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Dermatoses

Gestacionais
GRUPO 2
Gabriel Magalhães
Gabriela Sales
Gabriele Paiva
Gabriele Martins
Giulia Guimarães
Guilherme Dias
Igor Marcos
Itamara Lima
Lívia Dórea
SUMÁRIO

03
01

ALTERAÇÕES
ALTERAÇÕES
FISIOLÓGICAS
PATOLÓGICAS

02 04

ALTERAÇÕES
FUNCIONAIS CASO CLÍNICO
ALTERAÇÕES
FISIOLÓGICAS
Melasma/Cloasma

Melas: preto
Chloazein: esverdeado

Principalmente em mulheres com 25 anos ou mais, após


a gravidez ou uso de hormônios.

Fonte: Fitzpatrick, 2014.


Melasma/Cloasma

Fatores predisponenciais:
Predisposição racial ou familiar (pele castanha a parda)
Gravidez (cloasma gravídico): 50-70% de acordo com
predisposição. Pode persistir por meses após o parto.
Anticoncepcionais: 8-29% das mulheres
Terapia hormonal pós menopausa
Produtos derivados de petróleo, psoralênicos e
compostos fotorreativos em geral.

e...
Melasma/Cloasma

EXPOSIÇÃO SOLAR!!!!
UV → aumento de MSH (hormônio estimulante dos alfa-
melanócitos) + corticotropina + IL-1 + endotelina =
aumento da produção de melanina
Aumento dos receptores c-KIT da tirosinase (precursor
da melanina), que atua na regulação, proliferação,
migração e diferenciação dos melanócitos
UVA e UVB → estimulam a melanogênese a partir da
peroxidação dos fosfolipídeos de membrana dos
melanócitos.
Melasma/Cloasma

Manchas de cor castanho-clara a escura que pode atingir


diversas regiões:
centrofacial: mais frequente, com lesões na região
malar, frontal, labial superior, nasal e mental.

Fonte: Sehgal, 2011


Melasma/Cloasma
malar: lesões em malares e nariz, com disposição em
vespertílio ou seja, em forma de leque, bilateral..

Fonte: Sehgal, 2011


Melasma/Cloasma
maxilo-mandibular: lesões em masseter e parte inferior
da região bucal.

Fonte: Sehgal, 2011


Melasma/Cloasma

Intensidade variável!
Exame com luz de Wood: luz UV de baixo comprimento de
onda, permite a classificação em 4 tipos, que podem
direcionar para alguns tipos histopatológicos:
1. Epidérmico (frequência de 70%): na luz de Wood, a cor
torna-se mais acentuada. Melanina mais depositada na
epiderme.
2. Dérmico (10-15%): há atenuação ou nenhuma alteração
da cor. Melanina mais depositada na epiderme e na
derme superficial e profunda.
Melasma/Cloasma

3. Misto (15-20% ): há áreas em que há acentuação e áreas


de atenuação da cor.
4. Inaparente: as lesões visíveis na luz do dia tornam-se
inaparentes na luz de Wood. Peles claras.

Fonte: Schaefer, 2018


Melasma/Cloasma

Diagnóstico:
História clínica
Luz de Wood
MCR: microscopia confocal de reflectância.

Fonte: Azulay, 2022


Melasma/Cloasma

Diagnóstico:
Dermatoscopia (visualizar o componente vascular
provocado pela endotelina)

Fonte: Sarah, 2022


Melasma/Cloasma

Diagnósticos diferenciais:
Melanodermia de contato: interromper o uso do agente
lesivo.
Ocronose exógena: uso de hidroquinona ou resorcinol
prolongadamente em altas concentrações
Hiperpigmentação pós inflamatória
Lúpus eritematoso discoide: lesões vermelhas e
escamosas em áreas sensíveis ao sol.
Melasma/Cloasma
Tratamento
Afastar fatores de risco, fotoproteção (constante, total
para UVB e UVA, com dióxido de titânio ou óxido de
zinco)
Hidroquinona: inibidor da tirosina. 2%-4%
6-8 semanas de uso
irritante (eritema, descamação, despigmentação em
confete, ocronose.
Uso em associação com ácidos retinoicos e corticoides,
aumentando a eficácia e reduzindo a inflamação.
Melasma/Cloasma
Outros:
ácido kójico: age da mesma forma que a hidroquinona,
mas promove mais sensibilização.
ácido azeláico: inibição da formação de radicais livres
pelos raios UV.
Vitamina C: inibidor da tirosina, forma intradérmica.
Ácido tranexâmico: principalmente para lesões com
componente vascular acentuado, inibe o VEGF e reduz a
melanogênese.
Melasma/Cloasma
Outras linhas de tratamento:
Combinação > monoterapia
QSND: luz de pulso de nanossegundos, fragmenta o
pigmento em partículas menores para serem eliminadas
pelo sistema imune.
IPL: luz pulsada intensa. Menos invasivo, indicado para o
melasma leve a moderado
Melasma/Cloasma
Outras linhas de tratamento:
Peeling: agentes esfoliantes que promove um
clareamento das manchas de forma gradativa. Podem
agir na formação da melanina. Ácido glicólico, ácido
tricloroacético, ácido retinóico, ácido lático.
Microdermoabrasão: esfoliação da pele com
microcristais, promovendo renovação das camadas
superficiais da pele.
Laser: terceira linha, risco de hiperpigmentação pós
inflamatória
Microagulhamento: estimula a renovação da superfície
da pele
OUTRAS HIPERPIGMENTAÇÕES
da gravidez
Muito comuns: 90% das mulheres

Geralmente localizada, relação com a distribuição dos melanócitos

MECANISMOS ENVOLVIDOS:

Combinação de fatores hormonais, predisposição genética e


exposição ao ultravioleta

Altos níveis de hormônio estimulante de melanócitos (MSH),


estrogênio e progesterona
Altos níveis de progesterona parecem aumentar a produção e a
secreção do hormônio melanotrófico da hipófise.
OUTRAS HIPERPIGMENTAÇÕES
da gravidez
FORMAS/CLASSIFICAÇÃO

Habitualmente discretas

Regiões mais afetadas: mamilos, aréolas mamárias, face


interna das coxas, genitália, linha alba do abdome (nigra),
dobras cutâneas.

