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CAPÍTULO 1 Anatomia da Mama

CAPÍTULO 2 Fisiologia da Mama


CAPÍTULO 3 Anatomia Radiográfica da Mama
CAPÍTULO 4 Métodos de Localização
CAPÍTULO 5 Introdução a Realização do Exame de Mamografia
CAPÍTULO 6 Indicações da Mamografia
CAPÍTULO 7 Alterações Benignas na Mama
CAPÍTULO 8 Câncer de Mama
CAPÍTULO 9 Câncer de Mama e Mamografia no Homem
CAPÍTULO 10 Considerações Técnicas sobre a Mamografia
CAPÍTULO 11 Mamografia Digital versus Mamografia Convencional
CAPÍTULO 12 Incidências de Rotina em Mamografia
CAPÍTULO 13 Incidências Complementares em Mamografia
1 ANATOMIA DA MAMA
As mamas ou glândulas mamárias são estruturas anexas à
pele, na mulher sendo especializadas na produção de leite.
Existem em ambos os sexos, mas são pouco desenvolvidas nos
homens (nestes ficando restritas ao mamilo e aréola de tamanhos
reduzidos).
Anatomia Mama Masculina
As glândulas mamárias são em número par com formato
hemisférico ou cônico, se localiza na parede anterior do tórax, tem
tamanho médio de 10 a 12 cm de diâmetro e sua espessura
central é de 5 a 7 cm.
Dependendo do seu tamanho e forma, seus limites são:
A. Superior: a segunda ou terceira costela.
B. Inferior: a sexta ou sétima costela.
C. Medial: a borda do osso esterno.
D. Lateral: a linha axilar média ou borda anterior do músculo
grande dorsal.
Delimitação da mama
Delimitação da mama
Delimitação da mama
A extensão até a axila forma a cauda axilar ou de Spence.

Cauda de Spence
Posteriormente, ela está em contato com a fáscia profunda dos
músculos grande peitoral, serrátil anterior, oblíquo externo e com a
bainha do músculo reto-abdominal.
São ricamente inervadas e vascularizadas (nutridas por ramos
perfurantes da artéria torácica interna e ramos da axilar), e
envolvidas por tecido adiposo e conjuntivo.
A forma, tamanho e consistência variam com a idade, etnia,
biótipo e grau de adiposidade.
Estruturalmente a mama é formada por duas porções distintas:
parênquima e o estroma mamário.

O estroma é constituído por tecido conjuntivo e tecido adiposo,


e este é sustentado por inúmeras trabéculas de tecido conjuntivo
denso, responsável pela consistência característica da mama.

O parênquima é constituído pela porção secretora (ácinos ou


alvéolos), e um sistema canalicular que se inicia nos alvéolos
mamários e termina na parte distal, nos mamilos.
É formada por 15 a 20 lobos mamários, constituídos por tecido
alveolar glandular, cujos ápices estão voltados para a superfície e as
bases para a parte profunda da mama.

O conjunto destes lobos é chamado de corpo da mama.

Cada lobo mamário é uma unidade glandular independente,


separado dos restantes por tecido conjuntivo e por quantidade
variáveis de tecido adiposo, encontrando-se dispostos relativamente
ao mamilo, radialmente e a diferentes profundidades.
Cada lobo mamário é constituído por um número variável de
pequenos lóbulos. Estes consistem numa rede de canais e de
pequenos alvéolos (10 a 100), os quais são revestidos internamente
por células alveolares (secretoras), e externamente por uma
camada de células mioepiteliais sensíveis à ocitocina.
Cada lóbulo possui uma rede de canais (canalículos), que
provêm dos alvéolos e que se reúnem num único, designado por
ducto mamário, que se abre no canal galactóforo do respectivo
lobo.

Os ductos na região proximal ao mamilo aumentam o lúmen e


formam um pequeno reservatório que se designa por seio
lactífero ou galactóforo.
Externamente, é recoberta por pele que, em sua região central,
apresenta-se como uma área de coloração mais escura, formando o
complexo areolomamilar. Esse é composto de duas estruturas: aréola e
o mamilo.

A aréola tem forma circular e tamanho variado. Nela são encontradas


glândulas sebáceas especializadas, conhecidas como tubérculos de
Montgomery, que durante a gestação se hipertrofiam. Nessa região há
grande quantidade de terminações nervosas sensitivas, como os corpos
de Ruffini e os corpúsculos de Krause.
Anatomia Externa da Mama
Do centro da aréola, emerge o mamilo, de formato cilíndrico.
Sua pele é semelhante à da aréola, mas não possui glândulas
sebáceas. Possui de dez a 20 óstios que correspondem à
desembocadura dos ductos galactóforos ou lactíferos.
Anatomicamente o mamilo pode ser classificado em:

➢ Mamilo protuso: elástico, de fácil apreensão, saliente, formando


um ângulo de 90º entre o mamilo e a aréola;

➢ Mamilo plano ou raso: situa-se ao mesmo nível da aréola,


pouco elástico, tem grande quantidade de aderências e tecido
conjuntivo;

➢ Mamilo invertido ou umbilicado: inversão total do tecido


epitelial, podendo ocasionar o desaparecimento completo do
mamilo, pouco elástico e de difícil apreensão;

➢ Atélia: ausência de mamilos.


Tipos de Mamilos
Tipos de Mamilos
Tipos de Mamilos
Mamilo Invertido

Tipos de Mamilos
Atélia

Tipos de Mamilos
FIM DO CAPÍTULO 1
2 FISIOLOGIA DA MAMA
Momentos fisiológicos da mama:
➢ Alterações Cíclicas da Mama;
➢ Gestação;
➢ Lactação;
➢ Pós-menopausa.
ALTERAÇÕES CÍCLICAS DA MAMA

Durante o período pré-menstrual, com o efeito do aumento das


secreções de estrogênio e progesterona, há um aumento do
volume mamário devido ao aumento da circulação local, ao edema
interlobular e à proliferação ducto-acinar.

