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DESCRIÇÃO

Desenvolvimento embriológico da mama. Anatomia mamária e fisiologia.


Anatomia radiológica. Observação de patologia da mama em exames por
imagem.

PROPÓSITO
Compreender as diversas estruturas que compõe as mamas e identificar
através de exame por imagem a anatomia e patologias.
OBJETIVOS

MODULO 1 MODULO 2

Descrever a fisiologia
Reconhecer as principais
e as patologias mamárias
estruturas mamárias
nos exames por imagem
INTRODUÇÃO
Para a compreensão dos profissionais da área de saúde que trabalham produzindo
imagem para o diagnóstico da mama, é importante compreender o
desenvolvimento embrionário e, principalmente, as estruturas anatômicas que
compõe a mama.

As mamas, em sua fase de desenvolvimento embrionário e ao longo da vida,


passam por diversas modificações estruturais devido às ações dos hormônios
circulantes. Por este motivo, compreender a fisiologia direciona o profissional a
uma análise clínica das imagens com mais precisão, pois algumas patologias têm
ação direta dos hormônios.

Uma análise de exame por imagem e seus resultados clínicos apenas serão
perfeitos se o profissional tiver habilidade do reconhecimento das estruturas por
meio das diversas modalidades e das principais patologias que possam acometer as
mamas. Nos casos das patologias, vamos estudar as características de cada uma
delas, tanto as benignas quanto as malignas, tendo como base as técnicas de
exame por imagem.
EMBRIOLOGIA

A Embriologia é uma especialidade do ramo da biologia, cuja


finalidade é estudar a formação dos órgãos e dos sistemas do corpo
humano. Este estudo começa a partir do desenvolvimento
embrionário, quando o ovócito de uma mulher é fertilizado por um
espermatozoide do homem. A união do ovócito com o
espermatozoide gera uma célula chamada zigoto, dando origem a um
organismo multicelular que forma o corpo humano e toda sua
complexidade.

No período do desenvolvimento embrionário, o zigoto passa por


divisões mitóticas, também chamadas de clivagem, e estas células
embrionárias são denominadas blastômeros. A formação de 12 a 32
blastômeros dão origem à mórula, caracterizada como um
agrupamento celular que ocorre três dias após a fecundação,
coincidindo com a entrada no útero pela tuba uterina.
Quando ocorre a entrada da mórula na cavidade blastocística,
converte-se a mórula em blastocisto. O blastocisto contém uma
massa celular interna, denominada embrioblasto, que se modifica,
formando um disco bilaminar composto pelas camadas epiblasto e o
hipoblasto. Esse disco embrionário dá origem às camadas
germinativas que formam todos os tecidos e órgãos do embrião.
Na fase embrionária, estão presentes os primórdios de todas as principais
estruturas que formarão os órgãos. Ocorre a mudança dos discos
bilaminares para os discos embrionários trilaminares, chamados de
ectoderma, mesoderma e endoderma. Essas camadas germinativas darão
início à morfogênese.

O disco embrionário ectoderma dará origem às estruturas da epiderme, do


sistema nervoso central e periférico. O endoderma formará o revestimento
das vias respiratórias, do sistema gastrointestinal e das glândulas. O
mesoderma proverá tecidos conjuntivos, capas dos músculos lisos, vasos,
sistema cardiovascular, medula óssea, células sanguíneas, esqueleto,
músculos estriados, órgãos reprodutivos e de excreção.
DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO HUMANO
Na fase de desenvolvimento do embrião no disco ectoderme, por volta da
sexta semana, surge a crista mamária, formando espessamentos maciços
na epiderme, chamados de brotos mamários, que darão origem às
glândulas mamárias. Os brotos mamários passam da fase de
desenvolvimento primário para uma segunda fase, na qual se desenvolvem
os ductos lactíferos, estimulados por hormônios que chegam através da
circulação.

Estas estruturas vão se formar juntamente com os tecidos conjuntivos e


adiposos nos discos embrionários ectoderma e mesoderma. Ao nascer, a
epiderme da glândula mamária se apresenta deprimida e chamamos esta
depressão de fosseta mamária. Nos recém-natos, tanto as glândulas,
quanto as papilas são pouco desenvolvidas, o que ocorre por meio de
ações hormonais.
ANATOMIA DAS MAMAS

As mamas são consideradas anexos da pele, com seus parênquimas


formados de glândulas cutâneas modificadas. Possuem relação
funcional com o órgão reprodutor e seus hormônios, sendo mais
desenvolvidas nas mulheres e menos nos homens.
A morfologia externa das mamas se apresenta geralmente de forma
cônica, mas pode variar, dependendo da quantidade de tecido
adiposo, seu estado funcional no período da gestação ou lactação e
sua idade.
A conformidade das mamas pode variar de acordo com a idade e os
períodos de modificação. Na puberdade, inicia-se o desenvolvimento,
podendo também ocorrer enrijecimento e aumento discreto de seu
volume e, muitas vezes, dor no período pré-menstrual.

