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ANO XXXIV • Nº 292 • JUNHO/2019

PODE SER ABERTO PELA ECT


FECHAMENTO AUTORIZADO –

Fábio Rodrigues Pozzebom /AG Brasil


Revalidação de diplomas
“ESTRANGEIROS” TÊM
QUE FAZER O REVALIDA
Para o CFM, apenas formados em escolas no exterior que passarem
por essas provas devem ter o direito de exercer a medicina no Brasil
Págs. 6 e 7

Projeto de Lei com mudanças nas regras de trânsito preocupa Pág. 9


Escolas médicas Morte encefálica Eleições CFM
CFM defende manter Resolução n° 2.173 Votação acontecerá em
moratória do MEC tem boa avaliação agosto nos estados
Pág. 5 Pág. 8 Pág. 11

CFM faz pesquisa sobre assistência ao paciente com câncer Pág. 4

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2 INSTITUCIONAL

Editorial
ANO XXXIV • Nº 292 • JUNHO/2019

O Revalida não é jaboticaba


PODE SER ABERTO PELA ECT
FECHAMENTO AUTORIZADO –

Publicação oficial do

Fábio Rodrigues Pozzebom /AG Brasil


Conselho Federal de Medicina
Nos Estados Unidos, das e mostrar que que têm reconhecem que afrouxar SGAS 915, Lote 72, Brasília-DF, CEP 70 390-150
o candidato diplomado em conhecimento da língua esses parâmetros é medida Telefone: (61) 3445 5900 • Fax: (61) 3346 0231
www.portalmedico.org.br
medicina no exterior, para francesa. Há uma alterna- de alto risco. Afinal, cabe ao imprensa@portalmedico.org.br

Revalidação de diplomas poder exercer a profissão no tiva: ingressar no próprio Estado preservar a integri-
“ESTRANGEIROS” TÊM país, deve antes passar por sistema acadêmico francês, dade, o bem-estar, a saúde
QUE FAZER O REVALIDA Diretoria
Para o CFM, apenas formados em escolas no exterior que passarem
por essas provas devem ter o direito de exercer a medicina no Brasil
uma peneira em várias eta- disputando uma vaga para e a vida de seus cidadãos.
Págs. 6 e 7

pas, todas muito rigorosas. o chamado Première Année Entende-se que não avaliar Presidente:
1º vice-presidente:
Carlos Vital Tavares Corrêa Lima
Mauro Luiz de Britto Ribeiro
Primeiro, deve ser aprovado Commune aux Études de o preparo desses candidatos
Projeto de Lei com mudanças nas regras de trânsito preocupa Pág. 9
Escolas médicas Morte encefálica Eleições CFM
2º vice-presidente: Jecé Freitas Brandão
3º vice-presidente: Emmanuel Fortes Silveira Cavalcanti
CFM defende manter
moratória do MEC
Pág. 5
Resolução n° 2.173
tem boa avaliação
Pág. 8
Votação acontecerá em
agosto nos estados
Pág. 11
nas diferentes fases do Uni- Santé (PACES). seria como dar a cada um Secretário-geral: Henrique Batista e Silva
CFM faz pesquisa sobre assistência ao paciente com câncer Pág. 4 ted States Medical Licensing O cuidado permanece licença para matar. 1º secretário: Hermann A. V. von Tiesenhausen
2º secretário: Sidnei Ferreira
Examination (USMLE). no Reino Unido, onde todos No momento, em que Tesoureiro: José Hiran da Silva Gallo
Depois, deve obter certifi- os candidatos precisam ter alguns questionam a exis- 2º tesoureiro:
Corregedor:
Dalvélio de Paiva Madruga
Lúcio Flávio Gonzaga Silva
cação no Educational Com- a aprovação em exames do tência do Exame Nacional Vice-corregedora: Dilza Teresinha Ambros Ribeiro
mission for Foreign Medical General Medical Council. de Revalidação de Diplomas
Graduates (ECFMG). Além disso, devem mos- Médicos Expedidos por Ins-
Diferente da Não é diferente no trar que são bons de inglês tituições de Educação Supe-
Conselheiros efetivos

Canadá, onde o interessa- no teste do Professional rior Estrangeiras (Revalida), Abdon José Murad Neto (Maranhão), Ademar Carlos
jaboticaba, fruto do em atuar como médico and Linguistic Assessments recomenda-se a todos di-
Augusto (Amazonas), Aldemir Humberto Soares
(AMB), Anastácio Kotzias Neto (Santa Catarina),
Carlos Vital Tavares Corrêa Lima (Pernambuco),
genuinamente deve passar em exames do Board (PLAB). E aten- recionar seu olhar para o Celso Murad (Espírito Santo), Cláudio Balduíno
conselho da categoria pro- ção: a partir de 2022, esse outro lado do oceano. Se Souto Franzen (Rio Grande do Sul), Dalvélio de Paiva
Madruga (Paraíba), Dilza Teresinha Ambros Ribeiro
brasileiro, a fissional daquele país, como funil ficará ainda mais es- nas grandes nações critérios (Acre), Donizetti Dimer Giamberardino Filho (Paraná),
o Medical Council of Cana- treito com a entrada em semelhantes têm sido apli- Emmanuel Fortes Silveira Cavalcanti (Alagoas), Henrique

exigência da
Batista e Silva (Sergipe), Hermann Alexandre Vivacqua
da Qualifying Examination vigor de novos exames de cados historicamente, por von Tiesenhausen (Minas Gerais), Hideraldo Luís
Souza Cabeça (Pará), Jeancarlo Fernandes Cavalcante
(MCCQE). Além disso, avaliação profissional, lin- que no nosso País deve ser
revalidação de em qualquer uma das nove guística e das qualificações diferente?
(Rio Grande do Norte), Jecé Freitas Brandão (Bahia),
Jorge Carlos Machado Curi (São Paulo), José Fernando
Maia Vinagre (Mato Grosso), José Hiran da Silva Gallo
províncias onde o médico acadêmicas. Que fique claro: o Re-
diplomas médicos poderá exercer a ativida- Demos a volta ao mun- valida não é invenção para
(Rondônia), Leonardo Sérvio Luz (Piauí), Lúcio Flávio
Gonzaga Silva (Ceará), Maria das Graças Creão Salgado
(Amapá), Mauro Luiz de Britto Ribeiro (Mato Grosso
de, o órgão regulador cor- do para retornar ao Brasil. criar empecilhos e burocra-
floresce onde há respondente poderá exigir Fica evidente, nos países cias. É medida mais do que
do Sul), Nemésio Tomasella de Oliveira (Tocantins),
Rosylane Nascimento das Mercês Rocha (Distrito
Federal), Salomão Rodrigues Filho (Goiás), Sidnei Ferreira

responsabilidade, requisitos acadêmicos, pro- mais desenvolvidos do mun- necessária para proteger a (Rio de Janeiro) , Wirlande Santos da Luz (Roraima).

fissionais e de proficiência do, que a prática da me- boa prática médica. Dife-
zelo e bom senso linguística adicionais. dicina é coisa séria e deve rente da jaboticaba, fruto Conselheiros suplentes
Mudando de continen- ser autorizada apenas para genuinamente brasileiro, a Adriana Scavuzzi Carneiro da Cunha (Pernambuco),
te, o rigor se mantém. Na aqueles que conseguem exigência da revalidação de Alberto Carvalho de Almeida (Mato Grosso), Alceu José
Peixoto Pimentel (Alagoas), Alexandre de Magalhães
França, médicos forma- comprovar conhecimentos, diplomas médicos floresce Marques (Roraima), Alexandre de Menezes Rodrigues
dos em outros países de- habilidades e competências onde há responsabilidade, (Minas Gerais), Antônio Celso Koehler Ayub (Rio
Grande do Sul), Dorimar dos Santos Barbosa (Amapá),
vem passar pelo crivo do em exames criteriosos. zelo e bom senso. José Albertino Souza (Ceará), Léa Rosana Viana de
Procédure d’Autorisation Ninguém critica essas Araújo e Araújo (Pará), Lia Cruz Vaz da Costa Damasio
(Piauí), Lisete Rosa e Silva Benzoni (Paraná), Lueiz
d’Exercice (PAE), agregar exigências nessas nações Amorim Canêdo (Goiás), Luís Eduardo Barbalho de Melo
outros três anos de funções por um motivo simples: a (Rio Grande do Norte), Luís Henrique Mascarenhas
Moreira (Mato Grosso do Sul), Luiz Antônio de Azevedo
hospitalares supervisiona- população e as autoridades Accioly (Rondônia), Márcia Rosa de Araújo (Rio de
Janeiro), Nailton Jorge Ferreira Lyra (Maranhão),
Newton Monteiro de Barros (AMB), Norberto José da
Silva Neto (Paraíba), Otávio Marambaia dos Santos
(Bahia), Paulo Antônio de Mattos Gouvea (Espírito
Santo), Pedro Eduardo Nader Ferreira (Tocantins),
Rosa Amélia Andrade Dantas (Sergipe), Ruy Yukimatsu
Tanigawa (São Paulo), Sérgio Tamura (Distrito Federal),

Conselho Editorial do CFM Wilmar de Athayde Gerent (Santa Catarina).

