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MFC – RESUMO POR JULIANA BENÍCIO 1

HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA:


Nova classificação (Diretriz 2020):

Tratamento medicamentoso:
 O tratamento medicamentoso deve se associar às medidas não medicamentosas, e as classes
de anti-hipertensivos preferenciais para o uso em monoterapia ou combinação são:
- Diuréticos tiazídico (DIU); ou similar
- Bloqueadores dos canais de cálcio (BCC);
- Inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA);
- Bloqueadores dos receptores da angiotensina II (BRA);
- Betabloqueadores (BB), com indicações específicas.
 A combinação de fármacos é a estratégia inicial recomendada para hipertensos estágio 1 de
moderado e alto risco e estágios 2 e 3, preferencialmente em comprimido único.
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- O início do tratamento com combinação de dois


fármacos deve ser feito com um IECA, ou BRA, Os BB são úteis quando há certas
associado a DIU tiazídico ou similar ou BCC. Em condições clínicas específicas: pós-
pacientes de alto risco não obesos, as combinações infarto agudo do miocárdio (IAM) e
com BCC são as preferenciais. angina do peito, IC com fração de
 A monoterapia deve ser considerada para hipertensos ejeção reduzida (ICFEr), para o controle
estágio 1 de baixo risco e para bem idosos e/ou da frequência cardíaca (FC) e em
indivíduos frágeis. mulheres com potencial de engravidar.
 Quando não se atinge o controle da PA com
combinação de dois fármacos, deve ser prescrita a
combinação de três fármacos, habitualmente um IECA, ou BRA, associado a DIU tiazídico ou
similar e BCC; caso necessário, acrescentar espironolactona em seguida.
 Exemplos de medicações:
- Diuréticos tiazídicos e similares: Hidroclorotiazida, 25-50 mg/d, 1 cp
- Diuréticos de alça: Furosemida, 20-240 mg/d, 1-3 cp
→ Utilizada em insuficiência renal crônica (IRC), insuficiência cardíaca congestiva (ICC) e
estados de retenção de líquidos (edema).
- Diuréticos poupadores de potássio: Espironolactona, 25-100 mg/d, 1-2 cp
- BCC dihidropiridínicos:
→ Anlodipino, 2,5-10 mg/d, 1 cp
→ Nifedipino, 10-60 mg/d, 1-3 cp
→ Evite o uso em pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida.
- BCC não dihidropiridínicos:
→ Diltiazem, 80-240 mg/d, 1-2 cp
→ Verapamil, 120-360 mg/d, 1-2 cp
- IECA:
→ Captopril, 25-150 mg/d, 2-3 cp
→ Enalapril, 5-40 mg/d, 1-2 cp
→ Evite o uso em mulheres em idade fértil, pois há grande risco de malformações fetais e outras
complicações na gestação.
→ Contraindicada em associação a outros inibidores do sistema renina-angiotensina-
aldosterona, exceto espironolactona na ICC.
→ Risco de hiperpotassemia em pacientes com insuficiência renal ou que estejam recebendo
suplementação de potássio.
- BRA:
→ Losartana, 50-100 mg/d, 1-2 cp
→ Valsartana, 80-320 mg/d, 1cp
→ Olmesartana, 20-40 mg/d, 1 cp
→ Mesmas recomendações feitas aos IECA.
- BB não cardiosseletivos: Propranolol, 80-320 mg/d, 2-3 cp
→ A retirada abrupta dos BB deve ser evitada, pois pode provocar taquicardia reflexa e mal-
estar.
- BB cardiosseletivos:
→ Atenolol, 50-100 mg/d, 1-2 cp
→ Metoprolol, 50-200 mg/d, 1 cp
→ Nebivolol, 2,5-10 mg/d, 1 cp
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ITU MA GRAVIDEZ:
 Principal agente → Escherichia coli
 Bacteriúria assintomática: presença de mais de 100.000 UFC/ml da mesma bactéria, em cultura
de jato médio;
- OU mais de 100.000 UFC em cultura de urina coletada por cateterismo vesical.

