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ANGINA DO PEITO................................................................................................................2
Etiologia.................................................................................................................................. 2
Fisiopatologia.......................................................................................................................... 2
Classificação........................................................................................................................... 3
Quadro Clínico........................................................................................................................ 3
Complicações......................................................................................................................... 4
Conduta.................................................................................................................................. 5
Prevenção............................................................................................................................... 5
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ANGINA DO PEITO
Definição:
Angina do peito é uma síndrome clínica caracterizada por dor torácica devido ao reduzido
fluxo sanguíneo (isquemia) coronário resultante num fornecimento inadequado de
oxigénio ao músculo cardíaco.
Epidemiologia
É mais frequente em homens que mulheres, geralmente com uma faixa etária superior a
50 anos. Não existem estudos sobre a sua incidência em Moçambique.
Etiologia
As causas da angina do peito são:
Obstrução ateroesclerótica das artérias coronárias (mais frequente)
Doença da válvula aórtica
Miocardiopatia hipertrófica
Espasmo da artéria coronária
Factores de risco
Tabagismo
Hipertensão arterial
Hipercolesterolémia (aumento do LDL e Redução do HDL)
Diabetes
Antecedentes familiares de coronariopatia antes dos 55 anos de idade
Fisiopatologia
A angina de peito resulta de um desequilíbrio entre a oferta e a demanda miocárdicas de
oxigénio, na maioria das vezes decorrente de obstrução ateroesclerótica das artérias
coronárias. Em condições normais, para qualquer nível de demanda de oxigénio, o
miocárdio será suprido com sangue rico em oxigénio para evitar a perfusão inadequada
(isquemia) dos miócitos (células do miocárdio) e subsequente desenvolvimento de
hipóxia celular.
Uma diminuição do diâmetro das artérias coronárias, como acontece quando há
ateroesclerose, reduz a quantidade de oferta de oxigénio e resulta em isquemia
miocárdica.
Um aumento da demanda de oxigénio, como acontece na hipertrofia ventricular esquerda
por estenose aórtica ou hipertensão arterial, a quantidade de oferta de oxigénio pode ficar
reduzida e resultar em isquemia.
Podem coexistir duas ou mais causas de isquemia, como aumento da demanda de
oxigénio (pró hipertrofia do ventrículo esquerdo) e redução da oferta de oxigénio
(ateroesclerose coronária e anemia).
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A constrição anormal ou falha de dilatação normal das artérias coronárias também pode
causar isquemia.
Classificação
A angina do peito pode ser classificada em três grandes grupos:
Angina estável - é aquela que apresenta sempre as mesmas características, ou seja, seu
factor desencadeante, intensidade e a sua duração costumam ser sempre os mesmos.
Geralmente, angina estável é previsível, em que ocorre com o mesmo nível do esforço e
consistentemente melhora com o repouso. Ela representa uma limitação fixa no fluxo
sanguíneo para o miocárdio
Angina instável – o desconforto passa a ter uma maior frequência, intensidade ou
duração, muitas vezes aparecendo ao repouso. A angina do peito instável é uma
emergência médica, pois poderá evoluir para um infarto do miocárdio ou até a morte.
Esta geralmente é fruto de um bloqueio súbito no fluxo sanguíneo para o coração levando
a formação de um trombo que interrompe parcialmente o fluxo de sangue para uma área
do miocárdio
Angina Variante (angina de Prinzmetal) - é resultante de um espasmo da artéria
coronária. Esse tipo de angina é chamado de variante por se caracterizar pela
ocorrência de dor com o indivíduo em repouso (geralmente à noite) e não durante o
esforço, e ainda por certas alterações electrocardiográficas típicas
Quadro Clínico
Sinais e Sintomas
A característica principal é a dor torácica ou desconforto no peito, tipo opressão, peso,
aperto, ardor, que se irradia para os braços (principalmente o braço esquerdo),
ombros, pescoço e mandíbula.
A dor dura em geral menos de 10 minutos e é precipitada por esforço físico, stress
emocional, temperaturas frias, depois de uma refeição abundante, sendo aliviada pelo
repouso ou nitratos (nitroglicerina).
As características da dor, são diferentes dependendo do tipo de angina e são
apresentadas no quadro abaixo
Complicações
A principal complicação é referente a uma evolução para o enfarte do miocárdio (morte
da porção do miocárdio que sofreu a isquemia) e morte.
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Tabela 3. Diagnóstico diferencial com causas não cardíacas de dor torácica.
Factores de
Doença Localização Qualidade Duração
Melhora ou
Piora
Epigástrica, Queimação Alivia com
Úlcera péptica Prolongada
subesternal visceral alimentação e
antiácidos
Variável;
Estados Muitas vezes localizada normalmente Variável;
ansiosos na região precordial sua localização frequentemente Situacional
move dum lugar efémera
para outro
Distribuição em Queimação, Nenhum
Herpes zóster Prolongada
Dermátomos coceira
Inicio súbito,
Pneumotórax Aguda e bem
Unilateral dura muitas Piora com a
Espontâneo localizada horas respiração
Conduta
Tratamento não medicamentoso – identificar os factores de risco e corrigir:
abandono obrigatório do tabagismo, redução do peso em obesos, tranquilização e
orientação do paciente.
Tratamento medicamentoso – perante um doente com suspeita de angina do peito,
faça o seguinte:
Coloque oxigénio – 4 l/min
Nitroglicerina comprimidos de 0.5 mg, 1 comprimido sub-lingual que pode ser repetido
em intervalos de 3 – 5 minutos, até alívio da dor. Não ultrapassar 4 comprimidos (2 mg).
Efeitos secundários: cefaleia, taquicárdia e rubor da face, no início da terapêutica.
Náuseas, vómitos, hipotensão postural, tonturas e eventualmente síncope.
Contra-indicações: hipotensão arterial, bradicárdia ou taquicardia severa, uso de
sildenafil nas últimas 24 horas, pericardite constritiva; angina associada à estenose
aórtica ou à cardiomiopatia hipertrófica; cor pulmonale e anemia importante.
Notas e precauções: se ocorrer hiopotensão e síncope, elas podem ser aliviadas
elevando as pernas do doente. Sempre que possível, o fármaco deve ser tomado pela
primeira vez com o paciente sentado. A suspensão da terapêutica deve ser efectuada
paulatinamente. O efeito hipotensor é potenciado pelo consumo de álcool.
Ácido acetilsalicílico (aspirina) – 125 mg (1/4 de comprimido de 500 mg) por via oral
Se a dor persiste por mais de 10-15 minutos apesar de duas ou três doses de
nitroglicerina, transfira IMEDIATAMENTE para o médico ou hospital com médico!
Prevenção
A prevenção da angina de peito se faz com a redução/eliminação dos factores de risco.
Eliminação do tabagismo, redução do peso em obesos, controlar a pressão arterial em
hipertensos, reduzir o colesterol em pacientes com hipercolesterolémia.