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PROBLEMA 08 – NASCIMENTO

01. Descrever as fases do desenvolvimento puberal e a classificação de Tanner.

A puberdade é a fase de transição em que se completam o crescimento somático e o


desenvolvimento sexual, com consequente aquisição da capacidade reprodutiva. É
constituída por processos fisiológicos distintos: a adrenarca e a gonadarca. Os limites
de normalidade para o início do desenvolvimento puberal são: entre 8 e 13 anos em
meninas e entre 9 e 14 anos em meninos.
O evento hormonal que determina o início do processo puberal normal é o aumento da
secreção pulsátil do hormônio hipotalâmico estimulador da secreção de gonadotrofinas
(GnRH) na circulação porta-hipofisária. O GnRH atua na hipófise anterior ligando-se ao
seu receptor especifico no gonadotrofo, estimulando a síntese e a secreção das
gonadotrofinas: hormônio luteinizante (LH) e o hormônio folículo-estimulante (FSH), na
circulação periférica. No sexo feminino, a ação do LH no ovário estimula a produção de
androgênios que são aromatizados em estrogênios pela ação do FSH nas células da
granulosa. Nos meninos, o LH estimula a síntese e a secreção de testosterona pelas
células de Leydig. O FSH, por sua vez, atua especialmente nas células de Sertoli, com
ação primordial na espermatogênese. Além dos fatores hormonais envolvidos no início
do processo puberal, estão implicados fatores metabólicos, nutricionais e genéticos,
sugerindo que o inicio da puberdade humana seja multifatorial.
ADRENARCA
O aumento da síntese e secreção de androgênios na zona reticular da adrenal
(principalmente DHEA e DHEA-S) precede a gonadarca e tem controle independente e
diferente da mesma. As concentrações desses hormônios elevam-se aos 6-7 anos na
menina e aos 7-8 anos no menino. No entanto, as manifestações clínicas – pelos
pubianos, odor axilar, pelos axilares – geralmente ocorrem após a telarca ou o aumento
do volume testicular.
No sexo masculino, a principal fonte de androgênios é a testosterona de origem
testicular; no sexo feminino, são os androgênios adrenais, principalmente o DHEA-S.
GONADARCA
O início da puberdade é
determinado pelo aumento, em
amplitude e frequência, da
secreção pulsátil do hormônio
hipotalâmico liberador de
gonadotrofinas (GnRH), após o
período de quiescência da
infância. Através da ligação ao
seu receptor específico nos
gonadotrofos da hipófise anterior,
o GnRH promove o aumento da
secreção de gonadotrofinas – o
hormônio luteinizante (LH) e o
hormônio folículo estimulante
(FSH) –, com consequente
reativação da função gonadal
(produção de estradiol, pelos
ovários, e testosterona, pelos
testículos).
REGULAÇÃO DA PUBERDADE – Lega isso, só achei em artigo e não em livros,
então ninguém deve levar
A secreção de GnRH é coordenada por uma rede neuronal sensível a múltiplos fatores
estimulatórios (kisspetina, neuroquinina B, glutamato, glicina, norepinefrina, dopamina,
serotonina, fatores de crescimento gliais e leptina) e inibitórios (opióides endógenos –
como a dinorfina A –, ácido gama-aminobutírico, neuropeptídeo Y, peptídeo intestinal
vasoativo, hormônio corticotrófico, melatonina). Nesse contexto, a reativação do eixo
hipotálamo-hipófise-gonadal (H-H-G), responsável pelo início da puberdade, é
influenciada por uma interação complexa entre fatores genéticos, nutricionais,
ambientais e socioeconômicos, que reduzem o tônus inibitório e aumentam o tônus
estimulatório sobre a secreção pulsátil do GnRH. No entanto, apesar dos avanços nas
pesquisas, o conhecimento sobre os fatores desencadeantes desse processo ainda é
limitado.
Fatores genéticos
A influência dos fatores genéticos é sugerida por estudos populacionais e reforçada pela
concordância da idade do início da puberdade e da menarca entre mães e filhas,
indivíduos da mesma etnia e gêmeos monozigóticos.
Entre os fatores que regulam os neurônios produtores de GnRH, a proteína kisspeptina
é considerada essencial no controle do início da puberdade e da função reprodutiva.
Evidências sugerem que o aumento da produção de kisspeptina pelos neurônios
hipotalâmicos é a primeira manifestação neuroendócrina identificada na puberdade e,
por si só, é capaz de ativar o eixo H-H-G.
Fatores nutricionais
O estoque energético e o status metabólico do organismo são considerados
reguladores-chave do início da puberdade e da fertilidade. A leptina – produzida no
tecido adiposo e diretamente relacionada à quantidade de gordura corporal – atua como
um fator permissivo, ou seja, permite que a puberdade prossiga, caso reservas
suficientes de energia tenham sido atingidas.
Evidências iniciais sugerem que as ações da leptina ocorram de forma direta ou indireta
sobre os neurônios produtores de kisspeptina, os quais são sensíveis a diferentes
formas de estresse metabólico.
Por outro lado, dados recentes concluíram que a obesidade está associada a maior
avanço da idade óssea e a maior frequência de desenvolvimento de pelos pubianos ou
axilares, sem secreção de LH, sugerindo que a obesidade acelera a adrenarca, mas
não a maturação do eixo H-H-G.
Fatores ambientais / socioeconômicos
Fatores ambientais podem ter influência sobre o início da puberdade e contribuir para a
antecipação contínua e secular da mesma. A melhora das condições gerais de vida foi
considerada o fator responsável pelo declínio da idade da menarca de 17 para 13 anos,
ao longo de 200 anos, até 1940.
Existem algumas evidências e muitas especulações sobre a relação entre
desenvolvimento puberal e os contaminantes ambientais. Estas substâncias são
produtos da degradação de poluentes e/ou substâncias da dieta (derivados
estrogênicos naturais ou agrotóxicos de atividade semelhante à dos hormônios sexuais)
que podem atuar como desreguladores endócrinos e alterar a época de início da
puberdade.

