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Manuela Morato
Hormona – substância química produzida por uma glândula endócrina (sem ductos) e secretada para a
corrente sanguínea para exercer ação num local distante (outra glândula endócrina ou um órgão efetor;
efeito endócrino). Algumas hormonas podem atuar na glândula que as produz (efeito parácrino),
eventualmente até no mesmo tipo celular (efeito autócrino).
SISTEMA REPRODUTOR
• INFERTILIDADE
Farmacologia • CONTRACEÇÃO
HOMEM MULHER
FSH
• Espermatogénese • Desenvolvimento dos folículos ováricos
• Testosterona → Estrogénios • Androgénios → Estrogénios (fase folicular)
• Proteína de ligação aos androgénios (↑ androgénios)
LH
• Síntese de testosterona • Androgénese (fase folicular)
• Estrogénios e progesterona (fase lútea)
https://www.khanacademy.org/science/in-in-class-12-biology-india/xc09ed98f7a9e671b:in-in-human-
reproduction/xc09ed98f7a9e671b:in-in-menstrual-cycle/v/the-ovarian-cycle
Fármacos com interesse na infertilidade
Manuela Morato
• Ovulação: síndroma dos ovários policísticos, patologia tiroideia (híper ou • Semén e esperma: baixa produção, alteração da forma
hipo), insuficiência ovárica prematura (<40 anos) e da mobilidade dos espermatozoides...
• Pos-cirúrgica: cirurgia pélvica/ginecológica • Testículos: infeção, cancro, cirurgia, alteração
• Muco cervical congénita, retenção testicular, lesão.
• Causa desconhecida
Infertilidade - fatores de risco
Infertilidade – alvos farmacológicos
TRATAMENTOS DE INFERTILIDADE
↑ ovulação (mulher): EOC =
estimulação ovárica controlada
GnRH ↑ espermatogénese (homem)
FSH
LH
hCG
Análogos GnRH Antagonistas
FARMACODINAMIA
Efeitos dependentes da estimulação: Antagonistas competitivos do recetor da GnRH
• Administração SC ou IM • Administração SC
Análogos GnRH Antagonistas
FARMACOLOGIA CLÍNICA
1. Estimulação da produção de gonadotrofinas
1. Infertilidade feminina (caro e baixa adesão; < risco de gravidez múltipla e SOP)
• Estimulação do pico de LH e ovulação, em protocolos de RMA; GNRH, TRIPTORRELINA.
2. Infertilidade masculina – hipogonadismo hipogonadotrópico hipotalâmico; GNRH.
3. Diagnóstico de resposta à LH; GNRH, TRIPTORRELINA
EFEITOS SECUNDÁRIOS
FSH
LH
hCG
Gonadotrofinas
FARMACOLOGIA CLÍNICA
1. Indução da ovulação
a) Mulheres com anovulação
b) Hiperestimulação ovárica controlada
2. Infertilidade masculina
Gonadotrofinas
1. MENOTROPINA (hMG) – administração SC
extraída da urina de mulheres pós-menopausa, tem atividade FSH (4% da potência) e LH;
2. FSH – administração SC ou IM
forma purificada, UROFOLITROPINA: atividade LH removida por cromatografia de imunoafinidade
forma recombinante, FOLITROPINA α, β E γ: igual sequência de a.a., diferentes hidratos de carbono das cadeias laterais; < T½,
pelo menos igualmente eficientes, mais caras
3. LH – administração SC
Forma recombinante, LUTROPINA α:
4. hCG
difere da LH por ter +30 a.a. no terminal COOH
Forma purificada, HCG, extraída da urina de mulheres grávidas, tem atividade ≅ LH, administração IM
Forma recombinante, CORIOGONADOTROPINA α, tem atividade biológica mais consistente (posologia em mg), administração SC
Gonadotrofinas
EFEITOS SECUNDÁRIOS
• Cefaleia
• Depressão
• Edema
• Puberdade precoce
• Anticorpos anti-hCG (raro)
• Ginecomastia (homens)
• Neoplasia do ovário?
