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Curso de Atualização em Endocrinologia

Aula 1:Hiperglicemia Hospitalar:


Prevalência e Tratamento
Módulo 12: Outras alterações endócrinas

Dra. Denise Duarte Iezzi


Conflito de interesses

De acordo com a Norma 1595/2000 do Conselho


Federal de Medicina e a Resolução RDC 102/2000 da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária declaro:

Não existe conflito de interesses para esta


apresentação.
Tratamento da Hiperglicemia Hospitalar no
paciente não crítico

OBJETIVOS DE TRATAMENTO
 Alvos glicêmicos:
-Pré-prandial e jejum: 70 - 140mg/dL
-Pós-prandial: < 180mg/dL
-Evitar hipoglicemia: < 70 mg/dl

PACIENTES EM CUIDADOS PALIATIVOS


 Individualizar alvos
Doenças crônicas mundiais
com maior custo
• Doenças cardiovasculares, câncer, respiratórias crônicas e diabete
• Associadas aos fatores de risco preveníveis (estilo de vida)
• Correspondem a 63% das mortes no mundo em 2008
• 75 a 83% dos gastos de saúde (USA)
• 80% em países em desenvolvimento
• 9 milhões morrem antes dos 60 anos
• 75% dos IAM, AVC e casos de DM
poderiam ser prevenidos por:
– dieta e atividade física adequadas
– supressão do álcool e fumo
Prevalência de diabete no
hospital
20 a 30% dos ICOs.
20 a 40% das ICCs
10- 34% sem diagnóstico de diabete e estão
hiperglicêmicos na admissão e têm DM
Heart Failure Clin:Moore,J et al 2012;(8) 523

32,2% hiper UTI USA/32% internação


Endocr Pract :Swanson CM et al 2011;17(6) 853

6,3% hipo UTI/5,7% internação


Depende do porte, localização, hospital-
escola ou não
Fisiopatologia da
variabilidade glicêmica na
doença aguda

Heart Failure Clin:Moore,J et al 2012;(8) 523


Prevalência e mortalidade de
hiperglicemia hospitalar

Umpierrez et al.J Clin Endocrinol Metab 2002,87(3):978.


Umpierrez et al.J Clin Endocrinol Metab 2002,87(3):978.
Umpierrez et al.J Clin Endocrinol Metab 2002,87(3):978.
Mortalidade por
hiperglicemia
38% de hiperglicemia
Desses, 33 % desconheciam diagnóstico DM
OR:18,3X2,7 DM
Mortalidade: 16X3X1,7%
12% sem diagnóstico prévio
Prevalência de diabete
18% de Hb glicada > 6,1 % sem diagnóstico prévio de DM
Só 15% receberam tratamento em 1 ano
Melhor que glicemia capilar para diagnóstico de diabete no hospital
Importância de instituir um tratamento e evitar complicações

O maior OR foi para idade > 65 anos(4,6)

Wexler et al. J Clin Endocrinol Metabol, 2008,93(11):4238


Evolução da prevalência de diabete no Brasil
Panorama Brasil
Com mais de 7,6 milhões de
brasileiros com diabete em 2010, o
Brasil é o quinto colocado no ranking
mundial de incidência em diabete.
Epidemiologia
A hiperglicemia hospitalar, com ou sem história
prévia de diabete, ocorre com frequência em
pacientes com infarto agudo do miocárdio, trauma,
queimaduras, cirurgias, acidente vascular encefálico
e sepse.
A maioria dos estudos relaciona a hiperglicemia ao
aumento do risco de complicações e das taxas de
mortalidade e permanência na UTI.
Vários estudos prospectivos randomizados têm
mostrado que o controle da glicemia reduz estes
indicadores.