Os critérios de Tanner são usados para estadiar o desenvolvimento das mamas no sexo
feminino, da genitália externa no masculino e da pilosidade em ambos os sexos (de 1,
pré-púbere, a 5, adulto). Em média, o intervalo entre dois estágios puberais é de 1 ano;
quando inferior a 6 meses deve ser considerado anormal. Na maioria dos casos, o
processo se completa em cerca de 3 a 4 anos.
Não há uma relação estabelecida entre determinado estádio puberal e determinada
idade cronológica. No sexo feminino, embora inicialmente ocorra discreto aumento da
velocidade de crescimento, a telarca (surgimento do broto mamário, M2) é o primeiro
sinal de puberdade, seguido pela pubarca (surgimento de pelos pubianos) e, cerca de
2 anos após, pela menarca (primeira menstruação). No sexo masculino, o aumento do
volume testicular (≥ 4 cm3, G2) marca o início dessa fase, seguido também pela pubarca
e pelo crescimento peniano. Verifica-se o pico da velocidade de crescimento no sexo
feminino quando as mamas apresentam estádio 3 e a menarca ocorre geralmente em
M4, coincidindo com a fase de desaceleração de crescimento estatural; no sexo
masculino, esse pico é alcançado no estádio 4 do desenvolvimento da genitália externa
(G4).

IMAGEM TANNER

A adolescência consiste em períodos distintos — inicial, média e tardia —, cada um


marcado por um conjunto de características biológicas, psicológicas e sociais
específico. Embora a variação individual seja substancial tanto no tempo das mudanças
somáticas como na qualidade da experiência, as mudanças puberais seguem uma
sequência previsível.
Puberdade é o conjunto de transformações que marcam o amadurecimento sexual e o
início da fertilidade
 ADOLESCÊNSCIA INICAL
A produção adrenal de androgênio (principalmente o sulfato de de-hidroepiandrosterona
[DHEA]) pode ocorrer a partir dos seis anos de idade, com o desenvolvimento de odor
axilar e pelos pubianos leves (adrenarca).

