Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
NODULOS NA TIREÓIDE
** sentir com a ponta dos dedos, para verificar se
Função: glândula do sistema endócrino responsável
pela produção, armazenamento e secreção de possui algum nódulo e a consistência da tireóide.
hormônios tireoidianos (t3-t4).
• O hormônio tireoidiano age em praticamente Não conseguimos palpar a paratireoide devido a sua
todos os órgãos estimulando várias funções, como localização posterior. Palpamos a tireóide.
se fosse a gasolina do corpo. O mais fácil é palpar a cartilagem tireoide e cricoide
A produção principal é t4, a qual é metabolizada em que a tireoide vai estar logo abaixo.
t3. (mais fácil dosar t4).
Eixo hipotálamo- hipófise Casos clínicos:
Hipotálamo libera TRH, o Paciente com febre “dor de garganta” ou dor nos
qual vai para a glândula ouvidos e ao exame do pescoço for encontrado dor na
hipófise (região pituitária), projeção da glândula tireóide, o quadro clínico será
a qual produz TSH, o qual muito sugestivo de tireoidite subaguda(viral).
estimula a tireoide a
produzir t3 e t4, o qual vai Rouquidão e ao exame físico da glândula tireóide for
para o cérebro. encontrado um nódulo e caso seja demostrado
Se produz muito, volta paralisia de corda vocal ipsilateral ao nódulo, o
muito para o cérebro e ele diagnóstico de carcinoma tireoidiano será o mais
manda sinal para parar a provável. Caso for encontrada adenomegalia cervical
liberação de TRH no ipsilateral ao nódulo palpado reforça diagnostico.
hipotálamo.
Sinal de Pemberton Hipotireoidismo subclínico
(sinal altamente sugestivo de bócio, n é Diminuição do hormônio tireoidiano, com sintomas
patognomônico). mais brandos, pois a função da produção de t3 e t4
✓ Esse sinal aparece quando eleva o braço do ainda está preservada , porém o tSH está começando
paciente acima da cabeça tocando um braço ao a ter uma hiperprodução (estimulo de tsh) , devido a
outro (elevação completa). falta de hormônios tireoidianos, para a tireoide
✓ Esta manobra faz com que o paciente fique produzir mais (porém devido a alteração , ela não
dispneico, com distensão das veias do pescoço, produz mais ).
pletora facial (rosto fica mais corado, acúmulo de É uma alteração laboratorial (tsh alto, t4 normal).
sangue) ou estritor.
Unhas – acantólise (traços longitudinais)
✓ O sinal é positivo quando se verifica congestão da
Língua –língua com marcas de dentes pela manhã,
face.
✓ É indicativo de aumento da pressão na porção pois ela aumenta quando está dormindo
superior do tórax causado por tumor de (macroglossia).
mediastino ou bócio multinodular, devido a
compressão dos vasos adjacentes.
✓ Fisiopatologia do sinal de Pemberton:
naturalmente a entrada do tórax superior tem um
afunilamento pelas estruturas ósseas( esterno ,
clavícula ) e tubulares (traqueia), se o paciente
tiver um bócio ou um tumor de traqueia, aumenta Hipotireoidismo
a pressão , ao levantar o braço , a clavícula
t4 diminuído e tsh aumentado
(através da articulação acrômio-clavicular) levanta
e comprime a parte vascular (jugular e a veia
Faces hipotiroidéia:
subclávia) , ocorrendo a pletora facial
cabelo seco (+ grosso,
(ingurgitamento de todo o sistema venoso no
queda de cabelo),
rosto). O sangue subiu e não volta para o tórax.
sobrancelha + fina, edema
palpebral, pele mais seca e
mais espessa.
Hipertireoidismo
T3 e t4 aumentado, TSH diminuido
(causa + comum-> doença de graves)
Sinais e sintomas Elevação do leito ungueal,
mixedema pre-tibial, exoftalmia e descolamento do
leito ungueal (onicólise - > unhas de plummer).
Termos importantes
Menarca – primeira menstruação.
Telarca: surgimento de broto mamário.
Pubarca: crescimento pelos pubianos (ocorre em
homens e mulheres)
Estirão: rápido crescimento, dura cerca de 3 a 4 anos
e representa ganho de aproximadamente 20% de
estatura e 50% do peso adulto do indivíduo.