Após a menstruação, com a queda dos níveis hormonais,


diminui a atividade secretora do epitélio juntamente com o edema
local.
GESTAÇÃO
A mastogênese corresponde ao desenvolvimento da mama
durante a gravidez.
Durante a gravidez ocorre um maior crescimento, mas só a partir
do segundo trimestre da gravidez podemos considerar o tecido
glandular completamente desenvolvido para a produção de leite.
GESTAÇÃO
Os elevados níveis de estrogênios, progesterona, lactogênio
placentar e prolactina, tornam a mama apta a produzir leite.
Os elevados níveis de estrogênios secretados pela placenta vão
estimular o desenvolvimento do sistema canicular da mama, bem
como o aumento da quantidade do estroma pela deposição de grandes
quantidades de gordura.
Por outro lado a ação suplementar da progesterona vai estimular a
diferenciação das estruturas alveolares através do crescimento dos
lóbulos pelo aparecimento dos alvéolos (até aqui estavam esboços os
espaços virtuais), e o desenvolvimento das características secretoras
destas células.
GESTAÇÃO
Há também modificações no complexo areolomamilar. Este
aumenta de tamanho e sua pele torna-se mais espessa e pigmentada.
Durante a evolução da gravidez há um aumento progressivo da
secreção de prolactina.
O estrogênio e a progesterona agem aumentando seus
receptores, mas a progesterona diminui a ligação prolactina-receptor
e, desta forma, não ocorre à produção láctea antes do término da
gestação.
LACTAÇÃO
A lactação é o processo de início de produção de leite, chamada
apojadura, em quantidade suficiente para alimentar uma criança, o
qual ocorre logo após o fim do período gestacional.
LACTAÇÃO
A partir da dequitadura e consequente diminuição do fator inibidor
da prolactina, inicia-se no nível da adenohipófise a produção de
grandes quantidades de prolactina (também conhecida por “hormônio
secretor do leite”), que vai atuar a nível das células secretoras dos
alvéolos da glândula mamária e dentro de dois a três dias as mamas
começam a secretar grandes quantidades de leite.
A produção de prolactina é mantida através da estimulação
sensorial do mamilo e aréola.
PÓS-MENOPAUSA
Com o fim da função ovariana e consequente queda dos níveis
de estrogênio e progesterona, há uma regressão nos lóbulos, ductos
e estroma, sendo substituídos por tecido conjuntivo e tecido adiposo.
Desta forma, a mama passa a ser uma glândula atrófica.
FIM DO CAPÍTULO 2
3 ANATOMIA RADIOGRÁFICA DA MAMA
Radiologia é a parte da ciência que estuda a visualização de
ossos, órgãos ou estruturas através do uso de radiações de alta
energia, gerando desta maneira uma imagem.
Imagens radiológicas médicas se formam por diferenças na
absorção de radiações ionizantes por diferentes densidades no
corpo do paciente.
Estruturas mais densas como os ossos absorvem (barram)
mais radiação, estruturas menos densas como os tecidos moles
permitem que a radiação as atravesse. Dessa relação surge, os
conceitos de radiotransparente e radiopaco (ou radiodenso) e
também nos permite visualizar diferentes cores nas radiografias.
Intensidade relativa do feixe de raios X após transpassar o paciente
Escala de Radiodensidade
Estruturas radiopacas barram grande parte da radiação que é
incidida sobre elas e determinam as cores mais claras na
radiografia.
Ex: Ossos

Estruturas radiotransparentes permitem que a radiação as


atravesse e determinam as cores mais escuras na radiografia.
Ex: Tecidos moles tais como os órgão do corpo.
Clavícula
RADIODENSA

Pulmão
RADIOTRANSPARENTE
Assim, radiografias apresentam colorações características que são
essenciais para a avaliação de estruturas e diagnostico de doenças.
Estruturas radiopacas tal como os ossos ou um possível corpo
estranho de material denso são facilmente visualizados em um
estudo radiográfico, o que permite a fácil avaliação e diagnostico.
Mas como é feita a avaliação de estruturas formadas
por tecidos moles, tal como a mama?
Para isso existe a MAMOGRAFIA

RAIOS X
Um dos principais problemas na radiografia da mama é que os
seus vários tecidos possuem contraste inerente muito baixo.

Contraste: diferença nas propriedades visuais que faz com que um objeto seja
distinguível de outros.
TIPOS DE TECIDO MAMÁRIO
O tecido mamário pode ser dividido em três tipos principais:

➢ Glandular;
➢ Fibroso ou conjuntivo;
➢ Adiposo.

O tecido fibroso e glandular possuem densidades semelhantes,


isto é, a radiação é absorvida por estes dois tecidos de forma
semelhante.
A principal diferença nos tecidos mamários é o fato de o tecido
adiposo ser menos denso que o fibroso ou glandular.

Esta distinção na densidade entre o tecido adiposo e os tecidos


remanescentes produz as diferenças da densidade fotográfica que
aparecem na radiografia pronta.
As diferenças de densidade são a base da imagem radiográfica da
mama.
Os tecidos glandular e fibroso ou conjuntivo mais densos apresentam-
se como estruturas ou regiões “claras”. Os tecidos adiposos menos
densos apresentam-se cinza-claros a cinza escuros, dependendo da
espessura destes tecidos.
CLASSIFICAÇÕES DA MAMA
A mama é classificada radiograficamente em:

➢ Mama Fibroglandular: Densa com pequena quantidade de tecido


adiposo, que ocorre do período pós puberdade até os 30 anos;

➢ Mama Fibrogordurosa: 50% de tecido Fibroglandular e 50% de


tecido adiposo, ocorre dos 30 aos 50 anos de idade e;

➢ Mama Gordurosa: Grande quantidade de tecido adiposo ocorre


após a menopausa.
Mama Fibroglandular
Mama Fibrogordurosa
Mama Gordurosa
FIM DO CAPÍTULO 3
4 MÉTODOS DE LOCALIZAÇÃO
1 Prega Inframamária;
2 Mamilo ou papila mamária;
3 Aréola.
Uma questão importante em mamografia é a realização de
exames de qualidade que permitam a boa visualização das
mamas e correta localização de possíveis patologias.

Para isso determinadas áreas das mama devem ser descritas


com precisão.
Dois métodos são comumente usados para subdividir a mama
em áreas menores para fins de localização.

➢ O sistema de quadrantes;
➢ O sistema relógio.

Se o médico ou a paciente encontrou uma lesão em qualquer área


suspeita na mama, é utilizado um desses métodos para descrever
a área de interesse espacial para a equipe de radiologia.
SISTEMA QUADRANTE
É o mais fácil de ser usado. Nele podem ser descritos quatro
quadrantes que utilizam o mamilo como centro.

QSE: Quadrante superior externo;


QSI: Quadrante superior Interno;
QIE: Quadrante inferior externo;
QII: Quadrante inferior interno.
Outras abreviaturas usadas no sistema quadrantes são:

UQQEE: união dos quadrantes externos;


UQQII: união dos quadrantes internos;
RRA: região retroareolar;
RC: região central da mama (= união dos 4 quadrantes);
PA: prolongamento axilar.
SISTEMA DO RELÓGIO
Compara a superfície da mama ao mostrador de um relógio.
Há um problema com este método quando se descreve uma
porção medial ou lateral da mama. A parte descrita como 3:00h na
mama direita deve ser descrita como 9:00h da esquerda.
FIM DO CAPÍTULO 4
5 INTRODUÇÃO A REALIZAÇÃO
DO EXAME MAMOGRÁFICO
Alguns conceitos são básicos para que ocorra a compreensão
sobre o exame de mamografia.

