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Sinais e Sintomas do Sistema Cardiovascular

Anamnese:
- HDA: Paciente refere que estava em casa assistindo
televisão quando iniciou quadro de dor em região
precordial, tipo constritiva, de caráter persistente, que
se irradia para o membro superior esquerdo e região
maxilar superior, não alivia com o repouso e se agrava
com movimentos e pequenos esforços.
- Em escala de 0 a 10, classifica a intensidade da dor
como 9. Vem apresentando sintomas semelhantes nas
últimas 2 semanas, mas esses episódios duraram, no
máximo 5 a 10 minutos. Notou que os sintomas
apareciam ao subir escadas e melhoravam com o
repouso.
- Tomou um comprimido de nitroglicerina sublingual,
administrado pela enfermagem da triagem da
emergência que aliviou parcialmente a dor. No
momento, relata ainda náuseas e sudorese fria.
- Antecedentes Patológicos: hipertenso a 25 anos e
faz uso de captopril
- Antecedentes Familiares: pai falecido por IAM, aos
50 anos e mãe viva, hipertensa. O avô paterno morreu Obs.: A dor perimamilar ou por debaixo do mamilo
de IAM aos 45 anos. quase nunca é causa cardíaca, pode ser de origem
emocional ou por osteoartrite, distensão do estomago
- Hábitos: fuma um maço de cigarro ao dia desde os
ou do ângulo esplênico.
15 anos e bebe socialmente, porém não faz uso de
drogas ilícitas. Dor da Isquemia Miocárdica:
- Diagnóstico: IAM, pois, ao fazer o uso do
- Decorre de uma hipoxia celular, devido a um
vasodilatador (nitroglicerina sublingual para angina),
desequilíbrio entre a oferta e o consumo de oxigênio.
não houve resultado de melhora.
- Libera substancias químicas (ácido lático, cininas e
Dor Precordial: prostaglandinas) que provocam a angina ou infarto
agudo do miocárdio.
Pode ser oriunda do coração, da pleura, esôfago,
mediastino, estomago, parede torácica. Características:
Obs.: Nem sempre a dor precordial será de problemas - Localização: retroesternal, a esquerda ou a direita
cardíacos. (mais raro) da linha esternal. Pode ser restrita a uma
pequena área ou ocupar toda a região precordial.
- Irradiação: irradia parra os pavilhões auriculares,
maxilar inferior, nuca, MMSS, ombros, região
epigástrica ou região interescapulovertebral.
- Quanto mais intensa a dor, maior probabilidade de se Decorrente de mudanças de decúbito ou de
irradiar movimentos do pescoço
- Caráter/Qualidade: tipo constritiva (aperto, peso, - Espasmo esofágico ou esofagite
queimação e sufocação, como um nó na garganta).
Piora com a deglutição
Geralmente será uma dor em queimação/ardência/ com
Dor retroesternal e epigástrica durante a
formigamento ou sensação de facada.
deglutição
- Duração: a angina estável dura de 2 a 3 min
- Pericardite, pleurite ou compressão de uma raiz
(raramente dura +10min), pois por mais que haja
nervosa:
hipoxia, o tecido não sofreu necrose. A angina
instável, a dor é mais prolongada, chegando a durar até Piora com a tosse
10 min, pois nesta síndrome já há alterações
histológicas. O infarto agudo do miocárdio durará mais Fatores Atenuantes:
de 20 minutos podendo chegar a algumas horas, - Angina:
devido a presença de necrose tecidual.
Repouso
- Intensidade: varia de acordo com o grau de Vasodilatadores coronarianos
comprometimento isquêmico, podendo ser leve,
moderada ou grave. Obs.: É muito importante que o tempo que a dor leva
para desaparecer após uso de nitrato sublingual.
a) Leve: Angina de peito clássica (3 ou 4min), já a angina
Paciente sente, mas não se fica na dor instável (5 ou 10 min)
Relata-a, muitas vezes, como uma sensação de - Pericardite Aguda:
peso ou desconforto
Inclinação do torax para frente ou compressão
b) Moderada: com um travesseiro
Incomoda bastante o paciente - Quadro Anginoso, Enfermidades Gastrintestinais ou
Agrava-se com os exercícios físicos Ansiedade:
c) Intensa: Após eructação ou eliminação de gases
Acarreta grande sofrimento Manifestações Concominantes:
Obrigando o paciente a ficar mais quieto
possível - IAM:
Piora com os movimentos ou pequenos
Precordialgia intensa, acompanhada de
esforços
náuseas, vômitos e sudorese fria
Acompanha-se de sudorese, palidez, angustia e
sensação de morte iminente - Isquemia provocada por taquiarritmia:
Fatores Desencadeantes ou Agravantes: Dor precordial durante crise de palpitações
- Angina:
Dor de Origem Pericárdica:
Ocorre quase invariavelmente após esforço
- Surge devido ao atrito entre as membranas
