ATENDIMENTO DE PACIENTES QUE REQUEREM CUIDADOS ADICIONAIS

Terapêutica Medicamentosa
DESORDEM NEUROLÓGICA CONVULSIVA
● Desorientação
● Perda da resposta ao estímulo
● Pressão arterial, frequência cardíaca e
respiratória elevadas.

Contrações prolongadas podem promover acidose

respiratória e tecidual pelo acúmulo de ácido lático
decorrente das contrações musculares.
➔ A fase depressora será de igual proporção
e intensidade, podendo haver
➔ Bifásico
comprometimento da respiração e da
Estimulação: convulsão do tipo tônico clônico.
circulação sistêmica.
Depressão: mesma intensidade.
Não corrigido evolui para depressão bulbar, depois
Tratamento
para parada respiratória; resultando em parada
1. Tranquilizar o paciente;
cardíaca e óbito.
2. Oxigênio;
● O oxigênio é a principal terapia
3. Monitoramento dos sinais vitais (pulso,
temperatura, PA, frequência cardíaca);
Anestésico local
Em casos brandos evitar anticonvulsivantes;
Sistema mais comprometido pelo sal.
4. Diazepam 5mg IM ou IV, tende a
➔ Todo anestésico local é depressor do SNC.
intensificar a depressão. Deve-se reforçar a
No entanto, as primeiras reações
ventilação.
observadas são de estimulação.
Paciente controlado:
Quando os neurônios reguladores são afetados,
● Sal LIDOCAÍNA 2%, MEPIVACAÍNA 2%,
deixa de haver a inibição natural no SNC. Podem
PRILOCAÍNA 3%
ser observadas contrações involuntárias de grupos
● Soluções anestésicas com Epinefrina ou
musculares, com risco de evolução para a
Felipressina, respeitando o limite de 2
convulsão generalizada.
tubetes em injeção lenta.

ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO À GESTANTE

Na consulta odontológica inicial, toda mulher em
idade fértil deve ser considerada grávida, até que
se prove o contrário.
Durante o período de gestação a mulher passa por
mudanças físicas:
● alargamento dos quadris e aumento da
parte inferior do abdome,
● relaxamento dos ligamentos da cintura
pélvica (a fim de permitir flexibilidade das
articulações),
● os seios aumentam, ocorre o rearranjo dos
órgãos abdominais (que são empurrados à
Sinais e sintomas medida que o feto cresce),
● Loquacidade ● ocorre pressão sobre a bexiga (aumento da
● Apreensão micção) e no estômago (a gestante pode
● Excitabilidade fazer diversas refeições),
● Fala arrastada ● o diafragma é recolocado em uma posição
● Excitação generalizada, com tremor e mais supina (diminuindo o volume
contração respiratório),
● Euforia ● o feto em crescimento exerce pressão nos
● Vômito vasos sanguíneos abdominais (produzindo
edema),
 ● capacidade respiratória aumentada
(aumento do consumo de oxigênio e da
frequência respiratória) e
● alterações hormonais (a placenta elabora a
gonadotrofina coriônica, estrogênios,
progesterona e hormônio lactogênio).
Os enjôos são atribuídos à elevação da
gonadotrofina coriônica e a hipoglicemia.
Alterações psicológicas:
● contesta todos os procedimentos; instinto
de preservação do futuro bebê
Tumor/granuloma gravídico
surge por volta do 3° mês ou
mais tarde. O mesmo que
granuloma
piogênico, que recebe o
nome de gravídico quando
presente nas gestantes. É
uma lesão gengival lobulada
ou plana, pediculada, com aparência de uma
amora devido ao aspecto granuloso, cor vermelho
escura. Remover após o parto.
Desenvolvimento fetal
● Fecundação até os três primeiros meses de
gravidez: neste período ocorre a aumenta o tempo de duração.
organogênese.
A maioria dos defeitos de desenvolvimento fetal
ocorrem neste período.
➔ Fendas em lábio ou palato manifesta-se
entre a 5ª e 7ª semana de gestação
Dentes manchados pela tetraciclina: ocorre
durante a calcificação dos dentes decíduos,
durante o 3º e 4º mês
Dentes permanentes: também mancham se a
tetraciclina for administrada em torno do 5º mês de
vida intrauterina.
Atendimento odontológico
Sessões de atendimento devem ser curtas
➔ Agendadas preferencialmente para a
segunda metade da manhã, quando os
enjôos são menos comuns.
Marcar consultas em horários diferentes dos da
crianças, para prevenir doenças viróticas.
● Deve-se evitar o agendamento de consultas
às gestantes quando o dentista ou auxiliar
estiverem com gripe ou resfriado.
O 2° trimestre de gestação constitui-se na melhor
época para o atendimento das gestantes. A
organogênese está completa e o feto, já
desenvolvido. A mãe se sente mais confortável do
que durante os estágios iniciais ou finais da sua
gravidez.
Hipotensão postural
A partir do 6° mês e especialmente nos seu
estágios mais avançados, o feto pode exercer
pressão sobre as veias abdominais, diminuindo o
retorno venoso e predispondo a gestante à
hipotensão postural.
● Como medida de prevenção deve-se
colocar a paciente sentada ou deitada de
lado, preferência o esquerdo
Ansiolíticos
● Tranquilizar por meio de conversa
● Uso de benzodiazepínicos é questionável.
Os benzodiazepínicos se enquadram na
categoria D de risco fetal.
A sedação mínima por via inalatória pela mistura
de óxido nitroso e oxigênio é um método seguro
para uso na gravidez.
Soluções anestésicas locais
O anestésico local deve ser aquele que
proporcione a melhor anestesia à gestante.
● Deve ter um vasoconstritor, para retardar a
absorção do sal anestésico para a corrente
sanguínea, o que diminui a sua toxicidade e
Todos os anestésicos locais, por serem
lipossolúveis, atravessam facilmente a placenta por
difusão passiva.
Fatores que determinam a quantidade e
velocidade:
➔ Tamanho da molécula
A prilocaína atravessa a placenta mais
rapidamente do que os demais anestésicos locais.
● Se doses excessivas de prilocaína forem
empregadas nas gestantes, pode ocorrer o
fenômeno de metemoglobinemia na grávida
ou no feto
➔ Grau de ligação à proteínas plasmáticas
O agente anestésico somente atravessa a placenta
se estiver na forma livre. Quanto maior a ligação às
proteínas, maior a proteção do feto.
● A lidocaína, após absorção, apresenta uma
ligação proteica de ~ 64%, maior do que a
da prilocaína (55%) e menor do que a
bupivacaína (95%).
Obs: Como o sangue fetal tem menor quantidade
de globulinas, a ligação proteica é ~ 50% daquela
observada em adultos. Como consequência,
tem-se mais anestésico livre na circulação.
● Como o fígado do feto ainda não possui um
sistema enzimático maduro, a
metabolização dos anestésicos é mais
demorada do que nos adultos. Sabe-se, por
 exemplo, que a metabolização hepática da
mepivacaína é 2-3 vezes mais lenta do
que a da lidocaína, daí a preferência desta
última para uso em gestantes
Prilocaína e Metemoglobinemia
A hemoglobina é oxidada a metemoglobina, a,
tornando a molécula funcionalmente incapaz de
transportar oxigênio
➔ Altas doses de prilocaína aumenta a taxa
de oxidação da hemoglobina
Esse efeito é explicado pela existência de tolueno
na molécula de prilocaína, que, quando a
substância é metabolizada no fígado, se
transforma em ortotoluidina, um composto capaz