Exacerbação em lesões pigmentares pré-existentes: sardas,


nevos, lentigos e cicatrizes.
OUTRAS HIPERPIGMENTAÇÕES
DA GRAVIDEZ
DIAGNÓSTICO - MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Linha nigra

Mais frequente
O aumento da pigmentação
pode abranger desde a sínfise
púbica até o processo xifoide.
Fonte: Zugaib, 4ª ed. 2020.

Fonte: DermNet - Oakley, 2015.


OUTRAS HIPERPIGMENTAÇÕES
DA GRAVIDEZ
DIAGNÓSTICO - MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Hiperpigmentação areolar

Sinal de Hunter

Pigmentação periareolar que determina o


surgimento da aréola secundária
(acessória) nas gestantes.

Fonte: DermNet - Oakley, 2015.


OUTRAS HIPERPIGMENTAÇÕES
DA GRAVIDEZ
DIAGNÓSTICO - MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Nevos melanocíticos

Historicamente: escurecimento, no entanto,


há dados conflitantes na literatura;
Alargamento de diâmetro;
Alterações dermatoscópicas transitórias;
Caso suscitem preocupação com
malignidade: biópsia.
Fonte: DermNet - Oakley, 2015.
OUTRAS HIPERPIGMENTAÇÕES
da gravidez
TRATAMENTO

Maioria benigna: os locais afetados geralmente clareiam


após o parto, mas não retornam à sua cor anterior;

Tratamento médico raramente é necessário;

Aconselhamento: cuidado com a exposição solar;

Em casos de persistência: podem ser utilizados agentes


clareadores, embora sua eficácia possa ser insatisfatória.
ALTERAÇÕES DE PELOS E
CABELOS NA GRAVIDEZ
Ocorrem devido a mudanças hormonais típicas da gestação, sobretudo o
hiperandrogenismo
Aumento de 9x da progesterona
Aumento de 4x da estrona (E1)
Aumento de 8x do estradiol (E2)
Aumento de 9x do estriol (E3)
Causam alterações no ciclo folicular normal

Fonte: Site Clínica e


Cirurgia Capilar
ALTERAÇÕES DE PELOS E
CABELOS NA GESTAÇÃO
HIRSUTISMO
Presente em certo grau em praticamente todas as
gestações
Mecanismo: alterações hormonais e
prolongamento da fase anágena
Locais mais acometidos: face, membros e região
suprapúbica
Duração: até 6 meses pós-parto
Hirsutismo muito intenso pode ser Fonte: Biblioteca Virtual em Saúde - MS
indicativo de tumores androgênio-
secretantes (luteomas ou cistos
luteínicos) ou SOP
ALTERAÇÕES DE PELOS E
CABELOS NA GRAVIDEZ
DEFLÚVIO TELÓGENO PÓS-PARTO
Intensa queda de cabelos que ocorre entre 2 a 5
meses pós-parto
Mecanismo: interrupção das condições hormonais
que levaram a a longa permanência dos cabelos
na fase anágena. 30% destes entram na fase
telógena
Duração: 1 a 5 meses (pode persistir até 15
meses)
Em pessoas com predisposição, a alopecia
androgenética pode ser precipitada e acelerada
pelo parto
Fonte: Site This Postpartum Life
ALTERAÇÕES DE PELOS E
CABELOS DA GRAVIDEZ
TRATAMENTO E PROFILAXIA
Resolução espontânea
Conduta: tranquilizar paciente e excluir outras causas
Excluir e corrigir fatores agravantes - drogas (citostáticos,
antitireoidianos, hipocolesterolemiantes, anticoagulantes,
anticonvulsivantes, captopril), deficiências nutricionais, anemias, etc

Fonte: Contin & Rocha,


2021
ALTERAÇÕES UNGUEAIS
da gravidez
Estudos relatam que ocorrem em 2% a 40% das
gestantes.

Nail alterations during pregnancy: a clinical study. Erpolat et al., 2016.


ALTERAÇÕES UNGUEAIS
da gravidez
FORMAS/CLASSIFICAÇÃO

Crescimento acelerado

Sulcos transversos

Fragilidade ungueal

Onicólise

Hiperqueratose ungueal
ALTERAÇÕES UNGUEAIS

DIAGNÓSTICO - MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Alterações da adesão da lâmina ao leito ungueal:

Onicólise

Descolamento da lâmina ungueal de seu


leito a partir da borda livre. Fonte: Sampaio e Rivitti, 4 ed, 2018.

Fonte: Erpolat et al., 2016.


ALTERAÇÕES UNGUEAIS

DIAGNÓSTICO - MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Alterações da adesão da lâmina ao leito ungueal

Hiperqueratose ungueal

Formação excessiva de queratina sob o


leito ungueal, que pode levar à onicólise.

Fonte: Yuksel, 2017.


ALTERAÇÕES UNGUEAIS

DIAGNÓSTICO - MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Alterações da cor da lâmina ungueal:

Leuconíquia

Coloração branca na lâmina ungueal, sem


alteração de superfície.
Pontuada, estriada ou total
Fonte: Erpolat et al., 2016.
ALTERAÇÕES UNGUEAIS

DIAGNÓSTICO - MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Alterações da cor da lâmina ungueal:

Melanoníquia

Estrias pigmentadas no leito


ungueal, coloração acastanhada
Fonte: Erpolat et al., 2016.
Estriada, parcial, total

Fonte: Sampaio e Rivitti, 4 ed, 2018


ALTERAÇÕES UNGUEAIS

DIAGNÓSTICO - MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Anormalidades da cutícula e prega ungueal

Unha encravada

Resulta da penetração do canto da unha,


principalmente nos grandes artelhos, no tecido
circunjacente, com reação inflamatória
Fatores de risco: convexidade exagerada, calçados
justos, corte inadequado das unhas
Fonte: Erpolat et al., 2016.
ALTERAÇÕES UNGUEAIS
da gravidez
TRATAMENTO

Aconselhamento: evitar traumas (como a manipulação


excessiva) das unhas;

Manutenção do estado nutricional adequado é fundamental.


