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Os 7 estágios

da doença
Os 7 estágios da doença
Antes de entrar no texto do Dr. Gabriel Cousens, em A cura do Diabetes
pela alimentação viva, desejo fazer um comentário. Quando escrevi o livro
Alimentação Desintoxicante - para ativar o sistema imunológico (em 2000),
não conhecia, nem sabia de nenhum dos precursores da alimentação viva
como Ann Wigmore, Are Waerland, Kirstine Nolfi e tantos outros, assim
como de cientistas importantes dos séculos 18 e 19 que falavam da fisiologia da
digestão, da bioeletricidade e dos estágios de uma doença...
Não conhecia também o Dr. Gabriel Cousens, o Dr. Gerson (1881-1959) e tantos
médicos 'à moda antiga' e holísticos que tratam (ou tratavam) seus pacientes com o foco
na desintoxicação...
Dito isto, reconheço humildemente que meu livro foi canalizado, e que meu papel nesta
tarefa foi somente organizar estes conhecimentos numa ordem e linguagem mais atual,
com o toque do bom humor, da motivação e, a provocação do poder pensante de todos
os meus leitores.
Ao ler este livro de Dr. Cousens, recém lançado no Brasil pela Alaúde, e o texto a seguir,
me senti em estado de graça, tal a sincronicidade de tudo que escrevo e falo, com os
conceitos formulados pelo Dr. John Tilden (1851-1940), aqui ancorados pelo brilhante Dr.
Cousens.
Obviamente que ele direcionou este conhecimento para tratar e curar a diabetes,
entretanto, trata-se de um conceito que se aplica a praticamente TODAS as doenças.
Sejam elas desta vida ou a nós transmitidas pelos nossos ancestrais! Conceição Trucom

Dr. Gabriel Cousens *


Os sete estágios da doença, formulados pelo Dr. John Tilden há mais de um século, nos
dão uma outra perspectiva do processo degenerativo do diabetes e da maneira de
revertê-lo. "Saúde é o reflexo do que você faz" e coisas do tipo podem ser ditas de uma
saúde doente. Doença, ou enfermidade, é um estado que se adquire com o passar dos
anos e passa por estágios identificáveis, que levam à manifestação de sintomas e
mesmo à morte, se não formos prudentes para reverter o quadro. Até um surto de
diabetes tipo l de origem viral precisa de um corpo debilitado que permita que o sistema
imunológico enfraquecido fique suscetível a infecções, resultando em insulinite e na
manifestação rápida do diabetes tipo l. O diabetes possui estágios degenerativos
progressivos que criam diversas complicações em nosso organismo - mas podemos
mudar isso. Só depende de termos consciência do que é necessário para uma vida
saudável. Herbert Shelton chamou isso de leis da vida. Se compreender e seguir essas
leis, você será saudável. Se desrespeitá-las, ficará doente - é o que queremos dizer com
Crimes Contra o Bom Senso. Nas palavras de Shelton:
As leis da vida não são algo imposto à organização humana. Elas são intrínsecas à
própria estrutura de nosso ser, a nossos tecidos, células nervosas e musculares, nossa
corrente sanguínea, nosso organismo como um todo. [...] Como essas leis são parte
fundamental de nós, não podemos nos rebelar contra elas sem nos rebelarmos contra
nós mesmos. [...] Não podemos tugir das leis da existência sem fugir de nós mesmos.(1)
No programa de 21 dias do Tree of Life, ensinamos quais são esses meios naturais e
tornamos a pessoa capaz de viver de acordo com eles. Agora vamos conhecer os sete
estágios da doença.

ESTÁGIO 1: ENERVAÇÃO ou INTOXICAÇÃO


Enervação é a redução da energia nervosa, pela qual as funções normais de manutenção
eeliminação do corpo são debilitadas, sobretudo a eliminação de toxinas endógenas e
exógenas, ou seja, criadas de dentro (por meio de processos metabólicos normais) e de
fora (que nos dias de hoje incluem as 65.000 toxinas em nosso meio ambiente criadas
pelo homem e as excitotoxinas, aditivos alimentares e toxinas geradas pelo ato de
cozinhar e processar alimentos). A pessoa nesse estágio é geralmente inativa, vive num
ambiente tóxico e consome toxinas que não são eliminadas pelo organismo no tempo
adequado.
A enervação também é criada por estresse, que esgota a energia vital do corpo que seria
usada na manutenção e na eliminação. A obstipação ocorre no intestino, na linfa e nos
tecidos do corpo. Essa é a dieta e o estilo de vida diabetogênicos de que temos falado
em todo este livro.