Polução noturna: ejaculação involuntária de sêmen
quando o adolescente está dormindo
Semenarca ou espermarca – primeira ejaculação,
ocorre entre 12 e 13 anos.
Ginecomastia puberal – aumento do tecido mamário
nos meninos, é frequente bilateral, tem consciência
firme e móvel, as vezes muito dolorosa.
Semiologia do abdomem
• Antes: lavar as mãos
• Manter a sala de exame com temperatura
agradável.
• Preste atenção às expressões faciais do paciente.
• O examinador deve ficar a direita do paciente.
• O paciente deve estar em decúbito dorsal
• Sempre utilizar um avental ou lençol para cobrir o
paciente e apenas despir a parte do abdomem (a
qual será examinada). Inspeção
• Manter o paciente informado de cada passo para Iluminação adequada, desnudamento da área
deixá-lo tranquilo. corporal e conhecimento anatômico (especialmente
a projeção dos órgãos na parede abdominal).
Território examinado
• Tipos de inspeção:
Método 04 quadrantes Estática (parado) e dinâmica (respiração/esforço).
Avalia: a pele, o tecido celular subcutâneo, a
QSD - Quadrante superior musculatura, a presença de circulação venosa , a
direito. forma e volume do abdome, presença de cicatriz
QSE - Quadrante superior umbilical, abaulamentos ou retrações localizadas,
esquerdo. veias superficiais, cicatrizes da parede abdominal e
QID - Quadrante inferior movimentos.
direito Inspeção estática
QIE – Quadrante inferior Forma do abdomem: Globoso, batráquio, avental,
esquerdo. pendular, gravídico e escavado.
Globoso: globalmente aumentado, com predomínio
Método das quatro linhas
nítido do diâmetro anteroposterior sobre o
Regiões do abdome transversal.
1.Hipocôndrio direito
Exemplo: obesidade, ascite.
2.Epigástrio
3.Hipocôndrio esquerdo
4.Flanco direito
5.Mesogástrio
6.Flanco esquerdo
7. Fossa ilíaca direita
8.Hipogástrio
9.Fossa ilíaca esquerda Batráquio: Proeminências laterais, lembra um sapo.
Franco predomínio do diâmetro transversal sobre o
anteroposterior.
*Comum em ascite tratada, síndrome de prune belly
Avental: Quando a flacidez da pele abdominal se • Massa – abaulamentos
junta a gorduras abdominais, as dobras na região Exemplo: hérnias.
surgem.
Presente em pacientes pós bariátrica.
• Circulação colateral
Pendular : as vísceras pressionam a parte inferior da
parede abdominal, produzindo neste local uma
protusão.Característico da puérpera.
Semicírculo de Skoda
Sinal de chilaidite- cólon, intestino ou estômago está Percute todo o
interposto entre o fígado e o diafragma direito. abdômen e marca a
Pode estar apresente devido a síndrome de chilaidite. transição da macicez
Síndrome de para o timpanismo.
Chilaiditi- Concavidade para cima
quando ocorre a (liquido), se for para
interposição do baixo (cisto ovariano)
intestino acima
do fígado.
Palpação
Esquentar a mão para tocar no abdome da paciente,
pois a mão gelada pode induzir movimentos
peristálticos.
Ascite
Palpação superficial
É o acúmulo de líquido na cavidade peritoneal.
Na palpação o local que tem liquido vai estar maciço
ao invés de timpânico.
Método para investigação de ascite
Macicez móvel de decúbito
Em decúbito dorsal, ao palpar a área de cima do
abdômen ascitico, o examinador ouve som timpânico
já nas laterais, ele escuta som maciço (local com
acúmulo de líquido). Ao mover o paciente para o Deixar local da algia (dor) por último.
decúbito lateral e percutir novamente, verá que o o o Deixar o paciente calmo, palpa olhando para o
som maciço vai migrar só para o lado de baixo do paciente (vê a face de dor ).
decúbito. o Deslize a mão dominante espalmada suave em
cada região (9 regiões do abdome) e faça
pequenas compressões com os dedos.
Analisar: a sensibilidade cutânea, espessura da
parede (enduramento ou não) , continuidade, tensão
e tumorações.
Palpação profunda
Mão esquerda em baixo e a
mão direita em cima .
