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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO E ASSUNTOS COMUNITÁRIOS


DEPARTAMENTO DE MEDICINA INTERNA

PRÓ-REITORA DE EXTENSÃO
Lúcia de Fátima Guerra Ferreira

DIRETOR DO CENTRO DE CIÊNCIAS MÉDICAS


Marco Antonio de Vivo Barros

CHEFE DE DEPARTAMENTO DE MEDICINA INTERNA (DMI)


Jacicarlos Lima de Alencar

AUTORAS

ENFERMEIRA – AMBULATÓRIO DE DIABETES


Fátima Moreira

PROFESSORA – ENDOCRINOLOGIA - DMI


Rosália Gouveia Filizola

Capa
Rosália Gouveia Filizola e Tatiana Filizola Dantas Carneiro

Diagramação
Gleydson Francisco

Colaboração
Bernardina Silva de Carvalho (PRAC/UFPB)
SUMÁRIO

Prefácio....................................................................................3
Apresentação: A amorosidade no fazer cotidiano de práticas
extensionistas transformadoras ..............................................4
1. Introdução...............................................................................5
2. O que é diabetes gestacional (DG)?.........................................6
3. O que causa o DG?...................................................................6
4. Quem tem mais risco de ter DG?.............................................6
5. Quando é diagnosticado o DG?...............................................7
6. Qual o tratamento?.................................................................7
7. Como posso saber se a glicemia está controlada durante a
gravidez?.................................................................................9
8. O que pode acontecer com meu bebê?..................................9
9. Meu bebê pode nascer com diabetes?...................................9
10. O diabetes gestacional pode afetar a minha saúde?............10
11. Hipoglicemia (HIPO)..............................................................10
12. É necessário antecipar a data do parto?...............................11
13. Tenho chance de ficar diabética depois que o bebê nascer?.11

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Prefácio

Em nossa prática cotidiana junto à mulher diabética durante a


gestação nos deparamos com questões e angústias recorrentes por
parte delas.
A percepção da necessidade de estarmos mais próximas a essas
mulheres levou-nos a criar o Programa de Assistência Especial à
Gestante com Diabetes no Hospital Universitário da UFPB (PAGU), com
o apoio da PRAC. Deste projeto nasceu este livreto educativo que tenta
ser simples e responder às dúvidas mais frequentes apresentadas pelas
pacientes.
Esperamos que lhes seja útil, pois a saúde e o bem estar do
paciente constituem o princípio e o fim, e, enfim, a bússola que norteia
a nossa práxis.

Drª Rosália Gouveia Filizola

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Apresentação
A amorosidade no fazer cotidiano de práticas extensionistas transformadoras
Este livreto informativo faz parte das ações de extensão do
Programa de Atendimento Especial às Gestantes com Diabetes, no
Hospital Universitário Lauro Wanderley da Universidade Federal da
Paraíba, e que tem como propósito esclarecer, orientar, apoiar e
compartilhar com gestantes diabéticas, experiências de desafios e
dificuldades pelas quais elas passam. Num gesto de amorosidade, as
autoras buscam consolidar a prática do bem comum como atitude ética,
solidária e de compromisso profissional.
Nós nos alegramos por conhecer atitudes e práticas profissionais
humanizadoras que buscam o ser mais, uma vez que a prática do bem
não está sujeita aos impulsos naturais da sua simpatia ou da sua
amizade pessoal. O mérito do bem é que ele seja praticado em favor de
um semelhante – este “outro” que passa pelo nosso caminho, cujo
nome nem precisamos saber, cuja posição é bom desconhecer. Venha
ele de onde vier, quem quer que ele seja, é espécie humana.
Amar o trabalho, trabalhar sempre com e por amor. Fazer com
amor aquilo que nos propomos fazer é renovar-nos a cada instante. É
crescer na nossa própria dignidade, é construir, com a inteligência e o
coração, o mundo no qual habitamos e do qual somos sócios efetivos.
Este material escrito de forma simples e bem didática, certamente,
será um instrumento para essas gestantes assimilarem mecanismos para
construírem o conhecimento pertinente, necessário à melhoria da
qualidade de vida e prevenção das insidiosas consequências do diabetes
gestacional quando não tratado. Para isso, a equipe de profissionais se
apóia na dialogicidade para estabelecer a escuta como mecanismo que
valoriza as vozes das gestantes e que, muitas vezes, em meio às
intempéries e adversidades da vida, procuram, durante o atendimento
clínico, também atingir o apogeu da saúde emocional, tão importante a
quem se propõe contribuir com a perpetuação da espécie humana.