Durante a gravidez, as mamas triplicam seu volume em razão da ação de


hormônios. Nos casos de sucessivas gestações ou idade, as mamas podem
ficar mais pendulares, devido à perda da elasticidade das estruturas de
sustentação do estoma.

As mamas situam-se mais ventralmente aos músculos peitoral maior,


serrátil anterior e oblíquos externos. Localizam-se entre as camadas
superficiais e profundas da tela subcutânea, sendo constituídas
por parênquima, estroma e pele.
PARENQUIMA

Os parênquimas são constituídos de glândulas mamárias, também


chamadas de tecido glandular. É composta por 15 (quinze) a 20
(vinte) lóbulos piramidais, onde a sua base está voltada à parte
profunda da mama, ou seja, mais proximal aos músculos da caixa
torácica, e seu ápice é direcionado para superfície. O conjunto de
lobos é chamado de corpo da mama, tem consistência mais firme
que as estruturas vizinhas e o ligamento de Cooper, também
chamado de ligamento suspensório, é feito de tecido fibroso e
sustenta o parênquima mamário.
ESTROMA

O estroma é um tecido conjuntivo vascularizado, responsável


pela nutrição e sustentação dos tecidos e glândulas
mamárias, envolvendo cada um dos lobos e o corpo
mamário. Como a mama possui tecido adiposo
predominantemente, a sustentação é feita pelas inúmeras
trabéculas de tecido conjuntivo denso. A conformidade
mamária e o seu tamanho estão diretamente relacionados
com o volume de tecido adiposo do estroma.
Na região da pele, pode-se notar, por transparência, veias
superficiais que, no período de gestação e amamentação,
ficam mais evidentes. Mais ventralmente, encontra-se a
papila mamária, uma estrutura saliente cilíndrica ou côncava
com superfície irregular. Nela, desembocam de 15 (quinze) a
20 (vinte) ductos lactíferos. A papila é composta
principalmente de fibras lisas, pode tornar-se rija e ser muito
inervada.
Ao redor da papila, é observada uma área de maior
pigmentação; no período de gravidez e lactação, fica mais
expressiva. Esta região é chamada de aréola mamária e
possui tubérculos, onde se encontra grande quantidade de
glândulas sudoríparas e sebáceas.
A mama sendo vista de forma superficial apresenta o mamilo, a
aréola, a prega inframamária e o prolongamento axilar. A prega
inframamária é o ponto de junção da porção inferior com a parede
anterior, e o prolongamento axilar é uma faixa de tecido que recobre
o músculo peitoral, lateralmente. A mama possui diâmetro
mediolateral (largura) maior que seu diâmetro crâniocaudal na
maioria das mulheres e, de modo geral, pode ser dimensionada
conforme os espaços costais, como observado na figura abaixo.
A mama é composta por vários tecidos que necessitam de um
sistema circulatório capaz de levar o material nutritivo e o oxigênio
às células e drenar o líquido intersticial. Pode-se dividir o sistema
circulatório em:

SISTEMA SANGUÍNEO SISTEMA LINFÁTICO

Composto pelos vasos Composto pelos vasos condutores


condutores do sangue de linfa (capilares, vasos linfáticos e
(artérias, veias e capilares) tronco linfático) e pelos linfoides,
onde teremos os linfonodos
A origem da vascularização O sangue para vascularizar a
arterial da mama começa na mama irá seguir a artéria
região do arco aórtico, no qual torácica interna, que é mais
teremos a inserção da artéria medial, dividir-se em direção
subclávia direita e esquerda. aos ramos perfurante da
Na altura da primeira costela, artéria torácica interna e, em
ela vai passar a ser chamada de seguida, aos ramos mamários
artéria axilar. médios.

