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O projeto de interiores em unidades para tratamento oncológico Dezembro/2017

O projeto de interiores em unidades para tratamento oncológico


Mariana Cardoso Cartibani dos Santos - cartibaniarquitetura@gmail.com
Design de Interiores e Produção do Espaço
Instituto de Pós-Graduação - IPOG
Salvador, BA, 15/03/2017

Resumo
As taxas de incidência do câncer na população têm sofrido previsível avanço nas
últimas décadas, seja pelo fenômeno do aumento da longevidade da população ou estilo
de vida. Apesar dessa previsão, já esperada por órgãos de saúde pública, grande parte
dos espaços de saúde não foram desenvolvidos para lidar com o desafio de ser um
espaço de cura e, ao mesmo tempo, ser um ambiente agradável, confortável, com um
impacto positivo para o paciente. Ainda no campo teórico, são poucos as referências
que abordam o papel do projeto de interiores em unidades de saúde, muito se fala em
decoração, mas pouco em projetos de interiores equacionados com aspectos do
conforto ambiental e voltados para melhoria de atendimento e experiência. Quando se
trata de unidades oncológicas, a bibliografia é ainda mais escassa.
Diante da lacuna de bibliografia que trate desses ambientes através do viés
apresentado e de propostas projetuais que demonstrem como é possível criar esses
ambientes, O objeto desta pesquisa é abordar os aspectos que justificam o projeto de
interiores como item essencial a ser considerado na concepção de clínicas oncológicas
e como equacionar todas as exigências técnicas e ainda criar um ambiente não
excessivamente higienista do ponto de vista estético.
Foram abordadas as legislações para espaços físicos de saúde, sobre conforto
higrotérmico, visual, acústico e outras normativas, além de bibliografia especializada
em ambientes de saúde e em procedimentos médicos. Fêz-se necessário a análise desse
material para desenvolvimento de simulação de um dos setores mais icônicos no
tratamento oncológico, a sala para aplicação de quimioterápicos.
Concluiu-se que, apesar de pouca bibliografia relacionando a influência do projeto de
interiores com o ambiente oncológico, a legislação e a bibliografia estudada dão as
ferramentas e condições necessárias para criar ambientes que impactem positivamente
pacientes, acompanhantes e equipes de saúde, como demonstrado na simulação.
Palavras-chave: Arquitetura de saúde. Humanização. Projeto hospitalar. Oncologia

1. Introdução
O aumento da longevidade junto com o estilo de vida predominante no ocidente tem
aumentado a incidência de câncer, com previsão de alcance em 2030 de 20 milhões de
novos casos diagnosticados por ano (World Cancer Report 2014). Apenas no biênio
2016-2017estima-se que serão 600.000 novos casos no Brasil.
Sucessivas internações, com períodos prolongados de tratamento fazem parte da rotina
dos pacientes e acompanhantes, que precisam adotar esses espaços como uma extensão
de sua própria moradia e comunidade, portantoa preocupação com a qualidade dos
espaços oferecidos se revela de grande importância, pois influencia diretamente o
convívio dentro da população usuária, na relação com os profissionais de saúde e causa

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 8, Edição nº 14 Vol. 01 dezembro/2017
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impacto sobre o tratamento e seus processos. O prolongado tratamento pode causar


transtornos psicológicos, por inserir o paciente em um ambiente com regras diferentes
as do seu convívio, sem o controle sobre os procedimentos que ocorrem em seu corpo,
atribuído agora aos profissionais de saúde, e em um estado em que se encontra
fragilizado. Essa dramática mudança pode interferir negativamente até na resposta ao
tratamento através da ansiedade, dor e desconforto. É necessário que se trate desses
centros como possibilidades de acolher os pacientes e integrem suas famílias.
Em geral os centros oncológicos são espaços excessivamente técnicos e funcionais,
despretensiosos do seu papel psicológico no processo de tratamento.
A despeito da grande diversidade de estudos abordando a influência do invólucro da
edificação hospitalar e suas áreas comuns, segundo Wang et al (2011)é deficiente o
número de pesquisas sobre a concepção do projeto de interiores no espaço interno com
o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos pacientes em instituições oncológicas,
onde ocorre a maior parte do tratamento. Nesse aspecto se baseia este artigo, para
fomentar a demanda por pesquisa e adoção de uma nova maneira de abordar esses
espaços e sua influência.

2. Humanização hospitalar
A arquitetura dos espaços internos é interesse recente na arquitetura de saúde, até o
século XVII a concepção das áreas internas em um ambiente hospitalar era reduzida a
noção de hospedaria para doentes, viajantes e pobres, com nenhuma compreensão da
influência do espaço físico sobre seus usuários. Com a evolução científica, e com o
advento da revolução industrial, deu-se uma nova percepção sobre esses espaços, pois
as doenças e seus agentes causadores passaram a ser melhor compreendidos juntamente
com a influência do ambiente construído, então o ambiente hospitalar passa a ser de
espaço de cura em detrimento da noção anterior de espaço de hospedaria. Essa
tendência se intensifica a partir do século 19, quando se entende que o cuidado com o
espaço físico é essencial para a cura ou ao menos para não agravamento do quadro dos
pacientes.
Segundo Lukiantchuki e Souza (2010), a partir de meados do século 20, o interesse pela
saúde e doença é visto sob um novo viés com as críticas da sociologia e da antropologia
sobre à abordagem estritamente biológica desses conceitos, essas críticas permitiram
que o foco da discussão sobre os espaços hospitalares fosse renovado, mudança que
evidenciou a necessidade de humanizar os espaços dentro da unidade de saúde.
A Política Nacional de Humanização (PNH) defende como uma das diretrizes para a
humanização a criação de“espaços saudáveis, acolhedores e confortáveis, que respeitem a
privacidade, propiciem mudanças no processo de trabalho e sejam lugares de encontro entre as
pessoas.”
A humanização do ambiente de saúde, em especial os centros oncológicos, compreende
muito mais que mero tratamento estético, contempla um conjunto de aspectos
responsáveis – funcionalidade, atendimento e conforto ambiental.