de oxidar o ferro ferroso, passando-o para o estado
férrico, e bloquear as vias da
metemoglobina-redutase.
● no caso das gestantes, se porventura
ocorrer uma injeção intravascular acidental
de uma solução contendo prilocaína
(superdosagem relativa), o risco de
metemoglobinemia pode ser preocupante
As mulheres grávidas podem desenvolver anemia
durante a gestação, tornando-se mais susceptíveis
à metemoglobinemia
● A dose máxima segura de Prilocaína é de
6mg/kg de peso, não podendo ultrapassar
400mg.(3%-----3g para 100ml da solução
ou 30mg/ml). Um tubete de 1,8 ml irá conter
54mg de Prilocaína. Dose máxima
permitida a um individuo de 60kg seria de
360mg, menor do que a dose de 400mg.
● Lidocaína a 2% com epinefrina na
concentração de 1:100.000 ou 1:200.000
É a solução anestésica local de escolha para a
gestante - também para grávida com história de
anemia.
Grávida com hipertensão controlada
Avaliar risco benefício em conjunto com o médico,
atendimento ambulatorial ou hospitalar, quando a
pressão não estiver controlada.
● Prilocaína com Felipressina ou
Mepivacaína sem vasoconstritor.
PACIENTE PEDIÁTRICO
O dentista deve saber selecionar a medicação
apropriada para uso em odontopediatria, bem
como saber estabelecer as dosagens corretas,
calculadas em função do peso da criança, com o
objetivo de se obter um efeito máximo com um
mínimo efeito adverso.
Dosagem para criança= kg x dose do adulto
● Aplicar em crianças com até 30kg,
descontar 20 a 30 % do peso de crianças
muito obesas.
Controle comportamental
Hidrato de cloral
Dosagem 20 a 40mg/kg de peso, sendo que a
dosagem de 40mg/kg oferece uma melhor sedação
➔ dose máxima de 1500mg
Efeitos adversos: giram em torno de 2% dos casos.
Depressão excessiva do SNC, distúrbios
gastrintestinais, excitação paradoxal do SNC,
reações cutâneas.
Obs: sabor amargo
➔ Testada positivamente como um agente
mutagênico e ou carcinogênico potencial
em humanos.
Benzodiazepínicos
Recomendados para uso em odontopediatria
● Diazepam
0,2-0,5 mg/kg de peso corporal.
➔ 0,3 mg/kg VO suficiente para a maioria dos
pacientes
Efeitos observados após 45-60 minutos.
Desvantagem: maior duração de ação ansiolítica e
sedativa (~6-8 h) e ao longo período de
eliminação.
● Midazolam
Benzodiazepínico mais utilizado.
Quando empregado por via oral, o midazolam é
rapidamente absorvido, atingindo sua
concentração máxima após 30 min (tempo de
latência).
● Duração do efeito de 2 a 4 h
Possui ação hipnótica, inconveniência: sempre
induz a criança ao sono.
Dosagem 0,2 a 0,6 mg/kg de peso.
Outras drogas: Neurolépticos (Neuleptil e
Neozine); Anti-histamínico.
Anestesia local
Níveis plasmáticos elevados de anestésico local
ocorrem facilmente na criança, pois seu volume de
sangue corporal é menor do que o de um adulto
➔ As técnicas infiltrativas estão mais
indicadas nesse grupo de pacientes, devido
à possibilidade de injeção intravascular
acidental.
Para evitar reações adversa dos anestésicos
locais, em criança é necessário:
● Usar anestésico com vaso;
O uso de anestésico sem vasoconstritor pode na
verdade aumentar a possibilidade de uso de dose
excessiva.
● Evitar injeção intravascular;
● Usar menor volume e menor concentração;
● Reduzir a dose em 1/3 quando a criança
estiver sedada ou muito debilitada. ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO AO
PACIENTE GERIÁTRICO
Dose máxima em número de tubetes em função Com o passar da idade, várias funções fisiológicas
do peso corporal apresentam alteração, resultando em diminuição
Lidocaína e Mepivacaína a 2% c/ adrenalina dos processos farmacocinéticos e até modificações
1:100.000 na interação dos medicamentos com seu local de
ação.
Os processos de distribuição e excreção são as
alterações mais importantes, devido à diminuição
do volume plasmático, dos líquidos corporais e da
massa muscular, proporcionando um aumento de
gordura.
● menor absorção de ferro;
● diminuição da albumina plasmática;
● substituição de massa muscular por
gordura;
● Lidocaína 2% c/ Adrenalina 1: 100.000
Com o aumento da quantidade de gordura, os
● Mepivacaína 2% c/ Epinefrina 1: 100.000
fármacos hidrossolúveis podem ficar em maior
os processos de metabolização e excreção
concentração resultando no aumento de atividade.
da mepivacaína são mais lentos do que os
E as drogas lipossolúveis ficam armazenadas,
da lidocaína
propiciando uma ação mais prolongada.
● PRILOCAÍNA 3% COM FELIPRESSINA
● diminuição das reações de fase I do
0,03 UI/ml, - deve-se evitar em criança
metabolismo.
portadora de anemia.
➔ Diminuição do débito sanguíneo hepático
como também do sistema enzimático.
Contraindicação do emprego de vasoconstritor
➔ Diminuição do débito sangüíneo renal da
(ex: história de alergia a sulfitos)
filtração glomerular e da função tubular
● Mepivacaína 3% sem vasoc reduzindo-se
secretora
a dose máxima em 30% (devido a maior
concentração do sal).
● Lidocaína e Mepivacaína 2% com
adrenalina 1:100.000 ou 1: 200.000
Obs: A Articaína 4% com Epinefrina 1:100.000
Metabolizada no fígado e excretada pelos rins.
não é recomendada para crianças abaixo de 4
Pacientes com atividade hepática ou filtração
anos (maior tempo de duração da anestesia de
glomerular reduzida (idosos), dose máxima de 3
tecidos moles). (Dose máxima de articaína é de
tubetes.
7mg/kg)

