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ANESTESIA E SEDAÇÃO EM EMERGÊNCIAS E CUIDADOS INTENSIVOS

É fundamental em terapia intensiva proporcionar o máximo de conforto

1. Controlo da dor difícil às vezes de avaliar o grau de dor ou de desconforto


2. Controlo do stress causado fundamentalmente pela mudança de meio ambiente diminuir metabolismo
que estará elevado e baixar a atividade simpática marcada
3. Permitir a recuperação da doença

É difícil termos uma receita pois temos conceitos importantes que devem ser considerados e cada caso é um caso

Como avaliar a dor em animais em cuidados intensivos?  Dificuldade objetiva

 São animais que estão débeis com alterações do estado mental limitando muitas das respostas à dor
 Não se manifestam, não mudam de posição, não se movem
 Perdem hábitos de higiene, não se alimentam
 Dificuldade de aplicação de escalas de dor
 Difícil de avaliar a resposta ao tratamento

Consequências da dor em pacientes críticos

 Sistema nervoso simpático tem particularidades


o Pró inflamatório
o Controla e ajuda na imunocompetência  Se esgotado  imunocomprometimento (leucocitose
seguida de leucopenia)
 Ativação do sistema nervoso simpático  Ativação da resposta neuro endócrina, aumento de catabolismo,
perda de peso e aumento do esforço cardíaco
 Diminuição da ingestão de alimentos
 Traumatismos torácicos afetam a ventilação (ausência de ventilação hipercapnia  acidose respiratória
 hipoxemia)

o Imobilidade o Retenção urinária


o Lesões de decúbito o Obstipação
o Trombose venosa

Fatores que afetam a decisão de tratamento farmacológico

 Causa da hospitalização
 História clínica
 Invasividade dos procedimentos que irão ser realizados

Modelo de três compartimentos


V2  Musculatura e órgãos; V1  Vasos (local de administração); V3  Gordura (equilíbrio lento)

-Administração de fármacos em animais instáveis tem de ser pensada de forma diferente: por exemplo, perante um
animal em choque com má distribuição periférica, ao administrarmos uma medicação (que é feita no compartimento
central) a concentração plasmática desse fármaco vai ser superior ao suposto com consequente aumento do efeito
no local alvo

-Esta dinâmica altera-se quando há alterações hemodinâmicas (animal instável) - ajuste da dose: geralmente fazem-
se conversões de 50% (exemplo fentanil passa de 5 microgramas para 2,5 microgramas) e depois vamos ajustando
ad efectum em cada caso quando o animal já estiver mais estável

Nos anos 50, 60 e 70

A descoberta dos opioides levou a grandes desenvolvimentos em cirurgia por dar analgesia, diminuir taquicardia e
hipertensão e também por diminuir a necessidade de hipnóticos durante a cirurgia  hoje em dia é um problema
devido ao uso excessivo e efeito aditivo em humanos

Analgesia peri-operatória não balanceada  só opioides e quanto mais dor o animal tem maior a dose

Porque estamos a utilizar outros fármacos como alternativas aos opioides

Porque apenas o uso de opioides está associado a problemas de motilidade e íleo paralítico através de diminuição de
libertação de acetilcolina e alteração da excitabilidade neuronal (mal absorção de nutrientes). Levam também a
peristaltismos descoordenados não propulsivos da musculatura lisa (obstipação). Podem levar também a depressão
respiratória, náusea e vómitos, libertação de histamina, constipação e excitação central.

Efeitos respiratórios:

 Diminuição da sensibilidade do centro respiratório à elevação do CO2: em traumatismos cranianos é


perigoso porque a elevação do CO2 leva a aumento do aporte sanguíneo cerebral  aumento da PIC
 Pode provocar “panting”, que pode surgir nos primeiros 30 minutos apos a sua administração

Efeitos cardiovasculares (pouco marcados)

 Efeito vagal parassimpático (síncopes e diminuição da contração e FC)  cuidado em animais críticos
o Muito raro ser problema porque há compensação simpática (aumento do volume de ejeção e do
tempo diastólico), debito cardíaco acaba por ser o mesmo

Efeitos no SNC

 Hiperalgesia e tolerância  ter cuidado na duração e fazer sempre desmame para evitar isto
 Imunossupressão

Efeitos no desenvolvimento tumoral

 Cancro  não esta provado

Anestesia com doses baixas de opioides


Abordagem multimodal com utilização de sedativos, tranquilizantes, coadjuvantes dos opioides e analgésicos não
opioides (bloqueios e AINEs) para reduzir os efeitos 2ºs dos opioides

Vários recetores sensíveis a fármacos diferentes em níveis diferentes

Maropitant  bloqueia os recetores NK  deve causar algum grau de analgesia

Lidocaína (EV)

Benefícios

 Analgesia
 Anti-inflamatório
 Motilidade gastrointestinal
 Antiarrítmico
 Eliminação de radicais livres (peritonite, torção)
 Redução da CAM
 Dor visceral
Permite-nos fazer o desmame do opioide (via endovenosa) sem o animal sentir dor no período pós-operatório e
passar para os fármacos para casa (paracetamol ou outro)

Quando administrada sozinha numa fase pós-operatória inicial  animais ainda sentem mais dor

Dose de 2 mg/kg seguido de CRI a 50-100 microgramas/kg/h

Ketamina

Muito versátil em doses baixas (doses analgésicas)  diminui a libertação de glutamato (neurotransmissor
excitatório) e vai reduzir a sensibilização central. Permite reduzir os opioides sem provocar alterações
hemodinâmicas significativas (nem hipotensão nem bradicardia)

Não é efetivo como agente único no pós-operatório. Usar combinação lido, keta, dex

Dose 0,5 mg/kg seguido de 1,8 mg/kg/h  dose na literatura, mas os animais ficam dissociados (ketaminados)

Dose 0,5 mg/kg seguido de 0,5 mg/kg/h durante 12 horas  indicado

AINEs

Nunca se deve administrar em críticos

Só podem ser administrados antes da cirurgia quando não há riscos de hipotensão durante a cirurgia (risco de
isquemia renal)  exemplo OVH pode

Não estão provados efeitos na coagulação

Maropitant

Efeitos analgésicos não estão provados (antagonista do recetor da neurocinina-1)

Tem muita utilidade em pacientes críticos e pacientes com náusea que vão para cirurgia gastrointestinal. Também
indicado em braquicéfalos para evitar a regurgitação pré-op e durante a cx

Diminui em 40% o tempo de retoma da ingestão  importante na recuperação

Esmolol

Beta-bloqueante que aparenta ter efeitos analgésicos, evita a ativação do sistema simpático (antinflamatório, anti-
imunossupressor)

Ainda não esta bem provado nos animais, mas é muito estudado em humanos

Anestesia loco regional (intervencionista)

Importante nos pacientes críticos

Realizada em cx com escalas de dor de 8 ou mais


Nova questão

Ainda não há indicação em veterinária e começa a entrar em desuso em medicina humana

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