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INICIAÇÃO À

INTRODUÇÃO 3

CAPITULO 1 4

Um breve histórico a respeito da Hormonologia 5


A evolução após os anos 80 6

CAPÍTULO 2 7

Não somos os nossos avós! 8


Como os fatores epigenéticos agem em nosso DNA 9
Tempo de fabricação X estado de conservação 10
O real significado de longevidade saudável 12

CAPÍTULO 3 13

Mas afinal, o que é hormonologia? 14


O papel dos hormônios da saúde e na vida 15
Declínios hormonais: muito antes da menopausa ou da andropausa 16
Reposição hormonal X Remodelação hormonal 18

CONCLUSÃO 19

CURSO HORMONOLOGIA E TERAPIAS INTEGRATIVAS 20

PÓS-GRADUAÇÃO MASTER EM CIÊNCIAS DA LONGEVIDADE HUMANA 21


INTRODUÇÃO
Envelhecer é inevitável! Essa é a primeira questão a ser compreendida, antes de darmos
início ao estudo dos demais conceitos abordados ao longo deste e-book.

Não existe no mundo nenhum meio capaz de paralisar a passagem do tempo e o


avançar da idade cronológica, dos números que constam em nossas certidões de
nascimento e carteiras de identidade. Da mesma maneira, não há, ainda, uma estratégia
de cuidado da saúde que garanta que um indivíduo jamais vá adoecer ou que o faça
viver por 120, 130 ou 140 anos.

Na medicina é assim, não existe o sempre ou o nunca!

Entretanto, há fatos importantíssimos a serem considerados para entendermos que é


imperativo usufruir de mecanismos que nos permitam uma melhora qualitativa para essa
passagem temporal entre a concepção e a morte.

Há até bem pouco tempo - em termos históricos -, a humanidade não passava dos 30
anos, portanto a ciência e a medicina entendiam pouco sobre os processos ocorridos no
organismo após essa idade. Mesmo assim, elas nos proporcionaram um saldo
extremamente positivo, elevando em muito a expectativa de vida, ante a descoberta de
soluções para doenças tão comuns em épocas passadas, especialmente as infecciosas.

Esses dois fenômenos - tratamento de doenças e aumento da expectativa de vida - nos


trazem à realidade atual, na qual há pessoas vivendo por muito mais tempo, atingindo
até mesmo o centenário em alguns casos, mas infelizmente desenvolvendo, desde cedo,
complicações de saúde e doenças crônicas que comprometem em muito as condições
com que vivem seus anos, impactando, especialmente, em perda de sua integridade
funcional, falta de autonomia, dependência medicamentosa e sofrimento.

Diante disso, uma conclusão é inevitável: a população está envelhecendo e precisamos


entender mais sobre o processo de envelhecimento e sobre os mecanismos por trás do
surgimento de questões comumente associadas à idade, para nos tornarmos mais
capazes de contribuir com saúde e qualidade
de vida para nós e nossos pacientes.

E é impossível falar de saúde,


autonomia, felicidade e
Todos vamos descer a ladeira,
longevidade plena sem
compreender mais mas é possível ajustar a
sobre Hormonologia!
velocidade com
Vamos aos estudos?
que descemos.

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UM BREVE HISTÓRICO A RESPEITO DA HORMONOLOGIA
Durante a segunda década do século XX, teve início a nomeação dos primeiros
hormônios, com a estrutura química de suas moléculas isolada e identificada. Na
ocasião, ginecologistas foram os pioneiros nos estudos sobre hormônios e os utilizavam
quase exclusivamente para tratar os fogachos que acometiam mulheres que entravam
na menopausa. Contudo, prevalecia um altíssimo grau de empirismo e, embora
identificados, não se compreendia muito bem as funções dos hormônios, o que tornou
esse tempo de descoberta heroica um momento cercado por tabus, medos e
desinformação.

Além disso, as estruturas moleculares utilizadas eram completamente distintas de um


hormônio humano, assim como não se conheciam as doses terapêuticas ou o processo
de metabolização e excreção dos hormônios, o que acabou por abrir as portas para que
sofrêssemos, cedo ou tarde, com os efeitos adversos e colaterais dessa técnica
rudimentar.