Mão esquerda vai sentir e a
direita vai fazer força
Mesma técnica da superficial e
sequência
Vencer a resistência abdominal
Pontos
dolorosos
Apendicular:
ponto de
MC burney
Morfologia das massas e alterações Manobra de Mathieu
o Forma e volume Do lado direito do paciente, com
o Regularidade e consistência fibroelástica é um as mãos paralelas, no abdome,
sinal de benignidade. Pétria = malignidade dispostas com os “dedos em
Mobilidade da massa garra”, pesquisando, desde a
o Massas peritonizadas são móveis: fígado, baço, fossa ilíaca direita, a borda
estômago, jejuno e cólon transverso. inferior do fígado durante as
o Massas retroperitoneais são fixas: rins, pâncreas, inspirações.
aorta e veia cava. Manobra do Rechaço
Sensibilidade – Caracterizar a dor. Comprime com firmeza o fígado e mantém a mão
palpatória. Observa o impacto do órgão na mão do
examinador.
Fígado normal
Pulsatilidade Borda = fina (cortante)
Suspeita de aneurisma Superfície e forma = lisa
(pulsatilidade na linha mediana) Consistência = fibroelástica
Em pessoas magras é possível Alterações
palpar a pulsatilidade da aorta. Borda romba = congestão
Frêmito (sopro)= indicativo de Dor na palpação = pensar em hepatite
doença. Nodulações = Cirrose ou tumor.
Localização da massa Amolecido = esteatose/hepatite ful
Junção reto abdominal com hipocôndrio direito Endurecido = cirrose, tumor
Icterícia + vesícula palpável indolor Pétrea = neoplasia
Regra CORVOSIER-TERRIER (sinal clinico comum) Hepatimetria
Diagnóstico de Neoplasia de cabeça de pâncreas Distância do rebordo costal.
Epigastro pode ser um CA de estomago ou A percussão deve começar pela linha hemiclavicular
Ou o fígado pode transpor a linha mediana (hepatite). direita (hemitórax direito), começando do som
Nódulo periumbilical timpânico pulmonar e descendo até encontrar o som
Nódulo intra abdominal maciço do fígado (aproximadamente na altura do 5º
(nódulo de SISTER MARY- espaço intercostal).
JOSEPH – sinal de massa Faz o mesmo procedimento subindo da crista ilíaca
Indicativo de CA avançado). até encontrar o som maciço
da borda inferior do fígado.
Hipogastro O tamanho de um fígado
Massa bem definida normal é proporcional ao
Provável bexigoma tamanho do corpo. Homens
(mede de 10 a 12 cm)
e nas mulheres (de 8 a 10
Exames de órgãos específicos cm).
Fígado
Palpação:
Mãos espalmadas, começar da fossa ilíaca direita e
subindo pela linha hemiclavicular para o rebordo
costal.
Tentar sentir a borda do fígado com a ponta do
indicador na inspiração.
Na inspiração profunda e na expiração sentir na ponta
do dedo.
Manobra de Lemos-torres
Mão esquerda embaixo do dorso, apoiando as duas
últimas costelas.Traciona-se o fígado para frente
Com a mão direita ,com as falanges
distais do indicador e médio, tenta-se
palpar a borda hepática na inspiração
profunda.
Baço Manobra de Goelet
Percussão do espaço de traube. Paciente de pé, com o joelho do
Área hipogástrica esquerda. Entre 5° e 6° Espaço lado palpado. dobrado e apoiado
intercostal + linha axilar anterior + rebordo costal. em uma cadeira. Com a mão a
Maciço = esplenomegalia esquerda vai puxar o dorso para
a frente e com a outra mão
contralateral vai apertar a região
renal, tentando encontrar o rim
Descompressão brusca - pesquisa de irritação
peritoneal(peritonite). Se doer mais com a
Palpação do baço: Puxa o tórax sobe sua compressão, é DB +
mão esquerda, coloca a mão esquerda OBS (Blumberg)-
na área hipogástrica esquerda e vai descompressão
apertando em direção superior bilateral brusca no ponto de
durante a inspiração. Mc Burney’s
Pode colocar o paciente em posição de Schuster Sinal do vascolejo-
(examinador de frente para o paciente, para facilitar o um cachoalhao no abdômen e pode ter um
exame). burburinho estomacal. Pode identificar uma estase
Manobra de Mathieu-Cardarelli gástrica, hipomotilidade do estômago
Examinador fica a esquerda do é normal quando o paciente está muito tempo em
paciente com as mãos em garra. jejum.