Sabemos que para executarmos um exame de mamografia


devemos não só compreender as técnicas a serem utilizadas
como também o conhecimento por trás dessas técnicas e
principalmente a interação pessoal com o paciente.
Muitos pacientes quando são submetidos a mamografia e
outros exames, estão sujeitos a constante preocupação muitas
vezes incontroláveis.

A tensão pode ocasionar algumas dificuldades ao se


executar uma mamografia. Uma vez a musculatura retraída, o
exame que é para ser simples se transforma em um dos mais
difíceis a ser executado.
Os pacientes que estão sujeitos a mamografia podem ser
divididos em dois grupos:

➢ Sintomáticos: São aqueles que normalmente sentem algo


nas mamas (dor, nódulo palpável, secreção, etc.).

➢ Assintomáticos: são aqueles que adotam o exame como


rotina, ou seja, detecção precoce de uma eventual
alteração.

Ambos os grupos devem ser tratados com total respeito e dignidade.


Os motivos que fazem com que um paciente não realize o
exame de mamografia podem ter sentimentos variados, como:

➢ Vergonha;
➢ Ansiedade;
➢ Medo.
Alguns destes motivos e muitos outros demonstram o
comportamento dos pacientes perante a execução do exame.
Algumas reações perante a realização do exame são:
➢ Hipersensibilidade;
➢ Agressividade;
➢ Fala de colaboração.
FIM DO CAPÍTULO 5
6 INDICAÇÕES DA MAMOGRAFIA
São dois, os tipos de indicação para mamografia:

➢ Mamografia para rastreamento;


➢ Mamografia diagnostica.

Rastreamento: Você procura se têm Diagnostica: Você têm a


ou não uma agulha no palheiro. agulha, só falta achá-la.
MAMOGRAFIA PARA RASTREAMENTO
Recomendando as seguintes ações para rastreamento em
mulheres assintomáticas:

➢ Exame clínico das mamas a partir dos 40 anos;


➢ Mamografia para mulheres entre 50 e 69 anos, com intervalo
máximo de dois anos entre os exames;
➢ Exame clínico das mamas e mamografia anual, a partir dos 35
anos, para mulheres do grupo de risco.
MAMOGRAFIA DIAGNOSTICA
Mamografia diagnóstica é aquela realizada em mulheres com
sinais ou sintomas de câncer de mama (ou outras situações).
Os sintomas mais frequentes de câncer de mama são:

➢ Nódulo;
➢ “Espessamento”;
➢ Descarga papilar.
MAMOGRAFIA DIAGNOSTICA
MAMOGRAFIA DIAGNOSTICA

Autoexame de mama
MAMOGRAFIA DIAGNOSTICA

Nódulo - um nódulo palpável geralmente é descoberto pela própria


paciente, que chega ao médico com muita ansiedade e medo.

Se o nódulo for um novo achado no autoexame das mamas ou no


exame clínico, a mamografia deve sempre ser realizada,
independente da data do exame anterior.

Se o nódulo palpável não tiver expressão na mamografia, a


complementação com a ultrassonografia é obrigatória.
MAMOGRAFIA DIAGNOSTICA
Convém lembrar que a mamografia em pacientes jovens (abaixo
de 30 anos) normalmente não apresenta nenhum benefício
diagnóstico, em virtude da alta densidade das mamas e pela baixa
incidência de câncer (menos de 0,1%) na faixa etária.

Mama Fibroglandular
MAMOGRAFIA DIAGNOSTICA

Assim em mamas jovens a ultrassonografia é o exame de escolha


para a primeira avaliação de nódulos.
MAMOGRAFIA DIAGNOSTICA

"Espessamento" - representa uma região mais endurecida na


palpação, sem que seja possível delimitar um nódulo. A indicação de
mamografia segue os mesmos parâmetros descritos para o nódulo.
MAMOGRAFIA DIAGNOSTICA

Descarga papilar - a secreção das mamas, fora do ciclo grávido


puerperal, deve ser analisada criteriosamente, sendo fundamental
caracterizar: se é espontânea ou à expressão; se é uni ou bilateral;
se proveniente de ducto único ou múltiplo; se tem aspecto cristali na
(ou "água de rocha"), colostro-símile, sanguinolento, seroso ou
coloração esverdeada, amarelada.

Casos com descarga papilar espontânea, unilateral, de ducto


único, "água de rocha" ou sanguinolenta são suspeitos de doença
maligna e a mamografia está indicada para iniciar a investigação.
MAMOGRAFIA DIAGNOSTICA

Descarga papilar sanguínea


Existem outras situações em que a mamografia de rotina também deve
ser realizada:

➢ Antes de iniciar terapia de reposição hormonal (TRH), com a finalidade de


estabelecer o padrão mamário e detectar lesões não-palpáveis. Qualquer
alteração deve ser esclarecida antes de começar a TRH. Na mulher em
TRH, a mamografia também é realizada anualmente (não há necessidade
de realizar mamografia semestral).
➢ No pré-operatório de cirurgia plástica, para rastrear qualquer alteração das
mamas, principalmente em pacientes a partir da 5ª década ou em
pacientes que ainda não tenham realizado o exame.
➢ No seguimento após mastectomia, para estudo da mama contralateral e
após cirurgia conservadora. Nesses casos, a mamografia de seguimento
deve ser realizada anualmente, independente da faixa etária, sendo de
extrema importância o estudo comparativo entre os exames.
Mama masculina - apesar de pouco frequente, a mama masculina
também pode ser acometida por doença maligna, que se expressa
radiologicamente com as mesmas formas que na mama feminina
(microcalcificações, nódulos etc).
A ginecomastia é outra indicação de exame, permitindo
diferenciar a ginecomastia verdadeira (aumento da glândula com a
presença de parênquima mamário) da ginecomastia falsa ou
lipomastia (aumento da glândula por proliferação adiposa).
IMPORTÂNTE
Lembrar que a mastalgia (dor nas mamas), apesar de
queixa muito frequente, não representa indicação de
mamografia, pois o sintoma "dor", além de não representar
sintoma de câncer de mama, não tem expressão
correspondente em imagens.

Nos casos de mastalgia, a realização da mamografia seguirá


o padrão de rastreamento, de acordo com a faixa etária da
paciente.
FIM DO CAPÍTULO 6
7 ALTERAÇÕES BENIGNAS DA MAMA
Benignidade é um termo médico de descrição de uma doença
branda e não progressiva.

O termo é mais familiar como uma descrição de neoplasia não


cancerosa, mas também pode se referir a outras condições;
significando que "não causa danos à saúde".