Um outro caminho para vascularizar a mama é na saída da artéria


axilar mais lateral. Nessa região, há a inserção da artéria torácica
lateral, que vai se ramificar em ramos mamários laterais e os ramos
perfurantes da segunda, terceira e quarta artérias intercostais. Um
outro caminho para vascularizar a mama é na saída da artéria axilar
mais lateral. Nessa região, há a inserção da artéria torácica lateral,
que vai se ramificar em ramos mamários laterais e os ramos
perfurantes da segunda, terceira e quarta artérias intercostais.
O retorno venoso
segue a mesma
sequência, saindo
pelos capilares e
depois para as veias
intercostais médias
e laterais, passando
pelas veias torácicas
para a veia axilar,
veia subclávia e, em
seguida, a veia cava
superior, que
encaminha o sangue
para o coração,
realizando
hematose na
pequena circulação.
Para garantir a drenagem da linfa
(líquidos orgânicos originados do
sangue) da mama, essa região é
altamente vascularizada pelo sistema
linfático. Na região mais ventral,
encontramos os linfonodos dos lobos
mamários e areolares, chamados de
plexo linfático subareolar. O plexo é
responsável por 75% da drenagem da
linfa dos quadrantes laterais que irão
em sentido aos linfonodos peitorais e
depois para os linfonodos axilares.
Medialmente, há a drenagem pelos
linfonodos paraesternais e
mediastinais. Na região média da
mama, há os linfonodos interpeitorais
e, mais inferior circulando a base da
mama, os linfonodos frênicos.
O sistema nervoso tem a função de controlar e coordenar as funções
dos sistemas orgânicos e receber estímulos que ocorrem na
superfície do corpo, além disso, também responde por fenômenos
psíquicos altamente elaborados. O sistema é dividido em duas
partes: o sistema nervoso central e sistema nervoso periférico,
sendo uma divisão topográfica e funcional.

SISTEMA NERVOSO CENTRAL SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO

O sistema nervoso central é composto O sistema nervoso periférico é a via de


pelo encéfalo e pela medula espinhal, condução do estímulo que sai do
sendo responsável pela recepção de sistema nervoso central se ramificando
estímulos, de comando e para todo o corpo por meio de fibras e
desencadeadora de resposta. gânglios nervosos, conduzindo os
estímulos para o sistema nervoso
central ou para levar o estímulo para
todos os órgãos efetuarem as ordens
da porção central.
A inervação do sistema
nervoso periférico que
vai para mama sai da
porção cervical da
medula espinhal,
ramificando-se através
do plexo cervical e
plexo braquial, onde os
ramos cutâneos
anterior e lateral da
mama saem dos
segundo e sexto nervos
intercostais. A região
do mamilo origina-se
do quarto nervo
intercostal.
FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO

As mamas têm como principal função a produção de leite, existindo,


tanto no sexo masculino, quanto no feminino, com a diferença de
que:

X
O tecido glandular é composto pelas células produtoras de leite
(63%). Em sua maior parte, localiza-se a cerca de 3 centímetros
da base do mamilo. O tecido adiposo assenta-se abaixo da
pele, no interior da glândula mamária e atrás do tecido
glandular, à frente do músculo peitoral. Constituídos por
células secretoras envoltas por tecidos mioepitelial, os ácinos
ou alvéolos mamários estão sistematizados em sete a oito
lobos, que se fragmentam em lóbulos separados por septos
fibrosos, os quais se estendem à faixa mais profunda da pele.
Os ductos excretores têm sua terminação de forma
independente no mamilo, sendo envoltos por células
mioepiteliais. Esses ductos são sensíveis ao efeito da oxitocina
e, na ação desse hormônio no corpo, reagem com movimentos
peristálticos, que colaboram na ejeção do leite. O mamilo
possui fibras musculares involuntárias, cuja contração provoca
a sua ereção.
No período gestacional, a aréola
aumenta de tamanho e escurece,
porém, após o período de
lactação, clareia de volta para sua
cor anterior, embora continue
mais escura do que a tonalidade
original. Observa-se também nas
aréolas, pequenas papilas com
um ou dois milímetros de
diâmetro, formadas por glândulas
sebáceas e tecido mamário,
constituindo as glândulas de
Montgomery, que, no período da
gestação e lactação, hipertrofiam-
se, gerando secreções oleosas e
antissépticas que protegem a
aréola e o mamilo.
Os estrogênios produzidos pelo corpo da
genitora no período do parto podem
ocasionar no recém-nascido uma
hipertrofia da glândula mamária. Isso pode
ocorrer com meninos e meninas; em alguns
casos, observa-se a excreção de leite da
mama do bebê. Passado o efeito do
estrogênio no corpo do recém-nascido, a
mama ficará em repouso e, em alguns
casos raros, há uma variação do tamanho
normal da mama, o que não deve ser
confundido com puberdade precoce. Este
caso acontece com meninas abaixo de 2
anos de idade, podendo variar de tamanho
e ser uni ou bilateral, desaparecendo até os
cinco anos de idade.
Na fase da puberdade, os níveis
séricos de estrogênio aumentam
induzindo a reprodução celular que
desenvolvem túbulos-alveolares
nas extremidades dos ductos,
aumentando progressivamente o
tamanho das mamas, à medida
que, simultaneamente, os canais
galactóforos subdividem-se e se
alongam. Neste início da evolução
mamária, uma mama pode se
desenvolver antes da outra
causando uma diferença de
tamanho entre ambas. Isso ocorre
devido à variação de quantidade de
tecido adiposo.
Após o parto, ocorre uma queda
significativa do estrogênio e a
diminuição gradual dos progestagênios,
causando a interrupção do efeito
inibidor da lactação, que é um efeito
realizado pela placenta durante a
gestação. O fluxo de leite tem o início
de 30 a 40 horas após o parto, com seu
pico, por volta de 70 horas. Esta função
endócrina não depende da estimulação
mamária, ocorrendo pelos hormônios
liberados pelo corpo após o parto. A
prolactina, hormônio produzido pela
adenoipófise, atua junto dos receptores
mamários, provocando a fabricação do
leite. Presentes no leite estão os
lipídios, proteínas e hidratos de
carbono.
No intervalo das mamadas, o leite vai
preenchendo lentamente o lúmen dos
alvéolos, entretanto o leite
acondicionado não flui naturalmente,
necessitando da ação da oxitocina.
Produzida pela neuro-hipófise, a
oxitocina é incumbida pela ejeção do
leite. A estimulação do mamilo no ato
da mamada gera impulsos sensitivos
somáticos que são dirigidos ao
hipotálamo e induzem a acelerada
fabricação da oxitocina, contudo, o
escoamento e a diminuição da
pressão intra-alveolar colaboram para
que o reflexo neuroendócrino
provoque nova atividade secretora.
O nível de prolactina
aumentará sempre que o
bebê mamar. Por conta
disso, uma amamentação
frequente, mesmo breve,
estimula mais a produção
de leite do que mamadas
prolongadas. A mamada
noturna é muito relevante,
já que, tanto os níveis
basais, quanto os picos de
prolactina apresentam
valores mais elevados,
justificando a importância
para a manutenção da
amamentação.
No decorrer dos meses do
período de lactação, a
quantidade de leite produzida
será maior, mesmo que os níveis
basais e os picos de prolactina
estejam mais baixos. Isso ocorre
devido à produção de leite
depender mais de um controle
local, do que da prolactina. A
oxitocina funciona de maneira
diferente da prolactina, pois o
reflexo da oxitocina ou reflexo da
ejeção de leite pode ser
provocado de modo natural, sem
estímulo.
A dificuldade em amamentar pode ocorrer quando a mãe
está insegura ou com medo. Esses sentimentos podem
ocasionar a inibição da produção do leite por liberação da
adrenalina e inibição direta do reflexo de oxitocina. A
liberação de adrenalina é um oponente, pois este
mecanismo é típico dos mamíferos. Com a adrenalina da
fuga, na fêmea, há uma inibição do reflexo de ejeção do leite
para proteger a cria. No entanto, a prolactina não é
influenciada pelo efeito temporário da adrenalina e, logo
que volte à sua tranquilidade, o leite voltará a fluir
normalmente. Mulheres com medo e insegurança de não ter
leite suficiente podem inibir a oxitocina, dificultando a
lactação.
A oxitocina e a prolactina são conduzidas pelo sangue e chegam
simultaneamente às duas mamas, mas, em alguns casos,
existem mulheres que amamentam somente com uma mama,
enquanto a outra permanece inativa. Isso se deve ao
mecanismo de retroalimentação e de ação local e independente
de cada mama. Antigamente, acreditava-se que o controle local
associado à pressão do leite que ficava preso dentro da mama
comprimia os vasos sanguíneos, dificultando a passagem de
hormônios e nutrientes para a produção do leite. Atualmente,
sabemos que o fator inibidor local (FIL) é responsável pelo
controle autócrino da glândula mamária. Identificado no leite
humano e de outros mamíferos, o FIL é um peptídeo que,
durante a amamentação, extrai o inibidor, desencadeando a
produção de mais leite. Caso o bebê não mame ou mame
pouco, esse inibidor permanece e diminui ou freia a produção
de leite.
PARTICIPAÇÃO DOS HORMÔNIOS NO
DESENVOLVIMENTO MAMÁRIO E LACTAÇÃO
ANATOMIA RADIOLÓGICA DA MAMA

Atualmente, temos diversos métodos de imagem da mama,


sendo importante o conhecimento do potencial diagnóstico de
cada um deles e a linguagem aplicada para análise das estruturas
observadas.