A concepção da solução projetual, além de atender as demandas de


tecnologia em saúde, às características geográficas regionais, `a flexibilização
dos espaços determinada pelas variáveis epidemiológicas, deve contemplar,
com fundamental relevância, a satisfação do usuário por meio do conforto

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ambiental em seus diversos aspectos: acústicos, lumínicos, olfativos e


ergonômico.(BITENCOURT, 2014:74)

Segundo Jencks, Arquitetura deve envolver mais que a visão e ainda, deve incorporar
outros sentidos em movimento, particularmente o corpo" (JENCKS apudJANELA: 35).
Nesse contexto é muito pertinente que se trate do projeto de interiores em unidades de
saúde através de uma visão mais complexa, como parte de um ambiente de cura.

3. Healing environment
"Não basta minimizar a presença dos fatores de stress, mas também possibilitar as
condições físicas, ambientais e sociais capazes de favorecer o bem estar do usuário"
(NORD, 2012:21)
Segundo Guelli (2014), o espaço está dentro do contexto de atenção à saúde através da
influência no comportamento dos usuários e participando do processo de cura. Esta
abordagem é a base para alguns conceitos humanistas que abordam o espaço físico
dentro do processo de cura, participando da própria realização dos esforços para adoção
de um modelo terapêutico humanístico que abrange a influência do espaço físico na
recuperação do paciente, inclusive quanto a percepção dos usuários.
Dentre esses modelos se destaca o Ambiente Terapêutico ou Healing Enviromentque
explora 4 aspectos:

Como se caracteriza Objetivo Algumas diretrizes


Resultante da união do Melhor atendimento
Suporte Humanização no
elemento humano (equipe por parte da equipe de
psicológico atendimento
de saúde) e espaço físico saúde e ambientes
Acolher não somente Criação de lounges,
Interação entre paciente, o paciente, o espaço dimensionamentos
Suporte social
família e amigos deve permitir e que preveem mais
estimular a interação de 1 visitante
Aquecedores
radiantes em cima
Restituição da sensação de
Oferecer soluções que de estação para
controle sobre algumas
possam ser escolhidas paciente, cadeiras
Senso de controle variáveis como
pelo paciente, para infusão com
iluminação, temperatura,
gerando conforto assento aquecido,
privacidade
persianas
automatizadas
Gerar sensação de
Oferecer ao paciente Artes, equipamentos
bem-estar, podendo
Distração positiva diferentes possibilidades eletrônicos,
trazer benefícios ao
de distração e/ou interação vegetação, cores
tratamento

Pela complexidade do elemento estabelecimento de saúde, em diversos fatores como


eficiência de processos, custos de implantação e manutenção, constante alteração na

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configuração de espaços internos os debates mais atuais sobre a qualidade dos


ambientes de saúde exigem uma abordagem mais científica, baseada em dados e
análises, englobando o conceito de Healing Enviroment e buscando mensurar, entre
outros aspectos, a influência do projeto de interiores em pacientes, acompanhantes e
equipe médica.
Segundo Nelson et al (2005), o "design por evidência incorpora dados advindos de
projetos reais e pesquisa em metas de design",que afetam diretamente o projeto de
interiores, pois interferem em arranjo espacial, materiais a serem utilizados, iluminação
e outras variáveis. Além disso, o EBD¹ também tem o papel de justificar escolhas do
projeto através de pesquisas e análise de resultados, como custos iniciais mais elevados,
mas que podem aumentar produtividade, reduzir o risco de infecções e etc.
De acordo com Rowlands (2008), a adoção do EBD¹ é justificada pois dentro da
população de que necessita de tratamento oncológico e cuidados paliativos, a
otimização da qualidade de vida é essencial eo impacto do ambiente nos domínios
psicológico, social e espiritual dos pacientes deve ser considerado.Baseado no conceito
que a ambiência do espaço afeta a percepção do tratamento para os pacientes,
especialmente por influenciar sensações maléficas como ansiedade, perda de controle
ou benéficas ao tratamento como relaxamento e bem-estar, Robert Ader criou o termo
Psiconeuroimunologia (PNI), para sereferir às as emoções que cercam a existência de
doenças físicas e que podem se associar às disfunções imunológicas, especialmente com
doenças associadas a estados de baixa imunidade como câncer. “Este campo emergente
é promissor na descoberta de como as emoções podem influenciar o início e o progresso
de doenças como o câncer” (MALKIN 1991:17).
São diversas as abordagens da influência do ambiente em unidades de saúde, se
estendendo ainda para o processo de tratamento e resposta do organismo do paciente
aos procedimentos, portanto é insurgente que arquitetos e designers de interiores
responsáveis pela ambiência desses espaços respondam a essas demandas com projetos
cada vez mais centrados no paciente e na melhoria do seu estado físico e psicológico.

4. O projeto de interiores
Com a evolução do conceito de ambiência em espaços internos, e em vista ao estado
fragilizado dos pacientes de um centro oncológico, o projeto de interiores deve
responder ao anseio de criar ambientes centradosno paciente, segundo Cardoso (2014):

“A ambientação de espaços existentes pré definidos, em processos de


revitalização, deverão ter como foco principal da criatividade profissional a
correta projetação desses ambientes para abrigar humanos que vêm em busca
da recuperação de saúde”

A base para o projeto de interiores se inicia antes mesmo da definição de delimitação


dos ambientes dentro do projeto arquitetônico, questionamentos como:
- O espaço de quimioterapia pode incluir elementos flexíveis que permitam alterar os
níveis de privacidade sem prejuízo para a assistência de saúde?
- Ondeposicionar e como conceber espaços de convívio de modo que pacientes e
familiares se sintam acolhidos?
- O lavatório de cada quarto ficará logo na entradaou ao lado do paciente?