 Meninos
Androgênios são hormônios capazes de promover e manter características secundárias
masculinas. O androgênio mais abundante na circulação é a testosterona. Embora
encontrada em menores concentrações na circulação, a di -hidrotestosterona (DHT) é
produzida a partir da própria testosterona nos tecidos que expressam a enzima 5alfa-
redutase, como a próstata e o folículo pilossebáceo. Sua ação é mais potente que a da
testosterona, e seus efeitos são indispensáveis para a diferenciação sexual masculina.
Outros androgênios, com ação mais fraca, incluem a androstenediona, a
desidroepiandrosterona (DHEA) e seu sulfato (DHEA-S). No homem, as principais
fontes de androgênios são a adrenal e o testículo. Em ambos os locais de síntese, a
molécula precursora dos androgênios é o colesterol. A transformação do colesterol em
testosterona requer cinco etapas, todas elas catalisadas por enzimas. Os hormônios
androgênios são fundamentais para a diferenciação sexual, o amadurecimento sexual
e a fertilidade masculina.
O início da puberdade é marcado pelo surgimento da secreção pulsátil de LH durante o
sono, sinalizando uma reativação da pulsatilidade de GnRH. Os mecanismos
responsáveis por este processo de despertar hipotalâmico da puberdade não estão
ainda bem estabelecidos. Com o passar do tempo, percebe-se um aumento do LH
também no período diurno, seguido pelo aumento da testosterona. Esse aumento da
secreção de LH deve-se tanto à liberação mais intensa de GnRH pelo hipotálamo,
quanto à maior sensibilidade da hipófise ao estímulo hipotalâmico.
Um evento que precede a puberdade é o aumento da secreção de androstenediona e
desidroepiandrosterona (DHEA) pela adrenal, que recebe o nome de adrenarca e
ocorre, em meninos, por volta dos 6 a 8 anos. Esse aumento na produção de
androgênios adrenais é em parte responsável pelo aparecimento dos primeiros pelos
axilares e pubianos. Durante o período da adrenarca, a concentração plasmática de
testosterona ainda é baixa e sofre apenas ligeiro aumento, em grande parte pela
conversão de androstenediona e DHEA de origem adrenal. No entanto, neste período,
a testosterona circulante já é suficiente para exercer retroalimentação negativa sobre o
LH.
A etapa seguinte é o crescimento e amadurecimento testicular, com incremento
significativo na produção de testosterona e início da espermatogênese. Como resultado
do aumento da testosterona, segue-se o surgimento dos caracteres sexuais
secundários.

 MENINAS
A hipófise e o ovário infantis adquirem atividade plena desde que estimulados
adequadamente, indicando que na infância falta estimulação e não competência
funcional desses órgãos.
A instalação da puberdade envolve alterações de atividade secretora da adrenal
(adrenarca), pelo aumento da secreção de precursores androgênicos, e do ovário,
principalmente pela secreção de estrogênios e progesterona. Os principais precursores
androgênicos são desidroepiandrosterona (DHEA) e desidroepiandrosterona sulfato
(DHEA-S).
Embora a adrenarca geralmente anteceda em alguns anos a ativação da secreção
ovariana, não existe indicação de sincronização entre os dois eventos, que parecem ter
controles independentes. A ativação da função ovariana depende da secreção de
gonadotrofinas hipofisárias (LH e FSH) e de GnRH pelo hipotálamo.
O que mantém este sistema inativo ("desligado") durante a infância? E o que faz este
sistema ser ativado ("ligado") na puberdade? Estas questões não têm respostas
conhecidas
Hipóteses: Uma das hipóteses admite que na infância o eixo hipotálamo-hipófise seria
mais sensível à retroalimentação negativa pelos esteroides ovarianos; assim, as
quantidades pequenas desses esteroides que inibiriam o eixo na infância tornar-se-iam
insuficientes com a idade e então o eixo iria sendo mais ativado, aumentando a
estimulação ovariana. Uma segunda hipótese advoga que durante a infância existiria
um mecanismo neural de inibição do eixo hipotálamo-hipófise e que a supressão desse
mecanismo estaria relacionada com o início da puberdade. Outra hipótese diz que o
início da puberdade seria desencadeado pela ativação de vias estimuladoras de
neurônios GnRH, ou pelo aumento de atividade de uma dessas vias ou de algumas
delas. Segundo uma quarta hipótese, o processo de crescimento do organismo ou de
alguma de suas partes emitiria uma sinalização, provavelmente um hormônio, para
ativação dos neurônios GnRH.