Os principais exames para análise da mama são:

MAMOGRAFIA ULTRASSONOGRAFIA

RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
MAMOGRAFIA

A mamografia é um exame pré-estabelecido


como o principal método de rastreamento do
câncer de mama. No estudo anatômico das
imagens da mama pelo método de
mamografia, é importante que o examinador
observe as estruturas, tendo como base as
densidades ópticas de cada tecido presente,
para definir o que está dentro da normalidade
ou não. As incidências padrões usadas na
rotina dos serviços de mamografia são a
craniocaudal e a oblíqua mediolateral,
bilateralmente, ou seja, com quatro imagens.
O observador dessas incidências subdivide
topograficamente a mama, facilitando a
descrição das estruturas no laudo.
ULTRASSONOGRAFIA

A ultrassonografia é complementar à mamografia, devido à


sua capacidade de distinguir entre um cisto e uma lesão sólida,
mas, de modo geral, é recomendada como exame de
rastreabilidade em pacientes menores de 25 anos de idade.
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA

A técnica de ressonância magnética ainda não é aceita pela


comunidade médica como método de rastreamento do câncer
de mama, devido ao seu alto custo, e não por sua capacidade
diagnóstica. A técnica demonstrou de grande sensibilidade para
análise das estruturas, até mais que a ultrassonografia e a
mamografia. A ressonância da mama possui outra vantagem:
não proporciona desconforto para as pacientes, pois não
imprime pressão sobre a mama como nos exames de
mamografia.
SUBDIVISÃO DA MAMA

Para o estudo radiológico, existem dois métodos importantes


para subdividir anatomicamente a mama.

MÉTODO 1

O primeiro é o método de quadrantes, dividindo cada mama em


quatro partes iguais: quadrante superior lateral (QSL), quadrante
superior medial (QSM), quadrante inferior lateral (QIL) e
quadrante inferior medial (QIM).
SUBDIVISÃO DA MAMA

MÉTODO 2

O segundo método é chamado de sistema do mostrador de


relógio. Seu objetivo é semelhante ao do método dos
quadrantes, diferenciando-se apenas nas particularidades de
divisão: cada mama é subdividida como um relógio, tendo o
mamilo como o ponto central e a linha superior central
representada pelas 12 h, a inferior 6 h. Nas laterais, a linha
central horizontal vai seguir o seguinte critério: na mama direita,
a porção mais lateral é 9 h e a medial é 3 h; na mama esquerda,
a porção mais lateral é 3 h e a medial é 9 h.
SUBDIVISÃO DA MAMA

MÉTODO 1 MÉTODO 2
TECIDOS MAMÁRIOS
Na análise da mama, uma das maiores dificuldades está na
presença de vários tecidos, cujo contraste é muito baixo. Esses
tecidos são divididos em três tipos: glandular, fibroso e
conjuntivo, os quais se apresentam com densidades semelhantes
e mais claros. O tecido adiposo de menor densidade se
apresenta mais escuro na imagem radiográfica. No exame de
mamografia, as diferenças de densidades fornecem a base da
imagem e as mamas podem possuir características diferentes
conforme as características teciduais e suas variações. As mamas
podem ser divididas em três grupos, dependendo da quantidade
relativa de tecidos, sendo classificadas como:
MAMAS FIBROGRANDULARES MAMAS FIBROGORDUROSAS

MAMAS GORDUROSAS
MAMAS FIBROGRANDULARES

São mais densas, possuem


pequena quantidade relativa de
tecido gorduroso e são
encontradas em mulheres jovens
com até 30 anos, mulheres
grávidas e no período de lactação.
MAMAS FIBROGORDUROSAS

Ao longo da vida, a mulher modifica os


tecidos mamários, transformando os tecidos
fibroglandulares em fibrogordurosos na
mesma proporção. Isso diminui a densidade
da mama. Essa condição é encontrada em
mulheres na faixa etária de 30 a 50 anos.
MAMAS GORDUROSAS

Condição de alteração em que a maioria dos tecidos glandulares


mamários se atrofiam, sendo convertido em tecido adiposo. Isso
diminui relativamente a densidade da mama, sendo uma
característica de mulheres acima de 50 anos e na menopausa.
TECIDOS MAMARIOS
De modo geral, nas imagens radiográficas das mamas que não
apresentam patologias expressivas, observa-se uma grande área
de estrutura homogeneamente densa que representa os tecidos
glandulares, sendo interrompidas por áreas radiotransparentes
curvas ou arredondadas de gordura, com os ligamentos de
Cooper radiopacos, morfologicamente lineares e curvos, com os
sistemas de ductos não visualizados, exceto quando perto do
mamilo.
PONTOS DE REFERÊNCIA ANATÔMICA

Alguns pontos anatômicos são importantes para serem


destacados, como as chamadas cristas de Duret. Elas têm a
função de fixar os lobos mamários superficiais à camada da
fáscia, conectando os lobos anteriores à camada profunda
através do ligamento de Cooper.