ALTERAÇÕES
FUNCIONAIS
ALTERAÇÕES GLANDULARES

Aumento da atividade das glândulas écrinas;


Sudorese termorreguladora;
Segmento secretor → Derme profunda;
Segmento ductal → contínuo → superfície da pele.

Aumento da atividade das glândulas sebáceas.


Lubrificação da pele;
Manto lipídico → ação antimicrobiana;
Derme → unidade pilossebácea. Sampaio e Rivitti, 4 ed, 2018;
ALTERAÇÕES GLANDULARES

Glândulas écrinas

Aumento da sudorese

Hiperhidrose e miliária

Nas regiões palmoplantares há


diminuição da atividade écrina.

Sampaio e Rivitti, 4 ed, 2018;


ALTERAÇÕES GLANDULARES

Glândulas sebáceas
1. DIMINUIÇÃO DA ATIVIDADE
Melhora de doenças como doença de Fox-Fordyce e a hidradenite supurativa.

2. AUMENTO DA ATIVIDADE
3º trimestre da gravidez → aumento do estrogênio circulante.

3. ATIVIDADE VARÍAVEL
Comportamento de doenças como acne.

Sampaio e Rivitti, 4 ed, 2018;


ALTERAÇÕES GLANDULARES

Glândulas sebáceas

Aréola mamária

Tubérculos de Montgomery

Sampaio e Rivitti, 4 ed, 2018;


ALTERAÇÕES DO TECIDO CONECTIVO

Estrias
90% das mulheres durante o 3º trimestre;

abdome, região dos quadris, as regiões


inguinais, as nádegas e as mamas

Linhas ou faixas atróficas, purpúreas ou róseas

após o parto, tornam-se linhas esbranquiçadas atróficas

Sampaio e Rivitti, 4 ed, 2018; Azulay, 8ed, 2022


ALTERAÇÕES DO TECIDO CONECTIVO

Estrias
Fatores de risco: mulheres mais jovens, primigestas, com bebês grandes, com alto IMC e com
história familiar de estrias.

Fisiopatologia: fatores mecânicos

fatores hormonais

fatores genéticos

Sampaio e Rivitti, 4 ed, 2018; Azulay, 8ed, 2022 Dermatologia de Fitzpatrick, 2014
ALTERAÇÕES DO TECIDO CONECTIVO

Estrias
Histopatologia:

No início ocorre processo inflamatório que pode ser intenso:


1. A derme pode apresentar-se edematosa;
2. Alterações iniciais estendem-se por até 3 cm além da borda da estria;
3. Elastólise e desgranulação de mastócitos;
4. Afluxo de macrófagos em torno das fibras elásticas fragmentadas.

Fases tardias:
1. A epiderme mostra-se atrófica;
2. Na derme, o colágeno apresenta-se homogeneizado e as fibras elásticas
estão extremamente diminuídas;
3. Os folículos pilosos e demais anexos estão ausentes.
Sampaio e Rivitti, 4 ed, 2018; Azulay, 8ed, 2022
ALTERAÇÕES DO TECIDO CONECTIVO

Estrias
Diagnóstico:

Clínico;
Diagnóstico diferencial: Elastose linear focal.

Sampaio e Rivitti, 4 ed, 2018; Azulay, 8ed, 2022


ALTERAÇÕES DO TECIDO CONECTIVO

Estrias
Prevenção: Embora seja clássico o uso de óleos, emolientes e hidratantes na prevenção das
estrias, não existe nenhuma evidência científica de sua eficácia. As lesões sofrem involução
natural.

Sampaio e Rivitti, 4 ed, 2018


ALTERAÇÕES DO TECIDO CONECTIVO

Estrias
Tratamento:
Estrias recentes
Ácido retinoico/tretinoína (0,05-0,1%); Contraindicado na gravidez
Ácido glicólico a 5 a 20%;
Vitamina C tópica nas concentrações 5 a 15%;
Peelings de ácido tricloroacético a 15 a 20% em aplicações repetidas;
Pulsed dye laser, luz pulsada;
Lasers fracionados ablativos e não ablativos;
Estrias tardias
Divulsão transdérmica;
Microdermoabrasão. Sampaio e Rivitti, 4 ed, 2018; Azulay, 8ed, 2022
ALTERAÇÕES DO TECIDO CONECTIVO

Outras alterações
Lesões de acrocórdons:

Papilomas benignos caracterizados por lesões


pedunculadas pequenas, hiperpigmentadas, que
ocorrem particularmente na região do pescoço e das
axilas, nas dobras inframamárias e na face.

Sampaio e Rivitti, 4 ed, 2018


ALTERAÇÕES VASCULARES

Essas alterações na gravidez são decorrentes do excesso


de estrogênio circulante no organismo gravídico (de forma
semelhante ao que ocorre no hipertireoidismo e na
insuficiência hepática), o qual promove fenômenos de:

Vasodilatação
Vasolabilidade
Proliferação vascular
Sampaio e Rivitti, 4ª ed., 2018; Azulay, 8ª ed., 2022
ALTERAÇÕES VASCULARES
Spiders
Teleangectasias aracneiformes
Dilatações vasculares formadas por um vaso central
maior, de coloração avermelhada, a partir do qual se
ramificam vasos menores em várias direções
radialmente;

Localizadas principalmente na face e na porção


anterior do tronco;

Aparecem entre o 2º e o 5º mês de gravidez, e somem


cerca de três meses após o parto;

Lesões que podem ser tratadas por eletrocoagulação


ou laser, se persistirem. Fonte: MSD Manuals
Sampaio e Rivitti, 4ª ed., 2018; Azulay, 8ª ed., 2022
ALTERAÇÕES VASCULARES
Eritema palmar
Eritema palmar
Frequente na gravidez, atinge 70% das
mulheres brancas e 30% das mulheres negras;

Geralmente surge no primeiro trimestre da


gestação;

Pode apresentar-se como eritema moteado,


atingindo toda a região palmar ou, mais
localmente, nas regiões tenar e hipotenar.

