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ABDOME AGUDO

DOR VICERAL:

DEFINIÇÃO Localizada e percebida na linha media ou periumbilical

Dor abdominal aguda  Queixa frequente em crianças Fibras nervosas não são mielinizadas e adentram
dentro da medula espinal bilateralmente e em múltiplos
níveis
Início súbito e pode apresentar características diversas
quanto a localização, intensidade e sintomas
associados Dores de esôfago inferior e estomago 
referida em epigástrico
Inúmeras afecções resultem em dor abdominal súbita
Intestino delgado  dor periumbilical
Maioria é benigna e autolimitada
Dor em intestino grosso  dor no baixo ventre
Algumas requerem tratamento clinico e especifico ou
podem necessitar de intervenção cirúrgica DOR PARIETAL OU SOMATICA:

Receptores localizados a parede do peritônio, nos


músculos e na pele

EPIDEMIOLOGIA Ocorre pelo estimulo doloroso no peritônio


parietal e pode ser secundaria a isquemia, a
inflamação ou a distensão
Prevalência das principais etiologias:

Estimulo doloroso peritoneal é transmitido pelas


 Doenças respiratórias
fibras aferentes mielinizadas ao gânglio dorsal,
 Gastroenterite aguda do mesmo lado, da espinha dorsal ou
 Constipação intestinal correspondente ao dermatomo da dor

Patologia cirúrgica: apendicite aguda DOR: em pontada, intensa, localizada e pode ser
agravada com movimento ou tosse
2 e 12 anos: causas mais frequentes são doenças
respiratórias, infecção urinaria e hepatite DOR REFERIDA:

< 1 ano: abdome agudo não traumático Características semelhantes a parietal  sensação de
dor ocorre em uma área distante ao órgão afetado,
1. hérnia inguinal encarcerada geralmente no mesmo dermatomo
2. intuscepção
Ex: pneumonia  pode ocorrer dor abdominal, pois a
>1 ano: apendicite distribuição do dermatomo T9 é a mesma no pulmão e
no abdome
4 a 17 anos: constipação intestinal

ETIOLOGIA

Causas intra e extra-abdominal ou causas


FISIOPATOLOGIA gastrointestinais e outras causas

Classificada em 3 grupos

 Dor visceral
 Dor parietal
 Dor referida

Receptores viscerais podem ser estimulados por


isquemia, distensão, congestão, inflamação e tensão
nas fibras nervosas viscerais  localizados na
superfície serosa, no mesentério, dentro das fibras
musculares e na mucosa de órgãos ocos
 Vômitos

ABORDAGEM DIAGNOSTICA
Atitude da criança em relação a dor auxilia na
FASE INICIAL: dificuldade em definir sua causa determinação do diagnostico
precisa
Quadros de peritonite  paciente tende a
Faixa etária do paciente pode auxiliar no ficar imóvel, a movimentação piora a dor
estabelecimento do diagnostico (prevalecia de cada tipo
pode variar de acordo com a faixa etária) Dor visceral  provoca inquietude, paciente
muda de posição frequentemente, contorcendo-
se de dor

Exame do abdome:

Palpação (iniciar pela área menos dolorosa)

 Avaliar sinais de defesa , rigidez e distensão da


parede abdominal
Adolescentes  história ginecologia deve ser abordada
na anamnese: Sinai de peritonite:

 Fase do ciclo menstrual  rigidez da parede abdominal


 Presença de atividade sexual  movimentos de defesa involuntário causados
 Antecedentes de doença inflamatória pélvica pela dor
 Uso de métodos contraceptivos  hiperestesia cutânea
 Afastar possibilidade de gravidez ectópica  descompressão brusca do abdome dolorosa
 ausência de ruídos hidroaéreos
Dor aguda pode se tratar de dismenorreia com
localização clássica em baixo-ventre e característica em Sinais indicativos da necessidade de avaliação
cólica cirúrgica:

Dor unilateral no meio do ciclo menstrual, no período APENDICITE AGUDA


ovulatorio, com ou sem sangramento vaginal  pode se
tratar de MITTELSCHMERZ Dor inicia de forma súbita em região epigástrica ou
periumbilical seguida de vômitos e febre
ABORADAGEM DO PACIENTE EM 4 PASSOS
Sequencia  dor pode localizar-se da fossa ilíaca
direita, associado a náuseas, vômitos, febre e parada de
1° PASSO: AFASTAR EMERGENCIA CIRURGICAS
eliminação de gases
 Enfatizar o padrão da dor
Sinal de Blumberg: descompressão brusca
 Fatores desencadeantes
dolorosa no 1/3 inferior da linha entre a crista
 Sua progressão ilíaca anterossuperior direita e o umbigo
 Localização
 Fatores de melhora e piora
Sinal de Rovising: dor na fossa ilíaca direita
 Sintomas associados após compressão do quadrante inferior
esquerdo em decorrência da distensão da
Ex. Físico: avaliar o estado geral do paciente coluna gasosa

 Dados vitais Exames complementares:


 Temperatura
 Pulso Hemograma completo
 PA
 FR e FC Coagulograma

Sinais precoces doença abdominal grave Radiografia simples de abdome

 Alterações dos sinais vitais Imagens da distribuição gasosa, níveis líquidos


 Fáceis de dor associada a palidez em caso de obstrução ou ar na cavidade em
 Sudorese prostração perfurações de alça
 Hipotermia
 Náuseas
Presença de posição antálgica e se há acumulo dor abdominal, dor abdominal leve, náuseas,
de fezes com distensão de alça na região do aumento da eliminação de gazes e fezes,
ceco vômitos são raros

US de abdome total Tomografia  distensão gasosa e liquida de alça do


intestino delgado e colo
Tomografia computadorizado de abdome
3° PASSO: AVALIAR POSSIBILIDADE DE
AFECÇÕES INFECCIOSAS

Afastadas as enfermidades cirúrgicas

Ressaltar síndromes virais com sintomas variados


como:

 Febre
 Náuseas
 Vômitos
 Diarreia
 Inapetência
2° PASSO: DESCARTAR CAUSAS OBSTRUTIVAS  Cefaleia
 Tosse
Obstrução intestinal aguda:  Rinorreia
 Dor de garganta
 Associadas a cólica e dor abdominal difusa
 Não é relato de febre
autolimitada, pode intensificar durante ou logo
 A dor visceral apresenta-se em colica após a alimentação e ser referida em região
 Presença de vômitos biliosos sugere obstrução epigástrica ou periumbilical
alta
 Obstrução distal ou colonica: náuseas
Abdome esta flácido ou normotenso, com ruído
constantes, vômitos aparecem mais tardiamente
hidroaéreos aumentados, pouco doloroso a palpação,
o pode evoluir de conteúdo gástrico para
mas sem sinais localizatorio ou de peritonite.
bilioso e podem se tornar fecaloide

Exame físico:

 Peristaltismo visível
 Ausência de ruídos hidroaéreos ou ruídos com
timbre metálico

Exame de imagem:

Radiografia simples de abdome  evidencia alças do


intestino delgado dilatadas com níveis de liquido e
diminuição ou ausência de gás no colo

Obstrução cólica  alças do colo estão


distendidas

US de abdome  Sinais sugestivos de obstrução


intestinal com dilatação de alça

Sinais obstrutivos: volvo, hérnia encarcerada,


intussuscepção, bridas, doença de Crohn, impactação
fecal e íleo paralitico

Diagnostico diferencial da obstrução intestinal: íleo


paralitico

Íleo paralitico  secundário a hipocalcemia,


uremia, intoxicação por chumbo, medicamentos,
pós-operatório, pós-choque, gastroenterite viral

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