Mortalidade maior com hiperglicemia em:


– Pneumonia comunitária
– AVC
– Ico com ou sem IAM
– ICC
– Idosos
Mortalidade cardiovascular

Carvalho, G et al. J Clin Endocrinol Metab 96:1469,2011


Desafios
Protocolo de controle glicêmico
hospitalar
Mortalidade de 17,7% x 2,8% com hiperglicemia
Maior ida à UTI-23,3 x 4,5%
Maior tempo de internação em diabéticos mal controlados
15,5 X 6,3 dias
Também mais reinternação 1,5 vezes
51,4% receberam tratamento do total de hiper hospitalar
Insulina regular “sliding scale” em todos
2,2% mediram Hb glicada
Protocolo de controle glicêmico
hospitalar

UTI
SIM
Iniciar com tratamento
prévio utilizado pelo
paciente
(hipoglicemiante oral ou
insulina)
Dar preferência à
Insulina
SG10%-100ml/h
PACIENTE ESTÁVEL
- Glicemia (2 medidas consecutivas entre 140
a 180 mg/dL)
- Parâmetros de perfusão tecidual adequados
- Estabilidade Hemodinâmica e Respiratória

SUSPENSÃO DA BOMBA DE INSULINA


INICIAR ESQUEMA BASAL/BOLUS
- Protocolo de Insulina Subcutânea
Protocolo de controle glicêmico
hospitalar

Unidades de internação
HIPERGLICEMIA - Enfermagem
– Glicemia capilar em TODO paciente internado (sexto sinal vital).

– História clínica – sempre questionar sobre DM

– Grupos de risco
 Corticoterapia e outras medicações hiperglicemiantes (tamoxifeno,
everolimus, somatostatina, ciclosporina, antibióticos como fluorquinolonas)
 Nutrição enteral ou parenteral
 Paciente crítico
 Infecção
 Obesidade
 Diabete gestacional prévio, natimorto ou GIG prévio
 Tratamento de câncer de mama ou outros tumores (pâncreas, cólon etc.)
 Polineuropatia
 Doença cardiovascular-IAM, Ico, AVC, aneurisma Ao, Ins Vasc Perif.
HIPERGLICEMIA - Enfermagem

História:
– Natimorto
– Nascimento de GIG
– Uso de medicações
– Diagnósticos prévios
– Quimioterapia
– HAS
– Dislipidemia
– Ácido úrico elevado
– Obesidade
– Histórico familiar
Alvos Glicêmicos

• Antes das refeições: 100 – 140 mg/dl

• Pós-prandial :140 – 180 mg/dl


Glicemias entre
140 e 180 mg/dl(2 h após o início)

Alvos
• Randômica: < 200 mg/dl
glicêmicos
individualizados
Hiperglicemia - Tratamento
Paciente estável Paciente instável

Avaliar aporte calórico


UTI e Insulina EV

Paciente dieta enteral ou vo


Jejum VO ou < 50% Bomba Insulina
do aporte infusão regular
continua EV
Insulina lispro, glulisina ou aspart
4-4h conforme tabela
OU após 24h: Insulina ultrarrápida ou
Basal-Glargina(1 dose) ou regular de 4-4 h
Detemir(2 doses) ou NPH (3 conforme tabela
doses)2/3 da dose do dia anterior OU em 24h
ou 0,2U/kg/dia Basal-Glargina 1/3 da
e dose do dia anterior ou
Bolus-Lispro, Aspart ou Glulisina- 0,2U/kg/dia
dose da tabela de correção+ e
contagem (deixar dose fixa de Bolus-Lispro ou Aspart
acordo com CHO se glicemia 100- ou Glulisina- dose da
140 mg/dl) tabela de correção ou 0,2
U/kg /dia divididas nas 3
refeições principais
Insulina dose basal

• Insulina Degludeca (Tresiba),Glargina (Lantus), Detemir


(Levemir) ou NPH humana
• Iniciar dose única pela manhã ou 3 doses (NPH)
• Dose de 2/3 das necessidades de bolus do dia anterior
ou 0,2 U/kg/dia.
• Não ultrapassar 50% da dose total do dia.
• Avaliar necessidade de nova dose 12 h após.
• 2 doses com intervalo de 12 horas se DM tipo 1 ou
LADA e NPH (sempre - esta já 3 com terceira ao deitar)
Farmacodinâmica das insulinas

Insulina Início de Ação Pico de Ação Duração


Lispro, Aspart, 5- 15 minutos 45-75 minutos 2-4 horas
Glulisina
Regular 30 minutos 2-4 horas 5-8 horas
NPH ~2 horas 4-12 horas 18-28 horas
Glargina ~2 horas Sem pico 20-24 horas
Determir ~2 horas Sem pico 12-24 horas
Degludeca ~2 horas Sem pico 36-52 horas
Contraindicações para antidiabéticos orais (ADO)