- Se não for tratada, evolui para pielonefrite em 20 a 30% das vezes, e se for adequadamente
tratada, essa evolução ocorrerá somente em 1 a 1,5% das gestantes.
- Fatores de risco: imunoglobinopatias, anemia, hipertensão arterial, diabetes mellitus, anormali-
dades do trato urinário e tabagismo.
- Deve ser coletada uma urocultura na primeira consulta pré-natal e outra no início do terceiro
trimestre. Para pacientes com fatores de risco e/ou recorrência, a vigilância com cultura mensal
pode ser uma estratégia cuidadosa mais adequada.
 ITU Baixa:
- Disúria, polaciúria, urgência miccional, desconforto supra púbico, hematúria macroscópica e
urina com odor desagradável;
- Geralmente não há febre e nem queda do estado geral;
- Se cistite complicada → hematúria franca e/ou febre: HOSPITALIZAÇÃO
 ITU Alta (Pielonefrite):
- Dor em flanco ou abdominal, piuria, febre, mal-estar, anorexia, sinal de Giordano positivo,
náuseas e vômitos;
- Pode ter desidratação, calafrios, cefaleia e taquipneia;
- Pode vir acompanhada ou não de sintomas de cistite;
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- Todas as gestantes com pielonefrite têm indicação de internação hospitalar


- Sinais de extrema gravidade → insuficiência respiratória e septicemia: UTI
 ITU recorrente: dois ou mais episódios de ITU na gestação, sintomáticos ou não.
 Tratamento:
- Tratar bacteriúria assintomática conforme antibiograma/urocultura
→ Toda paciente com diagnóstico de BA deverá ser tratada de acordo com o antibiograma em
regime de três dias e seguida com urocultura de controle após uma semana do término do
tratamento e depois uma urocultura a cada trimestre.
- Cistite aguda:
→ 1ª opção: amoxicilina 500mg + clavulanato 125mg, 8/8h, por 7 dias
→ 2ª opção: nitrofurantoína 100mg, 6/6h, por 7 dias (não usar após 36ª semana)
→ 3ª opção: cefuroxima 250mg, 8/8h, por 7 dias
→ 4ª opção: fosfomicina 1 dose 3g (ou 2 doses, se recorrente)
- Pielonefrite:
→ 1ª opção: ceftriaxona 1g, IV, 1x por dia, até melhora clínica + 48h
→ 2ª opção: cefotaxima 1g, IV, 8/8h, até melhora clínica +
48h A prescrição do antibiótico via
→ Após 48h de remissão com o tratamento EV, substituir oral para complementação do
pela terapia oral (até completar 14 dias de tratamento) e tratamento domiciliar deverá
dar alta a paciente. ser conforme o antibiograma.
- Medidas gerais: hidratação, antitérmicos, analgésicos e
antiespasmódicos
 Quimioprofilaxia:
- A prolaxia com antibióticos reduz em até 95% a chance de nova infecção e deve ser realizada
quando houver:
 → História prévia de ITUs recorrentes antes da gestação;
 → Um episódio de pielonefrite durante a gravidez;
 → Duas ou mais ITUs baixas na gestação;
 → Uma ITU baixa, complicada por hematúria franca e/ou febre;
 → Uma ITU baixa associada a fatores de risco importantes para recorrência.
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COMPLICAÇÕES DA DM:
Complicações agudas:
 Hipoglicemia:
- Ocorre quando o valor da glicemia é inferior a 50-60 mg/dl
- Causas: Pacientes em uso de insulina, pacientes idosos em uso de Sulfonilureias, insuficiência
renal, omissão ou atraso alimentar, realização de exercício não usual, educação em diabetes
deficiente, vômitos ou diarreia, baixa idade, insulinoterapia de início recente, troca ou dose
excessiva de insulina, neuropatia diabética, glicemia normal ou baixa à noite, ingestão de
bebidas alcoólicas (principalmente de estômago vazio).
- Sinais e sintomas:
→ Leve: Tremores, sudorese intensa (suor frio), fraqueza, palpitações, palidez, ansiedade e fome.
→ Moderada: Tontura, diplopia, esquecimento, incapacidade de concentração, dor de
cabeça, irritabilidade, choro, rebeldia, fala confusa, perda de coordenação motora.
→ Grave: Sonolência, convulsão e inconsciência.
- Conduta:
→ Nos sintomáticos com hipoglicemia confirmada → 15 a 20 g de glicose (considerar infusão de
até 50 g de glicose a 50%). → 60 a 100 mL de glicose a 50% IV.
→ Em pacientes sem acesso venoso → glucagon IM 1 a 2 mg, o efeito é fugaz e esgota todas as
reservas hepáticas de glicose, não sendo possível repetir a dose.
→ Nos pouco sintomáticos e com nível de consciência preservado pode-se realizar alimentação
com carboidratos ou glicose por via oral.
→ Nos desnutridos, hepatopatas ou etilistas → tiamina 100 a 300 mg, IV ou IM, junto com a
glicose, para prevenir encefalopatia de Wernicke-Korsakoff