No espaço da gordura retroglandular, temos a bolsa Chassaignac,


ou bolsa retromamária, situada entre a fáscia peitoral posterior e
a camada profunda da fáscia superficial anterior. Ela auxilia na
mobilidade da mama com a parede torácica, sendo rica em
tecido conjuntivo frouxo. Sua característica lucente deve ser
observada em todas as incidências.
FORMAÇÃO DAS IMAGENS EM
ULTRASSONOGRAFIA E A TERMINOLOGIA
UTILIZADA NO MÉTODO

O exame de ultrassonografia da mama necessita de maior


experiência por parte do observador, devido à aproximação
visual das estruturas e possível impedância acústica em regiões
que possuem maior ecogenicidade. Ao analisar um exame de
mama dentro da normalidade, observa-se as gorduras de forma
hipoecoica e os tecidos glandulares variavelmente hiperecoicos.
Os ductos serão demostrados de forma tubular hipoecoicas
regulares intercaladas. Já os ligamentos de Cooper aparecerão de
forma linear hiperecoicas.
FORMAÇÃO DAS IMAGENS EM
ULTRASSONOGRAFIA E A TERMINOLOGIA
UTILIZADA NO MÉTODO
Essa ecogenicidade pode causar artefato na imagem por sombra
acústica, assim como os mamilos, que também possuem a
mesma ecogenicidade, podendo também criar, em alguns casos,
uma pseudomassa. Veja na figura abaixo a representação da
anatomia da mama em um exame de ultrassonografia.
FORMAÇÃO DAS IMAGENS EM
ULTRASSONOGRAFIA E A TERMINOLOGIA
UTILIZADA NO MÉTODO
Na figura abaixo, mostra-se uma imagem do mamilo em um
exame de ultrassonografia.

Todo profissional que trabalha em


setores de imagem deve conhecer
as estruturas anatômicas da mama.
Isso é importante, porque os exames
de imagem possuem uma visão
diferente das estruturas, devido às
suas densidades e ecogenicidades
variadas.
DOENÇAS MAMÁRIAS

As doenças mamárias são divididas em benignas e malignas,


sendo o exame de mamografia e outras técnicas de imagem
ferramentas essenciais de apoio diagnóstico. Vamos conhecer a
classificação das principais doenças e como são divididas em
patologias malignas e patologias benignas?
DOENÇAS MAMÁRIAS

ALTERAÇÕES FUNCIONAIS DA MAMA

As alterações funcionais da mama estão associadas às ações dos


hormônios, especialmente, do estrogênio, da progesterona e da
prolactina, os quais têm ação direta no epitélio, causando
proliferações ou involução por toda a vida no estroma da mama.
No período menstrual, é normal as mulheres queixarem-se de
dor e sensibilidade na mama. Esse é um fator não patológico,
mas uma resposta da flutuação dos hormônios, não classificado
como doença real.
DOENÇAS MAMÁRIAS

CISTO

Os cistos são formações anormais não cancerígenas, com


conteúdo interno preenchido de líquido, ou substância
semissólida, que pode causar dor e ser palpável. Esses cistos são
achados mamográficos e ultrassonográficos comuns, podendo
ser classificados conforme o seu tipo:
CISTO MAMÁRIO SIMPLES

CISTO MAMÁRIO COMPLICADO

CISTO MAMÁRIO COMPLEXO


DOENÇAS MAMÁRIAS
CISTO MAMÁRIO SIMPLES
Em ultrassom, apresenta-se como uma lesão anecoica (escura),
bem definida com as paredes imperceptíveis, formando um
artefato em reforço acústico posterior devido à sua
ecogenicidade.

CISTO MAMÁRIO COMPLICADO


No exame de ultrassom, é observado ecos em seu interior e
estruturas anecoicas, formando uma imagem heterogênea.

CISTO MAMÁRIO COMPLEXO


Possui característica de massa sólida intracística e paredes
aparentemente espessas.
DOENÇAS MAMÁRIAS
ALTERAÇÕES FIBROCÍSTICAS

Não podem ser classificadas como doença, e sim como um


distúrbio comum que provoca dor, tendo como característica
uma mistura de cisto e nódulo benigno, simultaneamente.
Muitas vezes, possuem tamanho variável e aspecto endurecido
nas áreas de adensamento.