 Ambos/ meninos e meninas


O aumento repentino e assimétrico de crescimento começa distalmente com o aumento
de mãos e pés, seguido pelos braços e pernas e, finalmente, pelo tronco e peito, o que
dá aos adolescentes jovens um aspecto desajeitado. O crescimento rápido da laringe,
faringe e pulmões leva a mudanças na qualidade vocal, tipicamente precedida por
instabilidade vocal (voz rachada).
O prolongamento do globo óptico frequentemente resulta em miopia. As mudanças
dentárias incluem crescimento da maxila, perda dos dentes decíduos finais e erupção
das cúspides, pré-molares e, finalmente, molares permanentes. O uso de aparelhos
ortodônticos pode ser necessário em consequência do aumento exacerbado de
distúrbios da mordida.
 ADOLESCÊNCIA MÉDIA
O crescimento acelera acima da taxa pré-pubertária de 6-7 cm por ano no meio da
adolescência. Em uma menina no meio da adolescência, o aumento do crescimento
atinge seu pico aos 11,5 anos com velocidade máxima de 8,3 cm por ano e depois
diminui até parar aos 16 anos. No menino, nessa mesma fase, o aumento do
crescimento começa mais tarde, atinge o pico aos 13,5 anos, em 9,5 cm por ano, e
depois diminui até parar aos 18 anos.
O ganho de peso é paralelo ao crescimento linear, com atraso de vários meses, de
modo que parece que os adolescentes primeiro esticam e depois engordam. A massa
muscular também aumenta, seguida por aumento de força aproximadamente seis
meses mais tarde; os meninos ganham mais massa muscular e força que as meninas.
A massa muscular magra, aproximadamente 80% na criança puberal, aumenta para
90% em meninos e diminui para 75% em meninas conforme a gordura subcutânea se
acumula.
O alargamento dos ombros em meninos e da bacia em meninas também é
determinado por hormônios. Outras mudanças incluem o aumento do tamanho do
coração e da capacidade pulmonar vital para o dobro do que era. A pressão sanguínea,
o volume sanguíneo e o hematócrito aumentam, particularmente nos meninos. A
estimulação androgênica de glândulas sebáceas e apócrinas resulta em acne e odor
corporal.
As mudanças fisiológicas em padrões e necessidade de sono podem ser confundidos
com preguiça; os adolescentes têm dificuldade para dormir e despertar, especialmente
para estudar pela manhã, diferentemente de esquemas de sono autorregulados ou
preferidos.
A menarca/ primeira menstruação é atingida por 30% das meninas até o estágio 3 de
Tanner e por 90% até o 4 (95% das meninas chegam à menarca entre 10,5-14,5 anos
de idade). .A menarca em geral ocorre aproximadamente um ano após o início do
aumento do crescimento. É bastante comum que os ciclos sejam anovulatórios durante
os primeiros dois anos após a menarca (aproximadamente 50%). O momento da
menarca, que é completamente compreendido, parece ser determinado pela genética e
por fatores como adiposidade, doença crônica, estado nutricional, tipo e quantidade de
exercício, e bem-estar emocional. Antes da menarca, o útero atinge uma configuração
madura, aumenta a lubrificação vaginal e surge uma descarga vaginal incolor (leucorreia
fisiológica).
 ADOLESCENCIA TARDIA
As mudanças somáticas nesse período são modestas quando comparadas às dos
períodos anteriores. Os estágios finais do desenvolvimento das mamas, pênis e pelos
pubianos ocorrem aos 17-18 anos de idade em 95% dos homens e mulheres.
Pequenas alterações na distribuição de pelos frequentemente continuam por vários
anos em homens, inclusive o crescimento de pelos na face e tórax, e o início do padrão
de calvície em alguns deles. A acne ocorre na maioria dos adolescentes,
particularmente nos homens.
02. Descrever as alterações emocionais, comportamentais e psicológicas e suas
causas na puberdade.
A adolescência é a fase evolutiva do ser humano, caracterizada por intensas
transformações biopsicossociais. As modificações físicas participam ativamente desse
processo e são universais, mas aquelas ligadas ao desenvolvimento psicossocial são
vividas de maneira diferente em cada família ou sociedade e singular a cada indivíduo.
Didaticamente, a adolescência pode ser dividida em inicial, media e tardia. A
demarcação dessas fases não é nítida e tem pouco valor para a idade cronológica.
ADOLESCÊNCIA INICIAL
A adolescência inicial (11 a 14a) coincide com as mudanças biológicas, com
reformulação do esquema e da imagem corporal, mediada por intenso narcisismo.
Inicia-se a busca da identidade, com tentativas de Independência, rebeldia, dificuldade
de aceitar conselhos de adultos e menor interesse pelas atividades paternas. Ocorre o
desenvolvimento cognitivo com a passagem do pensamento logico e concreto para o
