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QUEDA DE CABELO

Muitas vezes, depois da fase de repouso, o cabelo


cai. Elas não são simultâneas para todos os fios do couro
cabeludo (comum uma queda de 50 a 100 fios por dia).

Eflúvio telógeno
Mais frequente causa de queda de cabelo, tanto
em homens quanto em mulheres.
Ocorre quando o fio está na fase anágena (de
crescimento) e, por algum motivo, ocorre interrupção do
crescimento e passa para fase telógena, entra em repouso e
cai (geralmente 3 meses após o fator desencadeante).

Migração rápida para o telógeno:


- Febre alta
- Medicamentos
- Cirurgias e internações
- Stress
- Deficiências nutricionais
- Dieta e perda de peso
- Alterações tireoidianas
- LES
- Doenças do couro cabeludo (dermatite seborreica)

Migração sincronizada para o telógeno, após anágeno prolongado: pós-parto.


O paciente vê que os fios estão caindo.
Pode ser agudo ou crônico.

Anamnese
Há quanto tempo começou? Devo sempre pensar em 3 meses antes de quando o paciente disse que a
queda começou.

Medicamentos
Dieta, perda de peso
Doença recente, hospitalização.
Alterações hormonais
História menstrual
Estresse psicológico

Exames laboratoriais
Hemograma
Função tireoidiana
Vitaminas e nutrientes (D, B12, ácido fólico, ferro, ferritina, zinco)
FAN
VDRL

Tratamento
Interrupção do fator desencadeante - quando trata, o cabelo volta ao normal.
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Controverso: vitaminas orais (principalmente ferro, zinco e biotina; na prática vemos que ajuda muito)
e Minoxidil
Ferritina > 60 (devemos manter nesses níveis) (anemia ferropriva é uma causa importante de queda de
cabelo).

Alopécia androgenética

Principal causa de alopécia. Tipo de alopécia mais frequente (principalmente no homem, mas também
ocorre na mulher).
Queixa do paciente: não vê o cabelo caindo, mas vê que está ficando calvo.
Autossômica dominante ou poligênica

Mediada pelo aumento da DHT


● Aumento dos níveis de andrógenos
● Aumento dos níveis de alfa-redutase dos receptores de andrógenos
● Redução da aromatase

A DHT é o hormônio que tem maior afinidade pelos receptores, ela afina os fios.
Causas: aumento dos níveis de andrógenos; aumento dos níveis de alfa-redutase dos receptores de
andrógenos; redução da aromatase.
A DHT afina os fios através do processo chamado de miniaturização
Andrógenos também causam redução progressiva da duração da anágena e aumento dos folículos
em telógeno.

Clinicamente isso se manifesta na forma de calvície, ou rarefação difusa dos fios.


Afinamento dos fios e rarefação difusa.
Conversão dos pelos terminais em pelos velos.
Mulheres: alargamento do partido central. Piora após a menopausa.
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Homens: recessão bitemporal simétrica e acometimento difuso do vértex.


Aspecto em “árvore de natal”. Pode acontecer mais cedo em mulheres com herança genética. Se
acontece muito cedo, é necessário pesquisarmos hiperandrogenismo.
Se manifesta nas entradas (regiões temporais) e no vértix. Fator de risco para DAC.
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Classificação:
Afastar:
- Doença tireoidiana
- Anemia
- Queda de cabelo por drogas
Só estabiliza cerca de 6 meses após correção.

Tratamento
Minoxidil 2-5%
- Prolonga fase anágena e diminuição da fase telógena
- Transforma pelo velus em terminal
- Resposta inicial: 3-6 meses
- Uso contínuo é necessário. Bem tolerado sem muitos efeitos colaterais.
- Reações adversas: DCA ou por irritante, hipertricose simétrica em 5-10%

Finasterida e Dutasterida (padrão ouro para alopécia androgenética masculina)


- Inibidor da 5alfa-redutase
- Reações adversas: redução de libido, disfunção sexual, depressão, feminilização de fetos masculinos
em mulheres grávidas (só usamos em mulheres pós menopausa). Normalmente é reversível com o fim do
tratamento.

Em mulheres pré menopausa podemos usar outros antiandrógenos:


I - Espironolactona
- Diminuem a produção total de andrógeno
- Início da resposta em 6-12 meses
- Reações adversas: ciclos menstruais irregulares, hipocalemia, hipotensão postural, malformação fetal
(sempre usamos com anticoncepcional)

II - Outros: Yasmin, Yas, etc.