DOENÇAS INFLAMATÓRIAS E INFECCIOSAS

As doenças inflamatórias e infecciosas são duas:

MASTITE ABCESSOS
DOENÇAS MAMÁRIAS

MASTITE

É uma inflamação aguda das glândulas mamárias, podendo


ocorrer no período após o parto e fases da amamentação. Essa
inflamação pode evoluir para um quadro infeccioso grave. As
características clínicas se dão pela hiperemia (vermelhidão) nas
mamas, inchaço, sensibilidade e um aquecimento fora da
normalidade. Diante dessas condições, é indicada a
ultrassonografia, e sua imagem pode revelar um espessamento
da pele com áreas de ecogenicidade do parênquima, aumento da
vascularização do Doppler colorido e linfoadenomegalia axilar
(aumento dos linfonodos na região axilar).
DOENÇAS MAMÁRIAS

ABSCESSO

É uma massa inflamatória causada predominantemente


por Staphylococcus, Staphylococcus epidermidis e Proteus
mirabilis, que forma um material denso e purulento, podendo
ser causado por uma mastite ou não. Neste caso, a
ultrassonografia é o exame mais indicado. Tem como
característica o aspecto hipoecoico multiloculado, sem
vascularização colateral, borda vascular ecogênica e
aprimoramento acústico devido ao conteúdo de fluido.
DOENÇAS MAMÁRIAS

ALTERAÇÕES NEOPLÁSICAS

As alterações neoplásicas são condições de proliferação das


células de forma desordenada pela perda da diferenciação de
receptores celulares que controlam o estímulo de crescimento e
conseguem evitar a apoptose. Essas células possuem
características genéticas iguais às encontradas na mama sadia.
São exemplos de neoplasias benignas da mama:
DOENÇAS MAMÁRIAS

ALTERAÇÕES NEOPLÁSICAS

As alterações neoplásicas são condições de proliferação das


células de forma desordenada pela perda da diferenciação de
receptores celulares que controlam o estímulo de crescimento e
conseguem evitar a apoptose. Essas células possuem
características genéticas iguais às encontradas na mama sadia.
São exemplos de neoplasias benignas da mama:
FIBROADENOMA

FIBROADENOLIPOMA

ADENOSE
DOENÇAS MAMÁRIAS

FIBROADENOMA

É classificado como tumor benigno (não cancerígeno), devido à


proliferação de elementos estromais e glandulares. O
fibroadenoma tem característica de um nódulo firme, com
formas bem definidas e móvel. Esse é um tumor muito comum
em mulheres mais jovens.
DOENÇAS MAMÁRIAS

FIBROADENOLIPOMA

É caracterizado pela proliferação benigna com conteúdo


glandular fibroso e adiposo. Esse tipo de tumor é encapsulado
por fina camada conectiva e tem consistência macia.
DOENÇAS MAMÁRIAS

ADENOSE

É uma patologia benigna proliferativa, com o aumento de volume


dos lóbulos mamários causado pelo aumento desordenado do
número de ácinos.
DOENÇAS MAMÁRIAS

DOENÇAS MALIGNAS DA MAMA

Nos casos das doenças malignas das mamas, são observadas


proliferações celulares em que o processo genético é errôneo,
com formação de aglomerado de células atípicas. As
identificações radiológicas de malignidade podem ser separadas
em sinais primários e secundários.
DOENÇAS MAMÁRIAS

SINAIS RADIOLÓGICOS PRIMÁRIOS DE CÂNCER DE MAMA:

NÓDULOS

MICROCALCIFICAÇÕES
DOENÇAS MAMÁRIAS

NÓDULOS

Nas imagens radiológicas, 39% dos achados de nódulos não


palpáveis representam câncer de mama. A suspeita de
malignidade pode ser confirmada de acordo com as
características morfológicas apresentadas, que podem ser
referentes ao seu tamanho e contorno (forma irregular ou
espiculada). Os limites dos nódulos também podem indicar
malignidade se ele estiver mal definido; sua densidade elevada
pode ser um indicativo.
DOENÇAS MAMÁRIAS

MICROCALCIFICAÇÕES

É comum o aparecimento de microcalcificações nas mamas em


mulheres de idade mais elevada. Essa é uma condição natural,
mas todo aparecimento de microcalcificação deve ser
investigado de maneira mais efetiva, pois, em 42% dos casos de
câncer em lesões palpáveis, encontram-se calcificações. Por
conta disso, são analisados radiologicamente conforme seu
tamanho, número, forma, densidade e distribuição.
DOENÇAS MAMÁRIAS

A análise do tamanho indica que as microcalcificações, de modo geral,


possuem tamanho igual ou menor que 0,5 mm, sugerindo malignidade
nas menores partículas e benignidade nas maiores. Em relação ao
número de microcalcificações, é quantificado por volume cúbico, ou
seja, quanto maior for a porção, maior será a probabilidade de
malignidade.