Assim uma alteração benigna da mama é uma condição que


não causa grandes danos a saúde mas como qualquer patologia
deve ser investigada e tratada, uma vez que, caso não tratado têm
potencial de se tornar pré maligna e dai maligna.
Dentre as principais condições benignas da mama estão:

➢ Mastalgia; ➢ Hipomastia;
➢ Politelia; ➢ Ginecomastia;
➢ Polimastia; ➢ Mastite;
➢ Amazia; ➢ Ectasia Ductal;
➢ Amastia; ➢ Eczema areolar;
➢ Atélia; ➢ Necrose Gordurosa;
➢ Telarca Prematura; ➢ Lipoma;
➢ Hipertrofia Juvenil; ➢ Fibroadenoma.
MASTALGIA
É a dor na glândula mamária, sendo a queixa mais comum dos
pacientes (varia de 54 a 84%), apresentando dois padrões:

➢ Cíclico, relacionado a alterações hormonais do clico menstrual e o;


➢ Acíclico, ocorre na faixa dos 43 anos, e não tem relação com o
ciclo menstrual.
Tratamento – Recomenda-se uma orientação médica. É útil se evitar
excessos de cafeína na alimentação (chá, café, chocolate,
refrigerantes como Coca-Cola), fatores que costumam aumentar a dor.

Se necessário, podem ser usados analgésicos por via oral ou local


(pomadas). Casos muito sintomáticos, que são raros, são tratados com
substância antiestrogênica (tamoxifeno).

Existem outras causas da dor mamária, como inflamações,


traumas físicos, distúrbios emocionais e nevralgias, que requerem
tratamento diferenciado.
Indica-se o uso de sutiã adequado, tipo top, para boa sustentação e
para evitar o balanço das mamas nos períodos de dor.
MAMILOS SUPRANUMERÁRIOS (POLITELIA)
É uma anomalia congênita que ocorre em ambos os sexos, em
uma frequência de 1/100 ou 1/500 pessoas. Os mamilos
supranumerários podem associar-se com outras doenças
congênitas, como anomalias vertebrais, arritmias cardíacas ou
anomalias renais.

Ocorrendo geralmente abaixo da mama ou no abdome.

O tratamento cirúrgico está indicado na presença de descarga


mamilar, tumor ou formação cística.
MAMA SUPRANUMERÁRIA (POLIMASTIA)
Presença de duas ou mais glândulas mamárias, podendo ser
completa com mamilo e aréola ou incompleta, quando existe apenas
a glândula, mais comum na região axilar. Por motivos estéticos, pode
ser corrigida com cirurgia.
AMAZIA
É dado, pela ausência do tecido mamário, mas com a
presença do complexo aréolomamilar, podendo ser corrigido com
implante de silicone, enxerto de pele, associados com técnicas
próprias para o caso.
AMASTIA
É a ausência de uma ou de ambas as mamas de origem congênita.
A ausência unilateral é mais comum do que a amastia bilateral.
Na síndrome de Poland, ocorre amastia unilateral associada a ausência dos
músculos peitorais maior e menor e malformações do membro superior ipsilateral,
como também podem estar presentes alterações da parede torácica.
ATÉLIA
Patologia rara, onde o paciente não possui o complexo
aréolomamilar. Podendo ocorrer após uma queimadura, mamoplastia
ou mastectomia por tumor. A correção pode ser feita através de
tatuagem.
TELARCA PREMATURA
Consiste no desenvolvimento precoce isolado das mamas, sem
outros sinais de maturação sexual, geralmente em meninas abaixo de
8 anos de idade. Pode ser transitório em considerável número de
casos.

A causa é desconhecida.

Têm sido sugeridos como hipersensibilidade do tecido mamário a


pequenas concentrações de hormônios estrogênicos presentes pré-
púberes. As dosagens hormonais geralmente são normais. Não há
necessidade de tratamento, e a conduta é expectante. O cuidado é
para que não seja, realizadas manobras intempestivas, como
extirpação do broto mamário e consequente amastia iatrogênica.
Telarca Prematura em menina de 18 meses
HIPERTROFIA JUVENIL
Consiste no aumento progressivo do volume mamário ao longo
da adolescência e persistindo na maturidade. Geralmente, o
comprometimento é bilateral e simétrico, embora existam casos
unilaterais mais raros.

Pode causar constrangimento, alteração de postura e dor nas


costas e o tratamento recomendado é a cirurgia plástica redutora.

Atualmente, no tratamento, está em estudo o uso de hormônios


como o tamoxifeno.
Jovem de 23 anos com hipertrofia
HIPOPLASIA MAMÁRIA (HIPOMASTIA)
É a falta de desenvolvimento completo da mama. Pode ser no
seu desenvolvimento ou por manipulação iatrogênica. Neste último
caso, podem-se citar traumatismos, incisões, abscessos, lesões
infecciosas ou radioterapia no broto mamário. Pode ser tratada com
inclusão de prótese de silicone.
GINECOMASTIA
Ginecomastia (literalmente, mamas femininas) é causada por
um desenvolvimento excessivo no tecido da região mamária
masculina e ocorre nas fases de mudanças hormonais do homem
(infância, adolescência e velhice) sem nenhuma patologia de base,
na maior parte dos casos. A alteração é normalmente causada por
uma variedade de mudanças hormonais, sendo a maioria delas
reversíveis durante a puberdade.

Existem duas formas de tratamento: medicamentoso e cirúrgico.


A decisão do tipo de tratamento é baseada na etiologia do
problema, na idade do paciente, no tamanho da ginecomastia, e no
desejo do paciente em relação à resolução do problema de forma
mais rápida.
Ginecomastia em jovem de 23 anos
MASTITE
É um processo inflamatório e/ou infeccioso que ocorre mais
frequentemente no período puerperal, ao redor da terceira semana
pós-parto. Em geral ocorre devido a perda da barreira protetora da
pele (rachaduras), permitindo a entrada de bactérias através das
fissuras mamilares.
Os sinais e sintomas mais frequentes são: estase láctea, dor,
calor, edema (inchaço), vermelhidão.
Podem estar associados a sintomas sistêmicos como febre, mal-
estar e calafrios. As dicas de prevenção são a boa higiene do mamilo,
evitar o ingurgitamento mamário e as fissuras mamilares.
No tratamento utilizam-se analgésicos, antitérmicos, antibióticos e
drenagem manual do leite, devendo sempre ser realizado com
orientação médica.
ECTASIA DUCTAL
É a dilatação dos ductos terminais, que se localizam sob a
aréola. Pode estar associado a derrame papilar, ou seja, saída de
líquido pelo mamilo (amarelo-esverdeado). É mais comum em
mulheres com mais de 40 anos.

Não há necessidade de tratamento em casos assintomáticos. Em


casos com derrame espontâneo, ou secreção abundante está
indicada a retirada dos ductos terminais.

Em casos crônicos pode ocorrer a retração do mamilo.