físico
pericárdicas, pois há uma grande e rápida distensão do
Após condições que aumentam o trabalho
saco pericárdico por liquido (derrame pericárdico) o
cardíaco (emoções, taquicardia, frio ou após
que provoca irritação das estruturas vizinhas, como a
refeição copiosa)
pleura mediastinal.
- Infarto Agudo do Miocardio:
Características:
Inicio com o paciente em repouso
- Costuma ser mais aguda que a da angina de peito
- Laceração da mucosa do segmento inferior do
- Localiza-se na região retroesternal junto do rebordo
esôfago:
esternal esquerdo
Dor retroesternal, que ocorre após vômitos
- Irradia-se para o pescoço e as costas
intensos
- Pode ser do tipo “peso”, “opressão”, “queimação”
- Dor na coluna cervical ou dorsal (osteoartrite, hernia
de disco)
- Geralmente de grande intensidade e continua - Durante a crise dolorosa o paciente fica inquieto
perdurando por várias horas tentando obter algum alivio (posição antálgica)
Deita-se, levanta-se, revira-se na cama, adota
- Não se relaciona com os exercícios físicos
posturas estranhas.
- Agrava-se com a respiração, com o decúbito dorsal,
com os movimentos na cama, com a deglutição e com Dor de Origem Psicogênica:
a movimentação do tronco.
- Surge em pacientes com ansiedade e/ou depressão
- Alivia com a inclinação do tórax para a frente ou ao
- Limita-se a região da ponta do coração
se colocar na posição genupeitoral
- Costuma ser surda, persistindo por horas ou semanas
- Acentua-se com contrariedades ou emoções
desagradáveis
- Não está relacionada com exercícios físicos
- Pode ser acompanhada de hipersensibilidade do
precórdio, palpitações, dispneia suspirosa, dormências,
astenia, instabilidade emocional e depressão
- Alivia parcialmente com repouso, analgésicos,
tranquilizantes e placebos
Dor de Origem Aórtica:
Mecanismo:
Palpitações:
- Percepção incomoda dos batimentos cardíacos
- Separação das camadas da parede arterial,
particularmente da adventícia. - Termos usados pelos pacientes: “Batimentos mais
fortes”, “arrancos”, “paradas”, “tremor no coração”,
“coração deixando de bater”, “coração aos pulos”
- Nem sempre indica arritmia
Características:
- Mais fortes e mais intensas;
- Mais lentas ou mais rápidas
- Rítmicas ou arrítmicas
- Decorrentes de transtornos do ritmo ou da frequência
cardíaca
- Súbita distensão das terminações nervosas ou
Obs.: As palpitações aparecem também em indivíduos
estimulação das terminações nervosas do plexo
normais, após exercícios físicos ou grandes emoções.
aórtico.
Anamnese:
Obs.: Os aneurismas da aorta geralmente não
provocam dor, levando o paciente a viver toda a vida - Frequência: “quantas vezes ao dia” “é frequente
sem ao menos saber, surgindo apenas quando há durante o dia”
dissecação
- Ritmo
Dissecação Aguda da Aorta:
- Horário de aparecimento
- Inicio súbito e muito intensa, sendo do tipo
lancinante - Modo de instalação e desaparecimento (início e
termino súbitos): “se inicia/termina bruscamente ou
- Localiza-se retroesternal ou face anterior do tórax lentamente”
- Pode se irradiar para o pescoço, região interescapular - Uso de chá, cafés, refrigerantes a base de cola, tabaco
e ombros e drogas, principalmente cocaína e anfetaminas
Tipos:
- Palpitação de esforço: - Sensação consciente e desagradável do ato de respirar
Ocorrem durante a execução de um esforço - Descrito como “cansaço”, “canseira”, “folego curto”,
físico (subitamente) e desaparecem “fadiga” ou “respiração difícil”
(lentamente) com o repouso
- Um dos sintomas mais comuns dos portadores de
Mesmo significado da dispneia de esforço,
cardiopatias (indica congestão pulmonar)
sendo comum ocorrerem conjuntamente
Caracterizar magnitude do esforço que varia - Principal referencia da capacidade funcional destes
de 0 à 10 (grandes, médios e pequenos pacientes ao lado da fadiga e das palpitações (NYHA)
esforços)
Geralmente são batimentos rítmicos, enérgicos
e rápidos
- Decorrentes de alterações do ritmo cardíaco:
Descritas como “falhas”, “arrancos” e
“tremor”
“Disparo do coração” (extrassístoles “em
salvas”
Início e fim súbitos (taquicardia paroxística)
Início súbito e fim gradual (taquicardia sinusal
ou estado de ansiedade)
Taquicardia com batimentos irregulares
(fibrilação atrial) Obs.: Diferenciá-la de astenia e da fatigabilidade
FC: 100-150 bpm (taquicardia sinusal) através de suas características.
FC: acima de 150 bpm (taquicardia
paroxística) Semiologia

