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TIREOTOXICOSE
Prof. Tassia – Sofia R. Colombo – 8º período Epidemiologia:
TIREOTOXICOSE: Síndrome/Estado clínico decorrente do Não é uma doença tão comum. Dados americanos: 1,2% de
excesso de hormônio tireoidiano. Existem determinadas prevalência de Hipertireoidismo na população geral.
situações que causam uma tireotoxicose.
Principais causas de hipertireoidismo:
Exemplificando esse raciocínio: a Sd. de Cushing, por
exemplo, é um conjunto de sinais e sintomas decorrentes Doença de Graves (principal causa), Bócio multinodular
do excesso de cortisol, já as causas dessa síndrome são tóxico (BMNT) e o Adenoma tóxico (AT), também
determinadas condições que levam ao aumento do conhecido como Doença de Plummer.
cortisol.
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Fisiopatologia Resumida de cada ✓ Maior sensibilidade catecolaminérgica: FC aumentada
e, consequentemente, aumenta risco de
Etiologia de Tireotoxicose: taquiarritmias (FA).
✓ Aumento da PAS e diminuição da PAD (PA
DOENÇA DE GRAVES: Excessiva estimulação tireoidiana
divergente), fazendo um contraposto do
por fatores tróficos. Nesse caso, é o Trab-estimulador
hipotireoidismo, onde ocorre uma PA convergente.
(auto-anticorpo anti-receptor de TSH), que vai se ligar nos
✓ ICC de alto débito.
receptores de TSH presentes nas células tireoidianas, vai
✓ Aumento do risco de eventos tromboembólicos
estimulá-los e, assim, vai fazer com que a glândula
(aumento dos fatores de coagulação).
“trabalhe mais”. É como se esse auto-anticorpo fizesse o
✓ Tremor de extremidades, intolerância ao calor,
papel do TSH.
sudorese e hiperidrose.
OBS.: Na aula de hipotireoidismo, foi visto que o Trab ✓ Hipermenorragia e irregularidade menstrual.
também pode ser inibitório, mas maioria dos casos o Trab ✓ Fraqueza mm proximal (mialgia em musculatura
é estimulador. proximal), hiper-reflexia
✓ Ansiedade, insônia, nervosismo... (por isso é comum
ADENOMA TÓXICO E BMNT: Ambas etiologias possuem a que pacientes inicialmente procurem atendimento
mesma fisiopatogenia: ativação constitutiva da síntese e psiquiátrico antes de investigar o hipertireoidismo).
secreção de hormônios. Como assim? Existe uma mutação ✓ Também pode ocorrer o BÓCIO (aumento glandular
que vai desencadear uma ativação constitutiva do difuso/global ou parcial/segmentar, seja qual for a
receptor de TSH, ou seja, é como se o receptor de TSH causa).
“ganhasse vida própria’’, e com isso ele vai começar a
trabalhar de forma independente da ação do hormônio OBS.: o Bócio pode estar relacionado ao hipotireoidismo,
TSH, resultando em células (que compõem os nódulos) ao hipertireoidismo e até mesmo ao eutireoidismo. Por
que produzem e liberam os hormônios tireoidianos de exemplo, no caso dos nódulos tireoidianos, sabemos que
forma autônoma. nem todo nódulo é funcionante, mas dependendo do
tamanho desse nódulo ele gera um aumento glandular
TIREOIDITES (fase inicial): Sabemos que tireoidites são visível a olho nu, e isso não significa necessariamente
inflamações da tireoide. A fisiopatogenia da tireotoxicose alteração bioquímica dos hormônios. Então o bócio, na
nesse caso envolve uma excessiva liberação de hormônios verdade, é uma descrição muito genérica. Ao dizer apenas
pré-formados, por conta de um insulto mecânico, químico, que um indivíduo tem bócio, não é possível concluir
autoimune ou infeccioso. Como isso ocorre? Por resultado nenhum diagnóstico.
dessas agressões, ocorrerá inflamação e consequente
ruptura dos folículos tireoidianos. Sabemos que nos
folículos há o coloide, que contém grande quantidade de
hormônios tireoidianos pré-formados e as próprias células DOENÇA DE GRAVES
foliculares, logo, esses componentes serão liberados na
Doença autoimune, causada pela presença do auto-
circulação. Aqui não há uma hiperfuncionalidade da
anticorpo TRAb (Anti-receptor de TSH), um anticorpo que
glândula, apenas foi liberado de forma indevida a
age de forma estimulatória sobre os receptores de TSH e ,
estocagem que havia nos folículos.