Ectasia Ductal
ECZEMA AREOLAR
É uma dermatite escamosa da aréola, geralmente bilateral, que
pode ser pruriginosa. O tratamento é feito, na fase aguda, com
solução de Thiersch e após, com corticoides tópicos.
Se não houver regressão em duas semanas, se faz necessária
uma biópsia da pele para diagnóstico diferencial com carcinoma de
Paget, um tipo raro de câncer de mama que acomete o mamilo.
Eczema areolar
Carcinoma de Paget
LIPOMA
Consiste no acúmulo localizado de tecido adiposo, formando
nódulo que se destaca do restante do parênquima mamário, de
consistência macia. Ocorrem mais frequentemente em mulheres
após 35 anos de idade. O tratamento é a retirada cirúrgica da lesão.
Lipoma
FIBROADENOMAS
São tumores benignos da mama, resultantes de proliferação de
tecidos conjuntivos e epitelial. Geralmente surgem em mulheres
jovens, sendo raros na menopausa; neste último caso, pode ocorrer
regressão de lesão preexistente. Daí sugerida à dependência
hormonal da lesão.
Apresentam-se como nódulos de consistência firme, borrachóide,
isolados e móveis ao exame clínico.
Há casos que contém mais de 5 centímetros de diâmetro sendo
chamado de Fibroadenoma Gigante.
A única forma de tratamento é através de cirurgia, sendo esta
indicada para aqueles de maior tamanho e/ou os que causam
desconforto.
A mamografia normalmente não é solicitada de rotina, pois esta
afecção ocorre mais comumente em mulheres jovens, com mamas
densas a mamografia, o que dificulta a individualização da lesão. A
rotina é feita com a ultrassonografia ou ressonância magnética.
Ressonância Magnética da Mama
Mamografia: 1 Fibroadenoma; 2 Marcação metálica do mamilo
FIM DO CAPÍTULO 7
8 CÂNCER DE MAMA
Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças
que têm em comum o crescimento desordenado de células, que
invadem tecidos e órgãos.
Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito
agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores
malignos, que podem espalhar-se para outras regiões do corpo.
Os estágios do câncer de mama são formas que os médicos dão de dar
notas para o momento da doença do paciente no caso do câncer de
mama são divididos em 5 tipos:
➢ Estágio 0: quando a doença esta restrita ao local onde começou
(carcinomas in situ);
➢ Estágio 1: a doença invadiu a região local, mas possui no máximo 2
cm de tamanho (carcinomas invasivos = tem chance de mandar
células para outras partes do corpo);
➢ Estágio 2: a doença invadiu a região local, mas possui entre 2 e 5cm
de tamanho e ínguas pouco comprometidas na axila (carcinomas
invasivos);
➢ Estágio 3: a doença invadiu a região local, mas possui tamanho
maior que 5 cm ou ínguas muito comprometidas na axila (carcinomas
invasivos);
➢ Estágio 4: quando a doença invadiu outras partes do corpo como:
ossos, pulmões, fígado, etc.
Estágio 4
O câncer de mama representa o segundo tipo mais frequente na
população geral e o mais comum entre as mulheres, constituindo a
primeira causa de morte entre as mulheres no Brasil.

Altos índices de mortalidade se devem à detecção tardia, levando


a tratamentos agressivos, onde na maioria das vezes a doença não
responde bem ao mesmo.

Em casos onde a detecção é feita precocemente o índice de cura


é alto e a qualidade de vida é garantida.
Taxas de incidência do câncer de mama por 100.000 mulheres no Brasil em 2012
Os fatores de risco determinam os grupos de pessoas com
maior probabilidade de desenvolverem o Câncer Mama. Entre
fatores de risco do câncer de mama estão:

A. Sexo;
B. Idade;
C. História Familiar;
D. História Pessoal de Câncer;
E. Biópsia Mamária Prévia;
F. Atividade Física;
G. Radiação Ionizante.
A. SEXO
O simples fato de pertencer ao sexo feminino é um fator de risco,
uma vez que a doença é pelo menos 100 a 150 vezes mais
frequente entre as mulheres, devendo-se à maior quantidade de
tecido mamário encontrado e à sua exposição ao estrogênio
endógeno.
B. IDADE
Este é o fator de risco isolado mais importante. A incidência do
câncer de mama aumenta com a idade, principalmente a partir dos
50 anos, provavelmente sendo consequência do efeito cumulativo da
exposição a agentes carcinogênicos durante a vida.
C. HISTÓRIA FAMILIAR
Histórico familiar ou presença de mutações nos genes BRCA1
(Breast cancer gene) ou BRCA2 aumentam consideravelmente o risco
de câncer, sendo frequentemente associados com o diagnóstico em
faixas etárias mais baixas.
Habitualmente, o risco cresce quando associado a mulheres com
antecedente de neoplasia mamária em parentes de primeiro grau
(mãe, filha ou irmã), especialmente se o familiar apresentou câncer
antes dos 50 anos de idade e em ambas as mamas.

Em mulheres de 30 anos com irmãs que tenham câncer de mama


bilateral antes do 50 anos, a probabilidade cumulativa de desenvolvê-
lo até os 70 anos é de 55%.
D. HISTÓRIA PESSOAL DE CÂNCER
Após o diagnóstico e a remoção de um câncer de mama, todo
tecido mamário remanescente se encontra sob risco aumentado de
desenvolvimento de um novo tumor.
E. BIÓPSIA MAMÁRIA PRÉVIA
Acredita-se que mulheres submetidas a uma ou mais biópsias
devido a doença mamária benigna apresentam um risco aumentado
para o desenvolvimento subsequente de câncer de mama.
F. ATIVIDADE FÍSICA
O aumento da atividade física tem sido sugerido como um meio
de prevenção primária para o câncer de mama.
G. RADIAÇÃO IONIZANTE
É considerada fator de risco principalmente quando a exposição
ocorreu entre 13 e 30 anos para promover lesões do DNA, que são
cumulativas e de manifestação tardia.
PREVENÇÃO DO CÂNCER DE MAMA
Embora tenham sido identificados alguns fatores ambientais ou
comportamentais associados a um risco aumentado de desenvolver o
câncer de mama, estudos epidemiológicos não fornecem evidências
conclusivas que justifiquem a recomendação de estratégias
específicas de prevenção.

É recomendação que alguns fatores de risco, especialmente a


obesidade e o tabagismo, sejam alvo de ações visando à promoção à
saúde e a prevenção das doenças crônicas não transmissíveis, em
geral.
O tratamento do câncer de mama deve ser abordado por uma
equipe multidisciplinar visando o tratamento integral da paciente.
As modalidades terapêuticas disponíveis atualmente são a
cirúrgica e a radioterápica para o tratamento loco-regional (ou seja,
apenas na mama) e a quimioterapia para o tratamento sistêmico
(corpo todo).
A cirurgia consiste na retirada do tumor. A indicação de
diferentes tipos de cirurgia depende do estadiamento clínico e do tipo
histológico, podendo ser conservadora, ressecção de um segmento
da mama, com retirada dos gânglios axilares ou linfonodo sentinela,
ou não conservadora (mastectomia).
A mastectomia unilateral é um tratamento curativo em 98% dos
casos.