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Estes são alguns dos variados questionamentos pertinentes que afloram durante a
concepção do objeto centro oncológico e que influenciam diretamente o projeto de
interiores, visto que criam diferentes composições de áreas, acessos, circulação, luz,
dentre outros aspectos, a serem considerados durante o projeto de interiores.
A RDC 50/2002, define o programa mínimo necessário para atendimento em clínicas
oncológicas, mas também aborda tipos de materiais a serem utilizados, conforto
acústico, luminoso e higrotérmico, conceitos que também devem ser abordados pelo
projeto de interiores.
“A qualidade espacial do ambiente também não pode ser esquecida,
espacialmente se acreditarmos que a própria arquitetura do EAS poderá vir a
constituir um fator importante para o processo de cura. Assim, detalhes como
as cores dos ambientes, os materiais de acabamento, o mobiliário, a
iluminação natural e artificial não podem ser descuidados” (TOLEDO 2002)

5. Iluminação
Luz é a radiação eletromagnética emitida por fonte natural ou artificial responsável por
produzir sensação visual e capaz de afetar a vida e saúde das pessoas, com influência
que incidena execução de tarefas, bem-estar físico, psicológico e ainda em processos de
funcionamento do organismo humano, por meio do ciclo circadiano.
O projeto luminotécnico e a influência da luz na ambiência do ambiente hospitalar,
tanto para pacientes como para colaboradores, cuja importância vem sendo pesquisada
há poucas décadas e quedeve atender a uma série de demandas distintas,têm sido tratado
por alguns arquitetos e designers, a partir das novas abordagens da iluminação para
estes locais (FONSECA, 2000 apud HOREVICZ e DE CUNTO, 2007).
Pelo tipo de atividade desempenhado em projetos de ambientes de saúde e estado
fragilizado em que se encontram seus pacientes, o cuidado com a escolha dos elementos
de iluminação é imprescindível.

Há dois parâmetros a serem considerados: a quantidade e a qualidade da


iluminação. Quanto à quantidade, deve-se lembrar que a percepção individual
varia segundo os locais e a atividade, se contínua ou intermitente. Já a
qualidade depende do índice de expressões e temperatura da cor. Por
exemplo, a luz branca natural, cujo espectro é contínuo e completo, tem um
índice de expressão de cores igual a 100. (MARTINS, 2004)

Considerando a importância da atividade a ser executada, a NBR 5413/1992 define os


níveis de iluminância – fluxo luminoso que incide sobre o plano de trabalho –
necessários a cada ambiente do edifício de saúde, diante do essencial cuidado para o
atendimento a esses níveis, Miquelin (1992 apud Kasper et al, 2009) considera
importante analisar os seguintes aspectos acerca da iluminação hospitalar:
• Prever níveis de iluminação conforme as exigências de conforto do usuário;
• Adotar sistemas de iluminação diretos, indiretos ou mistos, considerando as
características e necessidades de cada atividade;
• Prever tipos de fonte de luz, levando em conta suas diferentes funções;
• Proporcionar eficiência luminosa e reprodução da cor adequada, considerando o uso
de cada ambiente (atividades e usuários).

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Ainda que atendida, a norma se restringe a especificar valores de iluminância, sem


abordar aspectos essenciais como temperatura e índice de reprodução de cor, ou ao
menos, mesmo que se refira a ambientes internos, fazer relação ao ciclo de luz natural.
Mesmo com o atendimento a norma, a falta desses parâmetros pode criar ambientes que
apesar de nível de iluminância adequado não possibilitam ou dificultam as atividades a
serem realizadas. Um exemplo dessa possibilidade é a especificação de lâmpadas com
índice de reprodução de cor (IRC) menor que 85% em ambientes onde são realizados
tarefas visuais muito específicas como procedimentos cirúrgicos ou verificação da cor
de pele de pacientes, situação que pode provocar erros e falhas que custam vidas.
Cardoso (2014) aborda o projeto luminotécnico como uma extensão e reprodução do
ciclo de luz natural, portanto desenvolveu a luminária LumenCyclos, que funciona com
3 circuitos para reproduzir o ciclo natural da luz: Durante a manhã e boa parte da tarde,
a luz emitida é através de lâmpadas fluorescentes tubulares, com IRC acima de 90% e
temperatura de cor de 6500K. Ao entardecer a luz ativa é a de lâmpadas fluorescentes
tubulares com IRC acima de 90% e temperatura de cor de 3000K. Durante a noite os
circuitos anteriores são desativados e a iluminação passa a vir d e lâmpadas LED, com
emissão pura em 590nm.
A combinação de iluminação natural e artificial é benéfica em quase todos os ambientes
hospitalares, desde que não cause ofuscamento, pois dessa relação do humano com a luz
surge a regulação do ciclo circadiano, intimamente relacionado ao funcionamento do
organismo.
Não necessariamente para haver a percepção da iluminação é necessário que exista o
sentido da visão, a proteína (melanopisina) que é produzida no corpo devido ao ciclo
circadiano, mesmo quando a pessoa não tem o sentido da visão. A luz é essencial para
ajudar na imunização dos pacientes, pois a longa permanência no leito desestrutura o
ciclo circadiano, o metabolismo e a energia vital.

6. Cor
A existência da cor está relacionada a própria decodificação da luz, e em seu conceito
mais puro se traduz pela reflexão de comprimentos de onda, não absorvidos por
determinado material ou substância, interpretados por cones e bastonetes localizados na
retina.Contudo, o processo que permite essa existência e sua percepção como elemento
são visões muito diferentes acerca do mesmo objeto. A percepção da cor é influenciada
tanto por fatores externos como incidência de iluminação quanto por processos internos
de cada indivíduo, e pode ainda fazer parte da representação de valor cultural um
período.
A cor é considerada um estimulante psíquico de grande potÊncia que pode
afetar o humor, a sensibilidade e produzir impressões, emoções e reflexos
sensoriais muito importantes, podendo perturbar o estado de consciência,
impulsionar um desejo, criar uma sensação de ambiente, ativar a imaginação
ou produzir um sentimento de simpatia ou repulsa, atuando como uma
energia estimulante ou tranquilizante.
Seu efeito pode ser quente ou frio, aproximativo ou retrocessivo, de tensão ou
de repouso. (COSTI, 2002:115 apud FROTA 2005)