Insuficiência renal
Insuficiência hepática
Insuficiência Respiratória
Instabilidade hemodinâmica
Acidose lática ou exame contrastado
Suspeita de alergia grave
Jejum via oral para cirurgia (médio e grande porte)
Outros jejuns (exames, vômitos, nível de consciência, etc.)
Descompensação aguda do diabete
Fase aguda de IAM, AVC,TEP, sepse
= Insulina
Alvos glicêmicos

• Antes das refeições 100 – 140 mg/dl


• Pós-prandial 140 – 180 mg/dl
• Randômica < 200 mg/dl

• DM1, baixo risco de hipoglicemia:


Alvos 80 – 140 mg/dl
glicêmicos • Baixa expectativa de vida, doença
individualizados terminal ou alto risco de
hipoglicemia: < 200 mg/dl
Hiperglicemia - Tratamento
DM prévio HbA1c Hiperglicemia de estresse

> 7%
< 7%

Manter tratamento pré-


admissional
Avaliar contraindicações aos
Avaliar grau de hiperglicemia
ADO

Hiperglicemia leve (< 200 mg/dl) Hiperglicemia moderada (> 200 Hiperglicemia intensa (> 300
ou hiperglicemia intermitente mg/dl) ou intensa (> 300 mg/dl) mg/dl) + paciente instável ou
+ paciente estável refratário a intervenções
anteriores
Paciente estável
+
sem CI a ADO [Avaliar introdução de ADO Insulina EV
sensibilizadores (metformina
ou inibidores de DPPIV)]
Metformina, Gliclazida + Bomba Insulina
MR Insulina regular ou análogos infusão regular
ou pré-refeições conforme tabela contínua EV bolus
Inibidores de DPPIV
E
Insulina ultrarrápida
conforme tabela

*Monitorar glicemia capilar 2 horas após refeições para verific


Abordagem

1. Diagnóstico = GC
2. Monitoramento = horários corretos
3. Tratamento
4. Estratégia de alta
Abreviaturas:
-ADO: medicação antidiabética oral
-GC: glicemia capilar ou “dextro”
-DM: diabetes mellitus
-DM1: diabetes mellitus tipo 1
-DM2: diabetes mellitus tipo 2
- HbA1c: hemoglobina glicada
- VO: via oral
1. DIAGNÓSTICO
MONITORAMENTO INICIAL NO CONTROLE GLICÊMICO - PACIENTE NÃO CRÍTICO COM OU SEM DM
DOENÇA DE CUIDADOS SIM Individualizar
TERMINAIS? tratamento
NÃO GLICEMIA CAPILAR (GC) ALEATÓRIA (DEXTRO)
EM TODO PACIENTE QUE INTERNAR (ADMISSÃO)

< 140mg/dL >140mg/dL HISTÓRICO


DE DM ou >
=250 mg/dL
NOVA GC ANTES DA PRÓXIMA REFEIÇÃO
SEM fatores de ou 4 h após se jejum
risco para
hiperglicemia ≤ 140mg/dL > 140mg/dL**
hospitalar*

SEM NECESSIDADE DE Nenhum/ um valor GC ANTES DA PRÓXIMA REFEIÇÃO SE DIETA ORAL,


MONITORAMENTO DA GC > 140mg/dL GC 4/4h SE JEJUM OU DIETA ENTERAL
+ EXAMES DE GLICEMIA VENOSA E DE
REAVALIAR SE NOVOS HEMOGLOBINA GLICADA (HbA1c)***
FATORES DE RISCO PARA
Gli jejum no
HIPERGLICEMIA próximo dia Dois ou mais valores MANTER
HOSPITALAR* > 140mg/dL MONITORIZAÇÃO ATÉ
*Uso de corticoides (prednisona/ hidrocortisona/ A ALTA
decadron/ predinisolona); quimioterapia atual; NPP;
**Avisar médico assistente
dieta enteral; infusão de glicose>25-50 g/hora
***Se último < 3 meses, não é necessário solicitar
endovenosa; piora do quadro clínico
MONITORAMENTO DA GLICEMIA CAPILAR EM PACIENTES INTERNADOS