Tumores com diâmetro inferior a dois centímetros e margens


cirúrgicas livres de comprometimento podem ser tratados com
quadrantectomia seguida de radioterapia complementar.

Cirurgias não conservadoras da mama, seguidas ou não de


reconstrução mamária, são indicadas quando é impossível
assegurar a obtenção de margens livres, em função da extensão
ou multicentricidade do tumor.
A radioterapia é a utilização de radiação para bloquear o
crescimento das células. Pode ser utilizada antes da cirurgia (para
diminuir o tamanho do tumor) ou após a cirurgia (para evitar recidiva,
ou seja, a volta da doença).
Podemos resumir a quimioterapia como o uso de medicamentos
potentes no tratamento do câncer. É um tratamento que complementa
a cirurgia, podendo ser feita antes ou após a operação.
A cirurgia e a radioterapia tem apenas efeito local, enquanto que a
quimioterapia age em todo o corpo. O objetivo principal deste
tratamento é evitar a volta do tumor no local ou seu aparecimento em
outros órgãos.
FIM DO CAPÍTULO 8
9 CÂNCER DE MAMA NO HOMEM
O câncer de mama no homem é uma enfermidade muito rara
representando aproximadamente 1% de todos os casos de câncer
de mama.
Uma historia familiar de câncer de mama parece aumentar o
risco para o desenvolvimento da doença em homens em torno de
duas a quatro vezes.
Clinicamente, o câncer de mama no homem se assemelha ao
da mulher e achados histopatológico são também iguais aos
encontrados na mulher com a doença.
A mamografia no homem é realizada seguindo os mesmos
procedimentos utilizados em mulheres.
O tratamento realizado é igualmente semelhante no câncer de
mama feminino, ou seja, cirúrgica, radioterapia e quimioterapia.
FIM DO CAPÍTULO 9
10 CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS
SOBRE A MAMOGRAFIA
O Mamógrafo
Um sistema mamográfico completo, inclui um gerador de raios
X, um tubo de raios X e um meio de registro da imagem.
Um aspecto específico do mamógrafo é o desenho do tubo de
raios X, que tem um alvo de molibdênio com pontos focais
pequenos de 0,3 e 0,1mm. Os pontos focais precisam apresentar
esse tamanho devido à proporção das calcificações do câncer, que
medem tipicamente menos de 1mm.
A configuração do anodo produz um efeito de inclinação
proeminente, o qual resulta da DFR curta e do uso de ângulo alvo de
referência estreito.
Como o tubo de raios X é alinhado com o catodo situado sobre a
base da mama (na parede torácica) e o anodo para fora em direção
ao ápice (área do mamilo), o efeito de inclinação pode ser usado com
o máximo de vantagem.
O lado catódico do feixe de raios X tem uma intensidade
significativamente maior de raios X, quando comparado com o lado
anódico.
Isso leva à criação de uma imagem mamária de densidade
uniforme porque os raios X mais intensos chegam à base, onde a
espessura do tecido é maior.
A maioria dos mamógrafos usa grades, controle automático de
exposição (CEA) e a importante célula de compressão da mama.
GRADES
Uma grade é utilizada para reduzir o espalhamento da radiação.
Como as grades absorvem radiação, as técnicas operacionais de
exposição utilizadas são de duas a três vezes maiores do que
aquelas sem grades. Para compensar o aumento na dose de
radiação ao paciente, são utilizados sistemas mais rápidos de
registro da imagem e valores de tensão ligeiramente maiores.
CÂMARA CAE
É a câmara automática de exposição, mede a intensidade e a
qualidade dos raios X que passam pela mama melhoram a
resolução espacial na mamografia.
O CAE deve ser suficientemente preciso para garantir
imagens reproduzíveis e baixas doses de radiação.
COMPRESSÃO
Os aparelhos de mamografia possuem um dispositivo de
compressão usado para comprimir a mama. Nos últimos anos, o
progresso na tecnologia de compressão mamária contribuiu
bastante para melhoria da visibilidade de detalhe em imagens das
mamas. A célula de compressão é feita de um plástico, o qual
permite a transmissão de raios X de baixa energia.
A célula deve ter uma borda reta que possibilite a
compressão prender os tecidos mamários próximos à parede
torácica.

A aplicação lenta e firme permite que a paciente tenha tempo


para se ajustar à sensação, possibilitando administrar a
compressão adequada.

É importante manter contato visual com sua paciente a


aplicação de compressão para que você possa avaliar seu nível de
desconforto. Na maioria das vezes, a técnica deve transmitir
encorajamento a fim de alcançar os resultados desejados.
Compressão aplicada adequadamente é um dos componentes
críticos na produção de uma mamografia de alta qualidade. Seis
razões para o uso da compressão são dispostas a seguir:

1. Diminuir a espessura da mama e torná-la uniforme.


2. Trazer as estruturas mamárias o mais próximo possível do chassi
3. Diminuir a dose necessária e a qualidade de radiação secundária.
4. Diminuir movimento e falta de nitidez geométrica.
5. Aumentar o contraste por permitir uma diminuição dos fatores de
exposição.
6. Separar estruturas mamárias que possam estar superpostas.

Esses seis fatores identificam como a qualidade de imagem ou resolução


é melhorada pela redução da dispersão e da ampliação de estruturas
mamárias.
DOSE DA PACIENTE
A principal forma de controle da dose para paciente na
mamografia corresponde ao posicionamento cuidadoso e preciso,
o que minimiza a necessidade de repetições. A American College
Association (ACR) recomenda uma taxa de repetição menor que 5%
para a mamografia.
A única proteção possível é um avental na cintura para proteger
a região das gônadas.
FIM DO CAPÍTULO 10
12 MAMOGRAFIA DIGITAL VERSUS
MAMOGRAFIA CONVENCIONAL
Mamografia Convencional ou Mamografia em filme-écran
A mamografia convencional é o padrão radiográfico atual para
mamas. O maior benefício do sistema convencional é uma imagem
excelente com a menor dose possível de radiação, permitindo que a
mulher seja examinada regularmente. A capacidade de visualização
de detalhes, nitidez das margens e tecidos moles é uma
característica da boa qualidade de uma mamografia com filme.
Atualmente, a mamografia convencional e a ultrassonografia
(US) são as principais modalidades de exames usadas para se
obter imagens das mamas.
MAMOGRAFIA DIGITAL
MAMOGRAFIA POR RADIOGRAFIA COMPUTADORIZADA (RC)
Em mamografia, pode-se fazer uso de RC da mesma forma que
em radiologia geral, com sua PI e seu processador de imagem.
Cassetes de RC contendo placas de imagem podem ser usados
em aparelhos de mamografia já existentes. As vantagens da
mamografia por RC incluem:
➢ Custos Operacionais;

➢ Opções de Telerradiografia;

➢ Opções de Arquivamento e PACS;

➢ Manipulação da Imagem.
Custos Operacionais: Placas de imagem de RC podem ser
expostas muitas vezes antes de serem que ser substituídas.
Portanto, dado o custo do filme e das despesas associadas ao seu
processamento, o uso de RC é mais econômico.

