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Infarto anterosseptal
Biomarcadores
→ Auxiliam tanto no diagnóstico como prognóstico.
→ Em pacientes com suspeita de SCA sem
diagnóstico estabelecido de IAM (pelo ECG), os
marcadores são uteis para confirmar o
diagnóstico.
AAS - o AAS (Ácido acetilsalisílico) deve ser utilizado MONABIH – a diferença do MONABIH e do MONABCH
para impedir a agregação plaquetária, a reoclusão é que no MONABIH utilizamos o IECA, quando
coronariana e a recorrência de eventos após a terapia utilizados em pacientes com infarto do miocárdio
fibrinolítica. agudo ou crônico, podem atenuar e até mesmo
→ Deve-se administrar AAS a todos os pacientes na prevenir o remodelamento ventricular, reduzir a
admissão, podendo ser administrado antes da incidência de posterior insuficiência cardíaca,
realização do ECG e manter seu uso contínuo melhorar a qualidade de vida e a capacidade
indefinidamente. funcional, reduzir sintomas, prevenir o reinfarto e
→ Dose inicial deve ser 200mg via oral aumentar a sobrevida.
iniciar AAS na 160-325mg (mastigável) + clopidogrel Infarto agudo do miocárdio com supra de ST -
300-600mg IAMCSST
→ Dose de manutenção deve ser 100mg/dia via oral IAMCSST → TERAPIA DE REPERFUSÃO (“tempo é
após almoço e clopidogrel 75 mg/dia até 12 miocárdio!”).
meses.
A reperfusão pode ser realizada com a utilização de
Contraindicações: hipersensibilidade conhecida,
agentes fibrinolíticos ou com angioplastia primária por
úlcera péptica ativa, discrasia sanguínea ou
balão, com ou sem implante de stents (intervenção
hepatopatia grave.
coronária percutânea – ICP), e cada método tem
vantagens e limitações.
Betabloqueadores – causa a redução da FC, buscando
Fibrinolítico / Trombolítico
manter a FC de aproximadamente 60 bpm.
Exemplos: Propanolol, metoprolol, atenolol , → idealmente até 30 min após o ECG (tempo porta-
carvedilol. agulha) até 12h do início.
Contraindicações para o uso: → Os fibrinolíticos disponíveis são:
→ FC <60bpm, O melhor para a fibrinólise é a ALTEPLASE.
→ PAS <100mmHg, • estreptoquinase (mais barata),
pode estar associada à hipotensão, que deve ser
→ intervalo PR >0,24s,
tratada com interrupção de sua administração e, se
→ BAV de 2º e 3º,
necessário, com a reposição de volume ou atropina.
→ história de asma ou doença pulmonar obstrutiva
• rPA (quando administrado em regime acelerado
grave,
juntamente com heparina leva a menor
→ doença vascular periférica
mortalidade – porém tem maior custo)
→ disfunção ventricular grave (classe Killip ≥ II)
administrada em forma de duplo-bolo.
→ Claudicação intermitente.
• TNK-tPA (benefício comparável ao tPA, com a
vantagem de poder ser administrado em bolo
único – também de alto custo)
Contraindicações relativas
→ História de AVC isquêmico > 3 meses ou
patologias intracranianas não listadas nas
contraindicações absolutas;
→ Gravidez;
Clopidogrel- é, também, um antiagregante → Uso atual de antagonistas de vitamina K –
plaquetário, porém, seu efeito é devido à sua ação quanto maior o INR maior o risco de
antagonista do receptor da adenosina. sangramento; sangramento interno recente <
Administrado em conjunto com o AAS. 2-4 semanas;
Heparina (anticoagulante)- seu uso é feito visando → Ressuscitação cardiopulmonar traumática ou
como meta atingir um tempo de coagulação ativado prolongada (> 10 min) ou cirurgia < 3 semanas;
(TCa) de, pelo menos, 300 segundos. → Hipertensão arterial não controlada (pressão
anticoagulação com heparina não fracionada, 5000Ul arterial sistólica > 180 mmHg ou diastólica >
EV + infusão contínua 1000-1200ui/hora (>80kg) e 110 mmHg);
TTPA entre 60-85seg. Anticoagulação com HBPM, → Punções não compressíveis;
bollus EV de 30mg seguido de 1mg/kg SC de 12/12hrs → História de hipertensão arterial crônica
(não ultrapassar 100mg/dia), >75 anos 0,75mg/kg de importante e não controlada;
12/12hrs sem bollus. Ajustar pela TFG. → Úlcera péptica ativa;
Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano – Habilidades médicas
Cisurite – acúmulo de
líquido na cisura entre os
lobos superior e inferior.
(membros inferiores – tornozelos)
Eletrocardiograma Classificação
Seu principal objetivo é avaliar o ritmo cardíaco,
Alto Débito Baixo débito
determinar a presença de hipertrofia do VE ou IM
Tireotoxicose, Anemia grave, Isquemia
prévio (presença ou ausência de ondas Q), assim
Sepse ,Infecção , Fístulas AV e HAS
como determinar a largura do completo QRS para
Béri-béri
avaliar se o paciente pode ser beneficiado com a
terapia de ressincronização. Até 10 min.
As alterações isquêmicas foram as mais prevalentes Classificação funcional pela New York Heart
(29%), seguidas da fibrilação atrial (25%) e do Association -NYHA.
bloqueio de ramo esquerdo (17%).
NYHA I Assintomático
Ecocardiograma
NYHA II Sintomas leves - atividades físicas
É o teste de imagem preferencial para avaliação inicial
habituais causam sintomas, com
dos pacientes com suspeita de IC. limitação leve
Pode identificar acuradamente a presença de NYHA III Sintomas moderados - atividades
alterações estruturais cardíacas, incluindo físicas menos intensas que as
anormalidades no miocárdio, das valvas cardíacas e habituais, com limitação importante,
do pericárdio, estimativa da PAS na artéria pulmonar, porém confortável em repouso.
função sistólica do VD e análise da função diastólica e NYHA IV Sintomas graves - incapacidade para
estimativa das pressões de enchimento do VE. realizar qualquer atividade sem
Observar a contração do ventrículo esquerdo. apresentar desconforto, com
Se contrair pouco significa que o paciente tem uma sintomas no repouso
fração de ejeção reduzida no VE.
Avaliação laboratorial
Deve incluir um hemograma completo, eletrólitos, PERFIL CLÍNICO HEMODINÂMICO
ureia/creatinina e exame de urina. perfusão periférica adequada
→ A gasometria arterial é solicitada em todo sem congestão pulmonar e/ou
paciente com distúrbio respiratório grave ou QUENTE E SECO – A sistêmica
perfusão periférica inadequada
sinais de baixo débito e deve ser solicitada com
com congestão pulmonar e/ou
análise de lactato e cloro.
QUENTE E UMIDO B sistêmica
→ As troponinas devem ser solicitadas para excluir má perfusão periférica com
SCA como causa da descompensação cardíaca e a congestão pulmonar e/ou
troponina elevada, em pacientes com IC, confirma FRIO E ÚMIDO- C sistêmica
mau prognóstico. má perfusão periférica sem
→ Havendo suspeita de síndrome coronariana congestão pulmonar e/ou
aguda, deve ser solicitado um ensaio de FRIO E SECO – L sistêmica
marcadores de lesão miocárdica.
→ O peptídeo natriurético cerebral (BNP) é um
SINAIS DE CONGESTÃO SINAIS DE MÁ PERFUSÃO
hormônio liberado pelos ventrículos em resposta
• ORTOPNEIA • REDUÇÃO DA
ao estiramento (sobrecarga de volume).
• ELEVAÇÃO DA PRESSAO PRESSAO DE PULSO
O BNP é usado para diferenciar dispneia de origem
VENOSA JUGULAR • EXTREMIDADES FRIAS
cardiológica ou não. • EDEMA • SONOLÊNCIA
O BNP é mais útil em casos de pacientes com quadro • HEPATOMEGALIA • PIORA DA FUNÇÃO
clínico misto (p. ex., um paciente com ICC e DPOC). • REFLUXO RENAL
Exames complementares HEPATOJUGULAR • PULSOS ALTERNANS
Ressonância magnética cardíaca: pode ser útil na • ASCITE • HIPOTENSÃO
avaliação etiológica e para medidas de volume • ESTERTORES SINTOMÁTICA
quando o ecocardiograma não for conclusivo CREPITANTES EM BASES
Provas de função pulmonar: podem ser úteis para PULMORARES
excluir doenças pulmonares como causa da dispneia. • PRESENÇA DE B3
Seu uso na IC aguda, no entanto, é limitado, pois a
presença de congestão pode influenciar os resultados. ICFE ICFE ICFE
Cineangiocoronariografia: indicada nos casos de reduzida intermediária preservada
síndrome coronariana aguda como causa da IC. < 40% 40 a 49 % >50%
Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano
Labetalol Fenoldopam
é um bloqueador a 1-adrenérgico seletivo e f3- agonista seletivo periférico de dopamina de tipo 1.
adrenérgico não seletivo. → Causa vasodilatação e natriurese.