Conselho editorial

Abdon José Murad Neto, Carlos Vital Tavares Corrêa


Lima, Celso Murad, Henrique Batista e Silva, Hermann
Alexandre Vivacqua von Tiesenhausen, Jorge Carlos
Machado Curi, Lúcio Flávio Gonzaga Silva, Mauro Luiz

Cartas* Comentários podem ser enviados para imprensa@portalmedico.org.br


de Britto Ribeiro, Sidnei Ferreira, Wirlande Santos da Luz.

Diretor executivo: Hermann A. V. von Tiesenhausen


Editor: Paulo Henrique de Souza
Parabéns ao CFM pela sua luta em prol da dicina não podem ter lacunas em que o futuro Sobre a violência praticada contra médicos Editora executiva: Thaís Dutra
revalidação de diplomas médicos obtidos em médico vai aprender com não médicos. Se isso em ambiente de trabalho, é importante que Redação: Ana Isabel de Aquino Corrêa
Milton de Souza Júnior
outros países, que deve acontecer com base for observado, acredito que teremos uma ativi- a população e os gestores tomem uma pro- Nathália Siqueira
Rejane Medeiros
em critérios rígidos, como os exigidos nos dade médica mais tranquila e sem interferências. vidência. Afinal, eles são profissionais que Vevila Junqueira
Estados Unidos. Como médica, torço tam- merecem respeito. Estagiários: Gabriel da Silva Cornélio
Maria Isabel Peil de Oliveira
bém para que o CFM avalie as inúmeras fa- Helio Augusto Bolcato Custodio
culdades médicas em funcionamento no País. CRM-RS 5930 Eva Nicácio Copidesque e revisão: Caique Zen e Andressa Picosque | Tikinet
Secretária: Amanda Ferreira
helio102@yahoo.com.br Pelo Facebook Apoio: Amilton Itacaramby
Daniela Stahl Fotos: Márcio Arruda - MTb 530/04/58/DF
Impressão: Esdeva Indústria Gráfica S.A.
CRM- SP 180887
Projeto gráfico Diagraf Comunicação,
danielacstahl@hotmail.com e diagramação: Marketing e Serviços Gráficos Ltda.
Congratulo-me com o Conselho Federal O caminho para combater a violência con-
Tiragem desta edição: 5.000 exemplares
de Medicina. Ofereço meus parabéns pelas tra médicos, um problema que afeta vários Jornalista responsável: Paulo Henrique de Souza
ações pela qualidade da medicina no Brasil. profissionais e serviços no País, é reconhecer RP GO-0008609

Com respeito à defesa do ato médico, na minha Brasil: ordem e progresso! que há falta de limites e excessiva tolerância.
avaliação, uma forma de acabar de vez com Os médicos merecem todo respeito! Mudanças de endereço devem ser
essa interferência das profissões paramédicas é Maria Georgina Barbosa comunicadas diretamente ao CFM
retomar o que a medicina sempre teve e está CRM-BA 4289 Hélia Melo pelo e-mail imprensa@portalmedico.org.br
sendo esquecido. Por exemplo, os cursos de me- georginanefro@gmail.com Pelo Facebook Os artigos e os comentários assinados são
de inteira responsabilidade dos autores, não
representando, necessariamente, a
* Por motivo de espaço, as mensagens poderão ser editadas, sem prejuízo de seu conteúdo. opinião do CFM.

JORNAL MEDICINA – JUN/2019

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CONHECENDO O CFM
INSTITUCIONAL 3

PALAVRA DO PRESIDENTE
Carlos Vital Tavares Corrêa Lima

A crise na assistência obstétrica no Brasil

O momento No Brasil, em especial para a população que depende exclusivamente do Sistema Único de
sublime do Saúde (SUS), o ato de nascer pode ser sinônimo de tensão e riscos, com possibilidade de com-
nascimento prometimento do bem-estar e da vida da mãe e de seu filho. Infelizmente, no País, os serviços
públicos que oferecem assistência obstétrica e pediátrica no nascimento enfrentam problemas
precisa ser
estruturais que começam na fase do pré-natal e se estendem até o pós-parto.
tratado de forma Dados apurados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), a partir de informações oficiais
prioritária, do Governo Federal, confirmam a dimensão desse gargalo no atendimento a gestantes, par-
com respeito e turientes e seus bebês. De acordo com o trabalho, que traz números recentes e atualizados, o
Brasil possui 5.878 leitos obstétricos a menos, na rede pública, do que o preconizado pelo próprio
dignidade
Ministério da Saúde, por meio da Rede Cegonha.
Instituída em 2011, a Rede Cegonha é a estratégia do Governo responsável por organizar
o provimento contínuo de ações de atenção à saúde materna e infantil no SUS. Para calcular
o número de leitos necessários, leva em consideração somente a população usuária do SUS
e que não tem plano de saúde – conforme descrito na Portaria nº 650/11, da Secretaria de
Atenção à Saúde.
Pelo parâmetro, atualizado em 2011, o SUS deveria dispor de pelo menos 45.207 leitos
dessa especialidade – mas o número não atinge a marca de 40 mil unidades. O Cadastro Na-
cional de Estabelecimentos de Saúde do Brasil (CNES) destaca que São Paulo é o estado que
apresenta o maior déficit de leitos obstétricos do País: 2.372 abaixo do mínimo preconizado
pela Rede Cegonha.
Na sequência, estão: Minas Gerais (-1.473), Rio de Janeiro (-802), Rio Grande do Sul (-450)
e Santa Catarina (-341). Pará (-266), Goiás (-265) e Sergipe (-186) ocupam, nessa ordem, a
sexta, a sétima e a oitava posição entre os estados brasileiros com maior déficit.
Do ponto de vista regional, o Sudeste apresenta o maior déficit acumulado, ou seja, 82% do
total de 5.878 leitos que faltam no Brasil. As regiões Centro-Oeste e Norte têm, respectivamen-
te, 375 e 216 leitos obstétricos abaixo do mínimo. Apenas o Nordeste é exceção.
No Centro-Oeste, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul têm déficit, assim como Goiás. Já o
Distrito Federal dispõe de 611 leitos obstétricos – 27 acima do mínimo. No Norte, a carência é
mais expressiva no Pará, seu estado mais populoso. No Amazonas, que tem 4 milhões de habi-
tantes, há 1.014 leitos, ou seja, 16 acima do mínimo recomendado.
O Nordeste, apesar de ter 360 leitos acima do mínimo estabelecido pela Rede Cegonha,
apresenta expressiva má distribuição entre estados, capitais e municípios. Piauí e Rio Grande
usen
do Norte exemplificam essa distorção. Apesar de juntos terem 514 unidades acima do mínimo,
aproximadamente 1/3 dos leitos obstétricos está concentrado nas capitais – em detrimento da
oferta de assistência nos mais de 150 municípios que cada estado possui.
Outro fator que afeta a assistência às mães e seus filhos é a dificuldade do acesso ao pré-
-natal na rede pública. Mesmo sendo considerado fundamental à saúde materno-infantil, não
e | Tikinet são todas as mulheres que conseguem ser atendidas. O Sistema de Informações sobre Nascidos
4/58/DF
Vivos (SINASC) indica que, somente em 2016, 609.996 bebês nasceram sem que as gestantes
tivessem realizado exames e consultas de modo adequado antes do parto.
s Ltda. Esse cenário exige providências urgentes por parte do Governo. A população e os médicos
precisam contar com mais investimentos e uma gestão eficiente que consiga equacionar essas di-
ficuldades, o que, certamente, reduzirá os indicadores de morbidade e de mortalidade materna e
neonatal. No Brasil, o momento sublime do nascimento precisa ser tratado de forma prioritária,
com respeito e dignidade.

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4 POLÍTICA E SAÚDE

Assistência oncológica

Médicos participam de pesquisa do CFM


O objetivo é apurar dados para identificar o panorama do atendimento a pacientes com câncer no Brasil