Estimulação ovárica controlada
Monitorização:
ecografia + estradiol sérico
FSH ou
FSH+LH*
**
Manuela Morato
Naturais:
3ª geração: 4ª geração:
1ª geração:
> Potência e seletividade AR + antagonista AR e MR
> Biodisponibilidade oral
• Levonorgestrel • Drospirenona (≅ progesterona)
• Hidroxiprogesterona
• Desogestrel
• Medroxiprogesterona
• Noretinodrel
• Acetato de Megesterol
• Linestrenol
• Noretindrona
2ª geração: • Etinodiol
• Agonistas parciais – induzem uma resposta mais fraca, podem ser agonistas em genes-alvo não clássicos e
antagonistas em promotores clássicos; podem desencadear efeitos específicos de determinada célula
(efeito agonista, antagonista, agonista parcial)
• Mesma estrutura de ligação (derivados da pregnenolona) liga-se ao local ativo dos diferentes recetores de
hormonas esteroides
Androgénios (AR)
Progestagénios (PR)
Glucocorticóides
Mineralocorticóides
• Desenvolvimento mamário
PROGESTERONA
• Regulação do pico de LH; maturação e alterações secretoras pós-ovulação no endométrio
• Facilita a nidação do ovo e desenvolvimento da placenta
• ↓ expressão de recetores dos estrogénios no aparelho reprodutor
• Desenvolvimento alveolobular do aparelho secretor mamário
• ↑ insulina basal e a resposta da insulina à glicose; ↑ acumulação de glicogénio.
• Compete com aldosterona para o recetor mineralocorticóide promove diurese
• ↑ temperatura corporal e ↑ resposta ventilatória ao CO2 (os sintéticos com grupo etilo não têm este efeitos),
levando a menor PCO2 durante a gravidez e fase lútea
• Efeitos depressores e hipnóticos
Progestagénios (PR)
Glucocorticóides
Mineralocorticóides
Estrogénios (ER)
(fatores de transcrição ativados por ligandos)
Recetores nucleares
Androgénios (AR)
Cortisol (hidrocortisona), prednisona, prednisolona….
Progestagénios (PR) Efeitos metabólicos: ↑ glicose sérica e libertação de insulina, ↓ captação de
glicose pelo músculo, ↑ deposição de gordura (↑ lipogénese pelo ↑ insulina > ↑
lípase/lipólise), promove libertação de aminoácidos durante catabolismo
muscular.
Glucocorticóides Efeito anabólico/antianabólico e catabólico. Efeito anabólico hepático mas
efeito antianabólico nos tecidos linfoide e conjuntivo, músculo, gordura
periférica, e pele. Efeito catabólico e antianabólico no osso.
Mineralocorticóides Efeito anti-inflamatório e imunossupressor.
Efeitos centrais: inicialmente insónia e euforia, tardiamente depressão.
Estrogénios (ER)
(fatores de transcrição ativados por ligandos)
Recetores nucleares
Androgénios (AR)
Progestagénios (PR)
Glucocorticóides
Aldosterona, desoxicorticosterona, fludrocortisona…
Mineralocorticóides Reabsorção de Na+ no tubo contornado distal e ducto coletor, por ↑ expressão
da ATPase Na+/K+ e do canal de sódio epitelial (ENaC).
Excreção de K+ e H+.
Contraceção progestativa
Métodos definitivos
Fase secretora:
• entre a ovulação e a fase menstrual seguinte
• progesterona promove o endométrio como um tecido secretor:
glicogénio, angiogénese, acumulação de várias enzimas.
• progesterona inibe as contrações uterinas (favorecidas pelo
estrogénio e prostaglandinas locais)
• possível implante de um embrião.
Fase menstrual:
• período de hemorragia (3-5/28 dias) Fase proliferativa:
• degeneração do endométrio (epitélio uterino). • 10 dias
• degeneração do corpo lúteo priva o útero do estrogénio e da • regeneração do endométrio (espessamento).
progesterona menstruação: PG causam vasoconstrição marcada e • ↑ estrogénio, desenvolvimento do endométrio e do miométrio,
contrações uterinas cãimbras (dismenorreia) e sintomas sistémicos ↑ síntese de recetores da progesterona no endométrio.
(náusea, vómito, cefaleia). Depois vasodilatação das arteríolas do
endométrio hemorragia (50-150 ml por ciclo).
CONTRACEÇÃO HORMONAL
Pele
• Benefício modesto na tensão premenstrual, • ↑ pigmentação (cloasma; morenas, UV)
depressão pos-parto e depressão do climatério • Acne
FREQUENTES E TRANSIENTES
• Estrogénios: náusea, mastalgia, spotting, edema. Aliviados com formulação contendo < dose de
estrogénio, ou progestagénio com mais efeito androgénico (ex. levonorgestrel, gestodeno)
• Cefaleia moderada e transiente.