→ Diminui a resistência vascular sistêmica e, ao → Seu uso proporciona a vantagem de aumentar o
mesmo tempo, mantém o fluxo sanguíneo renal, fluxo sanguíneo renal e melhorar a depuração da
coronariano e cerebral. creatinina.
→ Os bolus intravenosos de labetalol demoram de 2 → Como resultado, o fenoldopam pode ser usado
a 5 minutos para começar a baixar a pressão como fármaco de escolha para tratamento das
arterial. emergência hipertensivas no contexto de
→ Causa taquicardia reflexa mínima. comprometimento da função renal.
Contraindicação: pacientes com asma aguda, DPOC, Contraindicação: pacientes com pressão intraocular
IC, bloqueio cardíaco e diante do uso abusivo de aumentada.
simpatomiméticos.
Hidralazina
Esmolol → Diminui a pressão arterial promovendo um efeito
É um bloqueador f3 1-adrenérgico seletivo de ação de vasodilatador direto sobre a musculatura lisa
curta duração. arteriolar.
→ É efetivo para amenizar a taquicardia reflexa → Tratamento preferido pelos obstetras para casos
induzida pelo nitroprussiato. de pré-eclâmpsia/eclâmpsia, mas com uso
Contraindicação: pacientes com asma aguda, DPOC, abandonado em casos de hipertensão associada a
IC, bloqueio cardíaco e diante do uso abusivo de outras condições.
simpatomiméticos. Desvantagens: pode causar taquicardia reflexa,
isquemia no SNC e miocárdio.
Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano – Habilidades médicas
Definição
A PCR é um evento súbito, inesperado e catastrófico 4. Realizar a desfibrilação elétrica: o DEA é um
com perda da função ventricular, consequente perda aparelho eletrônico portátil, constituído
da consciência (ocorre devido à falta de oxigenação), basicamente por uma bateria com capacitor
ausência ou anormalidade na respiração e ausência de elétrico e um computador capaz de reconhecer a
pulso detectável (visualizar o pulso carotídeo, em fibrilação ventricular (FV) e a taquicardia
pacientes obesos, verificar o pulso femoral). ventricular (TV), as arritmias mais frequentes no
PCR extra-hospitalar: início da PCR.
1. reconhecimento precoce da PCR e pedir ajuda Time de resposta rápida
2. Suporte básico de vida desfibrilação precoce 1. Rebaixamento agudo do nível de consciência (por
3. Medidas avançadas de suporte de vida (intubação conta de hipóxia) e alterações neurológicas agudas.
e emprego de drogas) 2. Alterações importantes dos sinais vitais:
4. Cuidados pós-ressuscitação. → FR > 30 ou < 8 ipm ou uso de musculatura
PCR intra-hospitalar: acessória (musculaturas intercostais e
1. vigilância e prevenção abdominais, batimento de asa de nariz);
2. reconhecer e acionar o serviço médico de → SatO2 < 90%;
emergência → FC > 100 ou < 50 bpm;
3. RCP imediata de alta qualidade → PAS < 90 mmHg;
4. Suporte avançado de vida e cuidados pós-PCR. → EC > 3 segundos.
3. Pacientes com achados potencialmente
Avaliação do paciente em ambiente extra hospitalar emergenciais:
1. Avaliar o nível de consciência: chamar pelo → Precordialgia (dor precordial); crise convulsiva
paciente, se ele responder o nível de consciência (nunca teve crise ou está tendo sempre sem
ainda está mantido, se não responder, a função controle);
do SNC está comprometida. → Suspeita de obstrução de via aérea (paciente com
A presença de sinais indiretos de parada circulatória tosse e dificuldade de fala);
como apneia, ausência de movimentação espontânea → Intoxicações agudas (benzodiazepínicos);
e extremidades frias, também reforça a probabilidade → Hematêmese, enterorragia ou hemoptise;
de estar ocorrendo a PCR.
→ Dor intensa.
→ Verificar resposta (mão no ombro, chamar o OBS: gasping é uma respiração inadequada/agônica
paciente), caracterizada por movimentos involuntários da
→ Pulso carotídeo e respiração; mandíbula, cabeça ou pescoço; vigoroso ou fraco;
→ Pulso presente e respiração ausente: iniciar suspiro, ronco ou gemido; é um sinal de PCR.
imediatamente a ventilação de resgate uma a
cada 6 segundos; Ritmos de parada cardíaca
→ Pulso ausente e respiração ausente: inicie Ritmos chocáveis
imediatamente a RCP;Re Fibrilação Ventricular (FV): é um ritmo caótico que
→ avaliação a cada 2 minutos. começa nos ventrículos.
2. Chamar por ajuda e pedir um desfibrilador.
3. Reanimação cardiopulmonar: paciente em
decúbito dorsal e superfície rígida.
Taquicardia ventricular sem pulso (TVSP)- o ECG
→ Checar pulso carotídeo por 5-10 segundos
exibe um complexo QRS alargado, regular, com uma
(ausência define PCR).
frequência superior a 120 batimentos por min.
→ Realização de 30 compressões para 2 ventilações.
→ Entre 100-120 compressões por minuto com
profundidade de 5-6 cm em adultos, 5cm em
crianças e 4cm em lactentes.
→ Esperar retorno total da parede torácica e
minimizar interrupções.
Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano – Habilidades médicas
Conceitos
Cefaleia é todo processo doloroso referido no
segmento cefálico, que pode se originar de qualquer
estrutura facial, ou craniana.
Aura – transtornos neurológicos temporários que
precedem as crises de cefaleia e podem afetar os
sentidos, equilíbrio, coordenação muscular, fala ou
visão;
• Tem duração de 5 a 60 min
• Podem persistir após o início da cefaleia.
• Compreendem sintomas visuais em sua maioria
(espectro de fortificação — p. ex., lampejos
Primária Secundária
binoculares, arcos de luzes cintilantes, zigue-
A cefaleia é o sintoma Sintomas de uma
zagues luminosos, escotomas). principal. doença subjacente,
• Parestesias e dormência (começando, em geral, Migrânea ou enxaqueca, neurológica ou
em uma das mãos e estendendo-se cefaleia tensional, sistêmica.
ipsolateralmente ao membro superior e à face), cefaleia em salvas etc. Com presença de sinais
distúrbios da fala e disfunção temporária do de alarme,
tronco encefálico (causando, por exemplo,
ataxia, confusão e até mesmo obnubilação) são
Cefaleias de causas graves ou emergente
menos comuns que as auras visuais.
→ Anemia
Anamnese
→ Anóxia
→ Instalação (súbita ou gradual). → Abscessos cerebrais
→ Localização (unilateral, bilateral). → Envenenamento por monóxido de carbono
→ Tipo (pulsátil, pressão, pontada). → Glaucoma
→ Intensidade (leve, moderada, forte) → Encefalopatia hipertensiva
→ Duração (minutos, horas, dias) → Meningite/encefalite
→ Frequência → Doença das montanhas
→ Fatores desencadeantes (hormônios, estresse, → Falha de desvio
dormir mal, jejum, bebidas alcoólicas, drogas) → Hemorragia subaracnóidea /outras hemorragias
→ Fatores de melhora ou piora (ex: melhora com intracranianas
vômito ou melhora quando levanta), → Arterite temporal
→ Presença ou ausência de aura. → Tumor/massa cerebral
Cefaleias de causa não emergencial
→ Sintomas associados (náusea, vomito, fotofobia,
Síndromes de cefaleia primária e
fonofobia)
Cefaleias pós-PL
→ Presença de outros (crise convulsiva, mudança no
estado de consciência).
Exame físico Exames diagnósticos:
→ Avaliar o nível de consciência Neuroimagem de crânio
→ Sinais meníngeos (rigidez nucal, sinal de Kernig e indicações:
Brudzin). - Pacientes com cefaleias fortes de manifestação
→ Déficits neurológicos focais (assimetria de força, repentina
reflexos profundos, sensibilidade ou coordenação, - Pacientes HIV + que apresentam um novo episódio
alteração do equilíbrio ou marcha, papiledema, de cefaleia
alterações visuais e motricidade ocular alterada) - Cefaleias associadas a novos achados anormais (p.