 Cetoacidose Diabética (CAD):


- A CAD é definida pela tríade:
→ Glicemia maior que 250 mg/dL: embora raramente, em pacientes em jejum prolongado
podem ocorrer euglicemia e até hipoglicemia.
→ pH arterial < 7,3 (excluídas outras causas de acidose).;
→ Cetonemia positiva (na indisponibilidade da cetonemia, podemos inferir sua presença por
cetonúria fortemente positiva).
- Típica do DM1
- Condições de risco: Doença febril aguda, estados infecciosos (40% dos casos), suspensão da
insulinoterapia, diabetes previamente mal controlado, diabetes de controle instável, distúrbios
psicológicos graves, uso de cocaína, educação em diabetes deficiente.
- Sinais e sintomas: as polis, sinais de desidratação, agitação, dor abdominal, rubor facial, hálito
cetônico, hiperventilação, náuseas, vômitos, normalmente está alerta.
- Conduta: reposição volêmica, insulinoterapia, correção dos distúrbios eletrolíticos.

 Estado Hiperglicêmico Hiperosmolar (EHH):


- O EHH é definido por:
→ Glicemia > 600 mg/dL
→ Osmolaridade > 320 mosm/kg
→ pH arterial > 7,3.
- Condições de risco: Diabetes tipo 2 com doença intercorrente (infecção grave, infarto
miocárdio ou cerebral, estresse intenso, etc) ou uso de drogas hiperglicemiantes.
- Sinais e sintomas: as polis, desidratação intensa, dor abdominal, hipertermia, sonolência,
obnubilação, coma.
- Conduta: a mesma da CAD.
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Complicações crônicas:
 Retinopatia diabética:
- Início do aparecimento por volta do 7º ano de diabetes, podendo estar presente no
diagnóstico do tipo 2.
- Cerca de 50% dos pacientes com 10 anos e 60 a 80% com 15 ou mais anos de doença tem
retinopatia.
- Fatores de risco: Maior risco no DM tipo 1 que no tipo 2, duração do diabetes, mau controle
glicêmico prolongado, hipertensão arterial, presença de nefropatia diabética e gravidez (maior
risco para surgimento ou progressão).
- Sem sintomas até estados avançados.
- Classificação:

- Rastreamento → Exame fundoscópico:


→ Tipo 1 = Anual, a partir do 5 º ano de diagnóstico Pacientes diabéticos também
→ Tipo 2 = Anual a partir do diagnóstico podem desenvolver catarata
- Tratamento: e glaucoma.
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→ RD não proliferativa, sem comprometimento macular: não requer tratamento.


→ Edema de mácula: anti-VEGF intraocular
→ Fotocoagulação: em pacientes refratários e na RD proliferativa
→ Vitrectomia: se hemorragia vítrea e no descolamento de retina.

 Nefropatia diabética:
- A doença renal do diabetes acomete 20-40% com DM1 e DM2.
- Fatores de risco: Duração do diabetes, mau controle glicêmico prolongado, hipertensão arterial
e raça negra, tabagismo, dislipidemia, história familiar da doença.
- Fatores agravantes: Hipertensão arterial, obstrução urinária, infecção urinária de repetição,
drogas nefrotóxicas (contrastes radiológicos endovenosos, anti-inflamatórios, aspirina em altas
doses, aminoglicosídeos).
- Há comprometimento glomerular.
- Pacientes podem ser assintomáticos do ponto de vista renal. Apresentando sintomas apenas
quando insuficiência renal estiver avançada.
- Valores de Albuminúria utilizados para o diagnóstico de DRD:
→ Concentração de albumina ≥ 14 mg/L
→ Relação Albumina-creatinina ≥ 30mg/g
→ Amostra de urina de 24 horas ≥ 30mg/24 h
- Tratamento:
→ Controle glicêmico
→ Controle da HAS com IECA ou BRA
→ Controle da dislipidemia
→ Métodos dialíticos