abstrato, hipotético-dedutivo. As relações interpessoais estão sustentadas por grupos
do mesmo sexo. Na evolução da sexualidade, o comportamento é exploratório,
destacando-se a atividade masturbatória. Há grande ambivalência entre a busca de
identidade e a aceitação de responsabilidades.
Desenvolvimento cognitivo e moral - psicológico
Outros processos incluem as contribuições importantes, porém distintas, do raciocínio
(habilidades cognitivas) e julgamento (o processo de pensar nas consequências de
decisões ou ações alternativas). Como esses processos podem se desenvolver em
ritmos bastante diferentes, adolescentes jovens podem ter a capacidade de usar o
raciocínio lógico em trabalhos escolares, mas não em dilemas pessoais. O raciocínio da
maioria dos adolescentes torna-se mais multidimensional e eles são mais capazes de
contemplar situações hipotéticas, e a relação entre ações ou decisões diversas e
resultados diferentes. Apesar da maior habilidade para tomada de decisão mais
complexa, a tomada de decisões permanece particularmente suscetível a emoções
durante a adolescência.
Enquanto crianças menores veem suas relações com adultos em termos de poder e
temem a punição, os pré-adolescentes começam a perceber o certo e o errado como
absolutos e inquestionáveis.
Os adolescentes também experimentam o desenvolvimento do córtex préfrontal
dorsolateral e do giro temporal superior, áreas responsáveis por associações de ordem
mais alta, incluindo a habilidade de inibir impulsos, pesar as consequências de decisões,
priorizar e traçar estratégias. Com relação à maturação do comportamento neurológico,
os adolescentes podem experimentar maior intensidade de emoções e/ou maior
tendência a buscar experiências que criem tais emoções de alta intensidade. O
desenvolvimento cognitivo também difere de acordo com o sexo, e as meninas se
desenvolvem mais cedo que os meninos.
Autoconceito/ psicológico/ emocional
Nessa idade, a autoconsciência está centrada em características externas, ao contrário
da introspecção na adolescência tardia. É normal que adolescentes jovens se
preocupem com as mudanças físicas, esquadrinhem sua aparência e sintam que todos
estão olhando para eles (a audiência imaginária de Elkind).
A mídia, com sua super-representação de sexo, violência e uso de drogas, tem
influência profunda sobre as normas culturais e sobre o senso de identidade do
adolescente. Em média, os adolescentes usam 7 horas de mídia por dia (p. ex.,
televisão, internet). Essa exposição pode levar as meninas a desenvolver um senso
distorcido de feminilidade e podem correr o risco de ver a si próprias como gordas, o
que leva a distúrbios de alimentação e à depressão. Da mesma maneira, os meninos
podem ter dificuldades com sua autoimagem. As imagens de masculinidade podem ser
confusas, levando a dúvidas, insegurança e conceitos incorretos sobre o
comportamento masculino
Esses adolescentes parecem adultos e podem ter expectativas adultas sobre eles
mesmos, mas não estão cognitiva ou psicologicamente maduros.
Comportamental
No início da adolescência, os adolescentes jovens ficam menos interessados em
atividades familiares e mais interessados no grupo de amigos, tipicamente com colegas
do mesmo sexo.
Os adolescentes jovens frequentemente ignoram o conselho dos pais sobre segurança,
aparência, etiqueta e comportamento em geral, e demonstram valores, gostos e
interesses marcadamente diferentes. Outras características individuais essenciais,
como a identidade sexual, podem se tornar fonte de conflito com consequências
potencialmente danosas e de longa duração para toda a família.
Os adolescentes também buscam mais privacidade, o que pode contribuir para
discórdias na família. O aprofundamento de relacionamentos com colegas contribui para
sua individualização e independência gradativa das famílias de origem.
A provocação dirigida ao sexo oposto, comentários e atos homofóbicos, fofocas
relacionadas a sexo são comuns e indicam o aumento da consciência sexual. Embora
inapropriados, são meios de lidar com inseguranças pessoais e buscar aprovação
social.
Em amizades individuais, os meninos e as meninas diferem de maneiras importantes.
As amizades femininas podem ser centradas na intimidade emocional, enquanto os
relacionamentos masculinos podem focar atividades.
Sexualidade - A ansiedade e o interesse pelo sexo e pela anatomia sexual aumentam
durante o início da puberdade. É normal que adolescentes jovens se comparem aos
outros.
ADOLESCÊNCIA MÉDIA
Na adolescência média (de 15 a 17a), grande parte das transformações corpóreas já