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As cores também influenciam o psicológico, emocional e comportamento humano, com


diversos estudos alertando sobre seus efeitos em processos do organismo e estímulos
sensoriais. Apesar disso, Platão (apud Bernardo 2009) defende que “a cor reside no
espírito que a percebe, visto que a sua percepção pode ser diferente de indivíduo para
indivíduo”.
Sorcar (1997 apud Peccin 2002) afirma que cores com comprimento de onda mais longo
como os vermelhos, amarelos e laranjas (em menor intensidade), tendem a acelerar os
batimentos cardíacos e aumentar a pressão sanguínea, mas também podem provocar
sensação de calor, estímulo, aquecimento e conforto. Ainda que esses efeitos sejam
relacionados a comprimentos de ondas curtas, Elliot et al (2006) aborda que a
tonalidade, saturação e brilho da cor, responsáveis por criar os diferentes tipos de
vermelho, laranja e amarelo, podem causar sensações e percepções diversas entre si: um
tipo de vermelho pode transmitir a sensação e percepção de perigo, enquanto outro ser
associado a atração.
Segundo Farina (2006:86 apud Pinheiro 2016) “As cores quentes parecem nos dar uma
sensação de proximidade, calor, densidade, opacidade, secura, além de serem
estimulantes. Em contraposição, as cores frias parecem distantes, leves, transparentes,
úmidas, aéreas, e são calmantes”.
As cores derivadas de comprimentos de ondas curtos,também denominadas cores frias
atuam de maneira inversa às de cores quentes, diminuindo a pressão sanguínea e
batimentos cardíacos e transmitindo tranquilidade, com atenção ao verde, que por ser
complementar ao vermelho presente na rotina diária de profissionais da saúde através do
sangue, auxilia a proporcionar conforto visual aos mesmos. Convém-se observar que
segundo Michel (apud Peccin,2002) dentro do espectro de cores frias a cor roxa pode
influenciar psicologicamente o usuário como cor fria ou quente, dependendo de seu
contexto.
De acordo com artigo produzido pela Universidade de Campinaspodem estarassociadas
as cores as seguintes percepções:

Classificação
Exemplos Efeitos
das cores
Motivação, entusiasmo com vivacidade, atividade,
vontade, calor, excitação, iniciativa, disposição para
agir, persistência, força física, estímulo, poder,
Amarelo, laranja,
Quentes afetuosidade, perdão, criatividade, alegria, assim
vemelho
como confiança, coragem, animação,
espontaneidade e atitude positiva frente à vida,
esperança e compreensão
Participação, adaptabilidade, generosidade,
Frias Azul, verde, violeta cooperação, atenua as emoções, facilita o raciocínio
correto e amplia a consciência e compreensão, idéia

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de espaço, liberdade, harmonia e equilíbrio,


quietude, confiança, promove a devoção e a fé,
habilidade, serenidade

O preto, branco e o cinza são consideradas cores neutras, cujo tipo de estímulo e
percepção que podem induzir depende ainda mais fortemente do contexto
Ainda assim, se percebe que “o efeito das cores sobre as pessoas depende da idade,
cultura, sexo e outros fatores. Nos hospitais, é fundamental a análise das necessidades
dos possíveis usuários de cada setor para elaborar o estudo cromático mais
adequado”(MARTINS 2004)

7. Conforto higrotérmico
O termo Conforto Ambiental carrega consigo grande carga de complexidade, são
diversas variáveis que atuam sobre a fisiologia e processos humanos, sendo uma das
mais mencionadas o conforto higrotérmico. Segundo a NBR 15220/2003- Desempenho
térmico de edificações, conforto térmico é a “satisfação psicofisiológica de um
indivíduo com as condições térmicas do ambiente”
Alcançar conforto térmico significa controlar uma série de variáveis, Frota aponta como
principais variáveis climáticas dentro do conforto térmico a temperatura, umidade e
velocidade do ar e radiação solar incidentee afirma que:
Quando as trocas de calor entre o corpo humano e o ambiente ocorrem sem
maior esforço, a sensação do indivíduo é de conforto térmico e sua
capacidade de trabalho, desse ponto de vista, é máxima. Se as condições
térmicas ambientais causam sensação de frio ou calor, é porque nosso
organismo está perdendo mais calor ou menos calor que o necessário para a
homeotermia, que passa a ser conseguida com esforço adicional que
representa sobrecarga, com queda de rendimento no trabalho, até o limite,
sob condições de rigor excepcionais, de perda total de capacidade de trabalho
e/ou problema de saúde.
A idéia de neutralidade térmica como único ou principal requisito para o conforto
térmico também é reforçada com a afirmação de Shin-Iche Tanabe, que afirma que
“Neutralidade Térmica é a condição da mente que expressa satisfação com a
temperatura do corpo como um todo” (TANABE 1984 apud LAMBERTS et al 2011).
Por outro lado, ainda que necessária, a neutralidade térmica não é suficiente para
garantir o conforto térmico do usuário, pois ainda que esta se encontre nessa
neutralidade, outros fatores podem influenciar negativamente a condição de conforto,
como a incidência de uma corrente de ar localizada, de radiação solar mais forte em
alguma parte do corpo, entre outros. E ainda que se compreenda que a neutralidade
térmica é importante, existem duas abordagens principais e distintas que tratam de como
administrar as condições microclimáticas do ambiente para o atendimento ao conforto
térmico, são elas:
Estática: Considera o ser humano como receptor passivo do ambiente térmico;
Adaptativa: interage com o ambiente em resposta às suas sensações e preferências
térmicas.
Para o projeto de interiores em clínicas oncológicas a segunda abordagem se mostra
mais eficaz, por abranger a complexidade da existência humana ao analisar o conforto
térmico, considerando fatores biofísicos, fisiológicos e subjetivos. O atendimento a um
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nível de conforto térmico é complexo, pois dentro desses fatores existem muitas
variáveis como clima do local, gênero, idade, biótipo, saúde, entre outras, a serem
consideradas no projeto e que podem alterar a sensação de conforto.
Para Lambert et al (2011), faz parte do fator subjetivo, que ele denomina psicológico, as
“percepções e reações das informações sensoriais”. E ainda complementa,“a percepção
térmica é diretamente atenuada por sensações e expectativas ao clima interno”. Sendo
assim, aspectos do projeto de interiores como tipo de iluminação, cores, materiais e
texturas podem influenciar a percepção de conforto térmico.