C om o objetivo de tra- ao menos 2.300 médi-

Foto internet
çar um panorama so- cos, que terão garantidos
bre as condições de aces- o sigilo e o anonimato. As
so ao diagnóstico e ao questões são simples e ob-
tratamento de câncer no jetivas, sendo fundamen-
Brasil, o Conselho Fede- tal a participação franca
ral de Medicina (CFM) e honesta da comunidade
está desenvolvendo uma médica para que, com o le-
pesquisa com médicos vantamento gerado a par-
que atuam em diferentes tir dos dados informados,
níveis de atenção e com- o CFM possa atuar, de
plexidade nos serviços de modo estratégico, em fa-
saúde públicos e privados. vor de médicos e pacientes
O objetivo é conhecer as no combate e prevenção
condições de acolhimento dos problemas relatados
de pacientes oncológicos. – bem como no aprimora-
“É de extrema impor- mento de serviços.
tância identificarmos a Estima-se que serão Amostra: o CFM quer ouvir dos médicos quais os principais problemas para o atendimento oncológico no País
realidade vivenciada pelo necessários apenas 15
médico que está na pon- minutos para responder três grandes grupos re- do por médicos que têm especialistas em Cirurgia
ta, que lida cotidianamen- completamente a pesqui- ceberão, via e-mail, o link contato primário com Oncológica, Cirurgia de
te com pacientes oncoló- sa, que será enviada aos de acesso ao formulário pacientes de câncer: es- Cabeça e Pescoço, Ci-
gicos para sabermos, por médicos selecionados às da pesquisa. O primeiro pecialistas em Coloproc- rurgia do Aparelho Di-
exemplo, em que grau a in- segundas e sextas-feiras e grupo, que corresponde tologia, Dermatologia, gestivo, Cirurgia Geral,
fraestrutura e os recursos está disponível em plata-
a 77% do total de entre- Endocrinologia e Meta- Oncologia Clínica, Neu-
humanos interferem na forma desenvolvida pelo
vistados, é composto por bologia, Gastroenterolo- rocirurgia e Radioterapia.
possibilidade de diagnos- Conselho Federal com
ticar ou tratar um pacien- critérios de segurança que médicos não especialistas gia, Hematologia e He- Após a conclusão do
te”, explica o 1º secretário garantem ao médico a e especialistas em Medi- moterapia, Mastologia, levantamento, o CFM
e diretor de Comunicação confidencialidade neces- cina de Família e Comu- Pneumologia, Neurologia encaminhará a cada mé-
do CFM, Hermann von sária à sua participação. nidade, Clínica Médica, e Urologia. Já o terceiro e dico participante da pes-
Tiesenhausen. Para possibilitar a ava- Pediatria, Ginecologia e último grupo é composto quisa o relatório final com
A pesquisa será reali- liação dos serviços nos Obstetrícia. por 288 médicos envolvi- o panorama da assistência
zada via e-mail. A meta três níveis de complexi- O segundo grupo dos nos cuidados especí- a pacientes com câncer
é colher a percepção de dade (baixa, média e alta), (10% do total) é forma- ficos, como é o caso dos no Brasil.

Saúde mental
Documento da OMS recomenda exercícios para prevenção de demências
A tradicional recomenda- da equipe estava a médi- A psiquiatra explicou inflamatórios que afetam o ler, desenvolver ativida-
ção médica sobre prática de ca brasileira Cleusa Ferri, que a orientação da OMS cérebro, diminuindo a oxige- des lúdicas, como jogos e
atividade física para manter professora do Programa de considera o impacto causado nação no órgão e aumentan- outros meios de entreteni-
mente e corpo saudáveis é Pós-Graduação do Depar- pela obesidade, hipertensão do o risco de demência. mento, rodas de conversa e
também indicada pela Orga- tamento de Psiquiatria da e diabete, além do consumo Remédio – A publicação escrita. Tudo isso pode me-
nização Mundial da Saúde Universidade Federal de São de tabaco e álcool, fatores indica a prática frequente lhorar a qualidade de vida
(OMS) para reduzir o risco Paulo (Unifesp). capazes de levar a processos de exercícios aeróbicos e de do indivíduo e consequen-
de demência. O guia Risk resistência, além do consu- temente prevenir quadros
reduction of cognitive de- mo de alimentos saudáveis. demenciais”.
cline and dementia, publica- O psiquiatra e conselheiro Também coordenador
do pela agência internacional federal pelo Piauí, Leonar- da Câmara Técnica de Me-
especializada em saúde, traz do Sérvio Luz, ressalta que dicina de Família e Comu-
diretrizes para diminuir o ris- “atividade física é sempre o nidade, Luz ressalta que
melhor remédio! Melhora “nossa população está en-
co de declínio cognitivo e per-
o sistema cardiovascular, velhecendo e precisamos
da da função cerebral. Entre
controla melhor os níveis
as orientações, destaca-se a dar esse enfoque também
de pressão arterial e índi-
importância de adotar uma na atenção primária, não
ces glicêmicos, impedindo o
rotina de exercícios físicos, apenas no sentido medica-
diabetes, além de favorecer
além de controlar a pres- mentoso, mas no sentido da
o convívio social com outros
são arterial, o colesterol e indivíduos”. prevenção para que essas
a glicemia. Ainda como medida de pessoas tenham mais quali-
O documento da OMS prevenção, Leonardo Luz dade de vida”.
foi elaborado por um grupo destaca a relevância da es-
de especialistas de diversos timulação cognitiva. “Os A publicação da OMS está dispo-
países e baseado na revi- nível para download na íntegra, e
médicos também podem pode ser acessada em:
são de estudos a respeito incentivar seus pacientes a bit.ly/2E83zza
do tema. Entre os membros Leonardo Luz: “a atividade física é sempre o melhor remédio”

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POLÍTICA E SAÚDE 5

Escolas médicas

Abertura de escolas é prejudicial ao País


Conselho defende manutenção de moratória que prevê a suspensão de editais de abertura de novas unidades

O Pleno do Conselho
Federal de Medi-
cina (CFM) reiterou
rado. De outro, fragili-
zam o processo de ensino,
ameaçam a credibilidade
publicamente sua posi- da profissão e colocam o
ção contrária à reto- paciente em situação de
mada da abertura de risco”, alertou a entidade.
novas escolas médicas Atualmente, existem
no Brasil e à ampliação no Brasil 336 escolas
de vagas em cursos já médicas, distribuídas em
existentes. O posiciona- 223 municípios. Juntas,
mento foi divulgado em elas oferecem 34.465
nota pela autarquia. vagas. Destas unidades,
“O CFM defende 161 foram autorizadas
veementemente a manu- nos últimos 10 anos, e
tenção da moratória que em muitas falta o mínimo
prevê a suspensão dos necessário: hospitais de
editais para abertura de ensino ou campos de
novas escolas médicas, estágio, instalações ade-
prevista na Portaria nº quadas e corpo docente
328/18, e a retomada das preparado.
atividades do grupo de tra- O Brasil possui mais Decisão do Pleno: conselheiros mantêm crítica à abertura indiscriminada de escolas médicas e cobram Governo
balho criado pelo Ministé- cursos de medicina do
rio da Educação para dis- que China e Estados médicos por mil habitan- instalação desses cursos nuidade à sua formação”,
cutir o tema. Medidas Unidos – países que pos- tes, índice próximo ao não garante a fixação dos destacou a autarquia.
que desconsiderem esses suem população muito de nações como Japão e egressos nos locais de gra- O CFM entende que
aspectos são temerárias. maior do que a brasileira Canadá. duação. Estudos demons- a distribuição dos profis-
De um lado, priorizam – e, pelo quadro atual, “O argumento de que tram que, após a forma- sionais pelo País depende
interesses de grupos polí- estima-se que, em pou- a abertura de escolas é tura, a maioria dos alunos de medidas como a
ticos e de agentes eco- cos anos, o País ultrapas- necessária para garan- migra para grandes cen- criação de carreira de
nômicos que enxergam a sará a marca de 500 mil tir o aumento do número tros em busca de melho- Estado para o médico e
educação médica como médicos em atividade, de médicos é improce- res oportunidades de a oferta de estrutura de
filão lucrativo a ser explo- com razão média de 2,5 dente, lembrando que a trabalho e para dar conti- atendimento.

Ato médico Cannabis sativa L.