Opções de Telerradiografia: Com a mamografia por RC, as


imagens podem se enviadas e/ou transferidas para locais remotos
objetivando interpretação e consulta. Isto é definido como
telerradiologia, ou telemamografia, termo este utilizado às vezes
para imagens de mamografia transmitidas eletronicamente.
Opções de Arquivamento e PACS: Depois que as imagens são
interpretadas podem ser armazenadas eletronicamente em qualquer
local desejado através do PACS. A necessidade de espaço físico
para o armazenamento de filmes é dispensada quando as imagens
mamograficas são incorporadas a um PACS existente.

Dependendo da extensão do PACS em uso, médicos assistentes


de fora podem ter acesso a essas imagens nos seus consultórios.

Isto é conveniente tanto para o paciente quanto para o médico,


pois as imagens são prontamente disponível e não requerem
duplicação, transporte ou a possibilidade de perda ou dano
permanente.
Manipulação da Imagem: A mamografia por RC, assim como por RD
direita, permite a manipulação da imagem no pós-processamento. Isto
pode reduzir o número de repetições de exames feitos, desde que
fatores de exposição e técnicas de posicionamento corretos sejam
usados. Menos repetições levam as doses menores de radiação e
menos desconforto par o paciente.
MAMOGRAFIA DIGITAL DIRETA

A RD é uma segunda forma de exame digital que continua a ser


aperfeiçoada e desenvolvida, mas ainda não é de uso comum em
mamografia. Estes aparelhos de mamografia contêm num painel de
detector plano, montado permanentemente na unidade de raios X.

Não se utiliza placa de imagem com a RD, como é necessário


com a RD. O painel de detector plano captura os raios X
remanescentes e produz uma imagem digital.

A imagem digital então, é projetada em um monitor na mesa de


trabalho do mamografista para visualização e pós-processamento,
quando necessário.
MAMOGRAFIA DIGITAL VERSUS FILME-ÉCRAN
Embora a resolução de contraste com um aparelho digital seja
primorosa, na resolução espacial global da imagem digital ainda pode
ser um pouco inferior em relação ao aparelho de filme-écran
atualmente.
Como consequência, a capacidade de detectar microcalcificações
e alterações de tecidos na mama tem sido questionada por
radiologistas quando se examina uma imagem digital da mama.
Contudo, melhorias na tecnologia do detector e no desenho de
monitor em breve irão alcançar a resolução do filme- écran.

Além disso, características de pós-processamento, como


ampliação (toda ou parte da imagem), realce de contraste, imagem
reversa (reverso de preto e branco) e ajuste de contraste e brilho da
imagem podem ser usados para realçar imagens mamográficas
específicas e melhorar sua qualidade diagnóstica.

A mamografia digital, similar ao exame digital na radiologia


geral, provavelmente substituirá a mamografia em filme-écran.
Comparação entre uma imagem obtida com equipamento convencional (A.) e digital (B.).
FIM DO CAPÍTULO 11
12 INCIDÊNCIAS DE ROTINA
EM MAMOGRAFIA
São realizadas duas projeções em quatro incidências de rotina:
➢ Crânio Caudal Direita;
➢ Crânio Caudal Esquerda;
➢ Médio Lateral Obliqua Direita;
➢ Médio Lateral Obliqua Esquerda.

Uma única projeção leva a uma falha de detecção em 11% a 25% dos cânceres, por isso,
são realizadas duas projeções na rotina de mamografia.
A B

Posicionamento de Rotina (A) Médio Lateral Obliqua (B) Crânio Caudal


Essas incidências podem ser realizadas com as pacientes em
ortostatismo ou sentadas. Prefere-se a realização dos exames
em ortostatismo, por ser de mais fácil execução.

A escolha do receptor de imagem deve ser realizada de


acordo com o tamanho da mama (18x24 cm2 ou 24x30 cm2).

A identificação do exame é colocada, por convenção, próximo


à região axilar da mama indicando qual a incidência realizada e
qual a mama radiografada (direita ou esquerda).
24x30 cm2

18x24 cm2
Localização da identificação do Exame Mamográfico
MEDIOLATERAL OBLÍQUA (MLO)
A mediolateral oblíqua (MLO) é a incidência que apresenta
maior possibilidade de cobertura de todo o tecido mamário a ser
estudado.
O posicionamento correto permite a visibilidade do tecido
mamário desde a axila até a prega inframamária. O termo oblíqua
é aplicado em relação ao plano em que a mama será comprimida.
Deve-se puxar a mama e tracioná-la para longe da parede
torácica, ao longo de um plano paralelo ao músculo peitoral maior.
Geralmente as porções mais laterais e superiores da mama, assim
como sua extensão axilar são vistas através do músculo peitoral
maior. Por isso, devemos incluí-lo nessa incidência.
PROCEDIMENTOS
➢ Angular o mamógrafo de 35 à 45 graus, a angulação depende
do biótipo da paciente.

➢ O feixe de raio será da região medial para a lateral em


obliqua.

➢ A paciente deverá estar de frente para o aparelho.

➢ Elevar o braço para que o canto do bucky esteja na região


axilar, para que assim seja visualizado o músculo peitoral.
Posicionamento da paciente na incidência em MLO.
Mamografia na incidência em MLO
Mamografia na incidência em MLO
CRÂNIO CAUDAL (CC)
Essa incidência complementa a MLO e, excetuando-se a porção
axilar, todo o tecido mamário deve aparecer. O feixe de raios X é
dirigido da porção superior para a porção inferior da mama.