8. Conforto acústico
O conforto acústico está relacionado, e depende, da qualidade do som presente no
ambiente. Reprodução de forma clara, não reverberação por longo período após a
produção, ausência de ruídos ou interferências sonoras que prejudiquem a comunicação
ou causem desconforto são alguns dos aspectos a serem observados no atendimento ao
conforto acústico.
Atender esse conforto em unidades de saúde exige um grau de complexidade maior, e
Bittencourt (2014) atribuiisso a uma paradoxal situação ao ambiente hospitalar:
É um local que exige condições de conforto acústico especiais, com níveis de
ruído que atendam às recomendações estabelecidas pelas normas técnicas e,
por outro lado, ser também um local com componentes de situações e
equipamentos que produzem condições extremamente ruidosas
O funcionamento do ambiente de saúde é focado na melhoria de vida do usuário, e para
tal, muitas vezes são necessários equipamentos ruidosos que acabam por provocar
desconforto acústico e prejudicar o processo de tratamento, STERNBERG(2010) em
comunhão com o Evidence based design, afirma que o local também tem efeito sob o
processo de cura, e quando o indivíduo se encontra isolado, distante de amigos e
familiares em um local onde o barulho é constante, como em unidades de saúde, ocorre
estresse e em alguns casos pode haver sobrecarga do sistema imunológico e retardo no
processo de cura.
O impacto do ruído não se restringe a interferir na fisiologia e conforto do paciente, a
necessidade de atenção constante por parte dos profissionais de saúde para a realização
de diversas das atividades cotidianas pode ser prejudicada, o estudo realizado por
Miasso et al (2006) identificou que o processo de preparo e administração de
medicamentos, quando ocorre em ambiente ruidoso, dificulta a concentração dos
profissionais e os induz a erros.
A NBR 10152/2003, que trata dos níveis de ruído para conforto acústico, define uma
faixa entre 35 a 50 dB como aceitável para estabelecimentos de saúde, com exceção as
áreas de serviço onde o valor pode ser de até 55dB, mas a Organização Mundial da
Saúde recomenda que esse tipo de ambiente o ruído não ultrapasse os 40 dBdurante
período diurno e 35 dB em período noturno. Filus et al (2014) aborda a situação das
Unidades de Terapia Intensiva, onde a urgência em manter a vida se mostra de maneira
mais intensa, mas é paradoxalmente um dos ambientes com maior nível de ruído, e que
provocam maior desconforto acústico a pessoas em estado já fragilizado.

UTIs são locais particularmente afetados pelo ruído. Nelas, são empregados
muitos equipamentos dotados de alarmes acústicos, essenciais para alertar

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médicos e enfermeiros sobre alterações das condições clínicas sofridas pelos


pacientes ou sobre o mau funcionamento dos próprios aparelhos. Assim,
esses ambientes que deveriam ser silenciosos e tranquilos, tornam-se ruidosos
e estressantes. Para o paciente, pode ainda aumentar a ansiedade e a
percepção dolorosa, diminuir o sono e prolongar o tempo de convalescença.
(FILUS et al, 2014)

O atendimento ao conforto acústico é possível quando três aspectos são direcionados a


esse fim: cuidado na especificação de materiais (especialmente os mais absorventes
quando há maior propagação e reverberação de som), treinamento da equipe de saúde e,
quando possível, uso de tecnologia que gere menos ruído. Também se entende que o
conforto acústico deve ser considerado ainda antes do início do projetoda unidade de
saúde, pois localização de ambientes, equipamentos e geometria do espaço interferem
não apenas na produção e reverberação do som, mas também na sua propagação por
outros ambientes das unidades de saúde.

9. Fluxo e função
O arranjo dos ambientes que compõe as unidades de saúde, quando bem
solucionado,conduz o usuário (pacientes e equipes de saúde) obedecendo ao fluxo de
atividades e procedimentos necessários a qual se destina a unidade. Santos et al (2014)
aborda que existem diversos caminhos a serem percorridos dentro desse fluxo, a
depender do papel de cada indivíduo dentro da dinâmica de funcionamento:

Fazer o “caminho do paciente” significa, então, proceder ao reconhecimento


do espaço percorrendo, de fora para dentro o mesmo percurso do paciente,
procurando identificar os pontos críticos e favoráveis vivenciados por eles.
Em um segundo movimento em sentido inverso, de dentro para fora, procura-
se identificar os pontos críticos e favoráveis vivenciados pelos profissionais
usuários dos espaços. Isso é fundamental para que o arquiteto possa ter um
diagnóstico próprio independente daquele repassado pelo cliente contratante,
e que vem enviesado pela sua própria posição. (SANTOS et al, pag. 157)

Assim, o fluxo se traduz em diferentes percepções do espaço através de seus usuários e


a compreensão dos caminhos percorridos é um desafio para todo e qualquer projeto de
arquitetura de saúde,pois destas percepções fazem parte aspectos objetivos e subjetivos
que interferem nas relações do usuário com o espaço.
Guelli aborda a questão do fluxo citando os ensinamentos do importante arquiteto João
Carlos Bross, profissional com grande atuação e experiência em edificações de saúde
que defende que “as relações entre atenção e os espaços físicos devem ser reconhecidas
e sistematizadas para fluidez da produção dos serviços, correlacionando as atividades e
os procedimentos de atenção com os serviços de apoio que suportam essa
operação”(GUELLI, pag 171).
A convergência da compreensão do funcionamento dos fluxos, dos indivíduos que
participam ativamente da percepção do espaço e do espaço em si, com toda a sua
complexidade que abrange aspectos como conforto ambiental e ambiência, é
fundamental para o planejamento de espaços que resolvam e prevejam os fluxos de
modo a otimizar o serviço de saúde e melhorar a percepção dos pacientes.

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10. Mobiliário
O projeto de interiores em ambientes de saúde vem sendo estudado como uma extensão
do ambiente residencial, com uma atmosfera acolhedora, de forma que continuem com
sua função de cuidado e atenção à saúde, mas que sejam esteticamente agradáveis e
positivos, voltados para o paciente e suas necessidades.
A questão da proximidade nesse espaço é fundamental para pensarmos em
um ambiente que se proponha a harmonizar e curar o indivíduo. A escala dos
objetos e espaços internos parece que se amplia, em vez de reduzir-se e
atingir um estado de bem-estar humano. O sentido de proximidade entre os
objetos, sujeitos e espaços é necessário para a amenização do vazio do
homem em crise. Urge a necessidade de uma aproximação física, de um
preenchimento pelo afeto, com a respectiva atenuação da dor e a conquista da
aceitação individual e social” (COSTA 2001 apud LUKIANTCHUKI et al
2010)