Justiça condena entidade CFM pede revogação de atos da Anvisa
Determinação da Justiça regulamentada, “como é o O Conselho Federal de nacional. Nesses trabalhos, o tema demanda cautela
Federal retira o nome “Conse- caso do Conselho Nacional de Medicina (CFM) solicitou demonstra-se que o uso da quanto a aspectos técnicos,
lho” de associação de óptica Justiça ou de um Conselho Re- a revogação de propostas, maconha ou de substâncias científicos, legais e sociais.
e optometria. A decisão foi gional de Medicina, por exem- aprovadas pela diretoria da derivadas em medicamentos Debate – O CFM tem
tomada pelo Tribunal Regional plo”. Para o desembargador, Agência Nacional de Vigi- não tem garantia de efetivi- se dedicado à análise do tema
Federal da 1ª Região (TRF1) e bastava que a entidade se lância Sanitária (Anvisa), dade ou de segurança para os também pela Comissão para
é resultado de ação civil pú- denominasse Associação Bra- de liberação do cultivo da pacientes”, declarou o CFM Controle de Drogas Lícitas
blica movida pelo Ministério sileira de Óptica e Optome- planta Cannabis sativa L. em nota, assinada em conjun- e Ilícitas. Em março deste
Público Federal (MPF). tria, pois, ao se declarar um (maconha) com fins medi- to com a Associação Brasilei- ano, a entidade realizou, em
Para Carlos Vital, conselho, a entidade poderia cinais e científicos, além da ra de Psiquiatria (ABP). Brasília (DF), o Fórum sobre
presidente do Conselho Fe- gerar confusão quanto à sua produção de medicamen- Tratamento – De acordo Maconha: Causas, Conse-
deral de Medicina (CFM), a natureza jurídica. tos derivados da droga. com o Conselho, somente o quências e Prevenção.
decisão do TRF1 é entendida O acórdão, que decidiu De acordo com a Lei nº canabidiol, um dos derivados Para o conselheiro fe-
como um acerto, pois reforça por dar provimento parcial 12.842/13, cabe ao CFM da Cannabis sativa L., pode deral e psiquiatra Leonardo
a importância e a relevância à apelação, considera ainda avaliar e aprovar novos pro- ser prescrito no tratamento Sérvio Luz, “diante da falta
do sistema conselhal como que a denominação “conse- cedimentos médicos no País. de epilepsias em crianças de evidências científicas que
um todo ao impedir uma as- lho” é utilizada para indicar “Ao admitir a possibili- e adolescentes refratários comprovem a segurança e a
sociação civil, pessoa jurídica entidades de natureza públi- dade de liberação de cultivo e aos métodos convencionais. eficácia dos canabinoides, só
de direito privado, de autono- ca e, portanto, “não se reve- de processamento dessa dro- Essa possibilidade está pre- é aceitável, no momento, seu
mear-se como conselho. Para la adequada a utilização por ga no País, a Anvisa assume vista na Resolução CFM nº uso em ensaios clínicos con-
Vital, a decisão “reafirma a associação civil vinculada postura equivocada, ignoran- 2.113/14, que também proí- trolados ou no contexto do
importância dos órgãos que a profissionais do segmen- do os riscos à saúde pública be aos médicos a prescrição uso compassivo e na falta de
atuam como supervisores da to de óptica e optometria, que decorrem dessa medida. da Cannabis in natura para alternativas terapêuticas em
ética profissional no Brasil”. pela notável possibilidade Essas possibilidades, que uso medicinal, bem como de crianças e jovens adultos com
Entenda – No processo, de induzir ao erro os pro- ainda dependem de consulta quaisquer outros derivados crises epilépticas refratárias
o desembargador federal Mar- fissionais da área quanto a pública para entrar em vigor, que não sejam o canabidiol. aos tratamentos usuais”.
cos Augusto de Sousa afirmou necessidade de se inscreve- desconsideram evidências A entidade solicitou
que um conselho dá a ideia de rem em seus quadros, como clínicas, técnicas e científicas também a suspensão da Para saber mais sobre o tema,
uma entidade encarregada da requisito para o exercício citadas em artigos publicados consulta pública aberta acesse http://twixar.me/M7d1
fiscalização de uma profissão profissional”. em revistas de referência inter- pela Anvisa, reforçando que

JORNAL MEDICINA – JUN/2019

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6 POLÍTICA E SAÚDE

Revalidação de diplomas

Conselho reitera defesa ao exame


Autarquia defende Revalida como única forma de ingresso no Brasil e rejeita simplificação do processo

O Conselho Federal
de Medicina (CFM)
reiterou seu apoio ao Exa-
lida nos mesmos moldes
aplicados hoje pelo Inep,
com uma prova escrita e
me Nacional de Revalida- outra prática, e está dis-
ção de Diplomas Médicos posto a assumir a aplica-
(Revalida) e reforçou que ção da prova sob a super-
rejeita qualquer forma de visão do Instituto. “Temos
simplificação desse pro- experiência com o Sistema
cesso avaliativo. de Acreditação das Esco-
Em nota publicada, a las Médicas (Saeme), que
autarquia defendeu o Re- inclusive já recebeu certifi-
valida como única forma cação internacional, e po-
de acesso de diplomados deremos contribuir com o
no exterior ao mercado País”, argumentou Rocha.
brasileiro. Também refor- Para o Conselho, a le-
çou, durante audiência gitimação do Revalida pas-
na Comissão de Relações sa pela aprovação de outro
Exteriores e de Defesa projeto, o PL 4.067/15,
Nacional (CREDN) da de autoria do então se-
Câmara dos Deputados, nador Paulo Davim (PV/
que “é contra qualquer Rosylane Rocha: na Câmara, defendeu Revalida para avaliar a qualidade de candidatos a exercer a medicina
RN), que propõe elevar
flexibilização na revalida- o exame, criado por meio
ção dos diplomas médicos O CFM também se do Mercosul) e também Para Rosylane Rocha, de portaria conjunta entre
obtidos no exterior”, se- posicionou contra o Pro- aqueles profissionais do ao invés de dispensar exi- os Ministérios da Saúde
gundo o 1º vice-presiden- jeto de Lei (PL) 2.842/19, Programa Mais Médicos gências de alguns tipos de e Educação, à categoria
te do CFM, Mauro Luiz do deputado federal que tenham cumprido in- candidatos, o melhor seria de Lei, consolidando-o e
de Britto Ribeiro. transformando-o em polí-
Eduardo Bolsonaro (PSL- tegralmente o contrato e aplicar as provas do Re-
Para a conselheira fe- tica de Estado.
-SP), que foi retirado de sido aprovados em todos valida mais regularmente,
deral Rosylane Rocha, Um dos últimos trâmi-
porta-voz do CFM na tramitação. De acordo os módulos. Estes teriam com duas edições anuais, e tes em relação ao projeto foi
audiência, “qualquer que com a proposta, ficariam direito à revalidação por que o candidato aprovado a apresentação de requeri-
seja a origem do médi- dispensados da obrigato- meio da tramitação simpli- na primeira fase do teste, mento, pelo deputado fede-
co, se do Canadá ou da riedade de revalidação os ficada (análise curricular). mas reprovado na segun- ral e médico Hiran Gonçal-
Bolívia, ele deve se sub- alunos oriundos de cursos “Essa proposta não tem o da, pudesse fazer apenas ves (PP-RR), de urgência
meter à mesma prova. garantidos – acadêmica e apoio das entidades médi- a segunda prova numa edi- para apreciação imediata do
Até porque se um médi- cientificamente – pelo Sis- cas”, ressalta o coordena- ção futura do Revalida. PL. Para ele, “esse debate
co brasileiro for trabalhar tema Arcu-Sul (que acre- dor da Comissão de Ensi- Outro aspecto exposto só está ocorrendo porque
em outro país, terá de se dita cursos de graduação no Médico do CFM, Lúcio na audiência pública é que não há um marco legal para
submeter a um exame”. nos países participantes Flávio Gonzaga Silva. o CFM defende o Reva- o Revalida”, pontuou.

Países desenvolvidos impõem regras para avaliação de diplomados no exterior


O Conselho Federal de Medi- dical Council of Canada Qualifying gressar em um curso de medicina que médicos formados no exterior e “Em minha opinião e na de
cina avalia que o Brasil se alinhou Examination (MCCQE). Além disso, francês, suprimindo alguns anos que pretendem exercer a medicina muitos outros professores de me-
às nações desenvolvidas ao esta- na província onde será exercida a de estudo caso reúna documentos no Brasil passem por um processo dicina, o Revalida – que já existe
belecer o Revalida em 2011. Para profissão, o órgão regulador cor- que comprovem equivalência com de revalidação de diplomas. Esse há vários anos e é um exame ade-
a autarquia, o exame brasileiro respondente poderá exigir requisi- as disciplinas já cursadas em sua processo, segundo o professor, quado para avaliar competências
tem qualidade e caráter técnico tos acadêmicos, profissionais e de graduação de origem. deve incluir conferência de docu- básicas de um médico, envolven-
nos moldes do que já existe e é proficiência linguística adicionais. No Reino Unido, todo médico mentos, teste de proficiência em do conhecimentos, habilidades
utilizado em países como Estados Nos principais países da deve ter um registro com licença português e exames para avaliar se e atitudes – poderia tornar-se a
Unidos e Canadá, por exemplo. Europa não é diferente. Na França, do General Medical Council. Outra esse profissional tem condições de única forma de revalidar diplomas
Nos Estados Unidos, o can- por exemplo, há dois caminhos exigência é a aprovação no teste exercer a medicina no Brasil. de medicina no Brasil”, diz.
didato diplomado no exterior deve mais relatados. Os que já têm uma Professional and Linguistic As-
obter aprovação em várias fases especialização devem ser aprova- sessments Board (PLAB). O país
do United States Medical Licen- dos no Procédure d’Autorisation está implementando ainda uma
sing Examination (USMLE). Entre d’Exercice (PAE), somar mais três nova avaliação chamada Medical
outros requisitos, autoridades de anos de funções hospitalares su- Licensing Assessment (MLA), que
licenciamento médico americanas pervisionadas e passar em teste começará em 2022 e abrangerá
também exigem que os candidatos de língua francesa. Outro meio aspectos como avaliação profis-
sejam certificados pela Educatio- é ingressar no próprio sistema sional, domínio do idioma e qua-
nal Commission for Foreign Medi- acadêmico francês, disputando lificações acadêmicas.
cal Graduates (ECFMG) para obter uma vaga para o Première Année Para Milton de Arruda Martins,
licença irrestrita para praticar a Commune aux Études de Santé professor titular da Faculdade de
medicina no país. (PACES). Se bem classificado nes- Medicina da Universidade de São
Já no Canadá, o candidato se primeiro ano comum aos estu- Paulo (FMUSP) e diretor do Hospital
deve passar em exames do con- dos de saúde, o candidato pode das Clínicas, a exemplo de muitos
selho médico do país, como o Me- disputar uma das vagas para in- países desenvolvidos, é importante Arruda: médicos formados no exterior devem passar por avaliação