ESTÁGIO 2: TOXEMIA ou INTOXICAÇÃO GENERALIZADA


A estagnação do primeiro estágio leva a um acúmulo de toxinas no corpo, substâncias
que começam a saturar o sangue, a linfa e as células. O estágio 2 se caracteriza pela
letargia, e, no caso do diabetes, já temos células que estão desenvolvendo pré-condições
para serem insensíveis à sinalização da insulina por estarem intoxicadas. No capitulo
"Toxemia" do livro The history of naturalhygiene [A história da higiene natural], de Herbert
Shelton, John Tilden diz:
A teoria da arte da cura de toxinas baseia-se no princípio segundo o qual a toxemia é a
origem básica de todas as doenças. Tão certo é esse princípio que não hesito em dizer
que é, de longe, a teoria mais sólida de toda a história da medicina. É um sistema
científico que abrange todo o campo de causa e efeito - um sistema que se integra a todo
o conhecimento, sendo, portanto, uma verdadeira filosofia.
Quando esse princípio começou a se impor sobre mim, anos atrás, eu não estava muito
seguro, mas havia algo de errado em meu raciocínio. Percebi que ele me levaria ao
caminho (totalmente contrário ao de todos os tratamentos médicos convencionais. Tentei
me deter e discuti comigo mesmo. [...] Lutei para não dar grande expressão a uma crença
que, muito provavelmente, seria renegada - eu seria julgado e ridicularizado pela nata
das pessoas, tanto leigas quanto profissionais da área.
Pouco a pouco fui comprovando minha teoria. Nos últimos vinte anos, realizei testes
diários. Eu mesmo arquei com a força de meus experimentos e sofri por isso. Todos os
dias, os testes que realizei me convenciam cada vez mais de que a toxemia é a causa
universal da doença.
Como tenho declarado sempre em meus textos, nos últimos doze anos os hábitos de
comer demais, de se vestir demais e excessos de todos os tipos esgotam a energia
nervosa. Quando os nervos não atendem à demanda do corpo, o funcionamento
orgânico é debilitado, resultando em retenção de produtos residuais. Isso gera toxemia
(2).
Entre as fontes comuns de toxemia estão diversas toxinas exógenas e endógenas, que
hoje podem ser reconhecidas como précondições para o diabetes.
Algumas toxinas endógenas:
• - Resíduos metabólicos, subprodutos tóxicos no âmbito celular;
• - Resquícios desperdiçados da atividade celular;
• - Células mortas;
• - Sofrimento e excessos emocionais e mentais e;
• - Excessos, fadiga e sofrimento físico.
Algumas toxinas exógenas:
• - Alimentação artificial;
• - Alimentos naturais prejudicados por cozimento, refinação e adição de conservantes;
• - Combinações inadequadas de alimentos, resultando em toxinas endógenas;
• - Uso de medicamentos, ervas processadas e suplementos;
• - Uso de álcool, tabaco e todas as formas de drogas;
• - Poluentes ambientais, comerciais e industriais e;
• - Ar e água impuros.

ESTÁGIO 3: IRRITAÇÃO ou pré-INFLAMAÇÃO


O corpo fica irritado pelo acúmulo de toxinas no sangue, na linfa e nos tecidos, e o
espaço intersticial entre as células começa a parecer um depósito de lixo tóxico. As
células e os tecidos onde ocorre o acúmulo são irritados pela natureza tóxica desses
resíduos, resultando em inflamação. Os produtos residuais interferem na oxigenação e
alimentação das células e criam acúmulo de água nos tecidos. Os sinais de dor vindos
dos tecidos tem pelo menos três causas: falta de oxigênio, falta de nutrição (celular) e
pressão. As células, submetidas à ausência de oxigénio e alimento e à pressão elevada
da água retida, passa a emitir sinais de dor. As células então são irritadas. A reação
normal é ignorar a dor e o desconforto ou tomar um remédio para a "dor", aumentando
ainda mais a carga tóxica no organismo da pessoa, que pode se sentir prostrada,
enjoada, irritadiça, com coceira, irracional e hostil. Isso tudo leva ao estágio seguinte de
enfermidade e degeneração do corpo: inflamação.