Apesar da nitidez de alguns benefícios dessa reposição, as mulheres submetidas àquela


terapia experimental frequentemente recebiam, por tempo indeterminado, doses que
hoje entendemos como suprafisiológicas e, de fato, efeitos colaterais começaram a
aparecer, formando-se uma visão desfavorável à Hormonologia.

Foi nesse contexto, nas décadas de 60 e 70, que verificou-se um maior risco de
desenvolvimento de câncer de mama por mulheres tratadas com hormônios em
comparação às mulheres de mesma idade que não faziam o tratamento. E é desde
então a visão deturpada que relaciona a reposição hormonal ao câncer até os dias de
hoje!

É esse preconceito e alguns outros, tais como “hormônios engordam”, “hormônios dão
pelo e acne”, “hormônios fazem mal à saúde” que vamos desconstruir no decorrer deste
e-book.

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A EVOLUÇÃO APÓS OS ANOS 80
Ainda bastante rodeada de tabus, nos anos 80 a terapia hormonal conseguiu dar um
salto significativo!

A compreensão sobre a abrangência e os benefícios da reposição e suas indicações


terapêuticas se ampliou e houve evoluções na configuração das moléculas hormonais,
que passaram a ser similares às produzidas pelo organismo humano, com a incrível
vantagem estratégica de administração de doses menores. Essas mudanças já foram
muito importantes e permitiram, principalmente, a informação ao público e o start da
cultura que considera a busca do equilíbrio como um caminho relevante à melhora da
qualidade de vida.

Esse movimento foi ganhando corpo nos anos 90, sobretudo por conta do surgimento de
novas áreas de pesquisa, novos conceitos, das múltiplas opções e do crescimento da
abrangência terapêutica.

E adentramos então, ao século 21, quando finalmente começamos a discutir uma


questão muito importante:

O tipo de hormônio interfere no tipo da reação que o


corpo vai ter a essa substância que, por sua vez, está
diretamente relacionada ao potencial de benefícios ou
efeitos adversos que esta molécula pode provocar.

Veja bem, o que tivemos logo no início deste século, foi justamente a consolidação do
conceito de hormônios bioidênticos, ou hormônios homólogos humanos, cuja molécula
possui a mesma estrutura dos hormônios produzidos naturalmente pelo organismo e
que, ao se conectar a um receptor, é prontamente reconhecida como uma substância
própria desse sistema.

Os resultados desse avanço ainda são pequenos, se considerarmos, por exemplo, que o
Brasil tem cerca de 29 milhões de mulheres entre o climatério e a menopausa, segundo
estimativas do IBGE (2014), e apenas 50% delas fazem algum tipo de tratamento, não
sendo possível identificar se com medicamentos (hormônios sintéticos) ou com
hormônios bioidênticos.

Da mesma forma, temos hoje, quase 40% da população com mais de 60 anos, vemos a
expectativa de vida aumentar e a taxa de natalidade cair em todo o mundo, o que
significa que, em pouco tempo, podemos ser realmente um Brasil majoritariamente de
idosos, e o número de pessoas entrando em estado de deficiência hormonal só vai
aumentar. Isso, considerando apenas o fator idade. Agora imagine se formos levar em
consideração os inúmeros hábitos insalubres, o estilo de vida adoecedor, a exposição
excessiva a toxinas e as mudanças ambientais que impactam o sistema hormonal
sobremaneira?

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NÃO SOMOS OS NOSSOS AVÓS!
Até aqui, você já sabe que hormônios são substâncias de suma importância para a
saúde e longevidade, mas talvez você esteja se perguntando como é que o seu avô, sua
avó ou outro conhecido, viveu mais de 90 anos - superando as expectativas comuns à
época em que nasceu - apenas com seu saboroso leite de vaca, comendo frutas do pé e
fazendo poucas refeições no dia, sem nunca ter ido ao médico para avaliar níveis
hormonais, muito menos fazer reposição.