A concomitância do eritema palmar e de


spiders é comum
Fonte: Erpolat et al., 2016.
Sampaio e Rivitti, 4ª ed., 2018; Azulay, 8ª ed., 2022
ALTERAÇÕES VASCULARES
Eritema palmar

Fonte: Erpolat et al., 2016.


ALTERAÇÕES VASCULARES
Edema não depressível
Edema não depressível
Cerca de 50% das mulheres grávidas
desenvolvem edema não depressível da
face, das pálpebras, dos pés e das mãos
em intensidade variável;

O edema é mais intenso pela manhã,


diminuindo ao longo do dia;

Não há tratamento para essa condição.

Fonte: UOL Redes Sociais


Sampaio e Rivitti, 4ª ed., 2018; Azulay, 8ª ed., 2022
ALTERAÇÕES VASCULARES
Hiperemia gengival
Hiperemia gengival
Praticamente todas as mulheres grávidas
experimentam graus variáveis de hiperemia
gengival, com edema e vermelhidão;
.
A partir do terceiro trimestre da gravidez, pode-se
desenvolver a verdadeira gengitivte, que é mais
intensa nas mulheres previamente portadoras de
doença periodontal, com deficiências nutricionais,
ou com higiene oral precária.

Sampaio e Rivitti, 4ª ed., 2018; Azulay, 8ª ed., 2022

Fonte: Revista Brasileira de Odontologia


ALTERAÇÕES VASCULARES
Granuloma gravidarum
Granuloma gravidarum
Em 2% das gestantes, simultaneamente à gengivite,
surge intensa proliferação capilar entre o 2º e 5º mês
de gestação, formando um nódulo purpúrico junto
aos dentes, na superfície bucal ou na superfície
lingual da gengiva;

É o granuloma piogênico da gravidez, granuloma


gravidarum, tumor da gravidez ou épulis gravídico;

Histologicamente, trata-se de um granuloma


piogênico, cuja remoção pode ser cirúrgica, com
eletrocoagulação, e é possível haver involução
espontânea no pós-parto com ou sem uso associado
de vitamina C; Fonte: Azulay, 8ª ed., 2022.

Prevenível por intensificação das medidas de higiene


oral na gravidez.
Sampaio e Rivitti, 4ª ed., 2018; Azulay, 8ª ed., 2022
ALTERAÇÕES VASCULARES
Instabilidade vasomotora
E outras alterações vasculares
Em 40% das gestações ocorrem varicosidades por fragilidade
do tecido elástico, que acometem ânus (hemorroidas), vulva,
vagina e pernas, especialmente em mulheres com tendência
familiar;

Pode surgir livedo reticular, por aumento dos estrogênios


circulantes; e lesões de púrpura pigmentosa nas pernas são
comuns na segunda metade da gravidez, por aumento da
pressão hidrostática e da permeabilidade vascular;

Os fenômenos de instabilidade vasomotora - como rubor facial,


palidez, sensação de calor e frio, cútis marmorata nas pernas,
dermografismo, lesões urticariformes e exacerbação de
fenômeno de Raynaud pré-existente - são comuns na gravidez.
Fonte: Azulay, 8ª ed., 2022.
Sampaio e Rivitti, 4ª ed., 2018; Azulay, 8ª ed., 2022
DERMATOSES
ESPECÍFICAS DA
GRAVIDEZ
DERMATOSES ESPECÍFICAS DA GRAVIDEZ:

Colestase intra-hepática da gravidez

Penfigóide gestacional

Erupção polimorfa da gravidez

Erupção atópica da gravidez


Colestase Intra-hepática da
Gravidez (CIG)
PRURIDO GRAVIDARUM

Ocorre no 3º trimestre da gravidez;

Rara, porém com maior prevalência em populações da Escandinávia e


Chile;

Fatores de risco:
História pessoal de colestase por contraceptivos orais;
Multiparidade e gemelaridade;
História familiar em 50% dos casos. Fonte: Azulay, 2022
Colestase Intra-hepática da
Gravidez (CIG)
PATOGÊNSE

Um defeito na excreção de sais biliares e a sua consequente elevação


sérica;

Parece ser uma interação entre alterações hormonais, predisposição


genética (HLA-A31, HLA-B8, gene MDR3) e fatores ambientais.

Fonte: Azulay, 2022


Colestase Intra-hepática da
Gravidez (CIG)
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Início súbito de prurido intenso:


Palmas e plantas tronco restante do corpo.

Apenas lesões secundárias (escoriações e nódulos hiperpigmentados);

Esteatorreia, colúria e acolia fecal. Colelitíase e colecistite com maior frequência;

Icterícia (10-25%);

Complicações hemorrágicas ( vitamina K). Fonte: Azulay, 2022; Pinheiro, 2022.


Colestase Intra-hepática da
Gravidez (CIG)
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Início súbito de prurido intenso:


Palmas e plantas tronco restante do corpo.

Apenas lesões secundárias (escoriações e nódulos hiperpigmentados e firmes);

Esteatorreia, colúria e acolia fecal. Colelitíase e colecistite com maior frequência;

Complicações hemorrágicas ( vitamina K).


Fonte: Azulay, 2022; Pinheiro, 2022.
Colestase Intra-hepática da
Gravidez (CIG)
DIAGNÓSTICO

Aumento dos níveis séricos de ácidos biliares (maior sensibilidade);

Elevação leve a moderada das transaminases;

Elevação acentuada dos níveis de fosfatase alcalina e bilirrubina também


podem ser identificadas.

Fonte: Azulay, 2022


Colestase Intra-hepática da
Gravidez (CIG)
TRATAMENTO

Ácido ursodesoxicólico (15mg/kg/dia VO);

Antipruriginosos tópicos (mentol e calamina) + emolientes => Alívio


temporário;

Vitamina K, se existir suspeita de mal absorção.