ESTÁGIO 4: INFLAMAÇÃO
O corpo enervado agora sofre as consequências da toxemia. As células ficaram irritadas,
e, após as alterações celulares e a degeneração do corpo, ocorre a inflamação
propriamente dita. O processo inflamatório produz as famosas "ites". Na pele, dermatite.
Na garganta, amidalite e, depois, faringite, esofagite. No estômago, temos a gastrite. No
intestino delgado, ileíte. No cólon, colite. No coração, pode haver cordite. No fígado,
hepatite. Ou seja, você pode ter uma inflamação (uma "ite") em qualquer parte do corpo.
Ou várias partes do corpo...
A comunidade médica nomeou muitos dos 20.000 tipos de doenças. A medicina alopática
costuma nomeá-las pelo lugar onde as toxinas se acumularam e deram início aos
sintomas. Havendo uma denominação para o conjunto de sintomas, neste estágio os
médicos geralmente prescrevem medicamentos, que não eliminam as causas reais da
doença, que agora sabemos quais são. Com o diabetes e suas complicações, este
estágio pode ser visto no coração, rins, pâncreas, fígado e sistema nervoso. Permitido o
avanço da toxemia, o corpo vai perdendo energia e vitalidade. Alterações celulares
posteriores acabam ocorrendo. Se isso passar despercebido, a próxima etapa é a
ulceração.

ESTÁGIO 5: ULCERAÇÃO ou Inflamação crônica


A úlcera pode ser vista como consequência da degeneração do corpo. Qualquer tecido
pode sofrer ulceração, mas as de pele são as mais conhecidas. Os tecidos são
destruídos. O corpo cria úlceras, formando uma saída para o acúmulo tóxico, e a pessoa
sofre a multiplicação e piora dos sintomas, acompanhadas da intensificação da dor.
Neste estágio, a medicina moderna em geral continua a prescrever mais medicamentos e
muitas vezes recorre à cirurgia e outras formas de tratamento. Não se esqueça de que as
complicações nos pés decorrentes do diabetes são a causa mais comum de amputações
das extremidades inferiores, não provocadas por trauma, no mundo industrializado. A
neuropatia, um grande componente enológico da maioria das ulcerações diabéticas,
ocorre em mais de 82% dos pacientes diabéticos com feridas. A incidência de gangrena
entre diabéticos é vinte vezes maior que nos não diabéticos, e o risco de amputação dos
membros inferiores é de 15 a 46 vezes maior do que nos que não têm a doença.

ESTÁGIO 6: ENRIJECIMENTO
Enrijecimento significa endurecimento ou formação de cicatrizes nos tecidos. O
enrijecimento resulta de inflamação crônica de longa data com acessos de inflamação
aguda. A inflamação crônica debilita ou torna a circulação mais lenta, e, como algumas
células não resistem, são substituídas por cicatrizes. É assim que perdemos células
saudáveis - pela inflamação crônica e morte das células.
Existe também pouco oxigênio nas células vindas dos vasos sanguíneos enrijecidos, uma
vêz, que são glicosiladas. A aterosclerose é uma forma de enrijecimento. Com pouca ou
nenhuma circulação, acúmulo de toxinas e pouco oxigênio, criamos as condições para o
sétimo estágio da doença: proliferação de fungos ou câncer.

ESTÁGIO 7: PROLIFERAÇÃO DE FUNGOS


Quando as condições internas se deterioram a ponto de inviabilizar os processos
aeróbicos oxidativos normais, as células podem voltar a uma forma mais rudimentar de
sobrevivência. Alterações bioquímicas e morfológicas pelo depósito de toxinas
endógenas e exógenas levam à degeneração e à morte celular. As células podem se
manter por processos anaeróbicos, os mesmos usados por muitas bactérias. Quando as
células mudam de forma e função dessa maneira, o oncologista lhe dá a má notícia:
câncer.

SAINDO DOS SETES ESTÁGIOS PARA A SAÚDE


Para uma vida saudável é preciso eliminar as causas e as complicações do diabetes.
Entre os sete estágios, os que merecem mais atenção para reverter o processo
diabetogênico são a toxemia e a inflamação. Essa é outra maneira de entender o
processo degenerativo e revertê-lo. As maneiras de reverter a toxemia serão abordadas
mais para a frente neste livro. Quando a pessoa fornece ao corpo substâncias de melhor
qualidade, o grau de toxemia diminui, a vitalidade aumenta e o corpo começa a se
recuperar (se auto-curar). Problemas prévios podem voltar vez ou outra à medida que o
organismo se cura. O verdadeiro teste de qualquer teoria é a medida em que ela pode
afetar positivamente enfermidades crônicas como o diabetes.

(*) Texto extraído do livro A cura do Diabetes pela alimentação viva - Dr. Gabriel
Cousens - editora Alaúde. Capítulo 3, pp 182-187.
Reprodução permitida desde que mantida a integridade das informações, citada a autoria
e a fonte.
(1) Shelton H. Getting well. San Antonio (Texas); 1946. pp 233-234.
(2) Shelton H. The history of natural hygiene and the principles of natural hygiene. pp 59-
60.

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