Bom…observe bem! Hoje, a massiva maioria das pessoas faz diversas refeições por dia
e não é com boa comida, é com enlatados, industrializados, congelados e
ultraprocessados. O leite de vaca não é mais o mesmo. Os pés de frutas não são mais
os mesmos, pois são banhados de agrotóxicos e pesticidas. O solo não é mais o
mesmo. Você não dorme quando o sol se põe e não acorda quando ele nasce. Não faz a
maior parte dos percursos a pé. Provavelmente, ainda utiliza óleo vegetal para cozinhar.
Passa boas horas do dia com uma tela, seja do celular ou computador, acesa na sua
frente. Respira toxinas todos os dias. Para completar, você, assim como a maior parte de
nós, vive a correria da vida moderna e tem dificuldade de gerenciar todo o estresse
desse frenesi. Correto?

Todos esses fatores impactam em 80% das suas condições de saúde e longevidade. E
os outros 20%? São a genética, que, além de ter essa representatividade menor em
nosso contexto de saúde, também pode ser afetada por fatores epigenéticos. Ou seja,
nós podemos descender de pessoas longevas, mas a garantia de que viveremos tanto
quanto elas e com qualidade não existe!

O mundo mudou e nós mudamos de comportamento. Fisiologicamente, ainda somos


bem parecidos com o homem das cavernas, mas temos pouquíssimo a ver com nossos
avós. Aliás, se conseguíssemos viver como eles e ainda contando com a contribuição
dos inúmeros avanços científicos, talvez realmente já estivéssemos vivendo mais de 120
anos.

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COMO OS FATORES EPIGENÉTICOS AGEM EM
NOSSO DNA?
Existem diferentes mecanismos envolvidos nas alterações das atividades dos nossos
genes, mas os mais conhecidos são as modificações químicas ocorridas nas proteínas
associadas ao DNA - as histonas - e no DNA em si.

As histonas formam o nucleossomo e podem sofrer modificações químicas, como a


adição ou remoção de grupos químicos em suas caudas. Essas modificações podem
alterar a estrutura do DNA, facilitando ou dificultando o acesso dos fatores de
transcrição, que são proteínas responsáveis por iniciar ou inibir a transcrição dos genes.

Já o DNA pode sofrer modificações químicas em suas bases nitrogenadas, como a


metilação, que está frequentemente associada à inibição da expressão gênica. Ou seja,
quando uma região do DNA é metilada, ela se torna menos acessível aos fatores de
transcrição, resultando na supressão da expressão dos genes ali presentes.

Essa relação pode ser melhor compreendida, quando observamos a alimentação de


abelhas-rainhas e operárias. Embora tenham comportamento, fisiologia e fenótipos
distintos, a geleia real, que serve de alimento para as rainhas pela vida toda mas não
para as operárias, contém ingredientes capazes de inibir a metilação de citosinas no
DNA levando a maior expressão de genes nas primeiras, o que pode explicar a diferença
fenotípica e de comportamento entre as duas.

Em seres humanos, a atuação dos fenômenos epigenéticos não é tão direta nos
fenótipos, mas já há uma série de evidências sobre os impactos dessas alterações na
prevenção ou no desenvolvimento de doenças como câncer, doenças autoimunes e
outras questões. A dieta, o sedentarismo, a exposição a toxinas e poluentes, a metais
pesados, ao estresse excessivo, são fatores comportamentais e ambientais que podem
afetar a atividade dos genes e até mesmo serem transmitidos para as gerações futuras.

Ou seja, o estilo de vida que levamos impacta não apenas na nossa própria saúde e
qualidade de vida, como pode impactar na de nossos filhos, netos, bisnetos e demais
gerações futuras.

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TEMPO DE FABRICAÇÃO X ESTADO DE
CONSERVAÇÃO
A data de nascimento é um marco do nosso tempo de fabricação, e não podemos alterar
ou impedir que esse tempo passe. É como começamos este e-book, lembra? A ladeira
do envelhecimento é um caminho obrigatório a ser percorrido por todos nós. Com cerca
de 18-22 anos de idade (é isso mesmo, começamos a descê-la bem antes de ficarmos
velhos!), tem início o processo de disfunção celular que leva ao envelhecimento, quando
os telômeros começam a não conseguir se renovar.