portanto, causam aumento da síntese e liberação
STRUMA OVARII: É um tipo de teratoma, ou seja, é uma hormonal.
condição em que se tem tecido tireoidiano fora da tireoide, É como se o Trab imitasse o papel do TSH e, como
levando ao um excesso de t3 e t4 por causas extra- sabemos, o TSH aumenta o trofismo das células, aumenta
tireoidianas (logo, não é um hipertireoidismo). circulação sanguínea, aumenta a rede capilar da região
TIREOTOXICOSE FACTÍCIA: Ocorre o excesso de tireoidiana, aumenta a função das células tireoidianas etc.
hormônios tireoidianos circulantes pela ingestão
excessiva/inadequada/inadvertida do hormônio
Epidemiologia:
tireoidiano (em medicamentos, por exemplo).
− Mulheres jovens (população mais acometida)
− Pode haver correlação com outras autoimunidades,
Quadro Clínico Geral: com DM1, com anemia perniciosa...
✓ Aumento da Taxa Metabólica Basal, levando à perda − É a principal causa de hipertireoidismo
de peso consequente. − Até 30% podem apresentar remissão espontânea
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OFTALMOPATIA DE GRAVES (OG): → Sinais e sintomas da Oftalmopatia de Graves:
− Dor espontânea
− Ocorre em até 50% dos pacientes com Graves, sendo − Dor à movimentação
clinicamente relevante em 20-30% deles ocular
(manifestações mais graves). − Hiperemia conjuntival
− Pode ocorrer um pouco antes das manifestações − Hiperemia palpebral
tireoidianas, ou seja, preceder os sintomas típicos de − Edema palpebral
hipertireoidismo (~20% dos casos). − Quemose (edema de
− Dificilmente ocorre de forma isolada (ou seja, conjuntiva)
presença de oftalmopatia, com ausência da doença − Edema de carúncula
tireoidiana em si), pois a fisiopatogenia da (região interna)
oftalmopatia está intrinsicamente ligada a − Fotofobia, lacrimejamento ou mesmo ressecamento
positividade do TRAb. (ressecamento principalmente quando tem o
− Como ocorre? Na oftalmopatia de graves o Trab vai se lagoftalmo, que é quando o paciente não consegue
ligar (ação cruzada) na região da gordura retro- fechar completamente os olhos, devido a essa
orbitária, e também na musculatura e nos fibroblastos protusão dos olhos).
daquela região, estimulando essas células à − Neuropatia óptica, lesão corneana.
hipertrofia. − Retração palpebral, exoftalmia, tecidos periorbitários,
diplopia.
→ Fatores de risco para a oftalmopatia de Graves:
− Sexo masculino Consegue-se fazer essa avaliação através da RM órbitas e
− Idade > 60 do Exoftalmômetro (quantifica o quanto o olho esta
− Tabagismo protuso).
− Tratamento prévio com rádio-iodo-terapia (RIT)
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DERMOPATIA INFILTRATIVA (MIXEDEMIA PRÉ-TIBIAL): além de atuar na supressão da produção hormonal, essa
droga ainda atua na fisiopatologia da doença.
− Ocorre em < 5% dos pacientes (muito mais rara do que
a OG). Ou seja, as DATs auxiliam na melhora da função tireoidiana
− Aspecto em “casca de laranja”, que demonstra e, ainda, diminuem o principal fator relacionado a doença
infiltração da pele por GAG (glicosaminoglicanos), de Graves, que é o TRAb. Por isso é muito importante a
gerando nítido espessamento. mensuração do TRAb, pois assim é possível ir
− Também chamado de mixedema pré-tibial. acompanhando essa queda ao longo do tempo.
− Pode estar associado a acropatia (baqueteamento Os dois representantes dessas drogas que estão
digital). Por isso, um diagnóstico diferencial de disponíveis no Brasil são o PROPILTIOURACIL (PTU) e o
baqueteamento digital é justamente o METIMAZOL, sendo o metimazol o mais comumente
hipertireoidismo por Graves, numa manifestação utilizado. Isso ocorre por uma comodidade de posologia,
chamada dermopatia infiltrativa. pois o metimazol pode ser utilizado 1x ao dia, tem uma
melhor posologia para o paciente, e ainda podem ser
tomados a qualquer hora do dia. Já o PTU precisa ser
utilizado 3x ao dia, gera uma maior chance de
esquecimento de tomar a medicação, dificulta adesão etc.