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POLÍTICA E SAÚDE 7

Revalidação de diplomas

2017 tem pior desempenho da história


O s participantes do
Revalida 2017 apre-
sentaram o pior desempe-
ciparam da primeira prova
e os que obtiveram êxito
até as etapas conclusivas. % DE APROVAÇÃO SÉRIE HISTÓRICA 2011-2016
nho da história do progra- Se considerado o nú- DE PARTICIPANTES
ma. Dados do Instituto mero de participantes e EM 2017 DESEMPENHO SEGUNDO
Nacional de Estudos e aprovações em toda a
Pesquisas Educacionais história do exame antes (NACIONALIDADE) NACIONALIDADE DO CANDIDATO
Anísio Teixeira (Inep), ob- de 2017, os percentuais
tidos pelo Conselho Fe- de aprovação para todas Participantes Aprovados 2ª etapa Percentual
deral de Medicina (CFM) as nacionalidades caí- 1º Uruguai 25,00% 1º Portugal 39 18 46,15%
via Lei de Acesso à Infor- ram consideravelmente.
2º Portugal 12,50% 2º Uruguai 100 46 46,00%
mação, mostram que, dos Por exemplo: Portugal de
8.736 candidatos, apenas 46,15% (2011-2016) para 3º Cuba 7,77% 3º Argentina 280 127 45,36%
389 (4,45%) consegui- 12,50% (2017), Uruguai 4º Argentina 6,76% 4º Colômbia 631 279 44,22%
ram ser aprovados até a de 46% para 25%, Cuba 5º Colômbia 6,33% 5º Equador 97 36 37,11%
última fase. de 27,13% para 7,77% 6º Equador 5,08% 6º Paraguai 187 59 31,55%
Entre os candidatos e Brasil de 27,89% para 7º Brasil 4,57% 7º Venezuela 318 98 30,82%
brasileiros, o desempe- 4,57% (veja outros exem- 8º Peru 4,38% 8º Peru 546 161 29,49%
nho foi similar: dos 5.143 plos nas tabelas ao lado). 9º Paraguai 3,42% 9º Brasil 7.803 2.176 27,89%
candidatos, 235 (4,57%) Para o 1º secretário
se mostraram aptos à re- do CFM, Hermann von 10º Bolívia 1,70% 10º Cuba 1.692 459 27,13%
validação. Entre onze na- Tiesenhausen, o ensino 11º Venezuela 0,66% 11º Bolívia 2.810 491 17,47%
cionalidades listadas pelo médico, especialmente o - Diversos 2,51% - Diversos 564 167 29,61%
Inep, os uruguaios foram latino-americano, enfren- - Total 4,45% - Total 15.067 4.117 27,32%
os mais bem-sucedidos, ta desafios complexos
com 25% de aprovação, em relação à qualidade da
seguidos pelos portugue- formação de seus estu- Procura pelo exame aumenta 1.530% desde 2011
ses (12,50%). Os brasi- dantes: “Os cursos da re-
leiros ficaram em sétimo gião, da qual advêm quase Em um intervalo de sete nascidos no Paraguai (2.825%) ra do Revalida pelos egressos
lugar nesse ranking. 100% [97,85%] dos can- anos, a procura pelo Revalida e Venezuela (2.071%). O au- de universidades do Paraguai
Já os que tiveram me- didatos do Revalida 2017, cresceu 1.530% – de 536 par- mento entre os brasileiros foi de foi o maior entre os países lis-
nor percentual de apro- nem sempre são presen- ticipantes em 2011 para 8.736 1.632% (passou de 297 para tados, com aumento de 9.873%
vação em 2017 foram os ciais, com corpo docen- em 2017. Ao todo, foram 23.803 5.143 candidatos em sete anos, (passou de 11 candidatos des-
bolivianos (1,70%) e ve- te adequado, hospitais e candidatos ao longo das sete edi- o quinto maior crescimento entre sas universidades em 2011
nezuelanos (0,66%). Os bibliotecas, lacunas que ções do programa. as nacionalidades listadas). para 1.097 em 2017). Na
percentuais consideram a repercutiram nesse resul- Em números absolutos, em Poucas nacionalidades lis- sequência, aparecem Rússia
razão entre os que parti- tado”, avalia. toda a história do exame, os tadas pelo Inep apresentaram (aumento de 2.025%), Bolívia
brasileiros foram os que mais se decréscimo de candidatos no (1.953%), Colômbia (1.606%)
inscreveram (12.946 candida- período: Portugal apresentou e Venezuela (1.200%).
tos), seguidos pelos bolivianos oscilações, e Cuba, Uruguai e Em números absolutos, de
Revalida já teve sete edições (4.222) e pelos cubanos (2.606). Argentina apresentaram de- 2011 a 2017 os egressos de uni-
Entre as nacionalidades, o créscimo entre 2016 e 2017 versidades bolivianas (12.244)
Instituído em 2011 por Educacionais Anísio Teixeira maior aumento da procura pelo (veja mais detalhes na tabela foram os que mais participaram
meio da Portaria Interministerial (Inep), com a colaboração das Revalida foi entre os cubanos abaixo). do exame, seguidos dos egressos
nº 278, do Ministério da Educa- universidades públicas parti- (um aumento de 6.429%). Em Em relação à origem dos de Cuba (4.970) e do Paraguai
ção (MEC) e do Ministério da cipantes, consolidou-se como seguida, estão os candidatos diplomas, o aumento da procu- (2.156).
Saúde (MS), o Revalida já teve um rigoroso processo avaliativo,
sete edições, de 2011 a 2016 dividido em duas etapas elimi-
(a última, de 2017, não teve a natórias – prova escrita e ava- AUMENTO DA PROCURA POR NACIONALIDADE
sua tramitação encerrada até o liação de habilidades clínicas –,
fechamento desta edição). fundamentado na demonstração
Aumento
Desde 2009, o CFM já de conhecimentos, habilidades 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 TOTAL 2011-
acompanhava o que era ainda e competências necessárias ao 2017
um projeto-piloto de revali- exercício da medicina. 1º Cuba 14 13 18 32 159 1.456 914 2.606 6.429%
dação de diplomas médicos O objetivo, segundo o MEC,
2º Paraguai 4 9 21 34 60 59 117 304 2.825%
expedidos por universidades é avaliar os candidatos forma-
estrangeiras. Em documento dos fora do País “em níveis 3º Venezuela 7 11 12 31 124 133 152 470 2.071%
publicado em 2011, a autarquia compatíveis com as exigências 4º Equador 3 4 9 13 30 38 59 156 1.867%
já vislumbrava a proposta como de formação correspondentes 5º Brasil 297 498 829 1.020 2.240 2.919 5.143 12.946 1.632%
“porta para o exercício da cida- aos diplomas médicos expe-
dania”, e reiterou que lutaria didos por universidades bra- 6º Colômbia 22 27 58 112 230 182 316 947 1.336%
contra pressões externas – de sileiras, em consonância com 7º Bolívia 101 136 438 471 707 957 1.412 4.222 1.298%
caráter corporativista ou políti- as Diretrizes Curriculares Na- 8º Uruguai 3 5 13 11 36 32 28 128 833%
co-ideológico – que tentassem cionais do Curso de Graduação 9º Peru 39 30 106 113 118 140 274 820 603%
comprometer o exame. Naquele em Medicina, com parâmetros
ano, o Revalida contou com a e critérios isonômicos adequa- 10º Argentina 15 10 26 54 100 75 74 354 393%
adesão de 24 universidades dos para aferição de equiva- - Portugal* 0 5 9 11 6 8 8 47 -
públicas. Hoje, são 45. lência curricular e definição da - Diversos 31 34 56 97 183 163 239 803 671%
Atualmente, o exame, im- correspondente aptidão para o
- Total 536 782 1.595 1.999 3.993 6.162 8.736 23.803 1.530%
plementado pelo Instituto Na- exercício profissional da medi-
cional de Estudos e Pesquisas cina no Brasil”. *Os portugueses começaram sem nenhum participante e apresentaram oscilações ao longo do período, com o máximo de 11 (em 2014)

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8 PLENÁRIO E COMISSÕES

Morte encefálica

Resolução nº 2.173/17 é bem avaliada


Fórum do CFM analisou o impacto da norma sobre a assistência um ano após a sua entrada em vigor