Fonte: Azulay, 2022


Colestase Intra-hepática da
Gravidez (CIG)
PROGNÓSTICO E EVOLUÇÃO
O prurido resolve habitualmente de forma espontânea em dias ou semanas;

Recidivas podem ocorrer em gestações subsequentes;

Associada a um risco aumentado de prematuridade (19%-60%), sofrimento


fetal (22%-33%) e morte súbita intrauterina (1%-2%).

Fonte: Azulay, 2022; Pinheiro, 2022.


Penfigóide Gestacional (PG)
HERPES GESTACIONAL

Dermatose bolhosa autoimune;

2º e 3º trimestres, puerpério (menos comum);

1:50 mil gestações e menos comum em mulheres negras;

Associação com outras doenças autoimunes (ex.: doença de Graves, tireoidite de


Hashimoto e anemia perniciosa) e com a doença trofoblástica gestacional.

Fonte: Azulay, 2022; Pinheiro, 2022.


Penfigóide Gestacional (PG)
PATOGÊNESE

Anticorpos IgG1 contra uma proteína transmembranar de 180 kDa (BPAg2);

Reação cruzada entre antígenos placentários e cutâneos;

HLA-DR3 e HLA-DR4.

Fonte: Azulay, 2022


Penfigóide Gestacional (PG)
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Prurido intenso.

Estádio pré-bolhoso Pápulas e placas urticariformes eritematosas circulares


ou policíclicas na região abdominal (COM ENVOLVIMENTO DA REGIÃO UMBILICAL em
80% dos casos) e posterior generalização.

Estádio bolhoso Lesões vesico-bolhosas tensas sobre as anteriores.

Remissão no último mês e exacerbação após o parto;

Fonte: Azulay, 2022; Pinheiro, 2022.


Penfigóide Gestacional (PG)
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Prurido intenso.

Estádio pré-bolhoso Pápulas e placas urticariformes eritematosas circulares


ou policíclicas na região abdominal (COM ENVOLVIMENTO DA REGIÃO UMBILICAL em
80% dos casos) e posterior generalização.

Estádio bolhoso Lesões vesico-bolhosas tensas sobre as anteriores.

Remissão no último mês e exacerbação após o parto;

Fonte: Azulay, 2022; Pinheiro, 2022.


Penfigóide Gestacional (PG)
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Prurido intenso.

Estádio pré-bolhoso Pápulas e placas urticariformes eritematosas circulares


ou policíclicas na região abdominal (COM ENVOLVIMENTO DA REGIÃO UMBILICAL em
80% dos casos) e posterior generalização.

Estádio bolhoso Lesões vesico-bolhosas tensas sobre as anteriores.

Remissão no último mês e exacerbação após o parto;

Fonte: Azulay, 2022.


Penfigóide Gestacional (PG)
DIAGNÓSTICO

Clínica;
Exame histopatológico:
Fase inicial Edema da derme papilar + infiltrado inflamatório,
perivascular, composto por linfócitos, eosinófilos e alguns neutrófilos.
Fase bolhosa Vesículas e bolhas subepidérmicas.
Imunofluorescência direta Deposição linear de C3 ao longo da membrana
basal dermo-epidérmica (100% dos casos);

A medição do nível sérico de anticorpo BP180.

Fonte: Azulay, 2022; Pinheiro, 2022.


Fonte: Jiao et al, 2021
Penfigóide Gestacional (PG)
DIAGNÓSTICO

Clínica;
Exame histopatológico:
Fase inicial Edema da derme papilar + infiltrado inflamatório,
perivascular, composto por linfócitos, eosinófilos e alguns neutrófilos.
Fase bolhosa Vesículas e bolhas subepidérmicas.
Imunofluorescência direta Deposição linear de C3 ao longo da membrana
basal dermo-epidérmica (100% dos casos);

A medição do nível sérico de anticorpo BP180.

Fonte: Azulay, 2022; Pinheiro, 2022. Fonte: Jiao et al, 2021


Penfigóide Gestacional (PG)
TRATAMENTO

No PG leve => corticosteroides tópicos + anti-histamínicos orais.

No PG moderada a grave => Corticosteroides sistêmicos (0,5 mg/kg/dia de


prednisona).

Em casos refratários:
Imunossupressores sistêmicos (ciclosporina, azatioprina ou metotrexato).
Imunoglobulina endovenosa ou plasmaférese.

Fonte: Azulay, 2022; Pinheiro, 2022.


Penfigóide Gestacional (PG)
PROGNÓSTICO E EVOLUÇÃO

Remissão espontânea nas semanas ou meses após o parto;

Exacerbação durante a menstruação ou após a administração de contraceptivos


orais;

Bom prognóstico fetal, mas com maior risco de prematuridade (30%) e de RN


com baixo peso ao nascer;

Recorrência na gestações subsequentes, com início geralmente mais precoce e


gravidade crescente. Fonte: Azulay, 2022
Erupção polimorfa da
gravidez
Pápulas e placas urticariformes pruriginosas da gravidez (PUPPP)

Evolução benigna e autolimitada

Primíparas no último trimestre ou imediatamente pós-parto (1


caso a cada 160 gestações)

Fonte: Azulay, 2022


Erupção polimorfa da
gravidez
Pápulas e placas urticariformes pruriginosas da gravidez (PUPPP)

Estiramento intenso Dano tecidual Exposição à antígenos Inflamação

Antígenos fetais circulantes

Reação de hipersensibilidade

Fonte: Azulay, 2022


Erupção polimorfa da
gravidez
Pápulas e placas urticariformes pruriginosas da gravidez (PUPPP)
Erupção eritematopapulosa ou urticariforme intensamente pruriginosa (acompanhadas de
vesículas, lesões em alvo, púrpura)
Início: Pápulas urticariformes e pruriginosas no abdomên inferior sobre as
estrias, poupa a região do umbigo;

Evolução: Estendem-se para as nádegas e as coxas e surgem as placas


erimatoedematosas (desaparecem 7 a 10 dias pós-parto)

Resolução: Descamação e crosta.