Telômeros são estruturas lineares essenciais que carregam o material genético em


nossas células e são encontradas nas extremidades dos cromossomos. São sequências
repetitivas de DNA, juntamente com proteínas associadas, que formam uma espécie de
capa protetora da estrutura cromossômica, cuja principal função é proteger a
extremidade destes e garantir a estabilidade do material genético durante a replicação
celular. À medida que as células se dividem, os telômeros se encurtam porque também
se dividem para prevenir a perda genética, e esse encurtamento é justamente o
processo natural que conhecemos como envelhecimento.

Contudo, quando esses telômeros atingem um comprimento crítico, as células perdem


sua proteção e entram em estado de senescência ou até mesmo morte, restando
limitada sua capacidade de regeneração de tecidos e órgãos e contribuindo para o
declínio funcional do organismo, associado à idade, que vulnerabiliza principalmente o
nosso sistema imunológico e nos deixa mais suscetíveis às doenças. Esta é a base do
processo catabólico do envelhecimento.

Perceba que enquanto a data de nascimento marca o nosso tempo de fabricação, é o


tamanho dos telômeros que estará ditando nosso estado de conservação. E à luz do
conhecimento científico atual, esses fenômenos são totalmente independentes, e as
escolhas que fazemos e o estilo de vida que levamos vão impactar muito mais nessa
idade biológica, nesse estado de conservação, do que o avançar dos números na
identidade.

Além da idade, existem outros fatores que contribuem para o encurtamento dos
telômeros, como, por exemplo, o sedentarismo, a má alimentação, o fumo, o estresse e,
principalmente, os declínios hormonais. O estilo de vida de um indivíduo tem potencial
para fazer com que a idade biológica avance tão ou mais rápido do que a idade
cronológica. Por isso existem pessoas que sequer atingiram os 40 anos, por exemplo,
mas já estão experimentando condições “comuns da velhice”, como diabetes,
hipertensão, deficiências cognitivas e até câncer.

E é por isso também, que em um grupo de


mulheres menopausadas de 60 anos,
por exemplo, verificamos estados tão
diferentes. Hoje, cerca de 90 parâmetros
metabólicos permitem verificar como
está um metabolismo, comparado
a pessoas de mesma idade.

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Na prática, uma pessoa pode ter 60 anos e seu corpo estar trabalhando como se ela
tivesse 75, como é possível que outra funcione como se tivesse 45.

Hábitos e comportamentos saudáveis, assim como o equilíbrio hormonal, são


ferramentas poderosas para preservar o tamanho dos telômeros e, consequentemente,
prevenir doenças e manter a jovialidade, autonomia e integridade funcional por mais
tempo.

Ou seja, envelhecer é inevitável, mas sentir-se velho,


adoecer e viver sem qualquer qualidade é consequência
direta das nossas escolhas e modo de vida.

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O REAL SIGNIFICADO DE LONGEVIDADE
SAUDÁVEL
O que realmente é longevidade? Veja o que o dicionário Oxford (via Google) nos diz:

Se considerarmos que, no início do século XX, brasileiros viviam até cerca de 33 anos,
tendo essa expectativa de vida subido para cerca de 52-55 anos por volta dos anos 60 e
alcançado, atualmente, o marco de 76-78 anos, como estamos hoje, podemos entender
que os objetivos de longevidade vêm sendo atingidos, certo? Até pouco tempo, não
envelhecíamos e agora estamos alcançando idades cada vez mais avançadas!

Contudo, comorbidades crônicas como diabetes, hipertensão, obesidade, não param de


crescer, doenças da mente, como a depressão, estão se agravando e acometendo
pessoas por volta dos 30 anos ou menos e elas estão vivendo cada vez mais tempo sob
o controle de medicamentos que minimizam seus desconfortos.

Significa dizer, caro leitor, que, em que pese tenhamos ganhado muito mais tempo de
vida, a qualidade desse tempo não cresceu paralelamente a ele. Temos hoje no mundo,
pessoas jovens em termos de tempo de fabricação com péssimos estados de
conservação, que não precisariam ser uma realidade nem mesmo para quem já atingiu
idades avançadas.

Portanto, longevidade saudável é, em essência, ter saúde, qualidade, autonomia,


independência, disposição e felicidade para viver por muitos anos, mesmo que não
possamos ter certeza de qual será o número máximo alcançado quando chegarmos ao
fim da vida.