A estética que vem sendo valorizada dentro do projeto de ambiência em unidades de


saúde corresponde a busca pela reprodução de uma atmosfera mais acolhedora, onde o
ambiente residencial, ou mesmo de um spa, é tomado como modelo de inspiração.
Baseados nesse modelo os projetos têm incorporado alguns pontos como objetivo de
reduzir de estresse do paciente:
 Adoção de mobiliário mais confortável;
 Uso de mobiliário com designdiferenciado (armários personalizados, cadeiras de
design, projetos de mobiliário, entre outros);
 Adoção de objetos de arte e vegetação;
 Personalização dos quartos dos pacientes;
O Instituto Desiderata, organização voltada para o fortalecimento de políticas públicas
em educação e saúde, tem como objetivo oferecer a crianças e adolescentes educação de
qualidade, diagnóstico precoce e tratamento ao câncer desenvolveu um programa para
ambientação de espaços de saúde públicos que tratam do câncer infanto-juvenil. O
projetos, que visamcriar uma atmosfera mais alegre que ajude as famílias e os pacientes,
foi implantado em diversos locais: Hospital Federal dos Servidores do Estado, Instituto
de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira, Hemorio,Hospital Federal da Lagoa e
outros. Na maior parte dos locais, foi abordada a temática do mar, para criar ambientes
mais lúdicos e acolhedores, com a escolha de mobiliário, elementos decorativos, cores e
iluminação a depender do tipo de atividade desenvolvida no ambiente. Um exemplo de
como o mobiliário pode adquirir um design específico, em conformidade com o espaço
são os espaços de recepção e espera desenvolvidos pelo instituto, nele os sofás são
modelados em um móvel único, com diversas curvas, por vezes dando a volta em todo o
ambientepara integrar pacientes, acompanhantes e diminuir a tensão pré atendimento.
(Ver apêndice)
A escolha do mobiliário deve prever a união de aspectos como funcionalidade,
durabilidade, conforto e estética, sobre isso Silvis (2011) afirma que:

“Ao incorporar mobília que é fácil de limpar e desinfetar, como produtos de


cantos arredondados e de linhas simples, e evitando peças que escondam a
sujeira e a poeira, estabelecimentos de saúde podem reduzir o combate às
infecções. Com este objetivo em mente, tecidos vinílicos de alta performance

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e acabamentos de tecido crypton são bastante efetivos para serem usados nos
quartos dos pacientes, em salas de espera e de procedimentos. Mobiliários
com acabamentos antimicrobióticos, como íons de prata em madeira e metal,
também inibem o crescimento de micróbios. (SILVIS, 2011)

A crescente demanda é que o projeto em ambientes de saúde contemple espaços que


podem ser usados com diferentes configurações, atendendo as necessidades específicas,
mas buscando inovação em mobiliário e design.

11. Superfícies
Dentro dos ambientes de saúde, as superfícies desempenham papel fundamental para o
funcionamento e vida útil dos mesmos. Elas correspondem a pisos, paredes, tetos,
materiais que revestem os equipamentos, bancadas, materiais que compõem e/ou
revestem mobiliário, assim, o cuidado com a especificação desses materiais se justifica
em todos os ambientes destinados ao cuidado da saúde.
Estudos abordados por Weinstein (2004) demonstram que grande quantidade de
bactérias, fungos e vírus, em alguns casos possivelmente letais como o SARS² e o
Influenzapodem resistir até 48 horas em superfícies não porosas e 72 horas em materiais
revestidos por laminados (Ex.: Formica®).
Ao tratar da importância da união de fatores para a correta especificação dos materiais
de acabamento Bicalho e Barcelos (2002:43apud Toledo 2002) afirmam que:
Na definição dos materiais de acabamento a serem aplicados em um EAS³,
deve-se observar, além das questões de estética, acústica, durabilidade, custo,
entre outras, as condições que serão higienizados, com que produto e com
que frequência. De uma maneira geral, o que se busca são materiais que
tornem as paredes, pisos, tetos e bancadas lisas, resistentes, impermeáveis ou
quase, laváveis e de fácil higienização. Os diferentes ambientes de um EAS
podem ser classificados quanto ao risco de transmissão de infecções e isto é
imprescindível para a escolha correta do material, tendo em vista que quanto
mais crítica for a área, maior será a exigência no que diz respeito à
higienização. ((BICALHO E BARCELOS 2002:43 APUD
TOLEDO 2002)

A RDC 50/2002 define que três tipos de zoneamento para classificação dos ambientes
em unidades de saúde: áreas não-críticas, áreas semicríticas e áreas críticas. Considera-
se como não crítica apenas as áreas não ocupadas por pacientes e onde não se realizam
procedimentos de risco, ou seja, qualquer área a qual o acesso do paciente é possível é
considerada como passível para transmissão de infecção em maior ou menor risco. A
norma aborda a importância das superfícies para prevenção de infecções, definindo que
a escolha dos materiais deve estar de acordo com o método de higienização preconizado
nomanual Processamento de Artigos e Superfícies em Estabelecimentos de Saúde
(Ministério da Saúde, 1994) e ainda conclui que:
 Os materiais adequados para o revestimento de paredes, pisos e tetos de
ambientes de áreas críticas e semicríticas devem ser resistentes à lavagem e ao
uso de desinfetantes;
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 A escolha para materiais de acabamento deve priorizaros que tornam as


superfícies monolíticas, com o menor número possível de ranhuras ou frestas,
mesmo após o uso e limpeza frequente;
 Os materiais usados em áreas críticas devem ter absorção de água inferior a 4%;
 Podem ser utilizadas tintas a base de epoxi, PVC, poliuretano ou outras,
destinadas a áreas molhadas, em piso, parede e teto de áreas críticas, contanto
que resistam a abrasão, lavagens, desinfetantes e não sejam aplicadas com
pincel;
 O uso de divisórias removíveis é permitido em áreas semicríticas, desde que
resistentes ao uso de desinfetante e lavagens com água e sabão;
 Rodapés acentuadamente arredondados prejudicam a higienização e
inviabilizam o uso de grande parte dos materiais disponíveis, e a união entre este
com a parede deve ser de modo que fiquem alinhados, sem ressalto do primeiro;
 O forro das áreas críticas não pode ser removível, e sim contínuo, resistente à
lavagens e desinfetantes, para as áreas semicríticas é permitido o uso de forros
removíveis, desde que resistentes a higienização.
 Bancadas situadas em áreas críticas devem ser em material monolítico e sem
porosidade, como aço inoxidável ou revestimento composto por resina acrílica e
minerais naturais (Exemplo: Corian®);