ocorreu, e o adolescente encontra-se mais preocupado com sua aparência e muito
influenciado por modismos. Continua o processo de separação dos pais, iniciado na
fase anterior, a vinculação fundamental é com o grupo, e os comportamentos de risco
originam-se da necessidade de desafiar o perigo. O desenvolvimento intelectual permite
uma visão crítica da sociedade. Quanto à sexualidade observa-se a necessidade de
experimentação sexual. Preocupações mais consistentes com a visão profissional e
tomadas de decisões e escolhas também começam a aparecer.
Desenvolvimento cognitivo e moral - psicológico
Com a transição para o raciocínio formal lógico, os adolescentes no meio dessa fase
começam a questionar e analisar extensivamente. Os jovens agora têm a habilidade
cognitiva de entender a complexidade do mundo em que vivem, autorrefletir e começar
a entender suas próprias ações em um contexto moral e legal.
O questionamento de convenções morais estimula o desenvolvimento de códigos
pessoais de ética, que podem ser semelhantes ou diferentes daqueles de seus pais. A
nova flexibilidade de pensamento de um adolescente pode ter efeitos dominantes nos
relacionamentos consigo mesmo e com os outros.
Autoconceito – psicológico e comportamental
Os adolescentes no meio da adolescência aceitam melhor suas mudanças corporais e
ficam preocupados com o idealismo na exploração de opções futuras. A afiliação a um
grupo de iguais é um passo importante para confirmar a identidade e autoimagem de si
mesmo. É normal que os adolescentes no meio da adolescência se identifiquem com
pessoas diferentes, mudando seu estilo de roupas, grupos de amigos e interesses a
cada mês.
Muitos filosofam sobre o significado da vida e pensam “Quem sou eu?” e “Por que estou
aqui?”. Sentimentos intensos de agitação interna e sofrimento são comuns. As meninas
tendem a definir a si mesmas e a seus colegas de acordo com relacionamentos
interpessoais (“Eu sou uma menina com amigos próximos”), enquanto os meninos
podem focar habilidades (“Eu sou bom nos esportes”).
Comportamental
O meio da adolescência se refere à “adolescência estereotípica”. Os relacionamentos
com os pais ficam mais tensos e distantes em função do redirecionamento de energias
para as relações com os colegas e a separação da família.
Os namoros podem se tornar o gatilho de batalhas entre pais e filhos, e o problema real
pode ser a separação dos pais e não a questão “com quem” ou “quão tarde”.
A maioria dos adolescentes passa pela adolescência com dificuldades mínimas, sem
experimentar as “revoluções e estresse” estereotípicos. Apenas uma minoria dos
adolescentes (aproximadamente 20-30%) passa por experiências estressantes e
precisam de apoio para atravessar esse período.
Como parte da exploração das opções futuras dos adolescentes, eles começam a
pensar seriamente sobre o que querem ser quando adultos, uma questão que era
confortavelmente hipotética até então. O processo envolve a autoavaliação e a
exploração das oportunidades disponíveis.
Nessa idade, os relacionamentos são frequentemente superficiais e enfatizam a atração
e a experimentação sexual em vez da intimidade. Os adolescentes tendem a seguir
diversos padrões característicos de comportamento sexual: abstinência, monogamia em
série ou poligamia.
ADOLESCÊNCIA TARDIA
Na adolescência tardia (de 17a 20a incompletos) a consolidação da identidade deve ser
observada com a separação final do núcleo familiar e a aquisição de responsabilidades
e papeis adultos. Há o estabelecimento de identidade sexual com relações mais
maduras e possivelmente mais estáveis. Também é o momento da escolha profissional.
Os adolescentes mais velhos são mais orientados para o futuro e capazes de agir com
planos de longo prazo, retardar a gratificação, assumir compromissos, impor limites e
pensar independentemente. Com frequência, os adolescentes mais velhos são
idealistas; porém, podem também ser absolutistas e intolerantes a opiniões contrárias.
Com a emancipação iminente, os adolescentes mais velhos iniciam a transição para
papéis de adultos no trabalho e nos seus relacionamentos. Suas emoções também são
mais constantes.
Os relacionamentos individuais, particularmente os íntimos, ganham precedência,
oferecendo um componente importante de identidade para muitos adolescentes mais
velhos. Ao contrários das relações de namoro superficiais do meio da adolescência,
estes relacionamentos envolvem cada vez mais amor e compromisso. As decisões
sobre a carreira tornam-se mais prementes, pois o autoconceito do adolescente está
cada vez mais ligado à sua função emergente na sociedade.
03. Apontar as vacinas indicadas pelo PNI.

