cuidados com os pacientes diabéticos, como
a dona Ednelza da nossa situação problema.
Uma das principais atribuições da APS em relação a pacientes com diabetes mellitus é a
prevenção de complicações que esta doença pode acarretar. A tarefa é enorme, mas as pos-
sibilidades de serem trabalhadas também são.
Façamos o seguinte exercício: pense quais são nossas metas ao cuidarmos de uma pessoa
com DM. Já pensou? Lembra-se do dr. Fábio da situação problema? Ele vai nos explicar algu-
mas coisas. Veja nos quadrinhos a seguir.
Como vimos na primeira aula, o excesso de peso e a obesidade têm um papel importante na
fisiopatogênese da DM, por meio da resistência periférica à insulina. Portanto, controlar o
peso é uma medida terapêutica e preventiva. O controle do peso está determinado por dois
elementos fundamentais: educação nutricional e a prática de exercícios físicos.
Outro elemento importante a ser examinado são os pés: PULSO, ECTOSCOPIA E SENSIBILI-
DADE, REFLEXÕES e PRESSÃO.
Veremos a técnica desse teste mais adiante! Fique atento para não perder.
Ainda no exame físico, a aferição da pressão arterial (PA) pode nos informar algumas situ-
ações que deverão ser monitoradas pelo profissional da educação física. Aferir a PA com a
pessoa deitada primeiramente e, depois, em pé, apresentando uma hipotensão postural
(queda na PA sistólica > 20 mmHg após assumir a posição ortostática), nos faz pensar em
perda da autonomia, e isso deverá ser melhor estudado.
A fundoscopia (exame de fundo de olho) também deverá ser realizado, pois a retinopa-
tia diabética pode ser um fator complicador para realizar exercícios físicos. Veremos mais
detalhadamente esse assunto adiante. Agora que já examinamos, vamos conhecer algumas
orientações sobre a melhor forma de se exercitar.
Com relação aos exercícios que visam hipertrofia muscular, o recomendado é que sejam
realizados 2-3 vezes por semana, sempre supervisionado pelo educador físico. E agora? Já se
sente mais capacitado para dar as orientações iniciais sobre a prática de exercícios físicos?
Reforçamos que o profissional da Nutrição é o mais capacitado para nos ajudar a construir
esse plano de educação alimentar. Lembrando que esse plano dever ser individualizado e
que as pessoas portadoras de DM não precisam de alimentos “especiais”.
1- Fracionar a dieta diária com pequenos lanches no dia, reduzindo as quantidades de alimentos das refei-
ções principais.
2- Reduzir progressivamente o consumo de alimentos industrializados, substituindo-os por alimentos
naturais e preparações caseiras.
3- Dar preferência a alimentos com menor teor de gorduras. Por exemplo, ao comprar pães, escolha o
mais simples, como o ciabatta, baguettes...
Temos muita coisa para aprender uns com os outros. Que tal se toda a equipe junto com o
NASF se sentasse para aprofundar mais esses temas de campos comuns, na especificidade
de cada núcleo de conhecimento? #ficaadica!
Vamos conhecer um pouco mais sobre como utilizar o estesiômetro (Figura 3)?
Vídeo 1
Fase Moderada (Não Proliferativa) - Nesta fase, alguns vasos sanguíneos são
bloqueados.
Fase Severa (Não Proliferativa) - Mais vasos sanguíneos são bloqueados e várias
regiões da retina param de receber sangue. Com isso, elas não recebem o oxigê-
nio suficientes e enviam sinais ao organismo para formar novos vasos para sua
nutrição (neovascularização).
3) A presença dos vasos sanguíneos com defeito não causa sintomas ou perda
de visão. Por terem paredes frágeis, podem se romper e espalhar sangue pela
cavidade vítrea. Isso sim resulta em perda de visão.
4) Para evitar os problemas de visão, além de manter um bom controle dos níveis
glicêmicos, todo paciente com diabetes tipo 1 ou 2 deve fazer o exame do fundo
de olho pelo menos uma vez por ano.
(SBEM, 2018b)
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Leia o material que revisa a técnica de fundoscopia. Está imperdível e foi
elaborado pelo corpo docente da UFC (Jailton Vieira Silva, Bruno Fortaleza
de Aquino Ferreira, Hugo Siquera Robert Pinto). Você encontra o material
Princípios da oftalmologia. Fundoscopia direta na nossa biblioteca virtual.
Nefropatia diabética
A nefropatia diabética é uma alteração nos vasos sanguíneos dos rins, que leva à perda de
proteína por meio da urina. Nessa complicação, o órgão pode reduzir sua função lentamen-
te, porém, de forma progressiva, até a paralisação total. Contudo, esse quadro é controlável
e existem exames para detectar o problema ainda no início:
(SBEM, 2018a)
Sabidamente, a obesidade pode ser de causas primárias (determinada pelo excesso de calo-
rias consumidas) e secundárias a outras causas. Nesta aula, vamos nos deter na obesidade
por excesso de calorias.
Apesar de suas limitações, o IMC (Índice de Massa Corpórea) ainda é a principal forma de
se rastrear obesidade. Esse índice é calculado por meio da seguinte fórmula:
Fonte: <http://1.bp.blogspot.com/-cdfD4EevSg0/VY1wU7vPNHI/AAAAAAAAAYc/g7iDEEAfrTw/s1600/tabela%2B-
circunferencia.jpg>. Acesso em: 21 maio 2018.
ESTÁGIOS
Pré-contemplação:
- É comum que não percebam ou recusem o risco, ou ainda que decidam por
alguma razão não adotar o padrão.
Contemplação:
Ação:
Manutenção:
Recaída:
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Muito se tem debatido sobre o grau da intervenção desejável para o tratamento da obesida-
de. O fato é que os consensos indicam tratar mais intensamente aquelas pessoas com ris-
cos aumentados. A combinação de medidas não farmacológicas e as farmacológicas serão
sempre opções a se considerar.
O uso de medicamentos está melhor descrito em pessoas com IMC superior a 30 kg/m2 ou
com IMC entre 25 e 30 kg/m2 com comorbidades. A perda de peso associada à medicação é
modesta, em torno de 5 kg (GUSSO; CERRATI, 2012).
Portanto, podemos avaliar que, ao traçar metas, mais importante que concentrar-se apenas
na perda de quilogramas, é mais saudável estabelecer planos para uma mudança no estilo
de vida (o que pode promover como consequência a redução efetiva do peso).