GLICEMIA CAPILAR (GC) ALEATÓRIA (DEXTRO) À ADMISSÃO MENOS CUIDADOS TERMINAIS

≤ 140 mg/dl >140mg/dl >250 mg/dl Histórico de DM


*Acionar
médico
Informar equipe médica* próprio Informar
indicado pela equipe
equipe ou
Fator retaguarda de médica*
de SIM Nova GC antes da próxima endocrinologi
risco? refeição ou 4 h após se jejum a do PA (de
acordo com
opção da
equipe
médica).
≤ 140mg/dl
> 140mg/dl
Informar
NÃ Fator de equipe
O médica*
risco ? SIM Glicemia Venosa de jejum e

O de Hemoglobina Glicada
(HbA1c)**
GC em jejum, a cada Monitoramento até a alta.
24h Se alimentação oral: GC
antes de cada refeição.
Sem necessidade de Se jejum ou dieta enteral:
monitorização da GC NÃ Duas ou mais GC SIM GC a cada 4h
O > 140mg/dl?
**Se última < 3 meses, não
*SMS e telefone solicitar
2. MONITORAMENTO
MONITORAMENTO GLICÊMICO DURANTE A INTERNAÇÃO DE PACIENTE
COM HIPERGLICEMIA HOSPITALAR OU DM PRÉVIO

DIETA ORAL JEJUM DIETA


ENTERAL OU
PARENTERAL

GC pré-prandial
GC 4/4 H GC 4/4 H
GC às 22 horas
3. TRATAMENTO
Farmacodinâmica das insulinas

Insulina Início de Ação Pico de Ação Duração


Lispro, Aspart, 5- 15 minutos 45-75 minutos 2-4 horas
Glulisina
Regular 30 minutos 2-4 horas 5-8 horas
NPH ~2 horas 4-12 horas 18-28 horas
Glargina ~2 horas Sem pico 20-24 horas
Determir ~2 horas Sem pico 12-24 horas
Degludeca ~2 horas Sem pico 36-52 horas
Hiperglicemia hospitalar DM prévio múltiplas

assistente
médico
*Avisar o
(telefone e sms)
ou DM prévio com ADO ou doses de insulina*
com uma dose de insulina
1º DIA

GC 140 a GC >250mg/dL*
250mg/dL
Insulina Regular/ ultrarrápida SC
Insulina regular/ ultrarrápida SC +
Dieta VO - antes das refeições Insulina Glargina SC
Jejum/ NPP/ NE - de horário de a cada 4h OU NPH café, almoço e `as 22h

Checar GC (mg/dL) 2MAIORES DO DIA ANTERIOR? Checar GC (mg/dL) 2 MAIORES DO DIA ANTERIOR?
2º DIA EM
DIANTE

< 100 100 - 180 181 - 250 >250 < 100 100 - 180 >180 > 250
Acrescent Diminuir Aumentar Aumentar
Diminuir Manter Manter
Aumentar 10% ar insulina 10% DE 10% DE 15% DE
10% tratamento DISTRIBUIÇÃO tratamento
Glargina e TUDO TUDO TUDO
PROPORCION aumentar
AL AS GLY 5%

TABELA DE CORREÇÃO DA GC DAS 22 HORAS


GC (mg/dL) Conduta
250 – 350 3 UI de Insulina Regular ou Ultrarrápida
> 351 5 UI de Insulina Regular ou Ultrarrápida
< 100 Oferecer lanche/ Leite
<70 Seguir protocolo de hipoglicemia
Realizar dose de insulina Glargina ou NPH independente do valor da GC
Dados para preencher
DM – ( ) SIM ( ) NÃO
Peso –
Idade –
Insuficiência renal? (Creat >2) - ( ) SIM ( ) NÃO
GRAVE (doença crônica grave agudizada, critérios de choque,
infecção grave, insuficiência de 1 ou mais órgãos, alteração do nível de
consciência)
( ) SIM ( ) NÃO
Fenótipo frágil ( ) sim ( ) não
Glicemia inicial
Em jejum > 6h? - ( ) SIM ( ) NÃO

DM – ( x ) SIM ( ) NÃO
Uso de mais de uma dose de insulina? - ( ) SIM ( ) NÃO
1º DIA