Na última década foram desenvolvidos diversos produtos com diferentes


acabamentosque se adequam asexigentes especificações para ambientes de saúde, são
materiais com novas cores, texturas, acabamentos e padrões que têm em sua
composição características que inibem ou auxiliam no combate a infecções, mas que
possuem apelo estético e que também são responsáveis por uma composição de projeto
de interiores mais próxima e agradável ao paciente.
No caminho da evolução tecnológica das superfícies e criação de novos materiais em
concordância com o crescente apelo para desenvolvimento de uma arquitetura mais
sustentável têm se criado ferramentas para classificar os materiais de acordo com a
presença de químicos em sua composição que podem trazer malefícios a saúde. O
Projeto Pharos, uma dessas ferramentas, foi criado pelo designer Jean Hansen, que a
desenvolveutambém com o objetivo de incentivar fornecedores dos materiais utilizados
na arquitetura de saúde a atingir o selo LEED for Healthcare MRc 5, que define critérios
para a escolha de mobiliário e equipamentos médicos.
O Projeto Pharos atribui as cores vermelho, amarelo ou verde para classificar os
materiais, em concordância com o possível impacto dos componentes que os formam na
saúde humana. Dentre as categorias analisadas pelo projeto estão os adesivos, forros e
coberturas, compostos de madeira, bancadas, laminados decorativos, selantes e
pinturaspara pisos, pavimentos, revestimentos de altaperformance, pintura de áreas
internas, membranas para telhados, isolamento térmico e divisórias.

12. Estudo de caso: Sala para Aplicação de Quimioterápicos


Dentro do tratamento oncológico, o ambiente de quimioterapia é um dos que mais se
comunicam e interferem no paciente e sua família, por vezes sendo necessária a
permanência estática do primeiro durante horas. Por essa relação intensa entre o

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ambiente de quimioterapia e o paciente,essa área será objeto de estudo para criação de


simulação que contemple as normas que permitem o funcionamento voltado a essa
atividade, o conceito vigente de ambiência em projetos de interiores e as inovações
tecnológicas através de materiais desenvolvidos para esse fim.
Segundo a RDC 50/2002, a área destinada aos procedimentos quimioterápicos
corresponde a atribuição nº 4 – Apoio ao diagnóstico e terapia – e nesse conjunto são
realizadas as atividades de:
 Realizar o planejamento e programação das ações de quimioterapia;
 Preparar paciente;
 Realizar procedimentos de enfermagem;
 Administrar/infundir soluções quimioterápicas para fins terapêuticos;
 Manter em observação paciente pós-terapia;
 Emitir laudo e registrar os atos realizados;
 Zelar pela proteção e segurança dos pacientes, operadores e ambiente.

O quadro presente na norma explicita quais ambientes são necessários para o


atendimento a esse grupo de atividades, as instalações necessárias e ambientes de apoio:
UNIDADE FUNCIONAL: 4 – APOIO AO DIAGNÓSTICO E TERAPIA (cont.)
Nº DIMENSIONAMENTO INSTALAÇÕES
UNIDADE / AMBIENTE
ATIV. QUANTIFICAÇÃO (min.) DIMENSÃO (min.)
4.11 Quimioterapia
4.11.1 Consultório indiferenciado 1. “In loco” ou não 7,5 m² Água fria
- Água fria
Sala para aplicação de
- Oxigênio
quimioterápicos
1. No caso de haver medicinal
4.11.4; - Adulto – poltronas e/ou longa 7,0 m² por leito e
atendimento pediátrico, a - Ar comprimido
4.11.5 duração¹ - leito 5,0 m² por poltrona
sala deve ser exclusiva medicinal
- Criança – poltronas e/ou longa
- Sistema elétrico
duração¹ - leito
de emergência
1, quando o preparo das
Área de material e
4.11.4 drogas for feito na 3,0 m²
medicamentos ²
farmácia
4.11.3; 1 a cada 12 poltronas/leitos
Posto de enfermagem e serviços 6,0 m² Água fria
4.11.6 ou fração
Vide Portaria MS nº 3.535 de 02/09/98 e Portaria MS 255 de 31/03/99 sobre centros de atendimento de
oncologia, publicadas nos DO de 14/10/98 e 01/04/99 e Portaria MS/SAS nº 113 de 31/03/99 sobre
cadastramento de serviços, publicada no DO de 08/04/99.

AMBIENTES DE APOIO:
-Área para registro e espera de pacientes
-Sala de utilidades
-Sanitário de pacientes ( sala de aplicação )
-Depósito de material de limpeza
*-Sanitários de pacientes ( área de espera )
*-Sala administrativa
*-Copa
*- Área para guarda de macas e cadeira de rodas
Obs.: ¹ Pode ser realizado nos quartos ou enfermarias da internação.

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² Vide unidade funcional farmácia.

A área para aplicação de quimioterápicos possui relação essencial com os ambientes


descritos no quadro e os que representam o setor de apoio, juntas, essas áreas compõem
parte de uma estrutura complexa, muitas vezes necessária ao tratamento oncológico.
O Ministério da Saúde em conjunto com o Grupo de Estudos em Engenharia e
Arquitetura Hospitalar da Universidade Federal da Bahia desenvolveu o SOMASUS –
Sistema de Apoio à Elaboração de Projetos de Investimentos em Saúde – uma
ferramenta para auxiliar arquitetos e gestores a compreenderem como a norma RDC
50/2002, e seus parâmetros, pode ser aplicada no arranjo espacial. A imagem
representativa do ambiente para aplicação de quimioterápicos presente no SOMASUS
tambémserábase para o projeto que será desenvolvido, juntamente com as normas RDC
50/2002, NBR 5413/1992 (Luminância de interiores), NBR 15220/2003 (Desempenho
Térmico de Edificações) e bibliografia consultada.
Segundo o SOMASUS, a correta aplicação dos parâmetros da norma por ser
demonstrada pela imagem abaixo (listagem dos equipamentos em apêndice):

Figura 1 - Layout da sala de aplicação de quimioterápicos


Fonte: SOMASUS

O estudo elaborado para projeto de interiores de uma sala para aplicação de


quimioterápicos foi concebido sob o espectro do conceito humanista do Healing
Enviroment, onde o ambiente tem papel ativo na saúde, através da influência no
comportamento dos usuários e participando do processo de cura.
O projeto foi concebido como parte de uma estrutura maior, especificada na RDC
50/2002 e necessária ao tratamento oncológico e é composto por seis baias para

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aplicação de quimioterapia em poltronas, duas para aplicação em macas e um posto de


enfermagem central.