A cada inspiração a borda do Sinal de Gersuny presente em pacientes com grandes
baço será percebida pelas polpas fecalomas. Pressiona a parede do intestino e provoca
digitais, quando o baço tiver aumentado de volume. abaulamento, ao soltar a mão, gera um
descolamento, provoca um estalido, estalos secos,
BAÇO PALPAVÉL JÁ É ESPLENOMEGALIA
crepitação.
Consistência fibroelástica, superfície lisa, distância
Exame do abdômen agudo
gradil costal > 8 cm. Pode estar aumentada em CA.
• Descompressão dolorosa
• Percussão simples na tentativa de evitar
Palpação do ceco: descompressão dolorosa (pois causa muita dor).
Pode ser palpável na fossa ilíaca direita, observar se Sinal de Markle->paciente fica na ponta dos pés e
existe mobilidade, pode encontrar burbirito solta o peso no calcanhar, isso gera uma
(indicativo de presença de líquido, estase) movimentação dos órgãos intestinais gerando dor.
Diagnóstico:
✓ Exame de fezes – consistência, cor, odor;
✓ Exame de sangue – anemia, hipoproteinemia,
hipocalcemia e hipopotassemia.
✓ Exames de imagem
✓ PH fecal ( normal 6,0 a 7,0 )- valores abaixo de
5,5 são indicativos de má absorção –
fermentação dos hidratos de carbono.
Hemorragia Digestiva Síndromes hereditárias
Resultam de sangramento para dentro do lúmen do
tubo digestivo, podendo o sangue ser eliminado pela
boca – hematêmese – ou pelo reto.
Toque retal
Pesquisa de sangue em dedo de luva
Observa a presença de hemorroidas e fissuras anais.
A perda de sangue pelo reto recebe as seguintes Diagnóstico diferencial
denominações, conforme o aspecto e o volume da Ulcera duodenal, varizes esofágicas , úlcera gástrica e
perda sanguínea: lesão aguda de mucosa gástrica.
Melena: quando o sangue se apresenta alterado, Hemorragia digestiva baixa
conferindo às fezes coloração escura, lembrando ✓ Menos frequente que a HDA
borra de café ou piche, além de fetidez; ✓ responsável por 25 % dos casos de HD
Enterorragia: quando o sangue, em maior volume, ✓ Incidência aumenta com a idade
mantém sua coloração vermelha, com ou sem ✓ Em 60 % cessa espontaneamente
coágulos; ✓ Em 13-24 % indicação cirúrgica
Hematoquezia: quando se trata de sangue vermelho ✓ Mais frequente no sexo masculino
vivo em pequena quantidade, de origem proctológica, Causas : pólipos , angiodisplasias, divertículos ,
quase sempre proveniente de hemorroidas, fissuras, tumores.
proctites e pólipos. Perfuração de Víscera Oca em Peritônio Livre
Perdas sanguíneas de até 500 mℓ raramente A perfuração de uma víscera oca possibilita que seu
produzem sintomas e são bem toleradas, equivalendo conteúdo escape para o interior da cavidade
a uma simples doação de sangue. peritoneal, produzindo um quadro de abdome agudo
Acima de 500 mℓ o paciente apresenta as e peritonite.
manifestações clínicas de anemia aguda: palidez, Causas : traumatismo aberto, traumatismo fechado,
taquicardia, hipotensão arterial, sudorese, lipotimia. processos inflamatórios , processos infecciosos e
Acima de 1.500 mℓ os sintomas são intensos, medicamentos.
podendo chegar ao estado de choque. o Os traumatismos abertos penetrantes, produzidos
por arma branca ou arma de fogo, não raro,
Sinais e sintomas: características de hemorragia GI, produzem múltiplas perfurações de vísceras ocas.
dor abdominal, alterações do trânsito intestinal, o Os traumatismos fechados por contusão
vômitos, perda de peso recente, anorexia, astenia. abdominal, por sua vez, podem ser causa de
História pregressa: hemorragia GI, úlcera péptica ou ruptura de vísceras ocas.
duodenal, gastrite, varizes esofágicas, doença o A perfuração traumática de víscera oca pode
hepática, hemorroidas, fissura anal, trauma retal, ainda ser iatrogênica, consequente a exames
aneurisma abdominal tratado, endoscópicos, biopsias, polipectomias, dilatação
imunossupressão/imunodepressão. de esôfago.