Tratamento da Doença de Graves: As DATs são utilizadas também nos pacientes com risco
cirúrgico proibitivo.
O tratamento visa controlar duas situações: os sintomas
(principalmente num período inicial) e o excesso da De uma forma geral, as DATs acabam sendo a primeira
produção dos hormônios tireoidianos. opção terapêutica, pois dentre as três opções (DATs, RIT
ou tireoidectomia) a única que tem efeito
CONTROLE DOS SINTOMAS ADRENÉRGICOS: imunomodulador são as DATs. Porém, existem pacientes
que respondem menos às DATs; eles não deixam de ser
→ Betabloqueadores (PROPRANOLOL) = 10 a 40mg de 3 candidatos à utilização, porém são pacientes que precisam
a 4x ao dia. de uma maior atenção na avaliação da resposta adequada.
Falamos principalmente no propranolol pois ele, Efeitos Adversos: hepatotoxicidade, mielossupressão
especificamente, exerce um efeito de inibição da (com agranulocitose; o pct pode ter uma diminuição
deiodinase tipo 1, que é a responsável por retirar o iodo do importante dos neutrófilos, o que pode gerar dor de
T4 e transformá-lo em T3, agindo de forma a aumentar a garganta e amigdalite grave, com necessidade de
concentração séria do hormônio biologicamente mais suspenção da DAT; essa relação com amigdalite costuma
ativo. Logo, com o uso do propranolol essa transformação cair em prova!), teratogenicidade (especialmente o MMZ
é inibida. Além disso, os betabloqueadores vão auxiliar no 1º trimestre).
melhorando a FC e a PA.
2. RIT (radio-iodo-terapia):
O atenolol, que seria outra opção aqui, por sua vez, tem o
efeito apenas bloqueador adrenérgico. Pode ser utilizado A ideia da RIT é aquele “cavalo de troia”: é ofertado iodo,
em grávidas (utilizar a menor dose necessária, tanto para que é uma substância com alta afinidade pela tireoide,
grávidas quanto para não grávidas). porém é um iodo que vai causar diminuição do
funcionamento das células tireoidianas.
DIMINUIÇÃO DA PRODUÇÃO HORMONAL: (3 opções)
Indicações:
1. DAT (drogas anti-tireoidianas) ou tionamidas:
− Contraindicação às DATs ou não resposta às DATs;
As DATs são drogas da classe das tionamidas. Podemos − Pacientes com planos de iniciar gestação nos
utilizar os dois nomes como sinônimos. próximos 6 meses (uma vez optado pelo tratamento
com RIT, pede-se a paciente para esperar pelo menos
Essas drogas agem inibindo a organificação (que é colocar 6 meses para um plano de gestação, pois o Iodo pode
o iodo dentro da molécula de tireoglobulina) e o passar por via transplacentária e atingir a tireoide do
acoplamento do Iodo (que é a junção do MIT, DIT, T3, T4 feto.)
dentro da tireoglobulina).
− Paciente com Risco Cirúrgico proibitivo (pcts em que
Além disso, elas também possuem efeito a cirurgia apresenta alto risco, por exemplo, pacientes
imunomodulador! Isso é uma característica importante, muito idosos, acamados, presença de certas
pois a fisiopatologia da doença de Graves passa comorbidades...)
necessariamente por uma questão imunológica. Então,
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É uma técnica muito simples de ser administrada: o Não existem pontos de corte para o que seria “muito
paciente vai à uma clínica de medicina nuclear e vai ingerir elevado” ou “muito volumoso”, mas de qualquer forma
uma determinada quantidade desse iodo radioativo e devemos ficar atentos a esse perfil de paciente.
pode voltar para casa.
ACOMPANHAMENTO:
O maior incômodo é que a resposta ao tratamento pode
demorar para aparecer por até 6 meses. A partir desse Devemos avaliar a função tireoidiana com 4 a 6 semanas
tempo o paciente já começa a ter uma melhora substancial após o início da droga, até atingir normalização dos
dos exames sanguíneos. hormônios. Após isso, manter reavaliação a cada 3 meses
e ir realizando os ajustes.