- Acompanham transtornos emocionais - Pode ser subjetiva ou objetiva

Desencadeadas por agressões emocionais - Subjetiva:


Podem acompanhar-se de sudorese, desmaio,
Dificuldade respiratória sentida pelo paciente
dormências e outros distúrbios
neurovegetativos - Objetiva:
Sindrome de astenia neurocirculatoria ou
neurose cardíaca Aceleração dos movimentos respiratórios
(taquipneia)
Obs.: O paciente irá apresentar precordialgia, Participação ativa da musculatura acessória da
palpitações e dispneia suspirosa respiração (musculo do pescoço na inspiração
e músculos abdominais na expiração)
Causas:
Causas:

Dispneia:
Características:
- Tempo de duração
- Evolução: rápida progressão, passando dos grandes
aos pequenos esforços em curto período de tempo Obs.: As pausas de apneia têm duração variável de
15 a 30 segundos até 60 segundos
- Relação com esforço
Durante as pausas o paciente irá apresentar
- Posição adotada pelo paciente
estado de torpor, sonolência ou inconsciência e
Tipos: as pupilas se contraem (miose). Além disso,
pode aparecer cianose ao termino da fase de
- Dispneia de esforço: apneia
Tipo mais comum na insuficiência cardíaca
esquerda
Aparece quando o paciente executa esforço
físico
É classificada em dispneia aos grandes,
médios e pequenos esforços
- Dispneia de decúbito (ortopneia):
Surge quando o paciente se põe na posição
deitado
Para melhorar, o paciente eleva a cabeça e o
tórax, usando 2 ou mais travesseiros
Às vezes, inconscientemente, adota a posição
semissentada ao dormir
Decorrente do aumento da congestão
pulmonar pelo maior afluxo dos membros
inferiores e do leito esplâncnico
Aparece assim que o paciente se deita,
diferente da dispneia paroxística noturna
- Dispneia paroxística noturna:
Ocorre com mais frequência a noite
O paciente se acorda a noite com dispneia
intensa acompanhada de tosse seca, opressão
torácica e sensação de sufocação, obrigando-o
a se sentar ou levantar
Pode haver broncoespasmo, com sibilos
devido a congestão da mucosa brônquica Crianças e pessoas idosas podem apresentar
(Asma cardíaca) esse tipo de dispneia durante o sono.
Pele fria e pálida, as vezes cianótica
Tórax expandido, sudorese e taquicardia
Obs.: Nas crises mais graves, pode ocorrer o
EDEMA AGUDO DE PULMÃO, no qual a tosse
será com expectoração de característica espumosa
e branca ou rosada acompanhada de cianose e
respiração ruidosa pela ocorrência de sibilos e
estertores.
- Dispneia periódica ou de Cheyne-Strokes:
Será uma dispneia de períodos, começando
com apneia e depois com movimentos
respiratórios superficiais seguidos de
movimentos resp. profundos, reduzindo
novamente a amplitude e repetindo o ciclo. Dispneia da IVE:
- Haverá aumento da pressão do átrio esquerdo que irá Obs.: Se o volume de sangue for grande pode ser
aumentar também a pressão no leito vascular fatal.
pulmonar, provocando uma transdução de liquido para
Pode ser a passagem de glóbulos vermelhos
o espaço intersticial e consequentemente uma
dos vasos pulmonares congestos para os
congestão pulmonar.
alvéolos ou ruptura de vasos endobronquiais
Obs.: A congestão pulmonar é a causa básica da dilatados ou necrose hemorrágica de alvéolos
dispneia dos pacientes com cardiopatia devido a um infarto pulmonar
O paciente se refere como “escarrar sangue”
- A congestão pulmonar levara a um aumento da
ou como “vomito de sangue”
rigidez do parênquima pulmonar que irá diminuir a
expansibilidade pulmonar e provocar a dispneia e a Obs.: Uma investigação correta impedira de
diminuição da difusão dos gases ao nível da membrana confundi-la com hematêmese, que é o verdadeiro
alveolocapilar, podendo surgir cianose. vomito com sangue