Padrão ouro: Minoxidil associado a antiandrógenos
Pacientes refratários, ou que querem outros tratamentos (não devem ser usados isolados):

Microagulhamento (citocinas inflamatórias, melhor penetração de medicamentos tópicos)


Laser de LED
Outros: alguns colírios que ajudam no crescimento de cílios e sobrancelha, mas não tem muito
resultado no couro cabeludo (risco de escurecer olhos claros e provocar olheiras). Minoxidil oral é alternativa
para pacientes que não respondem a minoxidil tópico (pode dar hipotensão), plasma rico em plaquetas.

Alopécia areata
Perda circunscrita - placas de rarefação de fios.
Doença autoimune - acreditam que ataquem melanócitos do fio.
Acomete fios do couro cabeludo, sobrancelha e corpo.
Fatores genéticos e imunes: ativação de células T e citocinas inflamatórias.
Associação com outras doenças, principalmente doenças autoimunes (vitiligo, doenças tireoidianas,
DM), mas também com Síndrome de Down.

Clínica
Placas arredondadas bem delimitadas de alopécia não-cicatricial.
Cabelos em ponto de exclamação
Frequentemente acomete os cabelos da cor natural da paciente
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Frequentemente poupa os cabelos brancos


Quando repila, repila branco
Alterações ungueais, distrofia ungueal
As lesões podem não ter nenhum eritema

Lesão clássica, placa bem delimitada, com ausência predominante de pelos.


Alopécia total: perda de todos os fios da cabeça
Alopécia universal: perda de todos os fios do corpo
Curso intermitente
Repilação espontânea pode acontecer

Pior prognóstico:
- Aparecimento na infância
- Doença grave (principalmente alopécia total ou inversal)
- Duração superior a 1 ano
- Envolvimento em faixa (padrão ofiásico) - acomete toda a faixa da região frontal ou occipital
- Acometimento ungueal
- HF +

O diagnóstico é clínico. Sempre devemos pesquisar a associação com outras doenças autoimunes.

Tratamento
I - Paciente com menos de 10 anos: Minoxidil 5% + corticoide tópico (pomada)
II - Paciente com mais de 10 anos:
- <50%: Minoxidil + corticoide tópico/IL
- >50%: imunoterapia + prótese
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Cabelo não cresce


Comprimento do cabelo é geneticamente
determinado

Lavagem do cabelo
Depende do tipo do cabelo
Muito oleoso: lavar todo dia
Lavar pelo menos 3 vezes na semana
Escolher um xampu adequado
Menos sulfato: não usar se cabelo oleoso

Condicionar
Fecha as cutículas, melhora os fios
Não usar no couro cabeludo

Usar shampoos antirresíduos 1x na semana?


Tira a tinta, alisamento

Boné causa queda de cabelo?


Pode causar dermatite seborreica, podendo
evoluir para eflúvio

Sol danifica os fios?


Radiação UV diminui lipídeos e proteínas na
haste de cabelo e quantidade de melanina
Cabelos ruivo, louro e branco são mais
sensíveis a isso
Proteger com boné e com chapéu
Produtos tópicos não são tão eficazes

Óleo de coco antes do banho


1x por semana se cabelo oleoso
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Em relação ao eflúvio telógeno, é incorreto afirmar que:
a) No pós-parto, ocorre uma fase anágena longa com migração sincronizada dos fios para a fase
telógena
b) Ocorre migração rápida para o telógeno com dietas restritivas e deficiências nutricionais
c) A queda ocorre cerca de 3 meses após início do fator desencadeante
d) O tratamento deve ser feito sempre com associação de vitaminas orais e minoxidil

2. Em relação a alopecia androgenética, é incorreto afirmar que:


a) A herança genética é autossômica dominante
b) A di-hidrotestosterona causa miniaturização e afinamento dos fios
c) O tratamento com minoxidil deve ser feito por 2 anos
d) O eflúvio telógeno pode acontecer concomitantemente

3. Em relação a alopecia areata, é incorreto afirmar que:


a) Alopécia universal é aquela que acomete todos os fios do couro cabeludo
b) Pode estar associada a diabetes mellitus e doenças tireoidianas
c) É uma doença autoimune
d) Aparecimento na infância indica pior prognóstico

4. Em relação aos cuidados com os cabelos, é correto afirmar que:


a) O crescimento do cabelo só depende do suporte nutricional adequado
b) A frequência ideal das lavagens dos cabelos é em dias alternados
c) O uso excessivo de boné pode levar a eflúvio telogeno
d) Alisamento capilar com ácido tioglicolico não danifica os fios

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