• Agravamento da enxaqueca e eventualmente associada a AVC; descontinuação
• Ausência de hemorragia de privação (sobretudo com combinados); se perturbador, alterar a
formulação ou o método contracetivo
CONTRACEÇÃO HORMONAL – efeitos adversos
• Spotting, sobretudo com os progestagénios isolados (25% das utilizadoras, sobretudo com baixas doses; COC bifásicas e
trifásicas < risco de spotting sem > dose de hormona)
• ↑ peso, mais frequente com COC contendo progestagénio androgénico; pode controlar-se com preparações com menos
progestatina ou regime alimentar
• Pigmentação cutânea; aumenta com o tempo; exacerbada na deficiência em vitamina B; reversível com descontinuação
mas pode ser lento o desaparecimento
• Acne; pode agravar com progestatinas androgénicas, melhora com dose elevada de estrogénio
• Hirsutismo; combinações contendo progestatina não androgénicas melhor nestes doentes
• Infeções vaginais mais frequentes e mais difíceis de tratar
• Amenorreia (< 5%); risco maior em quem tem ciclos irregulares antes da toma
Métodos definitivos
Métodos definitivos
• PÓS-PARTO – risco de trombose venosa profunda está aumentado nas primeiras 3 semanas após o parto, sobretudo na
presença de outros fatores de risco como imobilidade, hemorragia pos-parto, IMC>30 kg/m2, pre-eclâmpsia, ou tabagismo.
• AMAMENTAÇÃO – resultados contraditórios em relação à exposição do recém-nascido aos estrogénios.
• TABAGISMO – aumenta o risco de doença CV, principalmente EAM; risco diretamente relacionado com nº de cigarros/dia.
• HIPERTENSÃO ARTERIAL – aumenta o risco de AVC, EAM e doença arterial periférica.
• TROMBOEMBOLISMO VENOSO – CHC deve ser interrompida pelo menos 4 semanas antes de uma cirurgia programada, com
duração estimada superior a 30min.
• DOENÇA CARDIOVASCULAR.
• ENXAQUECA COM AURA – aumento do risco de AVC
• DIABETES, sobretudo longa duração ou com complicações.
• OBESIDADE – aumenta o risco de trombose venosa profunda.
A eficácia e os riscos não são alterados pela via de administração.
Anel vaginal
• Aplicar semanalmente durante 3 semanas (menos dependente da mulher); fazer 7 dias de pausa.
• Aplicar em pele limpa, seca, sem pelos, saudável e intacta, num local não friccionado por roupa apertada.
• Não usar adesivos suplementares ou ligaduras.
• Alternar a região anatómica minimiza a irritação cutânea: braço, abdómen inferior, nádega, deltóide.
• Diariamente, verificar visualmente.
• Se descolar total ou parcialmente:
< 24h reaplicar ou substituir.
> 24h interromper o ciclo atual + reiniciar um novo + método barreira por 7 dias
Contraceção de emergência
“Minipílula”
Métodos de barreira e naturais
Métodos definitivos
DESOGESTREL
DROSPIRENONA
Contraceção progestativa
Contraceção de emergência
Métodos definitivos
Contraceção progestativa
Métodos definitivos
Indicação de uso:
• Não utilização de contraceção + relação sexual desprotegida a partir do 3º dia do ciclo
• Uso incorreto ou inconsistente de método contracetivo
Eficácia
99% (nos 5 dias após
relação sexual não protegida)
99,1-98,7%
95-58%
Efeitos secundários
• Raros, ligeiros, transitórios, não requerem tratamento adicional
• Cefaleias, náuseas, vómitos, tonturas, sensibilidade mamária, dor pélvica
Informação relevante
• Não estão recomendados antieméticos profiláticos. Se vómitos nas primeiras 3h deve repetir a CE com administração
prévia de antiemético ou optar pelo DIU de cobre.
• Levonorgestrel pode antecipar 1-2 dias a menstruação; ulipristal pode atrasar 2 dias
• Realizar teste de gravidez após 21 dias de amenorreia
Contraceção progestativa
Laqueação tubárica
Métodos definitivos Vasectomia
Manuela Morato
Da preconceção ao fim da amamentação exclusiva Prevenção da carência por aumento das necessidades
• Prevenção da carência na grávida, maturação e
desenvolvimento do SNC do feto
• Contraindicada em mulheres com patologia da tiróide