Fonte: Azulay, 2022
Erupção polimorfa da
gravidez
Pápulas e placas urticariformes pruriginosas da gravidez (PUPPP)

Fonte: Azulay, 2022


Erupção polimorfa da
gravidez
Pápulas e placas urticariformes pruriginosas da gravidez (PUPPP)

Diagnóstico: História + Quadro clínico da paciente;

Histopatologia: Edema da derme com infiltrado


perivascular com número variável de eosinófilos;
Não específicos
Imunohistoquímica: Células T, CD1a+ e
CD54+

Fonte: Azulay, 2022


Erupção polimorfa da
gravidez
Pápulas e placas urticariformes pruriginosas da gravidez (PUPPP)

Diagnóstico Diferenciais:

Penfigoide gestacional;

Fonte: Azulay, 2022


Erupção polimorfa da
gravidez
Pápulas e placas urticariformes pruriginosas da gravidez (PUPPP)

Diagnóstico Diferenciais:

Penfigoide gestacional;

Fonte: Azulay, 2022


Erupção polimorfa da
gravidez
Pápulas e placas urticariformes pruriginosas da gravidez (PUPPP)

Diagnóstico Diferenciais:

Penfigoide gestacional;

Dermatite de contato;

Fonte: Azulay, 2022


Erupção polimorfa da
gravidez
Pápulas e placas urticariformes pruriginosas da gravidez (PUPPP)

Diagnóstico Diferenciais:

Penfigoide gestacional;

Dermatite de contato;

Fonte: Azulay, 2022


Erupção polimorfa da
gravidez
Pápulas e placas urticariformes pruriginosas da gravidez (PUPPP)

Diagnóstico Diferenciais:

Penfigoide gestacional;

Dermatite de contato;

Eritema multiforme;
Fonte: Azulay, 2022
Erupção polimorfa da
gravidez
Pápulas e placas urticariformes pruriginosas da gravidez (PUPPP)

Diagnóstico Diferenciais:

Penfigoide gestacional;

Dermatite de contato;

Eritema multiforme;
Fonte: Azulay, 2022
Erupção polimorfa da
gravidez
Pápulas e placas urticariformes pruriginosas da gravidez (PUPPP)

Diagnóstico Diferenciais:

Penfigoide gestacional; Escabiose;

Dermatite de contato;

Eritema multiforme;
Fonte: Azulay, 2022
Erupção polimorfa da
gravidez
Pápulas e placas urticariformes pruriginosas da gravidez (PUPPP)

Diagnóstico Diferenciais:

Penfigoide gestacional; Escabiose ;

Dermatite de contato;

Eritema multiforme;
Fonte: Azulay, 2022
Erupção polimorfa da
gravidez
Pápulas e placas urticariformes pruriginosas da gravidez (PUPPP)

Tratamento: corticosteroides tópicos ou sistêmicos;

Prognóstico bom e sem comprometimento materno-fetal;

Resolução espontânea e raramente ocorre recidivas.

Fonte: Azulay, 2022


Erupção polimorfa da
gravidez
Pápulas e placas urticariformes pruriginosas da gravidez (PUPPP)
ERUPÇÃO ATÓPICA GESTACIONAL
Divisão proposta por Ambros-Rudolph et al., em 2006

Erupção papulosa ou eczematosa em paciente atópica, sem repercussão no feto ou em


outros desfechos da gravidez.

Eczema gestacional

Prurigo da gravidez

Foliculite pruriginosa da gravidez


ERUPÇÃO ATÓPICA GESTACIONAL

Desencadeada por alterações imunológicas da gravidez:

Diminuição da imunidade celular e da produção de citocinas Th1;

Aumento da imunidade humoral e o aumento da secreção de citocinas Th2;

Surgem antes do terceiro trimestre em 75% dos casos e distribuem-se


igualmente pelo tronco e membros sem predilecção pela área abdominal.
ERUPÇÃO ATÓPICA GESTACIONAL
Eczema gestacional

Presente em 1:5-20 das gravidezes;


2/3 das erupções atópicas da gravidez;

Lesões semelhantes ao eczema atópico composto por lesões eczematiformes pruriginosas


localizadas nas pregas cutâneas, face e pescoço, que surgem por volta do final do primeiro
trimestre;
Xerose cutânea e estigmas de atopia podem estar presentes;

IgE aumentado em 70% dos casos;

Fonte: Azulay, 2022; Brás,


2015.
ERUPÇÃO ATÓPICA GESTACIONAL
Eczema gestacional

Presente em 1:5-20 das gravidezes;


2/3 das erupções atópicas da gravidez;

Lesões semelhantes ao eczema atópico composto por lesões eczematiformes pruriginosas


localizadas nas pregas cutâneas, face e pescoço, que surgem por volta do final do primeiro
trimestre;
Xerose cutânea e estigmas de atopia podem estar presentes;

IgE aumentado em 70% dos casos;


Fonte: Azulay, 2022
Fonte: Teixeira, 2013
ERUPÇÃO ATÓPICA GESTACIONAL
Eczema gestacional

TRATAMENTO
Corticóides tópicos de baixa e média potência + emolientes;

Anti-histamíncos de primeira geração podem ser utilizados no controle do prurido (devem ser
evitados no periparto);

Em casos refratários pode-se utilizar corticoterapia sistêmica em baixas doses e por curtos
períodos ou fototerapia com UVB (exposições controladas e repetidas à radiação ultravioleta do
tipo B).

Fonte: Azulay, 2022; Brás,


2015.
ERUPÇÃO ATÓPICA GESTACIONAL
Prurigo da gestação

Presente em 1 caso a cada 300 gestações ;


1/3 das erupções atópicas da gravidez;

Normalmente inicia-se no final do 2º trimestre e se mantém até o parto;


Lesões pápulo-vesiculares agrupadas nas superfícies extensoras dos membros e mais raramente
no abdomen, muito pruriginosas. Ao longo o tempo as lesões generalizam.
As lesões de coceira como escoriações e crostas são frequentes.