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MAS AFINAL, O QUE É HORMONOLOGIA?
Os hormônios são substâncias químicas sintetizadas por glândulas endócrinas, como a
tireóide, o hipotálamo, a hipófise, as suprerrenais, os testículos, os ovários. São
mensageiros químicos que exercem funções no organismo inteiro, especialmente de
crescimento, restauro e reparo, através de receptores específicos em células humanas.

E a hormonologia é uma ciência que se dedica a estudar os mecanismos pelos quais os


hormônios interagem em nosso corpo para promover equilíbrio homeostático,
comunicação, reparo, restauro, anabolismo, construção e qualidade de vida.
Diferentemente da endocrinologia, que, com todo mérito, tenta compreender as funções
hormonais e seus desequilíbrios ao gerar doenças e disfunções, a hormonologia tem
como foco fundamental o estudo dos hormônios pela ótica da saúde e prevenção de
doenças, com o intuito de manter a qualidade de vida e otimizar a saúde em seu máximo
nível possível.

Observando o que a mencionada ciência estuda, note que há uma bifurcação no


caminho da utilização de hormônios, que desemboca na via 1) hormônios podem ser
utilizados para corrigir uma insuficiência e tratar uma doença; ou 2) hormônios podem
ser utilizados para manter a capacidade natural de restauro ou reparo celulares que
mantém um indivíduo saudável. Existe um número expressivo de profissionais
percorrendo a via de número 1 por meio da endocrinologia, e, de um tempo para cá,
estamos conseguindo fazer crescer o número de médicos das mais diversas
especialidades percorrendo a via de número 2.

Entenda: não há, em essência, uma definição de certo e errado entre os dois modelos.
Hormônios poderão ser usados tanto para tratar como para otimizar a saúde, sem que
seja necessário definir graus de importância entre esses dois lados. A bem da verdade,
sempre existirão pacientes que precisam se manter saudáveis e pacientes que precisam
tratar suas doenças, portanto, esses sequer deveriam ser considerados pólos opostos,
mas sim, vertentes distintas que podem perfeitamente caminhar juntas, de mãos dadas.

Entretanto, na Longevidade Saudável, o foco está na via de número 2:

Disseminamos a Hormonologia com o principal fim de


devolver aos médicos o protagonismo do tratamento
hormonal para a manutenção da integridade funcional
do organismo, capaz de conservar um indivíduo
saudável em todas as fases de sua vida e pelo maior
tempo possível.

Independentemente da área de atuação ou da especialidade médica, o equilíbrio/


desequilíbrio hormonal irá impactar nas condições de vida do paciente, nos tratamentos
e nos resultados de saúde. Logo, não há como exercer a medicina do futuro, a que age
além da doença e promove transformações a médio e longo prazo, se o profissional não
tiver conexão com hormônios e amplos conhecimentos nessa área basilar.
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O PAPEL DOS HORMÔNIOS NA SAÚDE E NA
VIDA
O mais famoso declínio hormonal está associado à menopausa feminina. Com o avançar
da idade, os ovários deixam de produzir os conhecidos “hormônios sexuais femininos”,
em um mecanismo natural que marca o fim da idade reprodutiva da mulher.

Contudo, com a evolução da Hormonologia, podemos afirmar categoricamente que não


apenas um ou dois hormônios sofrem declínios em seus níveis, como também essas
quedas não são uma particularidade feminina e, o mais importante, não afetam apenas a
saúde sexual e reprodutiva.

O equilíbrio hormonal é essencial para o bem-estar e a longevidade saudável!

Os hormônios trabalham em sintonia e são os responsáveis por controlar processos


físicos e psicológicos nas diferentes fases das nossas vidas, tendo funções importantes
para o nosso metabolismo, crescimento, disposição, fertilidade, desejo sexual, entre
outros aspectos.