→ Exames de nervos cranianos ex. déficit focal, estado mental alterado).
→ Exame de fundo de olho
cefaleias primárias, todo o exame físico estará normal
Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano
Regra de Ottawa
Uma regra clínica denominada regra de Ottawa para
indicar pesquisa de HSA, basta ter pelo menos 1 dos
seguintes sintomas:
→ Dor ou rigidez cervical. Idade > 40 anos.
→ Perda de consciência.
→ Início com esforço.
→ Cefaleia em “trovoada”, ou thunderclap
→ Flexão limitada do pescoço no exame.
Qual paciente devo internar? Outras condições adicionais comuns, que podem se
Para o paciente que se apresenta após sofrer síncope manifestar como crises epilépticas, incluem a
e está hemodinamicamente normal no momento da encefalopatia hipertensiva e a lesão anoxicoisquêmica
apresentação, a decisão de internar versus liberar do secundária à parada cardíaca ou hipoxemia grave.
SE com seguimento ambulatorial depende de outros → A hipótese de eclâmpsia também deve ser
aspectos clínicos sugestivos de que o paciente tenha considerada, em casos de gestantes, como
alto risco de desenvolver um resultado adverso a potencial etiologia das convulsões.
curto prazo.
Classificação
- Achados da história ou do exame físico consistentes Crises neurogênicas: maioria das convulsões,
com insuficiência cardíaca, cardiopatia estrutural ou resultam da descarga excessiva dos neurônios
coronariana, bem como um ECG anormal, está corticais.
associados a um alto risco de resultado ruim. → Crises generalizadas: envolvem uma atividade
- O paciente mais jovem, sem comorbidades, com neuronal anormal em ambos os hemisférios
sintomas tranquilizadores manifestados pela primeira cerebrais e são acompanhadas de perda da
vez e eletrocardiograma anormal em geral pode ser consciência.
liberado do SE. Esse tipo de crise pode ser caracterizado com base no
padrão de atividade motora em :
CRISES CONVULSIVAS convulsão tônica (rigidez do tronco e dos membros),
Definição
tônico-clônica (fase tônica seguida de fase clônica),
→ Convulsão: refere-se apenas a contrações atônica (perda súbita do tônus postural) e mioclônica
musculares involuntárias, súbitas e intensas, que (contrações musculares breves, do tipo choque).
frequentemente acompanham as crises
→ Crises parciais (focais): envolvem descarga
epilépticas.
neuronal em uma área localizada de um dos
→ uma crise epiléptica é qualquer evento hemisférios cerebrais e são subclassificadas em
envolvendo o disparo anormal de neurônios que simples (o indivíduo permanece consciente) e
causa uma mudança comportamental repentina, complexas (nível de consciência comprometido).
caracterizada por alterações na percepção
sensorial ou atividade motora.
Em certos casos, pode ocorrer na presença de fatores
precipitadores (crise provocada).
→ Epilepsia: o termo epilepsia é usado quando pelo
menos duas convulsões não provocadas ocorrem
com um intervalo de menos de 24 horas.
→ Estado epiléptico: atividade convulsiva contínua
com duração superior a 30 minutos
ou como a ocorrência de pelo menos 2 convulsões
sequenciais sem retorno aos níveis mentais basais
normais.
Etiologia
→ Primária: são crises epilépticas que ocorrem em
pacientes com história conhecida de epilepsia - Psicogênica/não epiléticas: são pseudocrises que não
→ Secundária: TCE, massas ou hemorragias resultam de uma descarga cortical anormal e
intracranianas, meningite, encefalite, distúrbios frequentemente estão associadas a estresse ou
metabólicos (p. ex. glicose ou eletrólitos), trauma emocional significativo.
fármacos e toxinas.
Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano – Habilidades médicas
Diagnóstico Tratamento
História Clínica → Pacientes sem história de convulsão que não
→ Pródromos voltam ao estado basal e permanecem em
→ Circunstâncias que levaram à crise condição pós-ictal
→ Descrição dos movimentos ictais e do período devem ser internados e permanecerem no hospital
pós-ictal. até que seu estado mental volte aos níveis basais e a
→ Sintomas associados devem ser abordados. etiologia subjacente de suas convulsões seja
→ Pacientes com distúrbios epiléticos devem ser determinada.
interrogados quanto ao histórico de crises prévias → Os pacientes em estado epilético
(tipo, frequência e medicações) geralmente são admitidos na UTI para tratamento e
→ História médica pregressa, as medicações avaliação
→ Consumo de drogas e bebidas alcoólicas A estabilização inicial do paciente requer:
→ Fatores de risco de infecção pelo HIV. a) ABC;
Exame físico: b) análise da glicose à beira do leito;
→ Exame da cabeça e pescoço: avaliar língua c) oximetria de pulso;
(procurar lacerações), traumatismo de cabeça ou d) monitoramento cardíaco;
facial e sinais de meningismo. e) terapia anticonvulsivante, se a atividade
→ Exame cardiopulmonar: ausculta das bulhas convulsiva persistir no momento da avaliação.
cardíacas ou ritmo irregular (sugestivo de evento → A proteção agressiva da via aérea é essencial,
embólico ou síncope → d. diferencial). pois os pacientes convulsivos apresentam
→ Exame neurológico completo: déficits focais pode reflexos de ânsia diminuídos e risco de aspiração.
ser um indício essencial do diagnóstico definitivo → O posicionamento do paciente sobre a lateral do
ou um insulto neurológico pósictal transiente corpo com sucção frequente (se necessário)
comum (paralisia de Todd). diminuirá o risco de aspiração.
Laboratorial → Os pacientes que continuam apresentando
→ Níveis de glicose e eletrólitos séricos (Na, Ca e convulsões mesmo sob tratamento ou aqueles
Mg). que não conseguem proteger a própria via aérea
→ Função renal com ações conservativas necessitam de
→ Hemograma completo intubação.
Terapia anticonvulsivante
→ Rastreamento farmacológico ou toxicológico.
Primeira linha de tratamento para epilepsia são
→ Teste de gravidez em mulheres de idade fértil.
sempre os benzodiazepínicos
→ Punção Lombar: na suspeita de infecção
Benzodiazepínicos parenterais: 1ª linha para
Obs.: um workup mais completo é indicado para os
convulsão ativa. Suprimem a atividade convulsiva
pacientes sem história de epilepsia que sofrem uma
intensificando a inibição neuronal associada ao GABA.
única convulsão não provocada.
→ Lorazepam: 1 dose de até 0,1mg/kg a 2mg/min →
→ Se a investigação inicial não for significativa, é
superior ao diazepam em prevenir recorrência
aceitável liberar o paciente para ir para casa sob
→ Diazepam (10mg/2mL): 0,2mg/kg IV a 5mg/min.
seguimento com exames de neuroimagem e uma
→ Midazolam (50 mg/10mL): dose de ataque 0,2
consulta marcada com o neurologista.
mg/kg IV em infusão lenta; Manutenção: 1-10
→ O paciente não precisa ser liberado sob
mcg/kg/min.
medicação com novos agentes
anticonvulsivantes, mas deverá ser orientado
Fenitoína: 2ª linha para convulsão ativa. Não suprime
quanto às restrições a que os pacientes
diretamente atividade elétrica no foco convulsivo,
epilépticos estão sujeitos.
mas retarda a recuperação dos canais de sódio
Exames de imagem:
voltagem-dependentes e, assim, suprime o
- Realizados diante da impossibilidade de identificar
recrutamento neuronal.
etiologia clara de convulsão ou na suspeita de
→ Fenitoína oral: 20mg/kg com máximo de 400mg a
processo agudo intracraniano.
cada 2h.
- Recomendado em caráter emergencial: história de
TCE, alteração persistente do estado mental ou → Fenitoína IV (250mg/5mL): máximo de 15-
cefaleia, febre, malignidade, imunocomprometido e 20mg/kg de dose total com velocidade inferior a
anticoagulação. 50mg/min.
Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano – Habilidades médicas
Definição Variantes
É uma doença de caráter autoimune que acomete → SGB clássico (tetraparesia com ou sem
primordialmente a mielina da porção proximal dos envolvimento de nervo craniano motor).
nervos periféricos de forma aguda/subaguda. → SGB paraparético (membros inferiores),
→ Fraqueza faríngo-cervical-braquial (região bulbar,
Epidemiologia pescoço e membros superiores),
→ É a maior causa de paralisia flácida generalizada → Fraqueza bifacial com parestesias (pode haver
no mundo. ptose palpebral ou só paresia de n. abducente),
→ Pacientes com SGB apresentam taxas de → Síndrome de Miller Fisher (oftalmoplegia externa
mortalidade de aproximadamente 5%-7%, + ataxia + arreflexia)
geralmente resultante de insuficiência → Encefalite de Bickerstaff/Miller Fisher central
respiratória, pneumonia aspirativa, embolia (oftalmoplegia externa + ataxia +hipersonolência).
pulmonar, arritmias cardíacas e sepse hospitalar.
→ Antes da manifestação da SGB há evidência Evolução da doença
sorológica de infecção recente (1-3 semanas → Sempre tem caráter progressivo
antes), sendo: → Progride por 2-4 semanas
a infecção por Campylobacter jejuni a mais frequente → Pelo menos 50%-75% dos pacientes atingem seu
delas (32%), seguida por citomegalovírus (13%), vírus nadir na segunda semana, 80%-92% até a terceira
Epstein Barr (10%) e outras infecções virais (hepatites semana e 90%-94% até a quarta.
por vírus tipo A, B e C, influenza e HIV). OBS :Progressão de sinais e sintomas por mais de 8
→ Outros fatores precipitantes de menor semanas exclui o diagnóstico de SGB, sugerindo
importância são cirurgia, imunização e gravidez. então polineuropatia desmielinizante inflamatória
crônica (PDIC).
Quadro clínico Platô - Passada a fase da progressão, a doença entra
A maioria dos pacientes percebe inicialmente a num platô por vários dias ou semanas com
doença através de sensação de parestesias nas subsequente recuperação gradual da função motora
extremidades distais dos membros inferiores e, em ao longo de vários meses
seguida, superiores. → Entretanto, apenas 15% dos pacientes ficarão sem
→ Fraqueza progressiva: é o sinal mais perceptível. nenhum deficit residual após 2 anos do início da
(MMII, braços, tronco, cabeça e pescoço). doença e 5%-10% permanecerão com sintomas
A intensidade varia de leve (não chega a motivar a motores ou sensitivos incapacitantes.
busca por atendimento) até tetraplegia completa → Recorrência do episódio pode ser observada em
(necessidade de ventilação mecânica por paralisia da até 3% dos casos, não havendo relação com a
musculatura respiratória acessória). forma de tratamento utilizada na fase aguda.
→ Fraqueza facial – a paralisia do nervo facial
ocorre em mais de 50% dos casos Fatores de risco para mau prognóstico funcional:
→ Função esfincteriana – na maioria das vezes é → idade >50 anos,
preservada. → diarreia precedente,
→ Perda dos reflexos miotaticos (ex patelar) – pode → início abrupto de fraqueza grave (menos de 7
preceder os sintomas sensitivos. dias),
Diminuição dos reflexos ocorre em mais de 90% dos → necessidade de VM (somente 15 a 30%
casos. necessitam de ventilação mecânica).
→ Instabilidade autonômica -achado comum, → amplitude do potencial da neurocondução
causando eventualmente arritmias importantes., motora inferior a 20% do limite normal.
mas que raramente persistem após 2 semanas. Obs.: o prognóstico motor é melhor nas crianças,
→ Dor neuropática lombar ou nas pernas ocorre em pois necessitam menos de suporte ventilatório e
50% dos casos e ofalmoparesia e ptose de 5%- recuperam-se com maior rapidez.
15%.
Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano – Habilidades médicas
Definições Patogênese
→ Acidente vascular encefálico: consiste no rápido AVE isquêmico: corresponde a 80%.
desenvolvimento de perda da função encefálica → A oclusão aguda de um vaso intracraniano reduz o
em decorrência de um distúrbio envolvendo os fluxo sanguíneo para a região cerebral que ele
vasos sanguíneos que suprem o encéfalo. supre.
→ Ataque isquêmico transitório (AIT): ocorre → É decorrente do bloqueio de um vaso sanguíneo
quando o suprimento sanguíneo para uma secundário à trombose ou embolia.
determinada área do encéfalo é interrompido. → Observado em pacientes > de 50 anos de idade.
Referido com frequência como mini-AVE, seus AVE hemorrágico:
sintomas costumam durar de minutos a horas, → decorrente de sangramentos de vasos cerebrais
mas se resolvem dentro de 24 horas. intraparenquimatosos ou subaracnóideos.
→ Trombolíticos: medicações que atuam na → primário (hipertensivo, angiopatia amiloide,
degradação de coágulos e são usadas no hipertensão intracraniana)
tratamento de infartos do miocárdio, embolia → secundário (ruptura de aneurisma, má formação
pulmonar e AVE. arteriovenosa cerebral, neoplasias, vasculites e
→ National Institutes of Health Stroke Scale: trata- coagulopatias).
se de uma ferramenta de avaliação à beira do → Observado em pacientes mais jovens.
leito que fornece uma medida quantitativa
reproduzível do déficit neurológico associado ao Penumbra isquêmica:
AVE. é a região que circunda o infarto.
Fatores de risco A função neuronal está alterada,
→ Hipertensão arterial (redução de 30-40% com mas é potencialmente
controle do risco com controle satisfatório). recuperável.
→ Fibrilação Atrial
→ Tabagismo (quase 2x) Abordagem clínica
→ Diabetes Mellitus A base da avaliação é a história e o exame físico.
→ Dislipidemia Sintomas
→ Terapia de reposição hormonal pós menopausa → Enfraquecimento
→ ACO (baixo risco) → Entorpecimento ou falta de coordenação dos
→ Anemia falciforme membros ou da face
Causas comuns → Paralisia de nervos cranianos
→ Aterosclerose (+ comum). → Disartria ou comprometimentos cognitivos, como
Locais preferidos: bifurcação das carótidas, origem da afasia e negligência.
artéria cerebral média, origem da artéria cerebral
anterior e origem das artérias vertebrais.
→ Embolia de origem cardíaca (15% de todos os
AVC isquêmicos se associam à FA não tratada),
→ Lesão de pequenos vasos e dissecção arterial
- AVE lacunar significa um infarto subcortical recente
pequeno (uma cardioembolia e doença de pequenos
vasos intracranianos)
- Comprometimento de vasos com < 1,5 cm de É essencial descobrir o momento exato o
diâmetro. aparecimento dos sintomas, para avaliar a indicação
- Geralmente secundária a HAS e DM de longa data. do uso de trombolíticos.
→ Dissecção Arterial
Caso o paciente tenha despertado apresentando
Carótida e vertebral
sintomas, o médico deve determinar o horário de
dissecção da camada íntima e média -> obstrução
início quando o paciente foi visto acordado pela
média e adventícia -> aneurisma
última vez em estado normal.
Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano – Habilidades médicas
Exames diagnósticos:
Identificar possíveis contraindicações à
administração de rtPA.
→ Saturação do oxigênio para excluir a hipótese de
Quadro clínico do AVE hemorrágico: hipóxia como etiologia dos comprometimentos
Apresenta-se com o surgimento rápido de um déficit neurológicos.
neurológico focal, cefaleia intensa e rebaixamento → Eletrocardiograma = FA mais comum,
do nível de consciência de início abrupto que → Glicemia capilar (HGT) porque a hipoglicemia é
progride nos minutos a horas seguintes. mimetizadora do AVE agudo,
→ Lembrar que o sangramento no parênquima → Lipidograma
cerebral é indolor. → Eletrólitos
→ Hemograma completo- Contagem de plaquetas (>
de 100.000/mm3 para que os trombolíticos
possam ser administrados),
→ Ensaios de coagulação,
→ Marcadores cardíacos.
→ varredura de TC da cabeça sem contraste- para
excluir a hipótese de um sangramento
intracraniano.
Atendimento inicial → RM é superior à TC na demonstração de
hemorragias subagudas e crônicas
NIH Stroke Scale (NIHSS):mede vários aspectos da
função cerebral, como: Achados na TC
→ consciência, visão, sensação, movimento, fala e Inicial (< 24 h)
linguagem. → perda de diferenciação das substâncias cinzenta-
→ Uma pontuação acima de 20 até o escore máximo branca,
de 42 representa um AVE grave. → perda da distinção entre os núcleos dos gânglios
→ As diretrizes vigentes permitem que os AVE com basais,
pontuação acima de 4 sejam tratados com → edema dos giros e extinção dos sulcos.
ativador de plasminogênio tecidual recombinante → A densidade aumentada junto ao vaso obstruído,
(rtPA). que representa o trombo.
→ Hipersinal da artéria cerebral média
>24 H : Hipodensidade.
Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano – Habilidades médicas
Diagnósticos diferenciais
→ Entidades neurológicas: convulsões/paralisia de
Todd, enxaquecas complicadas, estado epiléptico
não convulsivo, exacerbações de distúrbios
desmielinizantes (p. ex., esclerose múltipla.
→ Anormalidades tóxicas /metabólicas: hipo e
hiperglicemia, hipo ou hipernatremia,
superdosagem de fármaco e botulismo.
→ Etiologias infecciosas: infecção sistêmica, paralisia
A: aumento na densidade no segmento M1 da artéria de Bell, meningite/ encefalite, febre maculosa das
cerebral média esquerda devido a trombose (seta). Montanhas Rochosas e abscesso cerebral.
Tal achado é um dos sinais precoces de infarto → Causas cardíacas ou vasculares: encefalopatia
cerebral. hipertensiva, dissecção da artéria
B: hipodensidade com perda da diferenciação entre carótida/aórtica/vertebral, hemorragia
substância branca e cinzenta nas regiões insular, subaracnóidea e vasculite cerebral.
opercular e gânglios da base (setas), caracterizando
→ Outras etiologias: tumor, crise cerebral da
infarto agudo.
anemia falciforme, depressão ou psicose e
Escore de ASPECTS hipertermia maligna.
Tratamento
→ Os pacientes de AVE são tratados como pacientes
gravemente enfermos.
O tratamento inclui obrigatoriamente:
→ avaliação e estabilização do ABC,
→ Avalia a extensão do comprometimento da Artéria → avaliação formal para uma possível administração
Cerebral Média (ACM) e risco de sangramento de trombolíticos
com o tratamento trombolítico. → tratamento de comorbidades. como a
→ Subdivide o território da ACM em 10 regiões hipertensão.
padronizadas, avaliadas em 2 cortes da TC de
crânio, na altura do tálamo e nos núcleos da base,
e o próximo corte logo acima dos núcleos da base.
→ Cada uma das áreas marcadas em vermelho, com
hipodensidade precoce na TC sem contraste,
diminui 1 ponto no escore.
TC normalmente tem escore de 10
um escore 0 indica isquemia difusa em todo o
território da ACM.
7 a 10 indica baixo risco de hemorragia e cinco a sete
risco alto de hemorragia
O ASPECT do paciente é inversamente proporcional a
sua gravidade.
Investigação das etiologias
→ Aterosclerótico: estudo das carótidas e
vertebrais.
→ Cardioembólico: arritimias, miocardiopatia.
→ Oclusão de pequenos vasos: fatores de risco
(hipertensão de longa data mal controlada).
TC com hipodensidade e substância profunda < 1,5cm.
Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano – Habilidades médicas
Hemorragias leves: a face enfraquece em um lado Hemorragia lobar: maioria síndrome clínica restrita.
durante 5 a 30 minutos, a fala torna-se Hemorragia occipital é hemianopsia.
incompreensível, o braço e a perna enfraquecem Hemorragia temporal esquerda, afasia e delirium.
gradualmente e os olhos desviam-se para o lado Hemorragia parietal, hemiperda sensorial.
oposto da hemiparesia. Hemorragia frontal, fraqueza do braço.
Hemorragias grandes: sonolência (leva ao estupor à Hemorragias lobares (cefaleias focais, e mais de
medida que surgem sinais de compressão do tronco metade apresenta vômitos ou sonolência).
encefálico superior), coma, respiração profunda, Rigidez de nuca e crises epilépticas são incomuns.
irregular e intermitente, pupila ipsilateral dilatada e
fixa e rigidez de descerebração. Outras causas de hemorragia intracerebral
Hemorragias talâmicas: também produzem → Angiopatia amiloide cerebral: doença do idoso na
hemiplegia ou hemiparesia contralateral por qual ocorre degeneração arteriolar e o amiloide
compressão ou dissecção até a cápsula interna déficit deposita-se nas paredes das artérias cerebrais.
sensorial proeminente envolvendo todas as
→ Cocaína e a metanfetamina: constituem causas
modalidades.
frequentes de AVE em pacientes jovens (menos
Afasia, apraxia construcional ou mutismo e defeito
de 45 anos). Mecanismo do AVE relacionado com
dos campos visuais homônimos.
simpaticomiméticos é desconhecido, mas a
Desvio dos olhos para baixo e para dentro (olhando
cocaína tem relação com hipertensão aguda.
para o nariz), pupilas anisocóricas com ausência da
→ Traumatismo cranianoencefálico: muitas vezes
reação fotomotora, desvio assimétrico para baixo e
causa hemorragia intracraniana.
medialmente do olho oposto à hemorragia e
→ Terapia anticoagulante: podem ocorrer em
síndrome de Horner ipsilateral.
qualquer localização; com frequência são lobares
Podem apresentar uma síndrome de dor contralateral
ou subdurais. As HIC relacionadas com
crônica (síndrome de Déjerine-Roussy).
anticoagulação podem evoluir lentamente,
durante 24 a 48 horas.
Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano – Habilidades médicas
→ Distúrbios hematológicos: leucemia, anemia → Controle da PA: uma revisão sistemática recente
aplásica, púrpura trombocitopênica. investigou o pool de pacientes destes estudos e
→ Encefalopatia hipertensiva: é uma complicação mostrou que, apesar de tolerada, a redução da PA
da hipertensão maligna associada a cefaleia, para níveis < 140 mmHg não melhorou o
náuseas, vômitos, crises epilépticas, confusão, prognóstico e esteve associada com maior risco
estupor e coma. de piora da função renal. A maioria dos autores
Avaliação laboratorial e neurorradiológica recomenda que você trabalhe com PA sistólica em
→ Contagem plaquetária, TAP/PTT, TCC e RM (mais torno 160 mmHg (140-180) e a diastólica em
sensível para delinear as lesões da fossa posterior, torno de 110 mmHg, com exceção do paciente em
geralmente é desnecessária na maioria dos casos). coma, isto é, Glasgow < 8, que deve-se monitorar
→ Alguns centros realizam rotineiramente a TC e a a pressão intracraniana e ajustar a PA para manter
angiografia por TC com TC pós-contraste em uma a PPC > 70 mmHg.
sessão para identificar rapidamente qualquer Casos clínicos
etiologia macrovascular da hemorragia e fornecer, Paciente de 63 anos de idade, com história de
ao mesmo tempo, informações de prognóstico. diabetes, hipertensão arterial e tabagismo,
apresenta um dia de evolução de afasia e
hemiparesia à direita, com recuperação parcial do
deficit. O exame físico confirma o deficit, apresenta
bulhas cardíacas rítmicas. Tomografia inicial
evidenciou hipodensidade em território de artéria
cerebral média esquerda e calcificações vasculares.
→ intervenção não indicada no caso: Anticoagulação
com antagonistas de vitamina K.
Tratamento agudo:
Quase 50% dos pacientes com HIC hipertensiva Maura, 64 anos, é examinada no hospital,
morrem, mas outros têm uma recuperação boa a total apresentando enfraquecimento do braço direito e
se sobreviverem à hemorragia inicial. queda facial do lado esquerdo. Sua pressão arterial
→ Coagulopatia identificada deve ser revertida em está em 180x105 mmHg.
uso de AVK, infusão de concentrados de complexo → Não intervir na pressão arterial da paciente, mas
da protrombina, plasma fresco congelado e continuar a monitorá-la.
vitamina K. → Intervir apenas em uma PA sistólica > 220mmHg e
→ Se hematoma causar desvio significativo das uma pressão diastólica > 120mmHg
estruturas na linha média com resultante → Tratar PA com medicamentos EV - labetalol IV e os
rebaixamento da consciência, coma ou nitratos (Nipride) = não baixar mais do que 25%
hidrocefalia, fornecer agentes osmóticos + da PAM vigente.
hiperventilação induzida a fim de reduzir a PIC → PA deve permanecer abaixo de 185/110 mmHg
ventriculostomia ou monitor de PIC. para administrar rtPA.
→ Manter a pressão de perfusão cerebral (PAM-PIC) Paciente masculino, 73 anos de idade, previamente
acima de 60 mmHg. diabético e hipertenso, procura hospital com ajuda
→ Suporte: vias aéreas e oxigenação, nutrição, dos filhos, com quadro de mal-estar geral, perda
controle de temperatura, glicemia e pressão motora no membro inferior esquerdo e que agora se
arterial. estende também para o membro superior
→ Profilaxia TVP: primeiras 48h com compressão homolateral. Sua pressão está elevada com valor de
pneumática intermitente. 210 x 110mmHg.