Contraindicação absoluta da utilização de

Obs: Anestésicos locais de longa duração de ação,
vasoconstritor
como a bupivacaína, apresentam indicação
● Mepivacaína 3% em procedimentos com
restrita na odontologia. Assim, a bupivacaína não é
duração de 30 minutos.
indicada para uso em crianças, pois a anestesia
Prilocaína
prolongada pode aumentar o risco de lesão por
Derivada da toluidina, que ao ser metabolizada
mordedura em lábio, língua e bochecha.
gera ortotoluidina.
➔ O uso da prilocaína em altas doses pode
provocar cianose por metemoglobinemia
Metabolizada no fígado por enzimas microssomais
hepáticas. Apresenta menor taxa de ligação às
proteínas plasmáticas.
● No idoso há redução das proteínas
plasmáticas, o que aumenta o teor
circulante de Prilocaína, consequentemente
maior efeito tóxico.
Quando selecionada não deve ultrapassar 2
tubetes.

Articaína
● Meia vida plasmática curta: 27 minutos e,
infiltração maxilar de 2 a 4 horas
Sofre metabolização hepática e excreção renal. A
administração de dose elevada está associada a
metemoglobinemia.
➔ evitar o uso de Articaína em idosos com
história de anemia ou insuficiência cardíaca
ou respiratória evidenciada por hipóxia.
➔ evitar na presença de alergia a
medicamentos ou produtos que contenham
enxofre, como é o caso das sulfas.

Bupivacaína
Cerca de 3 a 4 vezes mais potente que a lidocaína,
proporcionando anestesia de 6 a 7 horas.
Característica útil em intervenções mais invasivas.
● Outro aspecto é a baixa concentração do
vasoconstritor (epinefrina 1:200.000).
Por ser metabolizada no fígado, dose máxima de
2 tubetes.