1
2

Legenda: 1 - acesso e circulação; 2 - Posto de enfermagem; 3 - Baia com poltrona para aplicação de
quimioterapia; 4 - Quarto para aplicação de quimioterapia
Figura 2 - Planta baixa da sala de aplicação de quimioterápicos
Fonte: Autora
O ambiente de acesso as baias é um espaço amplo e bem iluminado por luz natural e
artificial, com adoção de cores, fotografia e padrões de acabamento semelhantes a
madeira. O posto de enfermagem foi locado no centro deste espaço, com formato
circular, para auxiliar o cuidado a saúde por parte da equipe para com os pacientes.
Nesse espaço ainda foi aplicada manta vinílica em duas cores distintas, direcionando o
fluxo, e trazendo a noção de movimento e leveza através das linhas curvas, ideia
reforçada pelo desenho da iluminação artificial.Esses elementos foram definidos para,
além de criar um espaço funcional, do ponto de vista das atribuições referentes a
atividade realizada, o espaço possa auxiliar para diminuir a ansiedade dos pacientes.

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Figura 3 - Vista da sala de aplicação de quimioterápicos


Fonte: Autora

As baias para aplicação de quimioterápico foram concebidas para serem locais mais
próximos e confortáveis aos pacientes, uma extensão do conceito de moradia. A
definição do layout e escolha de mobiliário e elementos foram influenciadas também
pelos aspectos suporte social, senso de controle e distração positiva, abordados pelo
Healing Enviroment.
Cada baia contém 1 poltrona para aplicação (ou maca), 1 poltrona para o acompanhante,
mesa lateral, bancada de apoio, armário para armazenamento, televisão e quadros.Cada
um desses espaços possui comunicação direta com a área de circulação e podem ser
monitorados simultaneamente pelo posto de enfermagem, sendo separados por cortinas,
para quando o paciente desejar mais privacidade.
O uso de mobiliário com cores, os acabamentos de parede e painel da televisão em
manta vinílica com padrão em madeira estão de acordo com a legislação, mas criam
uma atmosfera mais aconchegante e agradávelpara paciente e acompanhante. A escolha
de quadros, televisão e vegetação (lado externo as esquadrias) foram definidos para
atuar como distrações positivas durante o tratamento e reforçar a ideia de ambiente
familiar e agradável aos pacientes, auxiliando no tratamento.
As baias também possuem mecanismos para que o paciente possa exercer o senso de
controle, além das cortinas que dão acesso a circulação, cada esquadria possui persianas
internas, que o paciente pode acionar para ter maior ou menor visibilidade para o
exterior e controle de luminosidade.

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Figura 4 - Vista de uma baia da sala de aplicação de quimioterápicos


Fonte: Autora

Figura 5 - Vista do quarto da sala de aplicação de quimioterápicos


Fonte: Autora

Os quartos, necessários a pacientes mais fragilizados ou para intercorrências, também


foram trabalhados como espaços potenciais para criar uma atmosfera mais agradável,
foram utilizados cores, mobiliário e arte. Os quartos possuem parte da divisória em
vidro, para que possam ser monitorados facilmente pelo posto de enfermagem.

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Figura 6 - Vistado acesso aos quartos da sala de aplicação de quimioterápicos


Fonte: Autora

O projeto para a sala para aplicação de quimioterápicos foi elaborado contemplando as


legislações aqui apresentadas para espaço físico, conforto higrotérmico, visual, acústico
e parâmetros a serem adotados para escolha dos materiais em ambientes de saúde,
visando a criação de um ambiente em concordância com o tipo de atividade, mas
centrados no paciente e seu conforto, incorporando a noção de influência do espaço
dentro do contexto de atenção a saúde.

13. Conclusão
A previsão de aumento para a incidência de câncer na população mundial mostra um
grande desafio a ser enfrentado dentro da concepção dessas unidades de saúde: Como
projetar ambientes que possam influenciar positivamente o comportamento dos
pacientes e equipe de saúde¿
A bibliografia revisada aponta uma relação muito próxima do ambiente com o paciente
e a própria evolução do tratamento, portanto se entende que a atenção ao projeto de
interiores é item fundamental dentro das unidades voltadas para o tratamento
oncológico para a melhoria da qualidade de vida da população usuária. A compreensão
desse novo modelo de ambiente, em conjunto com o atendimento ao conforto ambiental
é responsável por criar espaços mais funcionais e agradáveis aos usuários
Este trabalho abordou as legislações pertinentes ao objeto pesquisado e bibliografias
referentes ao tema com o intuito de demonstrar a importância do projeto de interiores
em clínicas oncológicas e os desdobramentos provocados pelo mesmo na atenção a
saúde. Tomaram-se esses dados como base para a simulação de um dos ambientes mais
representativos do objeto: a sala para aplicação de quimioterápicos, aqui apresentada
como potencial para influenciar positivamente através de um projeto de interiores de

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acordo com a especificidade normativa referente ao objeto, mas com o uso de elementos
que permitam ao usuário se sentir mais acolhido naquele ambiente.
Considera-se fundamental o aumento de pesquisas que abordem a relação do projeto de
interiores em unidades oncológicas e suas consequências, dentro da concepção do
científica do Evidence Based Design, trazendo comprovação para o que já é
recomendado: a concepção do espaço centrado no bem estar do usuário e influenciando
positivamente comportamentos e processos.
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ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 8, Edição nº 14 Vol. 01 dezembro/2017
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Apêndice

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 8, Edição nº 14 Vol. 01 dezembro/2017
O projeto de interiores em unidades para tratamento oncológico Dezembro/2017

Recepção do Aquário Carioca - Hospital da Lagoa. Rio de Janeiro


Fonte: Humanização em oncologia pediátrica

Recepção do Aquário Carioca - Hospital da Lagoa. Rio de Janeiro


Fonte: Humanização em oncologia pediátrica

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 8, Edição nº 14 Vol. 01 dezembro/2017
O projeto de interiores em unidades para tratamento oncológico Dezembro/2017

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 8, Edição nº 14 Vol. 01 dezembro/2017
O projeto de interiores em unidades para tratamento oncológico Dezembro/2017

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 8, Edição nº 14 Vol. 01 dezembro/2017

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