→ Epilepsias: anticonvulsivantes. → O valor tolerável da pressão nessa situação
→ Cirurgia: remoção do coágulo. Se hidrocefalia, depende se existem complicações ou se está
DVE. Hematoma cerebelar > 3cm. Hematoma proposta trombólise, caso confirmado AVC
superficial grande com declínio do nível de isquêmico com critério de trombólise.
consciência (ECG <9-12). Desalinhamento linha
média > 5mm.
Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano – Habilidades médicas
Epidemiologia
→ Cerca de 55 a 75% dos TCEs são resultantes de
acidentes de trânsito, pela força da colisão e
desaceleração que este tipo de acidente propícia,
sendo os mecanismos de lesão frutos dos choques
causados pela intensidade do impacto da caixa
craniana contra superfícies duras, tais como
volante, para-brisas, console, solo (acidente com
motos), etc
→ A queda (lajes, própria altura, etc.) produz estes
mesmos mecanismos de impacto, variando Hematomas extradurais (formato de laranja)
apenas a velocidade adquirida antes do trauma, São hematomas relativamente raros, tipicamente
assim como os mecanismos de desaceleração. biconvexos, e localizados do lado de fora da dura
(mas dentro do crânio), formando uma figura que
Na fase inicial do trauma cranioencefálico grave com lembra o abdômen gravídico após o sexto mês,
hematoma em expansão, a pressão intracraniana raramente tendo a forma lenticular (quando sangra
pode estar normal devido a Saída de volume de pouco e em pequena extensão por fora da dura-
líquor e sangue venoso do crânio. máter).
→ Na maioria das vezes estão localizados na região
TCE – Lesões primárias temporoparietal e frequentemente resultam da
É resultado de trauma mecânico direto. laceração da artéria meníngea média, causada
Lesões focais pelo sangramento ósseo ou foco da fratura.
→ São fraturas, lacerações, concussões, hematomas,
contusões.
Fraturas cranianas
→ Podem ser vistas em toda a extensão da calota
craniana, inclusive na base do crânio, podendo ser
lineares ou estelares, depressivas e não
depressivas, alinhadas ou não, com ou sem
afundamento.
→ Uma fratura sempre aumenta as chances de
coexistir um hematoma intracraniano.
Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano – Habilidades médicas
Por isso torna-se importante, repetir a todo instante Deve haver muita cautela naqueles pacientes
a importância do atendimento ao paciente vítima de suspeitos de intoxicação alcoólica ou por drogas, pois
TCE, no sentido de mantermos sua homeostase e estes agentes também interferem no nível de
equilíbrio hemodinâmico, eliminando com isto as consciência e podem confundir o examinador.
maiores causas de lesão secundária consequentes à
má condução clínico cirúrgica destes pacientes, Conduta e TC de crânio
restando somente as variações pertinentes à
agressão desproporcional da intensidade do TCE.
→ Não utilize contraste iodado para CT de crânio no → Se em VM, cheque parâmetros de hora em hora.
TCE. Estabilidade clínica.
→ Não use anticonvulsivantes profiláticos por mais → Parecer neurocirúrgico após TC Crânio.
de sete dias, se o paciente estiver livre de → Estabelecer estratégia de tratamento conservador
convulsões. ou neurocirúrgico.
→ Não diagnostique HIC refrataria sem antes utilizar → Sincronizar e priorizar tratamentos e
medidas gerais adequadas, drenagem liquorica, e procedimentos neurocirúrgicos com outros
osmoterapia/HVT leve. diagnósticos.
→ Não deixe de repetir CT crânio quando HIC e → Decidir sobre indicação cirúrgica e monitorização
alterações pupilas. Quando indicados, não use da PIC com neurocirurgia.
ATBS profiláticos além de 24 horas → Garanta início de medidas gerais, com checklist de
6/6 horas.
Fases do atendimento no TCE Blue period: entre 6 e 24 horas.
Red period: nos primeiros 60 minutos após o Representa a importância da estabilização clinica no
acidente, realizar a correção dos insultos iniciais. primeiro dia pós-acidente. Maior frequência
“Não deixe o paciente morrer”. estatística de estabelecimento da lesão secundaria
Atendimento pré-hospitalar: seguir ATLS (ABCDE). precocemente.
→ Prefira transportar após estabilização. UTI/enfermaria:
→ Passar informações gerais sobre acidente, → novo checklist de medidas gerais de tratamento
condições hemodinâmicas, respiratórias e do TCE.
neurológica. → Checklist de 2/2 horas de todos os parâmetros
→ Iniciar tratamento hiperosmolar se houver sinais não invasivos.
de herniação. → Se PIC, manter PAM invasiva.
Atendimento na emergência: paciente oriundo de → Atenção aos 5Ps e 1T.
transporte civil, agir como APH e ATLS. → Atenção a pCO2.
→ Seguir atendimento inicial com rechecagem de → Observar Hb e transfundir CH se necessário.
parâmetros não invasivos. → Evitar crises epiléticas.
→ Atenção aos 5Ps e 1T. → Elevar PAM. Anteveja HIC refrataria (se PIC
→ Confirmar estabilização de sistemas. monitorizada faca análise qualitativa).
→ Observe fluidoresponsividade. → Reveja medidas gerais, e observe utilização eficaz
→ Não hiperhidrate. das estratégias terapêuticas de primeira opção.
→ Previna iatrogenias. → Cheque doses e períodos utilizados. Se após 12
→ Comparar GCS inicial e no atendimento (queda de horas, ainda PIC acima de 20 mmHg, repita CT de
mais de 2 pontos?). crânio.
→ Solicitar exames laboratório e imagens. → Registre alterações.
→ Iniciar ficha de acompanhamento neurológico → Nova consulta neurocirúrgica.
→ solicitar pareceres de especialistas conforme → Nova estratégia de tratamento da HIC, se não for
necessidades. indicada cirurgia.
Yellow period: entre 1 e 6 horas do acidente. Green period: entre 24 e 72 horas.
→ impedir o estabelecimento precoce da lesão → Reverter os planos terapêuticos traçados
secundaria. inicialmente e manter plano de sedação, analgesia
→ Tratar com determinação a lesão primária, através e fazer correções necessárias dos desvios da
o diagnostico exato e estabelecimento monitorização alvo, neurochecks e exames de CT
terapêutica precocemente. das últimas 24 horas.
Emergência:
→ reveja acessos, sondas e cateteres. Refaça HGT
(previna hipoglicemia).
→ Faça profilaxia antitetânica.
→ Inicie ATBs, se necessário.
→ Iniciar tratamento da HIC se for o caso.
→ Atenção aos 5Ps e 1T.
→ Seja obsessivo quanto aos alvos.
Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano – Habilidades médicas
Diagnóstico laboratorial
Cultura de escarro, hemocultura e para detecção de
antígenos urinários = suspeita de germes atípicos, ou
PAC grave, para pacientes que não respondam ao
tratamento inicial ou que estejam internados em UTI.
→ Testes moleculares - PCR (reação em cadeia da
Gravidade
polimerase), = grande avanço no diagnóstico das
Classificar a gravidade é primordial para escolha do
pneumonias virais.
antibiótico, da via de administração e do local do
Diagnóstico por imagem
tratamento. Os scores são qualificados pela
→ raio x é mais indicado para confirmar a suspeita e
simplicidade, aplicabilidade imediata e facilidade de
avaliar a extensão das lesões causadas pela
uso, em ambientes hospitalares ou não.
pneumonia.
CURB-65: baseia-se na confusão mental (escore ≤ 8,
→ A ultrassonografia de tórax tem maior acurácia do
segundo o abbreviated mental test score);
que a radiografia, mas é, ainda, restrita a poucos
ureia > 50 mg/dl; frequência respiratória > 30
hospitais.
ciclos/min; pressão arterial sistólica < 90 mmHg ou
A USG tem sensibilidade de 95% contra 60% da
pressão arterial diastólica < 60 mmHg; e idade ≥ 65
radiografia de tórax.
anos. Sua limitação é a falta de inclusão de
→ O RX tem menor acurácia em obesos,
comorbidades (como alcoolismo, insuficiência
imunossuprimidos ou com alterações radiológicas
cardíaca ou hepática e neoplasias), fazendo com que
prévias.
seu valor preditivo negativo de mortalidade seja um
A detecção de infiltrados pulmonares, broncograma
pouco inferior.
aéreo, opacidades alveolares confirma o diagnóstico.
Solicitar sempre 2 incidências!