História medicamentosa: AINEs, álcool, O que caracteriza particularmente esta síndrome são
anticoagulação oral, anticoncepcionais orais, cirurgia a dor e a defesa abdominal.
abdominal prévia. Quando a víscera contém gás, como no caso do
Exame físico: estômago, o gás escapa para a cavidade peritoneal,
Estado geral, sinais vitais, avaliação cardiopulmonar, produzindo pneumoperitônio, que pode ser
avaliação abdominal ( hepatoesplenomegalia, ascite, reconhecido em uma radiografia do tórax, tanto em
circulação colateral , icterícia, telangiectasias (aranhas posição ortostática como em decúbito.
vasculares) e cicatrizes ) Sinal de Jobert:
✓ Timpanismo à
percussão do limite
superior do fígado;
✓ Acúmulo de gás
abaixo do diafragma.
Úlcera Péptica Perfurada Oclusão Intestinal
Caracteriza-se pela interrupção do trânsito intestinal,
O quadro clínico, na maioria das vezes, é bastante tanto para sólidos como para líquidos e gases.
característico: o paciente, com antecedentes Os pontos principais da oclusão abdominal, são:
sugestivos de doença ulcerosa, relata o surgimento Distensão de alças, peristaltismo de luta, timpanismo,
súbito de “dor em punhalada”, excruciante, na região toxemia, defesa abdominal e sinais de irritação
epigástrica, que se irradia para os ombros e se peritoneal.
acentua ao menor movimento, ,imobilizando o A oclusão intestinal pode acompanhar-se ou não de
paciente em decúbito dorsal ou com o tronco fletido estrangulamento da alça, ou seja, interferência no
(posição antálgica). A respiração torna-se superficial e suprimento sanguíneo da alça ocluída.
dolorosa. ✓ A oclusão pode instalar-se abruptamente, como
✓ Depois de algum tempo a dor se generaliza a todo no vólvulo, ou progressivamente, como nas
o abdome ou se estende à fossa ilíaca direita, para estenoses inflamatórias ou nas neoplasias
onde escoam os sucos digestivos extravasados. malignas. Os sintomas cardeais da oclusão
Raramente ocorrem vômitos. intestinal são dor abdominal, vômitos e parada de
Ao exame físico, eliminação de fezes e gases.
encontra-se o clássico “abdome em tábua”, assim ✓ A dor é do tipo cólica, intermitente,
chamado pela intensa contratura dos músculos acompanhada de ruídos hidroaéreos que podem
abdominais, sobretudo na região epigástrica. ser percebidos pelo próprio paciente,
Quando existe suficiente quantidade de gás no correspondendo às contrações peristálticas a
abdome, desaparece a macicez hepática à percussão montante do obstáculo.
do hipocôndrio direito (sinal de Jobert). O caráter intermitente da dor pode desaparecer
✓ Outros sinais menos importantes são a redução depois de 24 h, ao mesmo tempo que a distensão
do espaço de Traube à percussão do hipocôndrio abdominal aumenta.
esquerdo, hiperestesia cutânea na região ✓ Os vômitos são mais precoces e abundantes nas
epigástrica e ruídos anormais à ausculta obstruções altas, no nível do jejuno, e tardios nas
abdominal. obstruções mais baixas. Podem faltar, quando a
Impactação Fecal obstrução se localiza no cólon, em razão de a
A obstrução, parcial ou total, do reto ou do cólon por válvula ileocecal permanecer continente.
um fecaloma de grande volume. Inicialmente o vômito é bilioso, de cor amarela;
✓ ocorre quase sempre em pacientes com história posteriormente se torna escuro e de odor fétido,
de obstipação intestinal de longa duração. quando, então, é chamado de vômito fecalóide.
O paciente relata: Ao exame físico,
*Piora do funcionamento intestinal Observa-se, nos indivíduos magros, o relevo de alças
*Distensão abdominal distendidas e, por vezes, o peristaltismo de luta;
*Dor em cólica, que pode predominar no baixo ventre Percussão indica timpanismo localizado ou
(nos casos de impactação retal) generalizado.
ou de acordo com a topografia do fecaloma (fora do Ausculta, ouvem-se ruídos hidroaéreos coincidindo
reto o local mais comum é o sigmoide). com os paroxismos de dor.