Insulina Rápida ou Ultrarrápida


Dieta VO
Dose fixa = (peso x 0,2)/3 *
Dose de correção = (Gli – 140)/FSI
– Fator de Sensibilidade a Insulina:
• Dose Refeição < 12 UI/dia  60 (baixa em mg/dl 60 para cada
1U de insulina)
• Dose Refeição 12-16 UI/dia  40
• Dose Refeição 17-20 UI/dia 30
• Dose Refeição 21-24 UI/dia  20
• Dose Refeição > 25 UI/dia  15
Dose total bolus = dose refeição + dose correção
* se insuf renal, fenótipo frágil em idoso, jejum
dose calculada X 0,8
1º DIA

Insulina Rápida ou Ultrarrápida


NPP/ NE
Dose fixa= (peso x 0,2)/6 * de 4/4h
Dose de correção = (Gli – 140)/FSI
Fator de Sensibilidade a Insulina:
• Dose Refeição < 12 UI/dia  60 (baixa 60 mg/dl para cada 1U
de insulina)
• Dose Refeição 12 a 16 UI/dia  40
• Dose Refeição 17 a 20 UI/dia 30
• Dose Refeição 21 a 24 UI/dia  20
• Dose Refeição > 25 UI/dia  15
Dose total bolus = Dose Refeição + Dose correção
* se idoso, insuf. renal, fenótipo frágil em idoso,
jejum  dose calculada X 0,8
1º DIA

Insulina Rápida ou Ultrarrápida


Jejum
Sem dose fixa
Dose de correção = (Gli – 140)/FSI
– Fator de Sensibilidade a Insulina:
• Peso entre <50 kg 60 (baixa 60 mg/dl para cada 1U de
insulina)
• Peso < 70 kg 40
• Peso < 90 kg 30
• Peso < 110 kg 20
• Peso > 111 kg 15
Dose total bolus = dose correção
* se insuf. renal, fenótipo frágil, jejum dose
calculada X 0,8
2º DIA EM DIANTE

Insulina Rápida ou Ultrarrápida

Checar GC (mg/dL)***

< 100 100 - 180 181 - 250 > 250

Acrescentar
Basal e
Diminuir Manter Aumentar
aumentar
10% tratamento 10%
10% do
bolus

***GC:mediana das gli do dia anterior ou 2 medidas


Insulina Basal

Dose bolus = categoria anterior


Dose basal*:
– Glargina: 0,2 UI x peso (kg) a noite
– NPH: (0,2 UI x peso (kg))/3 antes do café, antes do
almoço e às 22h
– Detemir: (0,2 UI x peso)/2 de 12/12h
* se insuf renal, idoso com fenótipo frágil, jejum  dose
calculada X 0,8
Insulina Basal + bolus

Checar GC (mg/dL)

< 100 100 - 180 >180

Diminuir Aumentar
Manter
10% de 10% de
tratamento
tudo tudo
Hiperglicemia hospitalar DM prévio múltiplas

assistente
médico
*Avisar o
(telefone e sms)
ou DM prévio com ADO ou doses de insulina*
com uma dose de insulina
1º DIA

GC 140 a GC >250mg/dL*
250mg/dL
Insulina Regular/ Ultrarrápida SC
Insulina Regular/ Ultrarrápida SC +
Dieta VO - antes das refeições Insulina Glargina SC
Jejum/ NPP/ NE - de horário OU NPH café, almoço e às 22h

Checar GC (mg/dL) Checar GC (mg/dL)


2º DIA EM
DIANTE

< 100 100 - 180 181 - 250 >250 < 100 100 - 180 >180
Manter Acrescenta
Diminuir Aumenta Diminuir Manter Aumenta
tratament r insulina
10% r 10% 10% tratamento r 10%
o Glargina

TABELA DE CORREÇÃO DA GC DAS 22 HORAS


GC (mg/dL) Conduta
250 – 350 3 UI de Insulina Regular ou Ultrarrápida
>351 5 UI de Insulina Regular ou Ultrarrápida
< 100 Oferecer Lanche/ Leite
<70 Seguir protocolo de hipoglicemia
Realizar dose de insulina Glargina ou NPH independente do valor da GC
ESTRATÉGIA DE ALTA
HOSPITALAR
Relação entre Hospital e ambulatório