Bernardina Carvalho
PEPEJA/PRAC/UFPB

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1. INTRODUÇÃO

Para o seu bom funcionamento, o nosso corpo precisa de muitas


substâncias chamadas de nutrientes (vitaminas, proteínas, minerais,
gordura e carboidratos). Todas elas vêm dos alimentos que
comemos.
Mas em se tratando de diabetes precisamos falar da glicose e de
outra substância muito importante, a insulina.

A glicose (açúcar): depois da


digestão, os alimentos que
comemos principalmente os
carboidratos (arroz, feijão,
pão, inhame, macaxeira etc.)
e as frutas se transforma em
açúcar e vai para o sangue.
Mas a glicose precisa sair do
sangue e entrar nas células
para fornecer energia ao
nosso corpo.

A insulina é um hormônio fabricado pelo pâncreas. É ela quem


tira o açúcar do sangue e leva para dentro das células do corpo.
As células são como pequenas casas. O nosso corpo tem milhões
dessas “casinhas” e todas precisam da glicose. A insulina é como
se fosse a chave que vai abrir a porta de cada “casinha” para a
glicose entrar e lá dentro se transformar em energia. Como o
carro precisa de combustível para funcionar, o nosso corpo
precisa da insulina para utilizar a energia que vem da glicose.

O diabetes acontece quando o pâncreas:


Deixa de fabricar insulina.
Fabrica pouca insulina ou
Quando a insulina fabricada não age bem.

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Se a insulina é pouca ou se não age bem, isso significa que não
terá “chaves” suficientes para tirar o açúcar do sangue e levar para
dentro das “casinhas”. Dessa forma o açúcar ou glicose vai se
acumular no sangue e chegar a valores acima do normal.

Glicose normal em jejum na gravidez = 70 a 95 mg/dl

Existem 3 tipos de diabetes:


Diabetes tipo 1: é o diabetes que acomete crianças, adolescentes
ou adultos jovens.
Diabetes tipo 2: é o que ocorre com mais frequência em adultos e
idosos.
Diabetes gestacional.

2. O QUE É DIABETES GESTACIONAL (DG)?

DG é a elevação da taxa de açúcar do sangue (glicemia) que


acontece apenas durante a gravidez e em geral desaparece depois
no parto. É detectada com mais frequência a partir da 24ª semana
de gestação. Apenas um pequeno número de mulheres é afetado:
oito em cada 100 gestantes têm DG.

3. O QUE CAUSA DG?

O que causa DG são os hormônios da placenta que estão em


níveis mais elevados a partir da 24ª semana de gestação. Esses
hormônios fazem com que a insulina seja menos eficaz. Isto é
chamado de “resistência à insulina”. Se a insulina não age de modo
adequado, a glicemia se eleva.

4. QUEM TEM MAIS RISCO DE TER DG?

As chances de ter DG aumentam em gestantes que:


Têm diabetes na família.

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Tiveram bebê com peso acima de 4 quilos.
Estão obesas.
Tem mais de 25 anos.
Tiveram DG em gravidez anterior.
Têm ou tiveram ovário policístico.

5. QUANDO É DIAGNOSTICADO O DG?

Considerando a história da gestante e após analisar os resultados


dos exames de glicemia e do TOTG (teste oral com 75g), o médico
confirmará o diagnóstico de DG se:

A glicemia em qualquer momento do dia for igual a 176 mg/dl .

O resultado do TOTG (teste oral com 75g): se a glicemia em


jejum estiver acima de 110 ou 2 h após a ingestão de um
líquido açucarado for 140mg/dl ou acima.

6. QUAL O TRATAMENTO PARA DG?

O tratamento se baseia em três


pontos: plano alimentar, exercício físico e
medicação (insulina).

Plano alimentar

O tipo e a quantidade do que você come irá afetar a glicemia.


O nutricionista irá lhe orientar sobre o seu plano alimentar.
Os objetivos do plano alimentar neste período são:
Fornecer os nutrientes necessários para você e o seu bebê.
Manter a glicemia normal.
Permitir o adequado ganho de peso.