U m ano após a entra-


da em vigor da Reso-
lução CFM nº 2.173/17,
Por ser um instrumen-
to novo, a resolução pode
gerar dúvidas de interpre-
que é um médico espe-
cificamente capacitado
para fazer o diagnóstico”,
que atualizou os critérios tação. Para esclarecê-las, pontuou.
para definição da mor- o CFM vai editar uma Os membros da Câ-
te encefálica, especialistas cartilha buscando respon- mara Técnica Joel de
avaliam que a norma deu der os principais questio- Andrade e Jefferson
mais segurança ao médico namentos apresentados Piva apresentaram ca-
que tem de fazer esse diag- no último ano. Os médi- sos clínicos referentes a
nóstico. Essa foi a conclu- cos também podem enca- pré-requisitos para o iní-
são do II Fórum de Morte minhar perguntas para o cio do protocolo da mor-
Encefálica, realizado pelo e-mail morteencefalica@ te encefálica e teste de
Conselho Federal de Me- portalmedico.org.br. “Po- apneia. A interatividade
dicina (CFM) em Brasília deríamos ter a cartilha marcou a exposição dos
(DF). O evento debateu pronta neste fórum, mas casos: os participantes ti- Hideraldo: a norma foi sedimentada e está sendo bem executada
a aplicabilidade da resolu- preferimos ouvir os mé- veram a oportunidade de
ção e pontuou sugestões dicos primeiro”, explicou votar, eletronicamente, Jefferson Piva, que fa- to do plantonista. Havia
de aprimoramento. Hideraldo Cabeça. em qual conduta dentre as lou sobre o diagnóstico uma necessidade de pa-
“Pelo que discutimos Debates – O II Fó- apresentadas seria a mais da morte encefálica em dronização”, comentou
aqui, está claro que a re- rum de Morte Encefá- adequada e, a partir daí, os crianças. “O teste de ap- Marcelo Calderaro, da
solução está sedimen- lica começou com uma palestrantes avaliavam os neia é seguro, desde que Academia Brasileira de
tada e perfeitamente palestra de Hideraldo casos e as indicações. sejam realizados os exa- Neurologia.
executada. Alterações Cabeça sobre as ativida- A mesa-redonda “Tes- mes clínicos antecipada- Daniela Pontes, da
serão pontuais”, afirmou des da Câmara Técnica te de apneia” debateu mente”, afirmou. Associação Brasileira de
o coordenador da Câ- de Morte Encefálica e os os seguintes aspectos: Todos os palestrantes Transplante de Órgãos,
mara Técnica de Morte pré-requisitos previstos padronização do teste foram unânimes em di- fez um panorama dos cur-
Encefálica, conselheiro pela Resolução CFM nº de apneia; instabilidade zer que, dentre as várias sos oferecidos e de como
Hideraldo Cabeça, ao fi- 2.173/17. Após fazer um durante o exame; van- qualidades da Resolução a capacitação está melho-
nal do evento. A perme- histórico desde a primeira tagens da PO2>200 nº 2.173/17, as princi- rando os índices de deter-
abilidade do CFM para norma a definir os parâ- mmHg; segurança; pa- pais foram o estabeleci- minação da morte ence-
acatar as sugestões dos metros da morte encefá- ciente com doença pul- mento de pré-requisitos fálica. Durante o debate,
especialistas também lica (Resolução CFM nº monar obstrutiva crônica claros para a abertura de a coordenadora estadual
foi destacada na fala do 1.480/07), o conselheiro (DPOC); e outras situa- protocolos e a previsão de transplantes da Bahia,
presidente da autarquia, explicou o que mudou ções e peculiaridades da dos cursos de capacita- Rita de Cássia Pinto, afir-
Carlos Vital: “estamos entre as duas resolu- criança. Os palestrantes ção. “Quando comecei mou que no estado estão
aqui para olhar a experi- ções: “A anterior já tinha foram Antonio Luís Eiras a trabalhar no Hospital sendo captados mais ór-
ência acumulada e iden- princípios sólidos. O que Falcão, que apresentou das Clínicas, a abertura gãos no interior do que na
tificar os pontos que pos- acrescentamos foi, por os três primeiros assun- de protocolos de morte capital, o que não ocorria
sam ser aprimorados”. exemplo, a definição do tos, e o neuropediatra encefálica dependia mui- antes dos cursos.

Protocolo segue critérios bem definidos Médico jovem


Sob o título “Miscelâne- paciente não identificado, o Para o coordenador des- Plenário referenda Carta
as”, o fórum realizou uma protocolo para a determina- sa mesa e relator da primeira
mesa-redonda em que mem- ção da morte encefálica deve resolução sobre morte ence- O Conselho Federal de Medicina referendou em Sessão Ple-
bros da Câmara Técnica de ser aberto, mas os órgãos fálica, Gerson Zafalon, ficou nária a Carta de Teresina, resultado do IV Fórum Nacional de
Morte Encefálica apresenta- não poderão ser doados. “É claro que os exames comple- Integração do Médico Jovem – Construindo o Futuro da Medicina
ram questões relacionadas preciso uma autorização”. Já mentares devem ser prece- Brasileira, realizado na capital piauiense.
a normas legais. Rosana Sardinha esclareceu que um didos de análise clínica. “O A garantia de “condições para buscar uma vida plena, com
Reis Nothen, Luiz Antonio R1 de neurologia não pode exame complementar serve vigilância e autocuidado frente à qualidade de vida, atividade
Sardinha e Venâncio Pereira diagnosticar morte encefálica: para confirmar uma hipóte- física, interação social, alimentação e sono saudável, manuseio
Dantas Filho falaram de te- “só quem participou dos cur- se”, argumentou. Já Carlos do estresse e uma rede de apoio” é um dos principais anseios
mas como: estabelecimento sos de capacitação”, destacou. Silvado foi firme ao esclarecer dos médicos brasileiros e o atendimento dessa necessidade deu
do horário da morte, norma A última mesa-redonda que, no caso de morte ence- o tom da Carta de Teresina.
legal, paciente não identifi- debateu o exame comple- fálica, o médico não pode ter A Carta chama ainda atenção para “o crescente número de
cado, assinatura do termo mentar na morte encefáli- dúvidas. “Não é corrida de egressos das faculdades de medicina, com a expectativa de um
de determinação de morte ca, abordando os seguintes cem metros. O paciente deve crescimento anual de 35 mil novos médicos aos mais de 450 mil já
encefálica, médico residente temas: não fechamento do preencher os pré-requisitos. atuantes no País”. Situação agravada pela “negligência e omissão
e determinação da morte protocolo; impossibilidade Caso contrário, o protocolo governamental sobre padrões mínimos formativos; e a percepção
encefálica, encefalopatia de exame complementar não deve ser aberto”. distorcida da sociedade civil que muitas vezes não reconhece o
hipóxica-isquêmica, TC de prévio ao diagnóstico clíni- médico como dotado de mínimos direitos civis e trabalhistas”.
crânio normal e a comple- co da morte encefálica; an- Para assistir as palestras do Segundo a manifestação aprovada no encontro, esses fato-
xidade em informar o diag- giotomografia; experiência II Fórum de Morte Encefálica, res resultam no adoecimento de médicos. “A epidemiologia dos
nóstico de morte encefálica. brasileira no uso da angio- acesse o canal do CFM no problemas decorrentes desse cenário demonstra uma taxa de
YouTube:
Rosana Nothen foi clara tomografia; e peculiaridade www.youtube.com/user/cfmedicina adoecimento do médico quanto a transtornos mentais/depres-
ao afirmar que, no caso de do exame em crianças. sivos maior que os demais trabalhadores”, aponta o documento.

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PLENÁRIO E COMISSÕES 9

Medicina de tráfego

Mudanças preocupam entidades


Abramet e CFM reuniram-se, em Brasília, para avaliar impacto de alterações no Código de Trânsito Brasileiro

O s trabalhos da Câ-
mara Técnica de
Medicina de Tráfego do
de consensos aprovados
internacionalmente. Por
meio delas, os médicos
Conselho Federal de Me- da Medicina de Tráfego
dicina (CFM) voltaram à que realizam esses exa-
pauta da autarquia quan- mes têm a oportunidade
do diretores da Asso- de promover a saúde e a
ciação Brasileira da es- segurança no trânsito”,
pecialidade (Abramet) destacou o presidente da
apresentaram ao corpo Abramet, Juarez Molinari.
de conselheiros federais O 2º vice-presiden-
dados alarmantes sobre a te da Abramet, Flávio
segurança no trânsito do Adura, enfatizou que,
País. O tema tem toma- apesar de popular, a fle-
do proporções cada vez xibilização das regras do
maiores desde a apresen- trânsito trará consequên-
tação, pelo Poder Exe- cias imensuráveis para o
cutivo, de projeto de lei País. “As pessoas tendem
que altera o Código de
a achar que trarão algum
Trânsito Brasileiro.
benefício financeiro. É
Segundo os represen-
preciso conscientizar nos-
tantes da Abramet, uma
sa sociedade, no entanto,
das preocupações é a
proposta de alteração do sobre os perigos que estão
Sintonia: conselheiros e diretores da Abramet discutiram mudanças que podem ter impacto no trânsito
tempo de renovação da embutidos na proposta”.
Carteira Nacional de Ha- Segundo ele, os aci- mara Técnica de Medi- tradas do País também observou Hermann von
bilitação (CNH) e a in- dentes de trânsito são um cina de Tráfego do CFM já deixaram mais de 1,6 Tiesenhausen, conselheiro
tenção de que os exames problema de saúde pública, realizou a primeira edi- milhão de feridos nos úl- federal por Minas Gerais.
de aptidão física e mental contra o qual o Brasil tem ção de um Fórum Nacio- timos dez anos, ao custo Para ele, é preciso re-
passem a ser realizados na conseguido lutar, sobretu- nal para discutir as con- direto de quase R$ 3 bi- conhecer o importante
rede pública ou em con- do nos últimos anos, com o tribuições da medicina lhões para o Sistema Úni- aprimoramento da legis-
sultórios particulares, não enrijecimento das normas. para evitar que o Brasil co de Saúde (SUS). lação ao longo dos anos
mais em clínicas creden- “Esse projeto, que vai na seja um dos campeões “Os números mostram e também o aumento
ciadas pelos Departamen- contramão da vida, cer- mundiais em mortes no que os acidentes de trân- na fiscalização, especial-
tos de Trânsito (Detran). tamente aumentará o nú- trânsito. sito constituem um grave mente após a Lei Seca.
“Ao longo dos anos, mero de acidentes e, con- No Brasil, a cada problema de saúde pública “Precisamos avançar nas
padronizamos as condu- sequentemente, o saldo de 60 minutos, em média, e que provoca sobrecarga estratégias para tornar o
tas na avaliação médica mortes e feridos no trânsito pelo menos cinco pes- nos serviços de assistên- trânsito brasileiro mais se-
para habilitação de moto- brasileiro”, alertou. soas morrem vítimas de cia, em especial nos pron- guro, o que inclui a manu-
ristas, a partir de conceitos Câmara Técnica – acidente de trânsito. Os tos-socorros e nas alas de tenção das normas vigen-
e bases científicas, além Em maio deste ano, a Câ- desastres nas ruas e es- internação dos hospitais”, tes”, destacou.