Como mensageiros químicos, eles enviam, através da corrente sanguínea, instruções


para as células de todo o corpo para que os tecidos e órgãos humanos desempenhem
suas tarefas plenamente. É através dos hormônios que o corpo controla funções como a
digestão, o humor, a libido, a capacidade cognitiva, o sistema imunológico e muitas
outras. É por isso que, quando o equilíbrio hormonal se perde, seja pelo estilo de vida
que o impacta negativamente, seja pelo avanço da idade, os efeitos aparecem e, aos
poucos, vão minando a qualidade de vida do indivíduo e aumentando seu risco para o
desenvolvimento de doenças.

Embora o esgotamento ovariano seja um processo


natural, a insuficiência hormonal não pode ser vista
como normal!

Para fins de exemplo, o estradiol, principal hormônio sexual feminino, desempenha mais
de 400 funções no organismo, além da função reprodutiva. A testosterona, além das
características masculinas, constitui um dos principais anabolizantes naturais
responsáveis pelo restauro de inúmeras funções do organismo.

A melatonina (n-acetil-metoxitriptamina), produzida em várias células do corpo, é uma


molécula reguladora metabólica sistêmica, cujo papel é controlar a glândula pineal,
localizada no interior do cérebro, com múltiplas atividades metabólicas.

A pregnenolona, uma molécula derivada do colesterol, produzida no cérebro, nas


gônadas e, principalmente, nas glândulas suprarrenais, pode ser considerada a mãe de
inúmeros outros hormônios especializados, como progesterona, estrogênio,
testosterona, DHEA e cortisol, contribuindo com a regulação de diversas funções
corporais e com uma série de respostas fisiológicas, como estresse, ansiedade, fixação
de memórias, concentração e, até mesmo, saúde reprodutiva.

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Quando compreendemos a importância dos hormônios para o pleno funcionamento do
organismo humano, é possível entender melhor o porquê de muitos problemas nocivos à
saúde, causados pelo declínio ou desequilíbrio hormonal.

Equilíbrio hormonal
é o que nos mantêm
saudáveis e vivos!
DECLÍNIOS HORMONAIS: MUITO ANTES DA
MENOPAUSA OU DA ANDROPAUSA
A orquestra hormonal é multifatorial. Nossos níveis hormonais vão caindo a partir de um
determinado momento que, para a maioria de nós, é quando a natureza enxerga que
atingimos o nosso limite de maturidade reprodutiva, que em termos de idade cronológica
corresponde a algo em torno de 30 anos de idade.

Veja que curioso! A natureza cuida bem de nós até que atinjamos o nosso potencial
reprodutivo, porque ela entende que seres humanos, seres vivos de uma maneira geral,
só terão interesse real para ela até quando puderem deixar aqui os seus
desdobramentos genéticos, com genes replicados para uma criatura que nos sucede
que, teoricamente, deve ter genes melhores do que os nossos. É o princípio da melhoria
contínua e da perpetuação da espécie.

Mas 30 anos é muito pouco, certo? Sim, mas relembre, até pouco tempo atrás não
passávamos dessa idade. Durante quase 99% do nosso tempo de evolução na Terra
enquanto homo sapiens, mal alcançávamos os 30 anos. E esse princípio da natureza
permanece vigente até hoje, com o pequeno detalhe de que estamos vivendo o dobro, o
triplo ou até mais do que isso.

Como os hormônios controlam construção,


reparo e restauro, podemos genericamente
assumir que essas ações constituem um
grupo de reações metabólicas que chamamos
de anabolismo. Por outro lado, quando o
corpo não consegue restaurar e reparar
essas reações, temos o chamado
catabolismo ou, em linguagem popular,
o envelhecimento.

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Quando nossa capacidade de produção natural de hormônios é diminuída, começamos a
ter interrupção, fragmentação e interferência nos processos de comunicação celular que
gera uma situação metabólica crônica e cumulativa na medida em que a idade
cronológica avança. Esse descompasso entre anabolismo e catabolismo é exatamente o
marco de produção de uma quantidade imensa de reações metabólicas anti fisiológicas,
que provoca um desgoverno e uma descomunicação nos nossos sistemas celulares e
acaba nos vulnerabilizando à maior parte das doenças conhecidas no meio tradicional
como “doenças próprias e inevitáveis da velhice”.