Pode relatar, também, dor localizada no abdome, à As alças distendidas transmitem os sons das pulsações
esquerda, nos casos de localização sigmoidiana ou dor arteriais dos grandes vasos com grande nitidez e com
difusa, à medida que o tempo transcorre. ressonância peculiar, o que constitui um sinal de igual
Com o passar das horas, há agravamento progressivo valor.
do quadro doloroso e da distensão abdominal. A distensão abdominal, maior nas obstruções do
Exame físico cólon, aumenta com a duração da oclusão.
Inspeção do abdome, observa-se ventre distendido Abdômen agudo
homogeneamente É uma síndrome clínica caracterizada por dor na
Percussão, timpanismo difuso. região abdominal, não traumática, súbita e de
Palpação, observa-se abdome flácido, com pouca ou intensidade variável associada ou não a outros
nenhuma dor à palpação profunda, sem defesa de sintomas e que necessita de diagnóstico e conduta
parede, demonstrando que não há irritação terapêutica imediata, cirúrgica ou não.
peritoneal. Nos casos de fecaloma alto, pode-se, O paciente está em posição antálgica (para diminuir a
eventualmente, palpá-lo na forma de “massa intra- dor que está sentindo).
abdominal”, podendo-se perceber ligeira crepitação Na ausculta o abdômen pode ter RHA aumentados ou
(sinal de Gersuny).
diminuídos.
Toque retal – presença de fecaloma
Inflamatório/infeccioso: paciene com febre e ✓ A pressão arterial tende a baixar e a tornar-se
peritonite.Ex: apendicite aguda, colecistite aguda, convergente. Os casos graves evoluem para o
doença inflamatória pélvica. choque séptico.
Obstrutivo: Paciente com vômitos e obstipação. Síndrome Ictérica
Ex:tumor , hérnias. ✓ A icterícia é uma síndrome caracterizada pelo
Perfurativo: Dor intensa e hipertimpanismo aumento da bilirrubina no soro (valores acima de
Ex: úlcera perfurada, corpo estranho, doença 2 mg/100 mℓ), que se manifesta pela coloração
inflamatória intestinal. amarelada das conjuntivas, das mucosas, da pele
Hemorrágico: Paciente com anemia e hipotensão. e dos líquidos orgânicos.
Ex: gravidez tubária , rotura espontânea do baço ATENÇÃO: OBSERVAR SEMPRE A CONJUNTIVA! ->
Isquêmico: Paciente com dor intensa e difusa. Toda icterícia “verdadeira” se exterioriza pela
Ex: infarto intestinal. coloração amarelada das conjuntivas (dos olhos).
Peritonite Aguda ✓ Observar urina;
A peritonite aguda é causada pela penetração e ✓ Pesquisar na anamnese:
colonização de bactérias patogênicas na cavidade *Duração
abdominal, o que pode se dar por: *Sintomas associados (artralgias, mialgias, anorexia,
✓ Propagação de um processo inflamatório a partir perda ponderal, dor abdominal, febre, prurido,
de uma determinada víscera (apendicite, alterações na urina e fezes)
colecistite e diverticulite); *Consumo de álcool
✓ Ruptura ou perfuração de uma víscera oca *Substâncias químicas/medicamentos
(traumatismo abdominal, úlcera péptica *Medicinas alternativas/complementares
perfurada); *Contaminações parentéricas (transfusões, drogas IV,
✓ Lesão do peritônio parietal (feridas penetrantes tatuagens, atividade sexual)
no abdome);
✓ Via hematogênica (septicemia);
✓ Associada a ascite secundária a cirrose ou
síndrome nefrótica (peritonite bacteriana
espontânea).
As principais manifestações da peritonite aguda
difusa são:
Sinal ou lei de Courvoisier: é a presença de aumento
✓ Dor (difusa ou localizada);
indolor da vesícula biliar em paciente com icterícia.