Além do ponto negativo que é a demora da resposta, o
paciente que passou pela RIT ainda pode evoluir para um Lembrando que a avaliação da função tireoidiana é feita
hipotireoidismo. Isso é uma questão a ser muito bem pela dosagem do TSH e do T4 livre.
conversada com o paciente, pois é colocado na balança se
LEMBRAR: Ao exame, T4 livre e T3 total normalizam-se
é menos danoso continuar com o hiper ou desenvolver um
antes do TSH. Os primeiros hormônios a se normalizarem
hipo e, uma vez que os efeitos, principalmente
são o T3/T4, e somente depois é que há uma melhora do
cardiológicos, relacionados ao hiper são muito mais
TSH. Então, na fase inicial da terapêutica, vamos nos guiar
deletérios, o hipotireoidismo é visto como menos grave,
pela dosagem de T3/T4. O TSH no hipertireoidismo
além de ser muito mais simples de se controlar com as
primário estará bem baixo, por conta do feedback
medicações, mostrando uma resposta muito mais
negativo. É por isso que não adianta ficar olhando para o
satisfatória ao tratamento.
TSH logo no início do tratamento, pois isso pode acabar
Contraindicações da RIT: gravidez, lactação, orbitopatia gerando a impressão equivocada de que é preciso
em atividade. aumentar a dose da tionamida.
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Fisiopatologia: Quadro Clínico:
A doença de Plummer compartilha da mesma − Sintomas de Hipertireoidismo/tireotoxicose.
fisiopatogenia do BMNT. − Sintomas compressivos se tornam mais prevalentes:
Dispneia, disfagia, disfonia...
Ocorre uma mutação pontual e somática do receptor de
TSH, é como se ele ganhasse vida própria, e com isso Tratamento:
começa a hiperestimular as células tireoidianas. É uma
ativação constitutiva desse receptor! O receptor fica As opções terapêuticas são muito semelhantes ao do
ativado a todo momento, independente do estímulo da Adenoma tóxico. A prioridade, nesse caso, também é a
hipófise pelo TSH. Isso ocasiona uma produção excessiva RIT, e a cirurgia.
dos hormônios tireoidianos.
No caso da terapia com etanol percutâneo, por se tratar
Tratamento: agora de múltiplos nódulos, essa se torna uma terapia
muito desconfortável para o paciente, pois teriam que ser
Aqui, o tratamento se baseia na RIT ou na cirurgia, que feitas várias punções. Então a RIT e a cirurgia têm mais
serão as opções curativas. Nesse caso entram como espaço nessas situações.
primeira opção.
O uso das DATs também fica para um controle paliativo e
Pode-se ainda lançar mão do etanol percutâneo como mais o betabloqueadores para ajudar nos sintomas
uma opção curativa. Nessa terapêutica é realizada uma adrenérgicos.
punção do nódulo guiada por US, e é injetado uma
quantidade de etanol, que vai exercer uma reação
inflamatória local e vai destruir esse nódulo, diminuindo
então a sua função. HIPERTIREOIDISMO SUBCLÍNICO
Já as DATs serão a opção paliativa, pois elas não curam o Possui aproximadamente 0,7% de prevalência (menos
paciente, apenas exercem efeito paliativo. Isso acontece comum que o hipo subclínico).
pois elas não agem na fisiopatologia dessa doença, mas
elas podem maquiar o problema, pois conseguem reduzir Quanto menor o valor de TSH, maior a chance de evoluir
para hipertireoidismo clínico. Ou seja, maior a chance de o
a síntese e a liberação dos hormônios, porém não
T4 livre deixar de ser normal e vir a aumentar de fato.
alcançam a cura.
Na imagem ao lado, pode-se Relembrando mais uma vez: aqui o HIPER subclínico é em
observar a evolução do paciente: relação ao laboratório, aquele TSH baixo e T3/T4 normais
num primeiro momento nota-se (seja livre ou seja total). No HIPO é um TSH alto e T3/T4
uma hiperatividade do lobo normais. Já no HIPER clínico teremos a alteração de
ambos: TSH baixo e T3/T4 elevados.
tireoidiano esquerdo no terço
médio/inferior; já após a RIT,
observa-se que essa glândula
Perfil do paciente:
inclusive diminuiu de tamanho. − Áreas de deficiência de iodo
− Mulheres
− Idosos
− Tabagistas
Causas:
BÓCIO MULTINODULAR TÓXICO São causas de HIPER subclínico: causa exógena (factícia),
(BMNT) Doença de Graves, BMNT* e Adenoma tóxico*. Como
diferenciá-las:
− Idosos (> 60 anos)
USG: mostra glândula maior na doença de graves,
− Predomínio no sexo feminino
múltiplos nódulos no BMNT, ou um nódulo único no
− Muito importante: áreas de carência de Iodo
adenoma tóxico, ou uma glândula normal na causa
− Possui praticamente a mesma fisiopatogenia da
exógena/factícia.