IgE aumentado em 1/3 das pacientes;

Fonte: Azulay, 2022; Brás,


2015.
ERUPÇÃO ATÓPICA GESTACIONAL
Prurigo da gestação

Presente em 1 caso a cada 300 gestações ;


1/3 das erupções atópicas da gravidez;

Normalmente inicia-se no final do 2º trimestre e se mantém até o parto;


Lesões pápulo-vesiculares agrupadas nas superfícies extensoras dos membros e mais raramente
no abdomen, muito pruriginosas. Ao longo o tempo as lesões generalizam.
As lesões de coceira como escoriações e crostas são frequentes.

IgE aumentado em 1/3 das pacientes;

Fonte: Ravelli et al, 2020


Fonte: Azulay, 2022
ERUPÇÃO ATÓPICA GESTACIONAL
Prurigo da gestação

TRATAMENTO
Corticóides tópicos de baixa e média potência + emolientes;

Anti-histamínicos;

Em casos refratários pode-se utilizar corticoterapia sistêmica em baixas doses e por curtos
períodos.
ERUPÇÃO ATÓPICA GESTACIONAL
Foliculite pruriginosa da gravidez

Rara, ocorre em cerca de 7% das gravidezes;

Surge por volta do 2º trimestre;


Caracterizada por pápulas inflamatórias e pústulas foliculares pruriginosas, semelhantes a acne
monomorfa, distribuídas pelo tronco. Assemelha-se clinicamente a uma acne induzida por
corticóides;
Tendem a regredir espontaneamente próximo ou após o parto;

Histopatológico: foliculite com infiltrado inflamatório composto por neutrófilos e linfócitos. Deve
ser realizado exame microbiológico para exclusão de causa infecciosa.

Fonte: Azulay, 2022; Brás,


2015.
ERUPÇÃO ATÓPICA GESTACIONAL
Foliculite pruriginosa da gravidez

Rara, ocorre em cerca de 7% das gravidezes;

Surge por volta do 2º trimestre;


Caracterizada por pápulas inflamatórias e pústulas foliculares pruriginosas, semelhantes a acne
monomorfa, distribuídas pelo tronco. Assemelha-se clinicamente a uma acne induzida por
corticóides;
Tendem a regredir espontaneamente próximo ou após o parto;

Histopatológico: foliculite com infiltrado inflamatório composto por neutrófilos e linfócitos. Deve
ser realizado exame microbiológico para
Fonte: Azulay, 2022
exclusão de causa infecciosa.

Fonte: Alves et al, 2005


ERUPÇÃO ATÓPICA GESTACIONAL
Foliculite pruriginosa da gravidez

TRATAMENTO
Corticóides tópicos de baixa e média potência + emolientes;

Aplicação tópica de peroxido de benzoílo a 10%;

Em casos refratários pode-se utilizar fototerapia com UVB.

Fonte: Azulay, 2022; Brás,


2015.
ERUPÇÃO ATÓPICA GESTACIONAL
ERUPÇÃO ATÓPICA GESTACIONAL

Fonte: Ravelli et al, 2020


Fonte: Stefaniak, 2022
Adaptado de: Balakirki, 2022
RELAÇÕES DE
OUTRAS DERMATOSES
Outras dermatoses na gravidez
Algumas dermatoses são agravadas pela gravidez, outras melhoram e muitas têm
comportamento imprevisível. (FERNANDES, 2014).
Outras dermatoses na gravidez
Algumas dermatoses são agravadas pela gravidez, outras melhoram e muitas têm
comportamento imprevisível. (FERNANDES, 2014).

LES;

Agravadas Candidoses;

Condiloma acuminado.

Fonte: Azulay, 2022


Outras dermatoses na gravidez
Algumas dermatoses são agravadas pela gravidez, outras melhoram e muitas têm
comportamento imprevisível. (FERNANDES, 2014).

Psoríase;

Melhoram Hidrosadenite;

Enfermidade de Fox-Fordyce.

Fonte: Azulay, 2022


Outras dermatoses na gravidez
Algumas dermatoses são agravadas pela gravidez, outras melhoram e muitas têm
comportamento imprevisível. (FERNANDES, 2014).

Dermatite atópica;

Imprevisível Acne;

Fonte: Azulay, 2022


Outras dermatoses na gravidez

Fonte: Fernandes, 2014


CASO CLÍNICO
Caso clínico

Identificação: M.C.S, sexo feminino, 30 anos, casada, branca, natural e procedente


de Ilhéus-BA, comerciante, católica, data de atendimento: 17/09/2023.

QPD: “ Coceira e feridas na barriga há 10 dias”

HDA: Puérpera comparece ao ambulatório de dermatologia 2 semanas pós-parto e


refere lesões eritematosas e bolhosas presentes no tronco, membros, mãos e pés.
Nega histórico pessoal de quaisquer doenças de pele, alergias, uso de medicamentos
ou febre. No presente momento encontra-se sintomática, com prurido intenso.
Caso clínico
ISDA: Nada digno de nota.

AFP: Nascimento por parto eutócico, com 39 semanas, sem intercorrências.


Amamentada exclusivamente até os 6 meses. Desenvolvimento neuropsicomotor
dentro da normalidade. Pubarca aos 11, telarca aos 12, menarca aos 13 e sexarca
aos 17. Calendário vacinal em dia, com as 3 doses contra a COVID-19.

AMP: Afirma apendicectomia aos 22 anos, sem intercorrências e história de COVID 19


há 3 anos, com sintomas leves, sem sequelas. Nega história de acidentes ou outras
cirurgias. Nega as principais doenças da infância (sarampo, rubéola, caxumba) ou
qualquer outra condição crônica.
Caso clínico

Antecedentes obstétricos: G2P2A0. Puérpera há 2 semanas, seu RN saudável sexo


masculino (peso ao nascer de 2,400kg), nasceu de parto vaginal, sem
intercorrências, Apgar 9/10. Mãe fez 8 consultas no pré-natal, com todas as
sorologias negativas e vacinação em dia. O bebê não apresentava lesões cutâneas.