Em alguns casos, um paciente cuja radiografia torácica
inicial resultou negativa pode apresentar infiltrados
que ''desabrocham'' após a reidratação ou que podem
ser vistos em outros tipos de imagem (p. ex., TC é
mais sensível do que a radiografia plana).
Exames laboratoriais
A base do diagnóstico de uma ITU é exame qualitativo
de urina e cultura.
→ A coleta de urina estéril é essencial, pois a o
exame de uma amostra contaminada pode
fornecer resultado falso positivo. Tratamento
→ Microscopia da urina: Os critérios microscópicos Todas as crianças e homens liberados após receberem
são altamente discutíveis e a presença de o diagnóstico de ITU requerem seguimento urológico
leucócitos, hemácias e bactérias deve ser para avaliação de anormalidades anatômicas
considerada com a manifestação clínica para fins subjacentes. Os adultos com ITU complicada também
de confirmação do diagnóstico de ITU. necessitam de seguimento e avaliação do sistema
→ Cultura de urina: No SE, as culturas de urina geniturinário.
devem ser obtidas de populações de alto risco, Cistite sem complicação – tratamento ambulatorial.
incluindo bebês e crianças. Antibioticoterapia (contra E.coli) - sulfametoxazol-
As culturas também devem ser obtidas de pacientes trimetoprim (SMX-TMP), amoxicilina/clavulanato,
idosos, homens adultos, gestantes, indivíduos com nitrofurantoína, ciprofloxacina e levofloxacina.
comorbidades ou em casos de falha da terapia → De 3 a 5 dias
antimicrobiana inicial. → Suspeita de infecção de trato superior ,
A coloração de Gram da urina também pode ser útil, comunidades com altos índices de resistência ,
mas não é indicada de forma rotineira. extremos de idade e comorbidades – 7 a 10 dias.
→ Para promoção de alívio sintomático, os médicos
Exames de imagem costumam prescrever fenazopiridina, um fármaco
Os pacientes que apresentam sinais ou sintomas que se concentra na urina e muitas vezes alivia a
clínicos de infecção urinária e resultado do exame de dor e a irritação ao urinar.
urina negativo, assim como aqueles com suspeita de Esse fármaco provoca uma mudança de cor distinta na
obstrução urogenital e os casos de ITU complicada urina, que costuma tornar-se laranja-escuro a
frequentemente requerem exames de imagem. avermelhada e é contraindicada para pacientes com
Recomenda-se que sejam realizados exames de deficiência de glicose-6-desidrogenase, porque pode
imagem nos casos de primeiro episódio de ITU em causar hemólise fármaco-induzida
meninas com menos de 4 anos e em homens.
Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano – Habilidades médicas
Pielonefrite sem complicação- tratada em regime Meropenem - é um pouco mais ativo contra bactérias
ambulatorial, desde que a paciente tolere medicações gram-negativas.
orais, apresente sintomas brandos, tenha acesso a um → Indicado para o tratamento de E.Coli.
segmento efetivo e não esteja grávida. É indicado para o tratamento das seguintes infecções
→ Medicina de Emergência: os antibióticos SMX- em adultos e crianças: infecções do trato respiratório
TMP, amoxicilina/clavulanato ou inferior; infecções do trato urinário, incluindo
infecções complicadas; infecções intra-abdominais;
fluoroquinolona devem ser prescritos por 10 a 14
infecções ginecológicas, incluindo infecções
dias. Todas as pacientes gestantes com
puerperais; infecções de pele e anexos; meningite;
pielonefrite devem ser internadas, septicemia; tratamento empírico, incluindo
→ CREMESP: o tratamento inicial da pielonefrite monoterapia inicial para infecções presumidamente
aguda não complicada com bacilos gram- bacterianas, em pacientes neutropênicos; infecções
negativos é um agente EV único, como a polimicrobianas; fibrose cística, tanto como
gentamicina, uma cefalosporina de 2ª ou 3ª monoterapia quanto em associação com outros
geração (cefuroxima, ceftriaxona), cotrimoxazol agentes antibacterianos.
ou uma quinolona sistêmica.
Polimixina – é indicado para o tratamento de: ·
Pielonefrite com complicação – requer a Infecções agudas causadas por cepas susceptíveis de
administração de antibiótico por via IV. Pseudomonas Aeruginosa resistente.
→ Indicada para o tratamento de Pseudomonas
Critérios de internação para pielonefrite: aeroginosa resistente a carbapenêmicos
sepse/choque, intolerância a antibióticos orais,
obstrução do trato urogenital, gravidez, extremos de Teicoplanina- está indicada no tratamento de
idade, falha de tratamento ambulatorial, hospedeiro infecções causadas por bactérias gram-positivas
imunocomprometido e seguimento sensíveis, incluindo aquelas resistentes a outros
inadequado/condições sociais precárias. antibióticos tais como meticilina e as cefalosporinas
→ Indicada para o tratamento de Staphylococcus
→ As opções de antibióticos são SMX-TMP, aureus resistente a oxacilina
ceftriaxona, gentamicina (com ou sem
ampicilina) e fluoroquinolonas.
→ os casos mais graves, com suspeita de urossepse Casos especiais
ou organismo resistente, pode haver indicação → Gestantes: importante eliminar a bacteriúria,
para tratamento com cefepima, ampicilina + mesmo que seja assintomática. Os agentes de
tobramicina e piperacilina-tazobactam primeira linha incluem as penicilinas
(amoxicilina, ampicilina) e as cefalosporinas. As
fluoroquinolonas e tetraciclinas são
contraindicadas.
A possibilidade de internação deve ser considerada
para pacientes no 3° trimestre de gestação, pacientes
com suspeita de pielonefrite ou pacientes com
intolerância à ingesta de líquidos pela boca.
→ Pacientes em uso de cateter: o tratamento da
bacteriúria assintomática nesses pacientes não é
indicado, pois a administração frequente de
antibióticos provoca aumento da resistência dos
microrganismos.
Em geral, a remoção do cateter resulta na eliminação
das bactérias.
Pacientes sintomáticos, tratar com antibiótico e
substituir o cateter e internar o paciente.
Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano – Habilidades médicas
Tratamento Vasopressores
PACOTE DE 1 HORA → para pacientes que permaneçam com pressão
Exames arterial média abaixo de 65 (após a infusão de
coletar gasometria e lactato arterial, hemograma volume inicial), sendo a noradrenalina a droga de
completo, creatinina, bilirrubina e coagulograma. primeira escolha.
Objetivo é ter o resultado em 30 minutos → Em casos de hipotensão ameaçadora a vida,
→ Coleta de duas hemoculturas de sítios distintos pode-se iniciar o vasopressor mesmo antes ou
em até uma hora, e culturas de todos os outros durante a reposição volêmica.
sítios pertinentes (aspirado traqueal, líquor, É fundamental garantir pressão de perfusão
urocultura) antes da administração do enquanto se continua a reposição volêmica.
antimicrobiano. Assim, o vasopressor pode ser iniciado em veia
Caso não seja possível a coleta destes exames antes periférica, enquanto se providencia o acesso venoso
da primeira dose, a administração de antimicrobianos central.
não deverá ser postergada. → O uso de outros vasopressores pode ser
Antimicrobianos: necessário.
A administração de antibióticos de amplo espectro na Dentre os disponíveis, a recomendação é o uso de
primeira hora é uma das únicas estratégias que tem vasopressina, com intuito de desmame de
impacto positivo na sobrevida (aumenta a sobrevida) noradrenalina ou como estratégia poupadora de
do pacientes de sepse ou sepse grave . catecolaminas, ou a adrenalina, preferível em
→ Prescrição e administração de amplo espectro pacientes que se apresentem com débito cardíaco
para a situação clínica, por via endovenosa, reduzido.
visando o foco suspeito, dentro da primeira hora A dobutamina é um vasodilatador que pode ser
da identificação da sepse. utilizado:
→ Utilizar dose máxima para o foco suspeito ou → quando exista evidência de baixo cardíaco
confirmado, com dose de ataque nos casos → ou sinais clínicos de hipoperfusão tecidual, como
pertinentes, sem ajustes para a função renal ou livedo, oligúria, tempo de enchimento capilar
hepática. lentificado, baixa saturação venosa central ou
→ Restringir o espectro antimicrobiano quando o lactato aumentado.
patógeno for identificado e a sensibilidade → Outro exemplo que se usa a dobutamina .