 Neuropatia Diabética:
- Complicação crônica mais comum, 40% dos pacientes apresentam alguma forma de
neuropatia
- Fatores de risco: Mau controle glicêmico, duração do diabetes, alcoolismo, idade avançada,
tabagismo, hipertensão, estresse oxidativo, glico/lipotoxicicdade, suscetibilidade genética, sexo
masculino.
- Classificação:
→ Neuropatias periféricas focais
→ Neuropatias periféricas difusas: motoras proximais, polineuropatia distal simétrica e neuropatias
autonômicas
- Pé Diabético:
→ A diminuição da sensibilidade nos pés e nas pernas confere Neuropatia autonômica:
uma predisposição ao desenvolvimento de úlceras no pé secura podal (anidrose).
indolores e amputações subsequentes, se as úlceras não são
prontamente reconhecidas e tratadas, particularmente em
doentes com concomitante doença arterial periférica.
→ O risco de uma lesão no pé, incluindo uma úlcera ou gangrena, em pessoas com
polineuropatia simétrica distal é de 15 a 25%.
→ Além disso, a perda sensorial, combinada com a perda de propriocepção, conduz a
desequilíbrio e instabilidade na marcha, aumentando a possibilidade de quedas e traumas que
podem resultar em lacerações, fraturas ou injúrias cerebrais traumáticas.
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- Tratamento:
→ Casos leves (superficiais): ATB empírica contra gram positivos
→ Infecções profundas: ATB de amplo espectro
→ Desbridamento cirúrgico de tecidos desvitalizados
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→ Amputação: graus 4 e 5 de Wagner


→ Osteomielite: ATB por 3 semanas Fatores de risco associados:
Hipertensão, dislipidemia,
 Cardiopatia isquêmica: obesidade, tabagismo, idade
- Aterosclerose das coronárias principais avançada.
→ IAM: incidência elevada em diabéticos, ocorre em
idade mais precoce e apresenta maior mortalidade
- Doença coronariana de pequenos vasos
Rastreamento:
 Doença Cerebrovascular: Pesquisa de pulsos arteriais nas
- Demência vascular extremidades e carótidas e de
- Doença carotídea aterosclerótica sopros carotídeos nas consultas de
rotina.
 Arteriopatia periférica: Alterações de onda T e do
- Aterosclerose das artérias dos MMII segmento ST em ECG (solicitar
- Conduta: avaliação da cirurgia vascular anualmente).

TUBERCULOSE:
Diagnóstico:
 Baciloscopia (BAAR): Baciloscopia positiva + quadro
- Diagnóstico de casos novos clínico compatível = diagnóstico de
- Controle de tratamento (exame de escolha para o TB + início de tratamento.
acompanhamento do tratamento)
- Coletar 2 amostras de escarro

 TRM-TB:
- Diagnóstico de casos novos
- É mais sensível que a baciloscopia
- Desta bacilos mortos também, por isso não serve para seguimento do tratamento
- Diagnóstico de resistência à rifampicina (casos de suspeita com falência do tratamento)
 Cultura:
- Alta especificidade e sensibilidade
- Todo caso com diagnóstico de TB por TRM-TB deverá realizar uma cultura
- Nos locais sem TRM-TB: Baciloscopia (2 amostras) + cultura (1 amostra)
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Tratamento:
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 Associar corticosteroide: Prednisona (1 a 2 mg/kg/dia) por quatro semanas ou, nos casos graves
de TB meningoencefálica, dexametasona injetável (0,3 a 0,4 mg/kg/dia), por quatro a oito
semanas, com redução gradual da dose nas quatro semanas subsequentes.
 Tratamento Diretamente Observad (TDO):
- Para ser válido, pelo menos 24 doses observadas na fase de ataque e 48 doses observadas na
fase de manutenção
Condição cardiovascular instável ou grave, recente infarto agudo do miocárdio;