AMF: Pai hipertenso, mãe possui hipertireoidismo. Relata também história de lupus e
doenças na tireoide em outros membros da família (2º e 3º grau).
Caso clínico

Hábitos de Vida: Relata bons hábitos de higiene, boa ingesta hídrica, alimentação
balanceada e diversificada, sedentarismo. Nega uso de drogas e não faz o uso de
métodos contraceptivos no momento presente.

História social: Mora com o marido e os filhos em casa de alvenaria, com saneamento
básico completo. Sem animais de estimação. Condição socioeconômica média.
Caso clínico
EXAME FÍSICO

Somatoscopia: LOTE. Ativa e colaborativa. Bom estado geral e nutricional, marcha


atípica e fáscie atípica. Hidratada, anictérica, mucosa normocorada, enchimento
capilar satisfatório.

Sinais Vitais: FC 77 bpm, FR 15 irpm, PA 116x78 mmHg, Temp. ax 36,7°C, SpO2


98%.

Antropometria: Altura: 1,67m Peso: 65kg IMC: 23,3.


Caso clínico

Exame dermatológico: Lesões eritematoedematosas com erosões centrais e vesículas


únicas presentes principalmente no tronco, membros, mãos e pés
Caso clínico

Exame dermatológico: Lesões eritematoedematosas com erosões centrais e vesículas


únicas presentes principalmente no tronco, membros, mãos e pés
Caso clínico

EXAMES
COMPLEMENTARES?
Caso clínico
Exames complementares:
Exame histopatológico;
Teste de imunofluorescência direta;
Teste de imunofluorescência indireta;
ELISA;
Teste da técnica salt-split.
Caso clínico
Exames complementares:

ACHADOS HISTOPATOLÓGICOS:
Grandes bolhas subepidérmicas preenchidas com eosinófilos e neutrófilos;
Espongiose subepidérmica com infiltrado linfocitário perivascular com granulócitos
e sem acantólise.

IMUNOFLUORESCÊNCIA DIRETA:
Deposições lineares de complemento IgG (++) e C3 (+++) ao longo da junção
dermoepidérmica.
Caso clínico

Exames complementares: Foram realizados exame histopatológico, teste de


imunofluorescência direta (IFD), teste de imunofluorescência indireta (IFI), ELISA e
teste da técnica salt-split. Os achados histopatológicos revelaram grandes bolhas
subepidérmicas preenchidas com eosinófilos e neutrófilos, espongiose subepidérmica
com infiltrado linfocitário perivascular com granulócitos e sem acantólise. A IFD
demonstrou deposições lineares de complemento IgG (++) e C3 (+++) ao longo da
junção dermoepidérmica

A IFD demonstrou deposições lineares de complemento IgA (+), IgG (++) e C3 (+++) ao longo da junção dermoepidérmica.
Caso clínico
Exames complementares:

IMUNOFLUORESCÊNCIA INDIRETA:
Depósitos lineares de IgG na junção dermo-epidérmica;

ELISA
Presença de anticorpos IgG circulantes contra BP180 no título 1:160
Caso clínico

DIAGNÓSTICO?
Caso clínico

Diagnóstico final:
PENFIGOIDE GESTACIONAL.
Caso clínico

TRATAMENTO?
Caso clínico

Tratamento:
40 mg de prednisona oral (0,5 mg/kg) diariamente.
Caso clínico

Evolução:
O tratamento não causou efeitos colaterais;
A dose de prednisona foi reduzida a cada 2 semanas durante 7 meses.
As lesões cutâneas da paciente melhoraram gradualmente e finalmente
diminuíram sem recorrência.
ARTIGO DE REVISÃO
Referências
LIU, Yi et al, Comparison of the Efficacy of Melasma Treatments: A Network Meta-
Analysis of Randomized Controlled Trials, Frontiers in Medicine, v. 8, 2021.
Leticia Arsie Contin, and Vanessa Barreto Rocha. “Tríade Semiológica Do Eflúvio
Telógeno Agudo Em Resolução.” Anais Brasileiros de Dermatologia, vol. 96, no. 5, 1
Sept. 2021, pp. 605–608
Ravelli FN, Goldust M, Kroumpouzos G. Assessment of prurigo of pregnancy in
patients without atopic background. Int J Womens Dermatol. 2020 Jun 30;6(5):384-
389. doi: 10.1016/j.ijwd.2020.06.011. Erratum in: Int J Womens Dermatol. 2021 Sep
28;7(5Part B):867. PMID: 33898704; PMCID: PMC8060660.
Alves, G. F., Nogueira, L. S. C., & Varella, T. C. N. (2005). Dermatologia e gestação.
Anais Brasileiros de Dermatologia, 80(2), 179–186. doi:10.1590/s0365-
05962005000200009
Pinheiro, A.C.; Queirós, C.; Sousa Alvim, A. Cutaneous Manifestations during
Pregnancy. Acta Médica Portuguesa, v. 35, n. 5, p. 376-383, maio 2022. DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.13520.
Stefaniak, A.A.; Pereira, M.P.; Zeidler, C. et al. Pruritus in Pregnancy. Am J Clin
Dermatol, v. 23, p. 231-246, 2022. DOI: https://doi.org/10.1007/s40257-021-
00668-7.
Brás, S., Mendes-Bastos, P., Oliveira, A., & Amaro, C. (2015). ALTERAÇÕES
FISIOLÓGICAS E DERMATOSES ESPECÍFICAS DA GRAVIDEZ..
Balakirski G, Novak N. Atopic dermatitis and pregnancy. J Allergy Clin Immunol. 2022
Apr;149(4):1185-1194. doi: 10.1016/j.jaci.2022.01.010. Epub 2022 Jan 26. PMID:
35090948.
AZULAY, Rubem David e AZULAY, David Rubem. Dermatologia. 8. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2022.
OBRIGADO!

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