Então, recapitulando: após os 30-35, nossos níveis hormonais começam a declinar,


implicando em aumento do catabolismo e diminuição do anabolismo; por conta disso,
entramos em estado de senescência celular e começamos a ter o comprometimento da
integridade funcional do organismo; com esse comprometimento fisiológico, vamos nos
tornando mais suscetíveis a doenças.

A partir desse raciocínio, temos 3 pontos cruciais a considerar:

Desequilíbrios hormonais são os grandes


responsáveis pela maior parte do que chamamos de
“doenças da idade”;

São as quedas hormonais - que começam bem antes


da idade chegar - que nos conduzem ao
envelhecimento e não o contrário;

Não existe a possibilidade de tratar a saúde sem


avaliar níveis hormonais e adotar estratégias de
reposição e reequilíbrio de seus níveis;

É por essas razões que consideramos obrigatório que médicos e profissionais de saúde
tenham maior conhecimento em Hormonologia, independente da especialidade de
atuação.

Se estamos vivendo mais, é bom que tenhamos saúde e, enquanto promotores de


saúde, vamos ter que lidar com hormônios, porque é dever ético corrigir insuficiências e
deficiências que deixam um paciente suscetível a doenças e comprometem sua
qualidade de vida.

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REPOSIÇÃO HORMONAL X REMODELAÇÃO
HORMONAL
A partir do momento em que houve a compreensão de que não é apenas um ou outro
hormônio de maneira pontual que vai declinar, o conceito foi expandido de reposição
hormonal para remodelação hormonal.

Enquanto na reposição - utilizada lá atrás quando identificados os sintomas da


menopausa e a insuficiência de hormônios ovarianos - o médico se utilizava de
substâncias isoladas para correção, na remodelação hormonal a estratégia é mais
complexa e abrangente, pois considera a interrelação entre os mais diversos hormônios,
a hierarquia com que funcionam e as mais diversas funções que realizam.

Na remodelação, o médico deve estar atento a um grupo muito maior de hormônios que
pode cair em momentos muito semelhantes, em intervalos de tempo relativamente muito
curtos e, quanto maior a queda de hormônios que controlam o anabolismo, maior será a
prevalência catabólica.

E por que isso se manifesta de maneira diferente em cada um de nós? Por que, por
exemplo, em duas mulheres de 60 anos, uma deficiência de um mesmo hormônio pode
se manifestar com secura vaginal e perda de libido, enquanto a outra terá maior
fragilidade óssea?

Cada um de nós tem um limiar de tolerância a esses desequilíbrios, e é exatamente por


conta dessa individualidade que pessoas podem desenvolver doenças em idades
diferentes, ou podem nem desenvolver uma dada doença, ou ser acometidas com um
outro problema mais cedo ou mais tarde do que o seu irmão, sua mão ou seu avô. Até
porque, a adequada ação hormonal requer a presença de receptores específicos para
cada hormônio e, pasme, a quantidade desses receptores bem como sua localização no
corpo também é distinta em cada um de nós.

Neste cenário, a remodelação hormonal entra como uma importante estratégia de


tratamento da saúde, posto que, diante da identificação de desníveis hormonais,
utilizando-se de hormônios bioidênticos, visa contribuir com o reequilíbrio do meio
interno, reinserindo no organismo, em níveis fisiológicos e nunca mais ou menos do que
isso, moléculas fundamentais ao bom funcionamento de células, tecidos, órgãos e
sistemas.

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CONCLUSÃO
Não conseguimos e nem pretendemos deter o processo do envelhecimento, mas
existem fundamentos práticos da prática clínica do dia a dia, milhares de médicos ao
redor do mundo inteiro, que praticam e aplicam esse modelo com uma sólida base de
fundamentações científicas que podem nos assegurar que pessoas que vivem com mais
hormônios, não apenas vivem mais, como vivem melhor.

Como falávamos lá no início, não é sobre não descer a ladeira do envelhecimento, mas
sobre fazer o possível para que a descida seja suave, controlada e, até mesmo,
prazerosa.

Todos queremos envelhecer, até porque a outra opção é o fim da vida e não temos
certeza se ela é boa ou ruim, ninguém voltou para nos contar. E a velhice não é
chamada de “melhor idade” até hoje à toa! Ela pode ser mesmo maravilhosa, desde que
nos antecipemos para construir isso desde já.

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