CLASSIFICAÇÃO NUTRICIONAL:
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ESCABIOSE:
 Etiologia: Ácaro Sarcoptes scabiei variedade hominis;
 Transmissão:
- O contato interpessoal prolongado ou com roupas e objetos contaminados de uso recente;
- A escabiose ou “sarna” humana não é transmitida por cães e gatos.
 Manifestações clínicas:
- Prurido: é o principal sintoma, mais intenso à noite e resulta da escavação dos túneis pelas
fêmeas dos ácaros nas camadas superficiais da epiderme, além de reação de hipersensibilidade
à escabina, substância secretada pelo parasita;
- Lesões cutâneas: eritematosas, polimorfas, micropápulas e vésico-pápulas, a maioria com
pequenas crostas no alto; linhas sinuosas e acinzentadas ou esbranquiçadas e escoriações pela
coçadura. Podem ocorrer eczematização e infecção secundária.
- Imunodeprimidos e pacientes com síndrome de Down podem apresentar lesões mais
exuberantes, com crostas disseminadas e hiperceratose devido ao grande número de ácaros
(sarna norueguesa).
- Localização das lesões: preferencialmente em espaços interdigitais nas mãos, áreas flexoras de
punhos e extensoras de cotovelos, dobras axilares, cintura, coxas, genitália, mamas, abdômen
(periumbilical), sulco interglúteos e nádegas;
→ O dorso e a cabeça são poupados;
→ Lactentes apresentam quadro atípico, com vesículas em face, pescoço, palmas e plantas;
→ As lesões nodulares ocorrem em áreas cobertas do corpo, como axilas, regiões inguinais, pênis
e bolsa escrotal.
 Diagnóstico:
- Clínico.
 Tratamento:
- Creme de permetrina 5%:
→ Indicado a partir dos dois meses de idade deve ser aplicado em todas as lesões e removido
por banho 8 a 14 horas após.
→ Repetir com 7 dias
- Ivermectina:
→ Dose única (200 µg/Kg = 0,2 mg/Kg)
→ Indicada para quadros mais intensos e para a sarna norueguesa
→ Não usar em menores de 2 anos (> 5 anos)
→ Não recomendado para menores de 15 kg
→ Repetir com 7 dias
- Anti-histamínicos por via oral e corticoides tópicos melhoram a reação granulomatosa e o
prurido que persistem depois do tratamento.
- Caso haja infecção secundária, indicar antibioticoterapia tópica ou sistêmica.

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DAS IVAS:


Gripe e Resfriado comum:
 O resfriado comum e a gripe são infecções virais agudas do trato respiratório superior que
podem ser agrupadas numa síndrome com sinais e sintomas semelhantes, e duração menor que
10 dias.
 Sabe-se que 0,5 a 2% das IVAS evoluem para uma rinossinusite bacteriana, e aproximadamente
90% das rinossinusites bacterianas são precedidas por um episódio viral.
 O resfriado comum ou uma gripe podem ainda evoluir para otite, faringoamigdalite, laringite e
pneumonia.
 As IVAS incidem principalmente do início do outono ao início da primavera.
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 Etiologia:
- Resfriado comum:
→ Mais de 200 sorotipos diferentes de vírus são responsáveis pelo resfriado comum.
→ O rinovírus é o mais prevalente (30-50%);
→ O coronavírus é o segundo mais prevalente (10-15%);
→ Outros vírus citados são o parainfluenza, vírus sincicial respiratório (produz muitos sintomas que
se assemelham a quadro gripal), adenovírus e enterovírus.
- Gripe: é causada exclusivamente pelos vírus infuenza, que são responsáveis por 5- 15% das IVAS.
 Quadro clínico:

- Os sintomas das IVAS podem persistir por mais de 15 dias aproximadamente, principalmente em
crianças com cuidados fora de casa
- O diagnóstico específico de infecções virais tem sido realizado através do isolamento do vírus
por cultura. Porém demora muito pra sair os resultados.
 Tratamento:

Rinossinusite:
 Sinusite é todo processo inflamatório da mucosa de revestimento da cavidade paranasal.
 Atualmente, o termo rinossinusite tem sido mais aceito, pois rinite (sintomas originários na
cavidade nasal) e sinusite (sintomas originários dos seios paranasais) são doenças em
continuidade.
 A rinite existe isoladamente, mas a sinusite sem rinite é de ocorrência rara.
 A rinossinusite ocorre geralmente após uma infecção das vias aéreas superiores (IVAS) viral
(causa predisponente de 80% das rinossinusites bacterianas) ou após uma inflamação alérgica
(causa predisponente de 20% das rinossinusites bacterianas).
 Etiologia e fisiopatologia:
- A patogênese da rinossinusite é multifatorial e envolve uma complexa interação entre
mecanismo de defesa do hospedeiro e o organismo infectante.
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 Etiologia da rinossinusite aguda bacteriana:


- Em sua grande maioria os casos são causados por S. pneumoniae, H. influenzae e M catarrhalis.
 Etiologia da rinossinusite crônica:
- Anaeróbios têm um papel significante na rinossinusite crônica, tanto em adultos como crianças.
- Predominam Prevotella, Peptostreptococus e Fusobacterium ssp.
- Quando ocorrem infecções mistas (aeróbios e anaeróbios), Streptococcus sp e Staphylococcus
aureus são os aeróbios predominantes. Em pacientes com algum grau de imunodeficiência o
Staphylococcus aureus é mais comumente encontrado.
 Classificação: de acordo com sua duração.
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 Quadro clínico da rinossinusite aguda:

 Quadro clínico da rinossinusite cônica:


- Rinorreia mucopurulenta
- Obstrução nasal
- Sensação de ‘pressão” na face ou periorbitária
- Tosse e dor de garganta secundária à irritação crônica das secreções pode ser referida
 Tratamento:
- Desobstruir o seio e restabelecer a drenagem é tão importante quanto erradicar o agente
etiológico;
- Medidas gerais: hidratação adequada, umidificação do ambiente e evitar exposição a
agentes que causem alergia;
- Lavagem nasal com solução salina;
- Descongestionantes tópicos podem ser usados por um curto período de tempo (no máximo 3
dias) por causa do efeito rebote e desenvolvimento de rinite medicamentosa com o uso crônico;
- Antibióticos:
→ Nos quadros agudos recomendado o uso de antibióticos por 10 a 15 dias, porém se a resposta
clínica for baixa, a continuação da terapia por uma semana depois da resolução dos sintomas
pode ser a melhor escolha.
→ Já as rinossinusites crônicas devem ser tratadas por 3 a 4 semanas com cobertura para
anaeróbios.
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Otite média:
 A otite média é definida como um processo de natureza inflamatória, infecciosa ou não que
ocupa focal ou generalizadamente a fenda auditiva.
 O principal pico de incidência de OMA é entre 6 e 11 meses de idade;
- Segundo pico entre 4 e 5 anos de idade.
 Até 2 anos de idade, tanto OMA quanto otite média secretora (OMS) são bilaterais em sua
maioria. Após os 2 anos, a maioria dos episódios de OMA e OMS é unilateral.
 Abaixo observamos alguns fatores de risco para o desenvolvimento das otites médias.

 Otite média aguda (OMA):


- Principais agentes etiológicos:
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- Quadro clínico:
→ O paciente relata história de otalgia súbita após estado gripal;
→ Piora com a deglutição ou o assoar do nariz, podendo ocorrer também hipoacusia, sensação
de plenitude auricular e ruídos subjetivos e, ainda, pulsações auriculares sincrônicas com os
batimentos cardíacos (sinal de Scheibe) e equivale a um empiema da caixa do tímpano.
→ Algumas vezes acompanha-se de microperfuração pulsátil e a dor diminui à medida que se
diminui a pressão na orelha média após perfuração da membrana timpânica.
- Tratamento:
→ A primeira opção é a amoxicilina via oral por 10 dias. Espera-se melhora clínica e remissão da
febre após 48 a 72 horas do uso da medicação;
→ Se não houver, pode-se utilizar outros antibióticos como amoxicilina-ácido clavulânico,
cloranfenicol, cefaclor e outras cefalosporinas de segunda geração.
→ Sintomáticos: analgésicos, antitérmicos e antiinflamatórios não-hormonais.
→ Timpanocentese e/ou Meringotomia