PROCEDIMENTOS

➢ A Paciente deve estar de frente para o mamógrafo, com a


cabeça virada para o lado oposto ao exame; tubo vertical, feixe
perpendicular à mama;
➢ Centralizar a mama com o mamilo paralelo ao filme; a parte
inferior sobre o bucky;
➢ Tracionar a mama o máximo possível antes de aplicar a
compressão.
Posicionamento da paciente na incidência em CC
E D

Posição
Mamografia na incidência em CC
FIM DO CAPÍTULO 12
13 INCIDÊNCIAS COMPLEMENTARES
EM MAMOGRAFIA
A anatomia torácica, em conjunto com a geometria das mamas,
pode levar à não projeção de partes do tecido mamário sobre o
detector.
Isso pode ocorrer, por exemplo, em relação aos tecidos
profundos, principalmente do quadrante medial superior, de maior
dificuldade de enquadramento no campo de visão.
Assim, incidências adicionais podem ser obtidas para
proporcionar melhor visibilidade dessas regiões.
As principais incidências complementares são:
➢ Magnificação com Compressão Seletiva;
➢ Compressão Localizada;
➢ Crânio Caudal Exagerada;
➢ Cleavage ou Incidência Medial Exagerada;
➢ Mama “Rolada”;
➢ Perfil;
➢ Incidência Axilar;
➢ Manobra de Eklund.
MAGNIFICAÇÃO COM COMPRESSÃO SELETIVA
É realizada quando em alguma das incidências de rotina,
aparece imagem suspeita como:

➢ Microcalcificações;
➢ Densidade assimétrica;
➢ Imagem nodular.

É utilizado um acessório de magnificação, que faz com que


aumente a distância objeto filme. Ampliando assim a estrutura de
interesse na mamografia.
Acessórios para magnificação e compreensão seletiva
Quanto maior for a distância, maior será o fator de ampliação.

Normal Magnificação
Quanto maior for a distância, maior será o fator de ampliação.

Normal Magnificação
COMPRESSÃO LOCALIZADA
A compressão localizada é utilizada para espalhar estruturas
sobrepostas e, também, pode empurrar a lesão para uma posição
mais próxima do detector, reduzindo a distorção geométrica.
Ao aparecer alguma imagem suspeita nas incidências de rotina
deve-se localizar a lesão na mamografia e colocar o compressor
adequado sobre a área a ser estudada.
Densidade simétrica Compressão localizada
CRÂNIO CAUDAL EXAGERADA
Realizada para avaliar achados mediais localizados muito
próximos à parede torácica.
Condução do Exame: o equipamento está posicionado da
mesma maneira em que está, na incidência em CC padrão. A
usuária é mobilizada medialmente e a porção medial da mama
é colocada sobre o suporte. Pode-se angular o tubo de raios X
em 5º para facilitar o posicionamento da usuária.
Normal Exagerada
CLEAVAGE OU INCIDÊNCIA CRÂNIO CAUDAL MEDIAL
Esta incidência é utilizada para visualizar os quadrantes internos
da mama, principalmente para visualizar lesões próximas ao esterno.
➢ Posição da paciente como na crânio caudal.
➢ Nesta incidência as duas mamas são colocadas sobre o bucky.
➢ Centralizar os quadrantes internos da mama examinada no bucky.
MAMA “ROLADA”
Tem como objetivo diferenciar as estruturas do tecido mamário,
reduzindo o efeito de sobreposição entre essas estruturas.
Condução do Exame: posiciona-se uma das mãos por cima da
mama e a outra por baixo, rolando uma em direção oposta à outra,
tomando-se a papila como eixo de rotação. A seguir a mama é
comprimida.
Manobra para realização da
incidência rolada.
Crânio caudal normal Mama rolada
PERFIL OU LATEROMEDIAL
As indicações são as mesmas para a obtenção da mediolateral
a 90º. É solicitada quando a lesão está localizada nas porções
mediais da mama. Assim, haverá menor distorção geométrica e
consequentemente melhor definição da imagem.
O suporte é posicionado ao longo da superfície medial da
mama, com o tubo de raios X e a placa compressora posicionados
do lado lateral da mama.
INCIDÊNCIA AXILAR (INCIDÊNCIA DE CLEÓPATRA)
É realizada para avaliar os achados na porção mais inferior da
axila que não foram observados na incidência em MLO.
Crânio caudal normal Cleópatra
MANOBRA DE EKLUND
Para mamas com prótese de silicone são realizadas as quatro
incidências de rotina e também outras incidências que são
conhecidas como Incidências de Eklund.
Nas incidências de rotina, deve-se comprimir a mama e a prótese.
A manobra de eklund tem como objetivo a visualização do
somente do tecido mamário sem que apareça na radiografia a
prótese.
1° passo - Com uma das mãos deve-se tracionar somente a mama
e, com a outra, massagear a prótese para que esta saia do campo
da radiografia.
2° passo - Somente a mama deve ser comprimida e a prótese
retirada para fora do campo de radiografia.
3° passo - A compressão é concluída e o resultado final será uma
radiografia onde somente a mama é visualizada.
(A) CC normal (B) MLO normal
(C) CC Eklund (D) MLO Eklund
FIM DO CAPÍTULO 13
REFERÊNCIAS
AIRES, Margarida de Mello. Fisiologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999. 934 p.
BETO. Ginecomastia. Disponível em: <http://sobrecirurgiaplastica.blogspot.com/2011/02/ginecomastia-tambem-conhecida-
como.html>. Acesso em: 27 mar. 2011.
CALDAS, Flávio Augusto Ataliba et al. Controle de qualidade e artefatos em mamografia. Radiol Bras, v. 38, n. 4, p. 295-300, 2005.
CHAVES, Indelecio Garcia; BRANDÃO, Eduardo Carvalho; LEITE, Miguel Torres Teixeira. Mastologia: Aspectos
Multidisciplinares. Belo Horizonte: Medsi, 1999. 337 p.
DANGELO, José Geraldo; FATTINI, Carlo Américo. Anatomia Humana Básica. 2. ed. Belo Horizonte: Atheneu, 2010184. 184 p.
FURQUIM, Tânia Aparecida Correia. O EQUIPAMENTO MAMOGRÁFICO. Disponível em:
<http://rle.dainf.ct.utfpr.edu.br/hipermidia/images/documentos/O_equipamento_mamografico.pdf>. Acesso em: 13 ago. 2016.
INCA. Estimativa 2010: Incidência de câncer no brasil. Disponível em:
<http://www.inca.gov.br/estimativa/2010/index.asp?link=conteudo_view.asp&ID=1>. Acesso em: 26 abr. 2011
PRITSIVELIS, Cristos; MACHADO, Rafael Henrique Szymanski. Embriologia, Anatomia e Fisiologia da Mama. 2. ed. Rio de
Janeiro: Editora Atheneu, 2002.
REGATTIERI, Neysa Aparecida Tinoco. ABORDAGEM MORFOFUNCIONAL DA MAMA. Disponível em:
<http://rle.dainf.ct.utfpr.edu.br/hipermidia/images/documentos/Abordagem_morfofuncional_da_mama.pdf>. Acesso em: 13 ago. 2016.
REGATTIERI, Neysa Aparecida Tinoco. NEYSA APARECIDA TINOCO REGATTIERI. Disponível em:
<http://rle.dainf.ct.utfpr.edu.br/hipermidia/images/documentos/O_exame_da_mamografia.pdf>. Acesso em: 13 ago. 2016.

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