Tosse:
- Sintoma frequente na insuficiência ventricular
esquerda;
- Mecanismo de valor na manutenção da
permeabilidade da arvore traqueobrônquica nos casos
em que houver aumento de secreções
- Na IVE, é seca e mais intensa à noite, podendo ser
muito incomoda
- Sua causa é a congestão pulmonar, por isso ela quase
sempre está associada à dispneia
Obs.: Mesmo em pacientes com enfermidade cardíaca,
- Tosse com expectoração espumosa de cor rósea é necessário fazer o diagnostico diferencial com
(edema pulmonar agudo) bronquiectasia, tuberculose e carcinoma brônquico,
- Acessos de tosse (aneurisma da aorta, pericardite e pois a hemoptise ocorre com mais frequência nessas
grande dilatação do átrio esquerdo), por compressão afecções.
brônquica, irritação do vago ou do ramo recorrente
Sibilância:
Expectoração:
- Significa o aparecimento de um ruido junto com a
- É o produto eliminado por intermédio da tosse, respiração, a qual quase sempre se torna difícil
procedente das vias respiratórias
- Traduz a passagem de ar, em alta velocidade, através
- Na IVE: de vias respiratórias estreitadas
Geralmente é tosse seca, porem se houver - A ausculta, é possível encontrar expiração
expectoração será do tipo serosa e de pouca prolongada e sibilos
consistência
Contem ar e é rica em albumina que lhe - É também chamada de chieira ou chiado
confere aspecto espumoso, podendo ser - Som musical, continuo, prolongado,
abundante predominantemente expiratório
Principal causa subjacente é o edema agudo
pulmonar - Pode ocorrer também durante a inspiração
A congestão pulmonar torna este órgão campo
- Mais frequente na asma brônquica, na bronquite
propicio para implantação de infecção
crônica e no enfisema pulmonar
bacteriana (expectoração mucopurulenta)
- Pode ocorrer na dispneia paroxística noturna e na
- Expectoração de sangue (Hemoptise):
asma cardíaca (congestão pulmonar mais
Expectoração ou eliminação de sangue pelas broncoespasmo)
vias respiratórias (traqueia, brônquios ou
pulmões) de mais de 2 ml de sangue
Síncope e Lipotimia:
- Desmaio é a perda súbita e transitória da consciência Insônia:
e do tônus muscular postural (sincope)
- Sintoma frequente nos pacientes com insuficiência
- Nem sempre o sintoma ocorre de maneira completa, ventricular esquerda
podendo ser parcial a perda de consciência (pré-
sincope ou lipotimia) - Comum nos pacientes com dispneia de Cheyne-
Stokes
- Quase sempre o quadro evolui rapidamente para a
recuperação da consciência, pois se não houver - É acompanhada de excitação e obnubilação,
melhora perfusão cerebral, sobrevirá a morte em curto alternando-se com períodos de sonolência e prostração
período de tempo
Cianose:
- Coloração azulada da pele e das mucosas
- Ocorre em virtude de um aumento da hemoglobina
reduzida no sangue capilar, chegando a 5g/100ml
(normal de Hb reduzida é de 2,6g/100ml)
- Sinal importante de enfermidade cardíaca,
principalmente na infância
Obs.: Pacientes intensamente anêmicos nunca
apresentarão cianose, porque não haveria Hb reduzida
suficiente para produzi-la.
- Surge em graus variáveis: mucosa é ligeiramente
azulada, sem mudança na cor da pele, azul-clara ou
lilás intenso
- Na cianose grave, as mucosas são quase negras, o
Anamnese: tegumento cutâneo adquire tonalidade azulada ou
mesmo arroxeada
- A pigmentação e a espessura da pele modificam o
aspecto da cianose, podendo mascará-la
completamente.

- A impregnação da pele por bilirrubina dificulta o


reconhecimento da cianose.
- A inspeção é feita em lugares em que a pele é mais
fina e em áreas de capilares sanguíneos
- Os locais de inspeção são: lábios, ponta do nariz,
região malar (bochecha), os lóbulos da orelha, língua,
palato, faringe ou extremidades das mãos e dos pés.

Astenia:
- Sensação de fraqueza generaliza
- Sintoma de caráter subjetivo, que tem como base uma
impotência motora funcional
- Presente na maioria dos pacientes com IC e IAM
- Pode ser confudida com dispneia

Posição de Cócoras:
- Tipo peculiar de dispneia de esforço
- Proprio dos portadores de cardiopatias congênitas
cianóticas com fluxo sanguíneo pulmonar diminuído:
Estenose e atresia pulmonar
Atresia tricúspide
Tetralogia de Fallot
Transposiçao dos grandes vasos
- Assume institivamente pelo paciente
- Apoia-se as nadegas nos calcanhares, aliviando a
dispneia por melhorar a saturação arterial de O2

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