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Quanto ao uso de adoçantes, durante a gravidez não há contra-
indicação. Contudo recomenda-se utilizá-los na menor quantidade
possível.

Exercício físico

O exercício físico irá ajudar no controle da glicose.

Só inicie o exercício físico após a orientação do seu médico.

Medicação

Quando você tem DG, a insulina que


o pâncreas produz não está agindo bem.
Algumas gestantes não conseguem um
bom controle da glicemia mesmo
seguindo o plano alimentar e fazendo
exercício. Nesses casos, é preciso tomar
insulina para um melhor controle da
glicemia. Os anti-diabéticos orais
(comprimidos) não podem ser usados
para tratar o diabetes gestacional.
A insulina prescrita pelo seu médico
é semelhante a que o corpo produz e tem a mesma função: controlar
a taxa de açúcar no sangue.
Caso você precise tomar insulina, receberá treinamento da
enfermeira educadora em diabetes.

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7. COMO POSSO SABER SE A GLICEMIA ESTÁ CONTROLADA
DURANTE A GRAVIDEZ?

Além dos exames de laboratório que


são feitos de rotina, é muito importante
que você faça a monitorização da glicemia
( teste da ponta do dedo) usando um
glicosímetro.
A glicemia deve estar controlada não
apenas em jejum, mas antes e depois de cada refeição. Por isso é
necessário fazer o exame várias vezes ao dia. A quantidade de
exames por dia depende do grau de controle e do tipo de tratamento
de cada gestante.

Metas de controle da glicemia


Em jejum: de 60 a 95 mg/dl
Uma hora após refeição: até 140 mg/dl

8. O QUE PODE ACONTECER COM MEU BEBÊ?

Se a glicemia for controlada durante a gravidez, seu bebê será


saudável. Do contrário pode acontecer:

Macrossomia (bebê muito grande): se a glicemia da mãe se


mantiver elevada, muita glicose vai para o bebê e faz com que ele
fabrique muita insulina para utilizar o excesso de glicose. Assim, ele
cresce além do esperado.
Hipoglicemia (glicose baixa): logo após o parto a glicemia do
bebê pode baixar.
Problema respiratório e icterícia (pele amarelada) porque o
bebê não está suficientemente maduro.

9. MEU BEBÊ PODE NASCER COM DIABETES?

Não. Diabetes gestacional não causa diabetes no bebê.

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10. O DIABETES GESTACIONAL PODE AFETAR A MINHA SAÚDE?

Se sua glicemia não estiver bem controlada alguns problemas


podem acontecer:
Pré-eclâmpsia: pressão alta, inchaço e perda de proteína na urina;
Polidrâmnio: grande quantidade de líquido amniótico (o líquido
que envolve o bebê);
Traumatismo na hora do parto.

O bom controle da glicemia pode evitar esses problemas

11. HIPOGLICEMIA (HIPO)

A Hipoglicemia acontece quando a taxa de glicose é está abaixo


de 70mg/ dl. Os sintomas mais comuns da hipo são: suor frio,
tremor, tontura, batimento acelerado do coração.
Quando esses sintomas aparecerem, se possível, faça uma
glicemia. Se estiver abaixo de 70, trate tomando um copo de garapa
(com 1 colher de sopa de açúcar), ou 1 colher de sopa de mel ou 1
copo de leite desnatado ou 1 copo de refrigerante comum.

As causas da hipo são:


Não comer o suficiente.
Pular ou atrasar uma refeição.
Fazer exercício mais que o habitual.
Tomar insulina na dose maior que a prescrita.

Para evitar hipo:


Coma a quantidade certa.
Não pule ou atrase a hora da refeição.
Tome a dose correta da insulina.

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12. É NECESSÁRIO ANTECIPAR A DATA DO PARTO?

Se a glicemia e a pressão arterial estiverem bem controladas


além de outras condições relacionadas à gravidez, não é necessário
antecipar a data do parto.

13. TENHO CHANCE DE FICAR DIABÉTICA DEPOIS QUE O BEBÊ


NASCER?

As mulheres que tiveram diabetes gestacional apresentam uma


chance aumentada de ter Diabetes tipo 2 no futuro. Por isso, dois
meses depois do parto você deve retornar ao endocrinologista para
avaliação.
Para evitar ou retardar o aparecimento do diabetes, a mulher
deve fazer exercício, ter alimentação saudável e manter o peso
normal.

João Pessoa
2011

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