Care received in the


outpatient setting can
Após a alta
affect need for
hospitalization A adesão aos alvos depende do
paciente
Motivação a adesão

No hospital
A adesão aos alvos depende de
Lessons learned
médicos, enfermeiras, nutricionistas,
e demais pessoas da equipe in the hospital can
impact patient
self-care behavior
at home
Classificar hiperglicemia hospitalar

Hiperglicemia temporária Hiperglicemia Diabete sem diagnóstico


• Resolve no hospital prévio
Hospitalar
• Necessita seguimento • Confirmar diagnóstico
• Preencher protocolo de • Instituir tratamento
risco ambulatorial (de • Educação para o
DM) autocuidado

Diabete conhecido
• Avaliar o grau de controle
• Ajustar o tratamento se necessário
• Avaliar presença de complicações crônicas
• Orientações para o seguimento e
adesão

Fonseca V. Endocr Pract. 2006;12(suppl 3):108-111.


Garber A, et al. Endocr Pract. 2004;10:77-82.
PLANO DE ALTA

HBA1C DA ENTRADA

SEM DIAGNÓSTICO DE DIABETE DIABETE CONHECIDO

< 6,4% > 6,5%

HIPERGLICEMIA DIABETE SEM


TEMPORÁRIA DIAGNÓSTICO PRÉVIO
Avaliar grau de controle
Orientações sobre risco de DM Confirmar diagnóstico Ajustar o tratamento SN
Orientações para mudança de Instituir tratamento Avaliar presença de complicações
estilo de vida Iniciar educação Orientações para seguimento
Retorno em endócrino em 30
dias

ADO = 7,5 – 9,0%


antidiabético oral 6,5 – 7,5% > 9,0%

→ Introduzir 2 ADO (DPP-


4+Metformina) OU → Manter 70% da dose de insulina
→ Introduzir ADO (Met ou DPP- prescrita no hospital, 50% basal e 50%
→ Se já em uso de 2 ADO, introduzir
4) OU bolus, antes das refeições principais E
insulina ao deitar ou SU OU
→ Reintroduzir a medicação em → Reintroduzir ADO, se possível (DPP-
→ Se já em uso de insulina, intensificar
uso antes da internação, retorno 4 e Met -sensibilizadores)
tratamento e basal-bolus retorno em 30
em 60 dias → Retorno breve, máximo 15 dias
dias
Antes da alta:
Qual é o plano de alta para este paciente?
Usará insulina? ADO?
Como será o seguimento?
O que ele precisa aprender antes de ir para
casa?
– Dieta
– Atividade física
– Medicações
– Como aplicar insulina, tipos e funções

63
Médico
• Explicar o tipo de alteração
• Prognóstico
• ADO
• Check-up e rastreamentos futuros
• Autocuidado e monitoramento
• Atividade física, dieta e cuidados gerais
com a saúde

22/08/2016
Médico
Objetivos de cada medicação
Hiperglicemia transitória:
– Importância do MEV
– Dar ou não Metformina
– Risco de diabete futuro
– Indicar tempo para retorno no consultório
– Preencher protocolo completo de risco
– Preencher dados glicêmicos de alta

22/08/2016
Estratégias recomendadas para o planejamento da
alta hospitalar
Comece a orientação no dia 1 ou assim que o paciente for capaz
de participar
Envolver os membros da família
Fornecer materiais de educação para reforçar os ensinamentos:
recursos da comunidade e da web
Orientar a retornar no seu médico ou endocrinologista: definir
tempo
Deixar ADO na alta se Hb glic > 7 %:
• 1) Metformina
• 2) DPP-4
• 3) Agonista de R-GLP-1)
Se Hb glic > 9%: insulina 70 % da dose hospitalar associada.
Kit de sobrevivência
O que deve ser ensinado antes da alta
Como e quando tomar insulina/medicações
– Efeitos das medicações
Como e quando monitorar a glicemia capilar
– Valores recomendados e metas
Recomendações nutricionais detalhadas
Questões do estilo de vida
– Pressão arterial, tabagismo, atividade física,
cuidados com peso
Como tratar a hipoglicemia
Moghissi ES, et al. Endocr Pract. 2009;15:353-369.
Resumo das condições glicêmicas na
alta
Peso=_____Kg, altura=_____m CC=______cm
Diagnóstico prévio( ) SIM ( ) NÃO
Anos do diagnóstico:________
Glicemia de jejum na alta:_________mg/dl
HB glicada atual de:_______%
Média das glicemias capilares:
antes café _______ mg/dl
antes almoço_____ mg/dl
antes jantar______ mg/dl
Medicações da alta:
ADO
droga:____________ dose:_______ horário(s):_______
droga:____________ dose:_______ horário(s):_______
droga:____________ dose:_______ horário(s):_______
Insulinas:
Tipo:__________ dose____________ horário:_______
Tipo:___________dose___________ horário:_______
Prescrição de insulina
ultrarrápida na alta
Pré-café Pré-almoço Pré-jantar
80-120: 80-120: 80-120:
121-160: 121-160: 121-160:
161-200: 161-200: 161-200:
201-240: 201-240: 201-240:
241-280: 241-280: 241-280:
281-320: 281-320: 281-320:
>321: >321: >321:

Doses em tabela para aplicação ambulatorial de insulina ultrarrápida

22/08/2016
Questionário de alta
Idade: _____ anos
Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino
Altura: _____ m Peso: _____ Kg
Você é: ( ) Branco ( ) Negro ( ) Asiático

Medida da cintura:
Se homem: ( ) menos que 94 cm ( ) entre
94 e 102 cm ( ) mais que 102 cm
Se mulher: ( ) menos que 80 cm ( ) entre
80 e 88 cm ( ) mais que 88 cm

Você realiza atividade física regularmente?


( ) Mais de 30 minutos por dia ou mais de
4 horas por semana
( ) Menos de 30 minutos por dia ou menos
de 4 horas por semana
Caso clínico 1
R.S.S., 22 anos, sexo masculino, sem nenhum
antecedente importante, interna na UTI com
choque séptico e SARA com foco primário
pulmonar. Recebeu volume, droga vasoativa,
EOT, antibiótico e a primeira glicemia arterial foi
de 230 mg/dl. A segunda em 1 hora foi de 200
mg/dl. Qual é a melhor conduta a ser tomada?
R: BI endovenosa de insulina regular.
Caso clínico 2
P.A.A., 70 anos, sexo masculino, portador
de DM tipo 2, obesidade, HAS e
dislipidemia chega à UTI em pós-
operatório de revascularização do
miocárdio ainda em jejum. A glicemia na
chegada era 324 mg/dl e a segunda, após
1 hora, 360 mg/dl. O que fazer?
R: bomba de infusão contínua de insulina EV.
Caso clínico 3
V.T.O., 46 anos, sexo feminino, portadora de DM tipo 1 há 20
anos, chega à UTI em pós-operatório de
gastroduodenopancreatectomia por adenocarcinoma de
papila duodenal. Permanecerá em jejum com SNG aberta. A
glicemia inicial era de 120 mg/dl e, após 1 hora, era 190
mg/dl. Qual a melhor conduta?
R: ligar aporte calórico, dar insulina endovenosa devagar em
bolus. Esses pacientes não fazem cetoacidose porque não
têm glucagon e insulina.
Caso clínico 4
C.L.S, 55 anos, sexo masculino, portador de cirrose
alcoólica, chega à UTI em choque hemorrágico por
sangramento de varizes de esôfago, que foram
alcoolizadas no PS por endoscopia. A primeira glicemia
capilar foi de 220 mg/dl e a segunda, 180 mg/dl. Qual a
melhor conduta?
R: dar volume e corrigir glicemia com insulina hepática
80% da dose, pois tem insuficiência hepática e
provavelmente insuficiência renal.
Caso clínico 5
M.S.A., 19 anos, sexo feminino, chega ao PA com náuseas
e vômitos e dor abdominal há 1 dia. O exame clínico
revela desidratação e distensão abdominal, febre e
Giordano+. Exames laboratoriais mostram: acidose
metabólica severa, leucocitose, K+ de 6,2 mEq/l,
glicemia 530 mg/dl, beta-hidroxibutirato 4+/4+ e
cetonúria, > 1mi leuco urina 1. Qual é a melhor conduta?
R: insulina EV e volume. Diagnóstico:
primodescompensação cetoacidótica, pielonefrite.
Obrigada

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