As formas das microcalcificações podem indicar a suspeita de


malignidade, podendo possuir morfologia puntiformes, lineares e
ramificadas. Um recurso utilizado é a classificação da morfologia de
Michèle Le Gal, que analisa os critérios morfológicos para definir sua
malignidade.
DOENÇAS MAMÁRIAS

No caso das densidades, as microcalcificações apresentam-se densas e


com variações entre elas: quanto mais densa, maior a probabilidade de
malignidade. Nos casos em que a suspeita de malignidade é maior, a
distribuição das microcalcificações pode ser um indicativo, pois, em
geral, apresentam-se unilaterais e agrupadas em um pequeno setor
mamário ou nos trajetos ductais.
DOENÇAS MAMÁRIAS

Tipo Microcalcificações % de malignidade


– morfologia
Tipo I Anulares, redondas, Todas são benignas
discoides, com centro
lucente
Tipo II Redondas, isodensas, 22% são malignas
uniformes
Tipo III Puntiformes, tipo 40% são malignas
“poeira”, difícil
identificação
Tipo IV Irregulares, poliédricas, 66% são malignas
tipo “grão de sal”
Tipo V Vermiculares, ramificadas, Todas são malignas
em forma de letras
Na imagem, vemos
uma mamografia
na projeção
mediolateral
oblíqua,
apresentando um
volume de tecido
mamário entre os
lados e calcificação
unilateral.
Calcificação
mamária.
Veja agora a
hiperdensidade
em área
concentrada com
morfologia
irregular,
sugestiva a câncer
de mama.
Mamografia
sugestiva a câncer
de mama.
A ilustração
apresenta as
diferenças entre
estruturas
patológicas na
mama.
Doença da mama
- cisto, abscesso e
tumor.
DENSIDADE ASSIMÉTRICA E
NEODENSIDADE

Ambas patologias possuem aspectos densos, isolados e


unilaterais. As densidades assimétricas são lesões não palpáveis
e, quando aparentes, existe 3% de malignidade, enquanto as
densidades neoplásicas têm uma proporção de 6%. O
recomendável é avaliar o histórico de imagens e sua possível
evolução nas mamografias seguintes para um acompanhamento
do desenvolvimento das lesões.
SINAIS RADIOLÓGICOS SECUNDÁRIOS DE
CÂNCER DE MAMA

Os sinais secundários de câncer de mama podem ser avaliados


devido à sua ação efetiva no parênquima e nos tecidos
adjacentes em forma tumor, sendo divididos em:

DISTORÇÃO DA ARQUITETURA

DILATAÇÃO DUCTAL ISOLADA


SINAIS RADIOLÓGICOS SECUNDÁRIOS DE
CÂNCER DE MAMA

DISTORÇÃO DA ARQUITETURA

Nos exames de mamografia, são observadas uma desordem


expansiva de uma pequena área de tecido mamário, com
aparência espiculada, sendo uma lesão não palpável que
corresponde a cerca de 9% de neoplasia maligna.
SINAIS RADIOLÓGICOS SECUNDÁRIOS DE
CÂNCER DE MAMA

DILATAÇÃO DUCTAL ISOLADA

Representado por dilatação de um único ducto mamário de


característica de tecido fibrótico e inflamação periductal, sendo
por sua maioria uma condição benigna, mas de relevante
anotação devido a 1% dessa alteração apresentar malignidade.
Essa lesão não é palpável e a suspeita aumenta quando,
clinicamente, observa-se descarga tipo “água de rocha” e
sanguinolenta.
CURSO DE MAMOGRAFIA BÁSICO E
TR. MERY MOREIRA CRTR 03963T
AVANÇADO

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CURSO DE MAMOGRAFIA BÁSICO E
TR. MERY MOREIRA CRTR 03963T
AVANÇADO

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URSO DE MAMOGRAFIA BÁSICO E AVANÇADO
TR. MERY MOREIRA CRTR 03963T

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URSO DE MAMOGRAFIA BÁSICO E AVANÇADO
TR. MERY MOREIRA CRTR 03963T

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