Judicialização
App sobre direito e saúde será lançado pelo CFM
O Conselho Federal de ção, que está em fase final de textualizando a judicialização gando demandas relacionadas ticipa o 1º secretário do CFM
Medicina (CFM) recebeu, em desenvolvimento pelo CFM – em seus aspectos conceituais à saúde. A partir desse acesso e conselheiro federal por
Brasília (DF), o desembar- previsto para ser lançado no e práticos, com a seleção de aos dados técnicos do CFM, Minas Gerais, Hermann von
gador do Tribunal de Justiça segundo semestre deste ano. um sumário de tópicos das os magistrados poderão ter Tiesenhausen. Para Renato
do Estado de Minas Gerais A iniciativa atende a reco- matérias consideradas rele- mais subsídios para resolver Luís Dresch, “é fundamental
(TJMG) Renato Luís Dresch. mendações do Conselho Na- vantes, analisados à luz da as demandas da saúde do que o CFM e o TJMG sen-
A visita – da qual participaram cional de Justiça (CNJ), que jurisprudência predominante ponto de vista técnico. tem juntos e trabalhem lado a
o 2º vice-presidente da autar- sugere aos tribunais de todo o dos Tribunais Superiores e dos O pedido para que as in- lado”. Ele comentou ainda o
quia, Jecé Freitas Brandão, e País a adoção de medidas para enunciados aprovados nas formações fossem disponibili- potencial “construtivo quan-
membros da equipe técnica melhor subsidiar as decisões três Jornadas de Saúde pro- zadas partiu do Comitê Exe- do os sistemas de Justiça e de
da Coordenação de Informá- dos magistrados, a fim de pro- movidas pelo CNJ. cutivo Estadual da Saúde de Saúde se unem para resolver
tica – aconteceu no âmbito piciar uma melhor qualidade Parceria – Além desse Minas Gerais – do qual par- questões”.
dos trabalhos de cooperação técnica e eficiência na solução trabalho, a parceria interins-
técnica relacionados ao inter- das demandas judiciais envol- titucional prevê que o CFM O aplicativo estará disponível para todas as plataformas
câmbio de informações entre o vendo a assistência à saúde. tornará disponíveis normas, O Manual de Direito à Saúde: Normatização e Judicialização será apresentado
CFM e o TJMG. A concepção do manual resoluções, recomendações, na versão digital e estará acessível via aplicativo em celular nos sistemas ope-
Na reunião técnica foi nasce deste propósito: apre- pareceres, notas técnicas e racionais Android e iOS, possibilitando atualizações para ajustes e acréscimos
apresentado o aplicativo do sentar os temas relacionados despachos de sua autoria, que das inovações normativas. Para ter acesso, o usuário deverá instalar no seu
aparelho (smartphone, tablet, entre outros) o aplicativo oferecido gratuitamente
Manual de Direito à Saúde: ao Sistema Único de Saúde poderão ser consultados por pelo CFM na Google Play e na Apple Store.
Normatização e Judicializa- e à saúde suplementar, con- magistrados que estejam jul-

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10 PLENÁRIO E COMISSÕES

Medicina de tráfego

Médicos indicam uso de cadeirinha


Uso de dispositivos de segurança reduzem em 33% o número de crianças vítimas de acidente de trânsito

D ados epidemiológicos
confirmam o efeito
positivo do uso de cadeiri-
Registros – A queda
na morbidade e mortali-
dade envolvendo crianças
nhas e outros dispositivos vai no sentido inverso ao
específicos para o trans- tamanho da frota de veí-
porte de crianças. Após o culos no País, que cresceu
advento dessa exigência, cerca de 50% entre 2010
em 2008, menos crian- e 2018 (de 37,25 milhões
ças têm sido internadas para 54,7 milhões). Na
ou morrido por conta de década anterior à impo-
acidentes de trânsito. Es- sição das cadeirinhas, em
sas constatações refor- média 944 crianças ocu-
çam a posição dos críti- pantes de veículos eram
cos ao Projeto de Lei nº internadas todos os anos.
3.267/19, enviado pela Nos 10 anos seguintes,
Presidência da República essa média baixou para
ao Congresso Nacional, 719, o que representa
que prevê, em um de seus uma redução de 24%.
artigos, o fim das penali- A mesma tendência
dades aos condutores que tem sido observada na
deixarem de observar es- quantidade de óbitos en-
sas regras. tre essa população, mes-
Pelos números oficiais, mo após a internação.
desde que a cadeirinha Antes da Lei da Cadeiri- Prevenção: após a obrigatoriedade da cadeirinha, caíram os números de mortes e internações de crianças
passou a ser obrigatória, nha, em média 37 crianças
com previsão de multa e morriam por ano em de-
inclusão de pontos na car-
teira dos infratores, o nú-
corrência da gravidade dos
acidentes de trânsito, ape-
Política atual recebe elogios da OMS
mero de crianças com até sar dos cuidados recebidos Atualmente, o Brasil é que penalidades aos infrato- Governo de modo a assegu-
9 anos internadas em esta- nos hospitais da rede pú- um dos países que conta com res de trânsito, com o obje- rar a punição dos condutores
do grave após se envolve- blica. Ao longo da última o reconhecimento da Orga- tivo de reduzir a velocidade que não respeitarem as regras
rem em acidentes de auto- década, no entanto, o sal- nização Mundial de Saúde dos veículos, reprimir o ato necessárias para proteção no
móveis caiu um terço nos do de óbitos baixou para (OMS) no combate aos aci- de beber e dirigir e aumen- trânsito”, destacou Mauro
últimos oito anos. No mes- 25, tendo sido registrados dentes de trânsito. Segundo tar as taxas de uso de cinto Ribeiro, do CFM.
mo período, também hou- 18 episódios desta nature- o último Relatório de Situ- de segurança, dispositivos de De 1996 a 2017, o Bra-
ve queda de quase 20% na za no último ano da série. ação Global da Segurança retenção veicular infantil e ca- sil registrou 6.363 óbitos de
quantidade de vítimas fa- Quando se avalia o no Trânsito da organização, pacetes de motociclistas. crianças menores de 10 anos
publicado no fim de 2018, o No quesito proteção de dentro de algum tipo de ve-
tais nesta faixa etária. total de mortes registra-
País contabilizou progresso crianças passageiras de veícu- ículo automotor. Mais da
“Esses equipamentos das no local do impacto,
evidente no controle do ato los, no entanto, a OMS critica metade desses casos (53%)
foram projetados para a queda se mantém. Tam-
de beber e dirigir, amplamen- o atraso do País, cenário que envolvia crianças entre 0 e
dar mais segurança aos bém no período analisado pode piorar ainda mais com a 4 anos de idade. Segundo a
te baseado em aplicação ri-
usuários em casos de co- pelas entidades médicas, gorosa da legislação. flexibilização das normas de Sociedade Brasileira de Pe-
lisão ou de desacelera- de 2010 (data de início da O documento recomen- trânsito. “Esperamos que os diatria, quando usados cor-
ção repentina. Conforme vigência da resolução) até da, por exemplo, que um nú- parlamentares se posicionem retamente, esses dispositivos
mostram os números, eles 2017, a queda foi de 19% mero maior de nações adote contra essa iniciativa, alte- reduzem em até 70% o risco
têm sido fundamentais (de 346 para 279 óbitos). legislações mais rígidas e apli- rando o texto enviado pelo de morte em caso de colisão.
para salvar milhares de Só no primeiro ano de vali-
vidas ao longo dos anos”, dade da Lei da Cadeirinha,
destaca Mauro Ribeiro, 1º de 2010 a 2011, a diferença
vice-presidente do Con- nas mortes foi de 22%.
selho Federal de Medicina Para contribuir para a
(CFM) e membro da Câ- conscientização sobre o
mara Técnica de Medicina problema, orientando o
de Tráfego. uso correto da cadeirinha,
Os números foram CFM, Abramet e SBP
analisados pelo CFM em lançaram uma cartilha so-
parceria com a Associa- bre o tema (disponível nos
ção Brasileira de Medici- sites das entidades). O
na de Tráfego (Abramet) texto didático ajuda pais
e a Sociedade Brasileira e médicos a adotar medi-
de Pediatria (SBP). As en- das corretas que reforçam
tidades encaminharão os a proteção de crianças e
resultados para análise da adolescentes como pas-
Comissão Especial criada sageiros. A expectativa é
Para contribuir para a conscientização sobre o problema, orientando o uso correto da cadeirinha, CFM, Abramet e SBP lançaram
no âmbito da Câmara dos criar uma consciência ci- uma cartilha sobre o tema (disponível nos sites das entidades). O texto didático ajuda pais e médicos a adotar medidas corretas
Deputados para analisar a dadã que resulte em me- que reforçam a proteção de crianças e adolescentes como passageiros.

proposta. nos vítimas no trânsito.