Instituto Nacional de Imunizações (PNI), instituído pela Lei 6.259/75. Segundo a


integrante da Comissão dos Direitos da Criança e do Adolescente (CDCA) da Seccional
Luciana Lenceh, a recusa em vacinar os filhos é um ato de negligência e pode acabar
sendo considerado um crime grave, dependendo das circunstâncias. Se a criança vier
a falecer em virtude de uma das doenças cobertas pela vacinação obrigatória, efetuada
gratuitamente nos postos de saúde, pode caracterizar-se a morte por negligência.
O parágrafo 1o do artigo 14 do ECA determina que “é obrigatória a vacinação das
crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias”. A advogada lista
algumas sanções previstas. Pelo artigo 249 do Estatuto, o descumprimento do
calendário de imunização, que é parte dos “deveres inerentes ao poder familiar ou
decorrente de tutela ou guarda”, sujeita o infrator a “multa de três a 20 salários mínimos”,
sendo o dobro em caso de reincidência.
A) CRIANÇA
Vacina contra tuberculose (BCG)

 Aplicada por via intradérmica (injeção sob a pele) de preferência no braço direito.
 Todas as crianças devem tomar após o nascimento, na maternidade, em apenas
uma dose.
Vacina oral contra poliomielite ou paralisia infantil

 Aplicada por via oral em três doses, com intervalo de 60 dias. Cada dose
corresponde a duas gotas.
 Quem deve tomar? Todas as crianças menores de cinco anos, a partir de dois meses
de idade.
 Quando é preciso tomar? Aos dois, quatro e seis meses de idade, com reforço aos
quinze meses. No Brasil, além disso, todas as crianças menores de cinco anos de
idade devem receber a vacina nos dias de Campanha Nacional de Vacinação contra
a Poliomielite, independentemente de já estarem com suas vacinas em dia.
Vacina tetravalente (contra tétano, coqueluche, difteria e meningite)

 Como é aplicada? Por injeção via intramuscular no vasto lateral da coxa (em
crianças com menos de dois anos) ou na parte superior do braço – músculo deltóide
(em crianças com mais de dois anos). Em três doses, com intervalo de sessenta
dias entre cada uma.
 Quem deve tomar? Todas as crianças.
 Quando é preciso tomar? Aos dois, quatro e seis meses. Aos quinze meses, é
necessária uma dose de reforço só com a DTP. A criança deverá receber ainda uma
outra dose aos dez ou onze anos com a vacina dupla adulto (difteria e tétano).
Tríplice viral (contra sarampo, rubéola e caxumba)

 Como é aplicada? Por injeção via subcutânea (sob a pele). Deve ser aplicada na
parte superior do braço – músculo deltóide. É necessária somente uma dose da
vacina.
 Quem deve tomar? Todas as crianças.
 Quando é preciso tomar? Aos doze meses de idade e nos momentos em que
ocorrerem as campanhas de seguimento para vacinação contra o sarampo.
Vacina hepatite B

 Como é aplicada? Por injeção via intramuscular no vasto lateral da coxa (em
crianças com menos de dois anos) ou na parte superior do braço – músculo deltóide
(em crianças com mais de dois anos). São necessárias três doses da vacina: a
primeira logo após o nascimento, a segunda trinta dias após a primeira, a terceira
seis meses após a primeira.
 Quem deve tomar? Todas as crianças.
 Quando é preciso tomar a vacina? A primeira dose, ainda na maternidade. A
segunda dose, com um mês de idade. A terceira dose, com seis meses.
Vacina contra febre amarela