doença de Plummer:
o Nódulos pré-existentes ou nódulos novos que RAIU (cintilografia que avalia a captação de Iodo no tecido
adquirem autonomia e produzem tireoidiano, após 24h de sua ingestão): Na causa factícia a
exageradamente os hormônios T3 e T4; glândula fica hipocaptante. Na doença de Graves fica
o Ocorre uma mutação somática pontual nos hipercaptante difusa. No BMNT fica captante em várias
receptores de TSH, que adquirem autonomia e pequenas áreas da glândula. No adenoma tóxico fica
produzem hormônios em excesso. hipercaptante em um único local, que seria no nódulo
o A diferença é que no BMNT são múltiplos único.
nódulos e não em um nódulo único, como no
adenoma tóxico. TRAb: é positivo na Doença de Graves.
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Tratamento Conduta:
Considerar fortemente o tratamento: O que fazer: PAAF p/ cultura e confirmação diagnóstica,
ATB EV (ATB de amplo espectro na emergência e depois da
→ Se TSH < 0,1 cultura ajusta) e drenagem local (paciente vai pro centro
→ Se alto RCV (nesses, qualquer pequeno aumento dos cirúrgico).
hormônios tireoidianos e supressão do TSH leva a um
risco muito mais aumentado de doenças Prognóstico:
cardiovasculares).
→ Se o paciente tiver osteoporose (uma das Apesar de ser um quadro grave, geralmente o prognóstico
manifestações do hipertireoidismo, pelo consumo da é muito bom. Uma vez que o paciente se recupera, na
massa magra). maioria das vezes, não há comprometimento permanente
→ Se o paciente for > 65 anos (maior risco de hiper da função tireoidiana.
clínico).
→ Se a origem do quadro for Doença de Plummer
(adenoma tóxico) ou BMNT.
TIREOIDITE DE QUERVAIN
Pois sabe-se que para esses pacientes há uma maior
chance do hiper subclínico se tornar clínico. Também conhecida como: Tireoidite Subaguda dolorosa,
ou granulomatosa ou de células gigantes ou, apenas,
subaguda!
3º - Fase de recuperação:
− Paciente retorna ao eutireoidismo, em resposta ao
estímulo do TSH.
− Alguns podem evoluir para um hipotireoidismo
permanente.
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Tratamento: TIREOIDITE DE REIDEL
Normalmente esse paciente chega pra gente numa fase − Tireoidite crônica, fibrosa invasiva ou lenhosa.
tireotóxica, numa fase de dor/ desconforto na região − Super rara! 0,05%; mais comum em mulheres na 3ª ou
cervical. Então serão utilizadas medições para auxiliar no 4ª décadas de vida.
processo inflamatório, que seriam os AINEs, e se não − Fibroses também podem ocorrer em tecidos distantes
responsivos, podem ser utilizados os glicocorticoides, mas (extratireoidianos): retroperitoneal, colangite
geralmente com AINE vai muito bem. esclerosante, pseudotumor de órbita, fibrose das
Ainda, podem ser utilizados os Beta Bloqueadores, que parótidas e das glândulas lacrimais.
atuam no controle de sintomas adrenérgicos que podem − Sintomas mais proeminentes: disfagia, dispneia,
ser causados pelo excesso de hormônios tireoidianos. dificuldade de movimentação cervical, disfonia e
rouquidão, ou seja, os sintomas compressivos.
A fase de hipotireoidismo geralmente não requer − Achado no EF: Massa cervical endurecida, indolor.
tratamento. − Maioria dos pacientes cursa sem alterações de função
tireoidiana, mas existem relatos de hipotireoidismo,
Importante ressaltar que não são incluídas aqui as DATs,
pois a fibrose causa redução da disponibilidade de
pois o defeito não está sendo de hiperprodução, o defeito
células foliculares.
está sendo de hiperliberação, que tende a se resolver com
− Tratamento: Corticoide em altas doses.
o tempo.
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Tratamento
• Propanolol:
• PTU: − Melhora dos sintomas adrenérgicos
− Bloqueia a síntese e liberação de T3 e T4. − Bloqueia a Deiodinase 1 (diminuindo a conversão
− Bloqueia a Deiodinase 1, ou seja, ele indisponibiliza o periférica de T4 em T3).
T3 para os tecidos periféricos e, consequentemente,
reduz os sintomas. • Hidrocortisona:
− Bloqueia Deiodinase 1
• Lugol:
− Deve ser utilizado apenas 1h após PTU.
− Bloqueia a síntese e liberação de T3 e T4.