conhecida. Um homem de 45 anos, com colecistite aguda, está
Pacientes hipotensos: com febre de 38,3oC, hipotensão e alterações
→ PAS< 90mmHg, PAM <65mmHg ou, sensoriais. Seu HCT está em 23%, hb = 9. Antibióticos
eventualmente, redução da PAS em 40mmHg da de amplo espectro e soro fisiológico intravenoso
pressão habitual) ou com sinais de hipoperfusão, foram administrados e, embora a PVC dele esteja em
entre eles niveis de lactato acima de duas vezes o 10mmHg e a PAM seja de 80mmHg, a Scvo2 continua
valor de referência institucional (hiperlactatemia abaixo de 70%.
inicial), Reavaliação a cada 6 HORAS
→ Deve ser iniciada ressuscitação volêmica com Reavaliar o status volêmico e a perfusão tecidual.
infusão imediata de 30 mL/kg de cristalóides As seguintes formas de reavaliação poderão ser
dentro da 1ª hora do diagnóstico da detecçaõ consideradas:
dos sinais de hipoperfusão. → Mensuração de pressão venosa central;
Obs.: coloides proteicos, albumina ou soro → Variação de pressão de pulso;
albuminado, podem fazer parte dessa reposição → Variação de distensibilidade de veia cava;
inicial. → Elevação passiva de membros inferiores;
O uso de amidos está contraindicado, pois está → Qualquer outra forma de avaliação de
associado a aumento da incidência de disfunção renal. responsividade a fluídos (melhora da pressão
Devagar com cardiopatas-reduzir velocidade. arterial após infusão de fluidos, por exemplo);
→ Mensuração de saturação venosa central;
→ Tempo de enchimento capilar;
→ Presença de livedo;
→ Sinais indiretos (por exemplo, melhora do nível de
consciência ou presença de diurese).
Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano – Habilidades médicas
Outras indicações:
→ Uso de corticoides: para choque séptico
refratário.
Usado nos demais pacientes para reduzir o tempo de
VM e de internação na UTI.
Hidrocortisona 50 mg de 6/6h
→ Ventilação mecânica: Os pacientes que
necessitarem de ventilação mecânica devem ser
mantidos em estratégia de ventilação mecânica
protetora, devido ao risco de desenvolvimento de
síndrome do desconforto respiratório agudo
(SDRA).
Para pacientes com diagnóstico de SDRA há menos de
48 horas, com relação PaO2/ FiO2 menor que 150 e
FiO2 de 60% ou mais, a utilização de posição de prona
é recomendada.
→ Bicarbonato - indicado nos casos de acidose lática
em pacientes com pH < 7,15.
→ Controle glicêmico: meta abaixo de 180 mg/dL,
evitando-se episódios de hipoglicemia e variações
abruptas da mesma.
→ Terapia renal substituta: não existe
recomendação para o início precoce de terapia
renal substituta. Individualizar cada caso,
conforme discussão com equipe especialista.
Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano – Habilidades médicas
Bicarbonato de sódio
Como a acidose metabólica é um aspecto bastante
proeminente na CAD, alguns clínicos administram
doses substanciais de bicarbonato de sódio.
→ Segundo a ADA, somente pacientes adultos com
pH < 6,9.
Tratamento
→ A dose usual é de 100 mEq/L de bic. de sódio
As metas do tratamento das crises hiperglicêmicas
diluída em 400 ml de água destilada, + 20 mEq de
agudas são:
KCl (se K < 5,3) IV em 2 horas.
• Manutenção das vias respiratórias pérvias e, em
caso de vômitos, indicação de sonda nasogástrica;
• Correção da desidratação;
• Correção dos distúrbios eletrolíticos e acidobásicos;
• Redução da hiperglicemia e da osmolalidade;
• Identificação e tratamento do fator precipitante
Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano
INSULINA SC QDO:
PH >7,3 e AG < 12
1. DIETA PARA DM
2. DEXTRO 4/4HS
3. ESQUEMA DE INSULINA REGULAR CONFORME
DEXTRO:
180-200: 2U
201-250: 4U
251-300: 6U
301-350: 8U
351-400: 10U
Complicações
Edema cerebral
• < 1% das crianças
• taxa de mortalidade > 70%.
• estado de hiperosmolaridade sérica leva à
produção de substâncias osmoticamente ativas no
interior das células do SNC (osmoles idiogênicos),
na tentativa de manter um gradiente osmótico
adequado.
Definições
Dor é definida por experiência sensitiva e emocional
desagradável associada ou relacionada a lesão
tecidual real ou potencial.
A classificação da dor leva em consideração a causa e o 1. Dor de predomínio nociceptivo: ocorre por
tempo da dor. ativação fisiológica de receptores de dor e está
Quanto ao tempo relacionada à lesão de tecidos ósseos, musculares
ou ligamentares.
Dor aguda Dor crônica → geralmente responde bem ao tratamento
Inferior a 30 dias Dor persistente depois sintomático com analgésicos ou anti-
do tempo esperado para inflamatórios não esteroides (AINES).
a cura (normalmente → É a dor na qual há dano tecidual demonstrável
superior a 3 meses). (osteoartrose, artrite reumatoide, fratura e
rigidez muscular na dor lombar inespecífica,
Dor que persiste por mais
etc.)
de 6 meses após a lesão e
2. Dor de predomínio neuropático: dor iniciada por
por tempo maior que o
usual para a recuperação lesão ou disfunção do sistema nervoso, sendo
deste tipo de lesão. mais bem compreendida como resultado da
Provocado por uma lesão Não está associada à ativação anormal da via da dor ou nociceptiva.
externa e interna. ocorrência que a → a dor neuropática responde pobremente aos
provocou. analgésicos usuais (paracetamol, dipirona,
A intensidade está A sua intensidade deixa AINES, opioides fracos).
relacionada com o de estar correlacionada → Para esse tipo de dor são fundamentais a
estímulo desencadeante. com o estímulo causal. presença de descritores verbais característicos
Pode ser claramente Nem sempre é localizada (queimação, agulhadas, dormências), uma
localizada. numa área concreta e distribuição anatômica plausível e uma condição
pode ter irradiações.
de base predisponente, como diabetes ou
Tem função clara de Perdeu a função de alerta
quimioterapia.
advertência e proteção. ou proteção.
3. Dor mista (mais comum) - no entanto tem que
O sistema nervoso Não está relacionada
pender para algum lado.
simpático é activado e são com o estímulo
libertadas catecolaminas. desencadeante. OBS: Dor psicogênica é diagnóstico de exclusão.
Causa
Sinais e sintomas de DOR
→ Hiperglicemia
→ Aumenta FC
→ Aumento da Pressão arterial
→ Vasoconstrição periférica (paciente fica branco),
→ Pupilas Midriáticas
→ Diaforese (sudorese profunda)
Agitação psicomotora x posição antálgica - O paciente
em posição antálgica, quieto, geralmente é o que está
com maior gral de dor.
Exceto em casos de cólica renal (que possui agitação
de tanta dor).
Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano – Habilidades médicas
Opioides
Opioides são fármacos analgésicos potentes e de boa
eficácia no tratamento prolongado de pacientes com
dor oncológica, mista ou neuropática, sendo
superiores a antidepressivos tricíclicos e a AINES.
Medicação adjuvante De todos os opioides disponíveis, a melhor evidência
Dexametasona -paciente com dor refratária sempre de eficácia na dor é a da morfina, tanto nas dores
pode dar corticoide, mas o melhor corticoide para a oncológicas quanto nas neuropáticas.
dor é o dexametasona
Fracos
→ 10mg de dose de ataque e mais 4 mg de 6/6
→ Codeína, Tramal(tramadol)e oxicodona.
Antidepressivo tricíclico – amitriptilina Fortes
os pacientes com dor crônica frequentemente sofrem → Metadona, Morfina e Fentanil.
de depressão esta condição deve ser prontamente Existe uma tendencia global de substituir opioides
tratada. fracos (codeína e tramadol) por opioides fortes em
Além disso, os antidepressivos são considerados baixas doses.
tratamento de primeira linha para dor neuropática
(junto com a gabapentina).
→ Tricíclicos: amitriptilina, nortriptilina/desipramina
(menor toxicidade);
→ Inibidores seletivos de recaptação de serotonina e
noradrenalina: Venlafaxina, Duloxetina.
Fentanil
→ Mais utilizado por via oral. → No brasil só tem o transdérmico.
→ Poca dependência (só em doses muito altas em
muito tempo).
Efeitos secundários: constipação, náuseas e vômitos,
vertigem, sonolência, excitação e convulsões em
crianças.
Administrar sempre um laxante em conjunto com a
codeína.
Oxicodona
→ Efeitos digestivos e neurológicos (náuseas e
vômitos, constipação e alucinações).