 Quem deve tomar? Crianças, a partir dos seis meses de idade, em regiões
endêmicas (onde há casos da doença em humanos). Em regiões onde há circulação
do vírus entre animais (macacos), mas não em humanos, a vacina deve ser dada
aos nove meses de idade. A vacina deve ser dada ainda a todas as pessoas que
pretenderem viajar para locais onde a febre amarela é endêmica. Veja, no mapa ao
lado, as indicações de idade para a vacinação contra a febre amarela nos estados
do Brasil.
 Quando é preciso tomar? Aos seis ou aos nove meses, dependendo da região. Os
adultos podem tomar em qualquer idade. A vacina protege o organismo por apenas
dez anos. Portanto, é necessário tomar uma nova dose da vacina a cada dez anos.

B) ADOLESCENTES
Dupla adulto (contra difteria e tétano)

 Como é aplicada? Por injeção via intramuscular na parte superior do braço –


músculo deltóide – ou no vasto lateral da coxa. Adolescentes não vacinados
devem tomar três doses (com intervalo de dois meses entre as doses (zero, dois,
quatro meses)). Adolescentes que já receberam a vacina DTP na infância devem
tomar uma dose de reforço a cada dez anos.
 Quem deve tomar? Todos os adolescentes.
 Quando é preciso tomar? Adolescentes que nunca tomaram a vacina podem
tomar em qualquer idade. Quem recebeu uma dose de dupla adulto aos dez ou
onze anos precisa receber apenas um reforço a cada dez anos. Quem tomou a
última dose há mais de dez anos precisa tomar uma dose de reforço e não
esquecer que, para fazer efeito por toda a vida, são necessárias doses de reforço
da vacina a cada dez anos.
Vacina febre amarela – igual a criança
Obs: Pessoas que vão viajar para áreas endêmicas devem tomar a vacina dez dias
antes da viagem.
Hepatite B
Quem deve tomar? Todos os adolescentes (até 19 anos) que não foram vacinados
quando crianças. Além disso, certos grupos específicos de maior risco:
• Pessoas com doenças crônicas do fígado
• Pessoas que fazem hemodiálise
• Pessoas que precisam receber muitas transfusões de sangue
• Pessoas que têm hemofilia, talassemia
• Pessoas que moram junto com quem tem hepatite B
• Profissionais do sexo
• Usuários de drogas
• Pessoas infectadas pelo vírus HIV
• Profissionais de saúde Quando é preciso tomar a vacina? A qualquer momento. A
segunda dose deve ser dada trinta dias depois da primeira. A terceira dose, seis meses
após a primeira.
Dupla viral (sarampo e rubéola)
Quem deve tomar? Todos os adolescentes que não foram vacinados quando crianças,
e, em especial, estudantes e profissionais da área de saúde, profissionais de turismo e
quem for viajar para fora do país, uma vez que o sarampo ainda causa epidemias e é
muito comum em outros países do mundo.

04. Discutir o papel da ESF na adolescência.


A consulta do adolescente na atenção primaria deve ser diferenciada. Devem-se buscar
queixas ocultas frequentemente expostas no decorrer da consulta. Queixas
relacionadas à área da sexualidade são muito comuns nessa faixa etária. Qualquer
exigência, como a obrigatoriedade da presença de um responsável para
acompanhamento no serviço de saúde, que possa afastar ou impedir o exercício pleno
do adolescente de seu direito fundamental à saúde e à liberdade, constitui lesão ao
direito maior de uma vida saudável. Caso a equipe de saúde entenda que o usuário não
possui condições de decidir sozinho sobre alguma intervenção em razão de sua
complexidade, deve, primeiramente, realizar intervenções urgentes que se façam
necessárias e, em seguida, abordar com o adolescente, de forma clara, a necessidade
de que um responsável o assista e o auxilie no acompanhamento.

Referências:
- Pediatria básica, marcondes (2012)
- Saúde do adolescente, sbp (2016)
- Puberdade normal e precoce: uma revisão prática, 2015. Mônica f. Stecchini, usp.

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