✓ Sinal de Blumberg: consiste na compressão lenta e
Está associado a câncer da cabeça do pâncreas.
gradual do abdome durante a palpação;
A coloração amarelada da pele pode acontecer
retirando-se bruscamente a mão, o paciente
também devido ao alto consumo de betacaroteno.
experimenta dor aguda e intensa no local do
Nesse caso esclera e mucosa não ficam amareladas.
exame;
Doença hepatocelular crônica
✓ Defesa abdominal: por um reflexo visceromotor,
Doença hepatocelular crônica é qualquer forma de
os músculos do mesmo metâmero se contraem. A
doença hepática avançada, em que o fígado foi
contratura muscular é o sinal mais precoce,
exposto, de forma continuada, a uma ou várias formas
seguro e constante de comprometimento
de agressão.
peritoneal. A defesa abdominal localizada na fossa
-Eritema palmar, ginecomastia, cabeça de medusa
ilíaca direita nas apendicites perfuradas é clássica,
-Presença de hemorroidas, xantelasmas, xantomas.
assim como o “abdome em tábua” nas úlceras
perfuradas; Íleo Paralítico
✓ Distensão abdominal: por inibição motora, ocorre Um quadro clínico semelhante ao da oclusão
distensão das alças intestinais, podendo chegar ao intestinal, com distensão abdominal, vômitos e
íleo paralítico. Nas peritonites localizadas, parada da eliminação de fezes e gases.
entretanto, pode ocorrer diarreia. É causado por inibição da motilidade intestinal.
Sinais gerais: ✓ É uma dor contínua, de intensidade variável, na
A fácies do paciente com peritonite aguda difusa é dependência do agente etiológico.
bastante característica: palidez, nariz afilado, lábios À ausculta abdominal, não se ouvem os ruídos
ressequidos, olhar ansioso, expressão de sofrimento. hidroaéreos indicativos do peristaltismo de luta; os
O pulso se acelera, quase sempre acima de 100 bpm. ruídos são escassos ou ausentes, caracterizando o
Uma frequência cardíaca acima de 140 bpm. é sinal de “silêncio abdominal”.
mau prognóstico. Houve 3 min cada quadrante , (12min)sem ouvir nada
e ai confirma com a historia clinica.
OBS: + comum após cirurgias abdominais;
Casos clínicos Caso 3
Paciente feminina, 47 anos, deu entrada na UPA com
Caso 1 queixa de diarreia de início há 8 dias.
Paciente masculino, 48 anos, deu entrada Inicialmente referiu que sentiu mal estar , mialgia e
deambulando no pronto atendimento trazido por náuseas. Após 1 dia de sintomas , iniciou pela manhã
familiares por quadro de agitação psicomotora em quadro de fezes amolecidas que evoluíram há 2 dias
domicílio há 1 dia associada a confusão mental hoje. com dor abdominal, tenesmo e laivos de sangue.
Segundo os mesmos, ultimamente o mesmo se Possui histórico de HAS, em uso regular de Losartana
queixava d e urina escura, fezes claras e que estava 50 mg 12/12, tabagismo de ½ maço / dia.
engordando. Negam alterações respiratórias ou febre. Exame físico:
Referem que com aproximadamente 20 anos de idade REG, desidratada, ++/4, descorada +/4 , acianótica,
teve diagnóstico de Hepatite C, iniciou o tratamento e febril, consciente , orientada , eupneica.
abandonou o mesmo. Aparelho cardiovascular – 2BNF sem sopros
Histórico de etilismo de 5 latas de cerveja ao dia. Aparelho respiratório: MV + bilat sem RA
Ao exame físico: PA 80X60 mmhg FC 102 bpm FR 16irpm
REG, hidratado, descorado +/4, acianótico, afebril , SAT 02AA 98%
ictérico ++/4, consciente, confuso, eupnéico, presença Abdome : RHA aumentado, distenção abdominal
de Asterix. Diagnóstico sindrômico – diarréia aguda.
Aparelho respiratório: MV presente bilateralmente
Aparelho cardiovascular: 2BNF sem sopros
PA : 130x80 mmhg FC:72 bpm FR: 18 irpm,
Sat O2 AA: 97% GSG: ??
MMII : edema +/4 pulsos presentes
Complicações
• Pneumotórax
• Aspiração pulmonar
• Intubação pulmonar ou intracraniana
• Posicionamento inadvertido da sonda no pulmão
• Uso por tempo prolongado: erosão ou ulceração/
necrose de asa nasal.