 Na otite média aguda supurada, a membrana timpânica do paciente com OMA sofre uma
perfuração com extravasamento de secreção mucopurulenta acompanhada de alívio da dor.
- Se for constatada a presença de otite externa associada, deve-se introduzir gotas otológicas
tópicas;
- Caso contrário, deve-se manter o tratamento com antibiótico oral e proteger a orelha da
entrada de água.
 Otite média aguda recorrente:
- A otite média aguda recorrente (OMAR) é definida como 3 ou mais episódios de OMA em 6
meses ou 4 ou mais episódios de OMA em 1 ano.
- A prevenção de futuras crises deve ser levada em conta, tratando-se as possíveis causas locais
como: hipertrofia adenoidiana, quadros alérgicos nasais, sinusites, déficits imunológicos, fatores
ambientais higiênico-dietéticos e antibioticoterapia inadequada.
 Otite média secretora (oms):
- Definida como a presença de líquido na cavidade da orelha média, sem evidências de
infecção, estando a membrana timpânica íntegra. Também denominada de otite média
efusional (OME), otite média serosa, otite média mucoide, entre outros.
- Quadro clínico:
→ Em crianças, o quadro pode ser assintomático. Pode haver perda auditiva condutiva,
normalmente percebida pelos pais ou professores, podendo ser o único sintoma. Pode haver
otalgia, história de IVAS recorrentes ou OMAR;
→ Em adultos, a queixa normalmente é de hipoacusia e plenitude auricular. Pode haver
autofonia e zumbido. O paciente geralmente relaciona o início da doença com um quadro de
IVAS.
- Tratamento:
→ A OMS pode se desenvolver após um quadro de IVAS, durar de 1 a 2 meses e se resolver
espontaneamente. Logo, o tratamento nesses casos não se faz necessário;
→ O tratamento da OMS deve ser considerado em crianças com secreção na orelha média por
2 meses ou mais;
→ Tratamento clínico e cirúrgico.
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EXAME FÍSICO NO PRÉ NATAL (Manobra de Leopold):


 Primeiro tempo:
- O primeiro tempo da manobra tem como objetivo identificar o polo fetal presente no fundo
uterino e assim determinar qual a situação do feto;
- A partir dessa manobra, já dá para prever qual é a apresentação fetal, uma vez que essa é a
situação. Assim, se for palpado o polo pélvico, a apresentação é cefálica, assim como, se for
palpado o polo cefálico, a apresentação será pélvica. Quanto à situação, o feto pode estar em
situação longitudinal (vertical), transversal ou córmica, ou oblíqua, em relação ao eixo materno.
 Segundo tempo:
- Essa manobra tem como objetivo determinar a posição fetal e pode até ajudar a identificar o
melhor foco de ausculta dos batimentos cardíacos do feto (dorso).
 Terceiro tempo:
- Possui como objetivo avaliar a mobilidade do polo fetal inferior em relação ao estreito superior
da bacia materna, determinando assim a apresentação fetal.
 Quarto tempo:
- A quarta manobra de Leopold, responsável por determinar a insinuação fetal, é a única
manobra realizada com as costas do examinador voltada para a cabeça da paciente;
- Assim como no primeiro tempo, ao achar o polo inferior, é necessário determinar através das
características qual é a parte fetal localizada. O polo cefálico é menor, com uma superfície
regular, lisa e endurecida (apresentação cefálica). Já o polo pélvico é maior, com uma
superfície irregular e amolecida (apresentação pélvica). Na apresentação córmica, no qual o
feto está em situação transversa e, durante o quarto tempo, o polo inferior encontrará vazio.

HANSENÍASE:
Classificação de Madri (1953):
 Hanseníase indeterminada (PB);
 Hanseníase tuberculóide (PB);
 Hanseníase dimorfa (MB);
 Hanseníase virchowiana (MB).
 Os pacientes de hanseníase são classificados
quanto ao número de lesões cutâneas, carga
bacilar e nível de acometimento dos nervos
periféricos.
Grau de incapacidade:
 O exame neurológico compreende a inspeção,
palpação/percussão, avaliação funcional (sensibilidade, força muscular) dos nervos; a partir
dele, podemos classificar o grau de incapacidade física.
MFC – RESUMO POR JULIANA BENÍCIO 21

 Quando não há comprometimento neural são classificados como grau 0 de incapacidade física,
o grau 1 de incapacidade ocorre quando há diminuição ou perda de sensibilidade nos olhos,
mãos e pés e grau 2 de incapacidade quando há lesões mais graves nos olhos, mãos e pés.

Iridociclite: olho com hiperemia pericorneana, dor, lacrimejamento, diminuição da


acuidade visual, pupila irregular. Esse quadro configura-se como uma situação de
urgência devendo ser encaminhado imediatamente ao Oftalmologista.

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