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INTEGRAÇÃO 11

Eleições CFM

Estados elegerão novos conselheiros


O pleito, que será realizado em agosto deste ano, elegerá conselheiros federais para a gestão 2019-2024

E ntre os dias 26 e 28
de agosto, os 470 mil
médicos brasileiros terão
sencial, por correspon-
dência ou misto), serão
decididas regionalmente.
o compromisso de eleger Cada estado e o
os conselheiros federais Distrito Federal poderão
que irão compor o plená- eleger um conselheiro fe-
rio do Conselho Federal deral efetivo e outro su-
de Medicina (CFM) na plente. As eleições serão
gestão 2019-2024. Assim conduzidas por Comis-
como os atuais represen- sões Regionais Eleitorais
tantes da classe médica, (CRE), designadas pelo
os novos conselheiros de- plenário de cada CRM.
vem desempenhar função A eleição pode ocorrer
judicante, elaborar as nor- em um único dia (28 de
mas que regem a medicina agosto), em dois dias (27
no País e zelar para que os e 28), ou em três (de 26
médicos possam exercer a 28), sempre das 8h às
seu ofício com segurança. 20h. A partir desses cri-
Como nas eleições térios, cada CRM vai
gerais, o voto é obrigató- definir a organização do
rio para o médico inscrito processo e, caso consi-
no Conselho Regional de dere conveniente, poderá
Medicina (CRM) e com utilizar urnas eletrônicas
direitos políticos e pro- validadas pelo Tribunal Obrigatoriedade: todos os médicos devem votar nas eleições, salvo aqueles com mais de 70 anos de idade
fissionais assegurados, Regional Eleitoral (TRE)
sendo facultativo para os do estado. eleitos em agosto toma- A cédula eleitoral deverá será considerado válido o
eleitores com mais de 70 Para votar, o médico rão posse no dia 1º de ou- ser assinada por pelo me- voto por correspondência
anos. Será multado o mé- deverá entregar um docu- tubro, em Brasília (DF). nos um membro da CRE cujo envelope contiver a
dico que não votar, caso mento de identidade pes- Correspondência – e impressa com tinta re- chancela dos Correios.
não justifique o impedi- soal, inclusive a carteira Para permitir que os médi- agente à luz ultravioleta, Caso o médico vote
mento até 60 dias após o profissional. As cédulas cos votem por correspon- entre outros dispositivos por correspondência, mas
encerramento da eleição. não poderão ser rasura- dência, as CRE deverão de segurança. resolva votar presencial-
As regras gerais estão das, sob pena de anulação enviar as cédulas para as Após receber a cédula, mente, o primeiro será
previstas na Resolução do voto pela CRE. Pode- casas dos eleitores até 20 o médico já poderá postar anulado. Também serão
CFM nº 2.182/18, ca- rão votar os médicos qui- dias antes do início do plei- o voto, não sendo neces- desconsiderados os votos
bendo aos conselhos re- tes com as anuidades, e a to. O kit eleitoral constará sário pagar pelo envio. As dos médicos que não es-
gionais operacionalizar o quitação pode ocorrer até de dois envelopes de papel cédulas ficarão armaze- tejam em pleno gozo de
processo eleitoral. Regras o momento da votação. opaco: um com o material nadas nos Correios e se- seus direitos ou não te-
específicas, como locais e Os conselheiros fede- necessário para votar, ou- rão entregues à CRE no nham seus nomes nas fo-
sistema de votação (pre- rais efetivos e suplentes tro com a carta-resposta. último dia das eleições. Só lhas de votação.

Candidatos devem ter ficha limpa Regras combatem fake news em campanhas
Desde 2013, as eleições para o sistema conselhal seguem os Para garantir isonomia de qualquer forma de pre- -falantes ou amplificadores
princípios da Lei Complementar nº 135/10, conhecida como Lei no pleito eleitoral, a Resolu- conceito; que implique ofe- de som a uma distância de
da Ficha Limpa. Com isso, os médicos devem atender uma sé- ção CFM nº 2.182/18 esta- recimento, promessa ou so- 200 metros de hospitais ou
rie de critérios para se candidatar, não podendo, por exemplo, ter beleceu uma série de regras licitação de dinheiro, dádiva, outros estabelecimentos de
sofrido condenações no âmbito judicial ou administrativo por atos para a propaganda eleitoral. rifa, sorteio ou vantagem de saúde, escolas, bibliotecas
de corrupção. Como responsável por julgar a conduta de outros Muitas das proibições já qualquer natureza; ou que públicas, igrejas ou teatros
médicos, o conselheiro deve ter uma postura ética à altura de suas estavam previstas na reso- calunie, difame ou possa in- em funcionamento e sedes
incumbências judicantes. lução que regeu as eleições juriar qualquer pessoa, bem dos poderes públicos.
O médico com candidatura homologada pela CRE deve ter aten- para a gestão 2014-2019, como atingir órgãos ou enti- Às chapas eleitorais é
dido todas as 18 condições de elegibilidade previstas na Resolução mas foram introduzidas dades que exerçam autori- assegurado, no entanto, o di-
CFM nº 2.182/18. Não pôde se candidatar, por exemplo, quem estava normas referentes às mídias dade pública. reito de publicizar na facha-
com direitos políticos suspensos ou impedido de exercer a medicina sociais. Não será tolerada, A Resolução veda, ain- da de seu comitê o número e
por determinação judicial ou administrativa do sistema conselhal. por exemplo, a divulgação da, a distribuição de cami- o nome que a designe, além
Cada candidato assinou um termo de aquiescência de sua can- de informações falsas, as setas, chaveiros, bonés, ca- de disponibilizar material
didatura e apresentou várias certidões, como a de nada consta, das chamadas fake news. netas, brindes ou quaisquer de divulgação institucional,
justiças estadual e federal, e a negativa de condenação transitada Também não serão acei- outros materiais que pos- desde que não contenha o
em julgado em processos ético-profissionais dos Conselhos de Me- tas propagandas de proces- sam proporcionar vantagem nome nem o cargo específico
dicina e de outro conselho em que estiver inscrito. sos violentos para subverter ao eleitor. Também proíbe a que determinado candidato
“As casas médicas devem espelhar as normas jurídicas que a ordem política e social, ou instalação e o uso de alto- pretenda ocupar no CFM.
ensejem o resguardo da moral, da ética e da legalidade. Impossível
pensar em componente de Conselho de Medicina que não detenha
Todas as informações sobre o pleito em cada estado estão acessíveis em hotsite administrado pelas entidades locais.
uma reputação ilibada, coerente com o cargo e com as responsa- Para verificar o tipo e local de votação, além de conhecer os candidatos, acesse www.portal.cfm.org.br e clique no
bilidades que exercerá”, pontuou o tesoureiro do CFM, José Hiran banner “Eleições CFM”, na lateral direita da página.
da Silva Gallo.

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12 ÉTICA MÉDICA

Educação continuada

CFM lançará série de videoaulas


Ressurgimento de doenças erradicadas no Brasil e baixa cobertura vacinal motivaram iniciativa do CFM

O Conselho Federal
de Medicina (CFM)
anuncia a produção de
quivos das apresentações
das videoaulas para assistir
a qualquer hora. O crono-
uma nova série de video- grama de aulas, bem como
aulas, dessa vez sobre a o anúncio dos especialistas
prevenção e o tratamento envolvidos em cada um
de doenças transmissíveis. dos temas, será anuncia-
A iniciativa da autarquia do em breve. Acompanhe
foi motivada pela preocu- as notícias no Portal Mé-
pação com o ressurgimen- dico (portal.cfm.org.br) e
to de doenças erradicadas participe.
no Brasil, como o saram- Outras edições – A
po, o aumento do núme- nova série de videoau-
ro de casos de dengue e a las do CFM se inspirou
baixa cobertura vacinal. no êxito de uma experi-
O programa, previsto ência realizada no fim de
para ser lançado no segun- 2017, quando, em parceria
do semestre, tem como com a Sociedade Brasi-
Sidnei Ferreira: médicos devem orientar pacientes e familiares sobre importância da vacinação em dia
objetivo oferecer aos mé- leira de Genética Médica
dicos brasileiros uma atu- pacientes sobre a impor- cou ainda outra preocupa- causar enormes proble- (SBGM), a autarquia orga-
alização completa sobre tância da vacinação, es- ção da autarquia que fará mas para a saúde públi- nizou um curso composto
três grandes temas: co- de quatro módulos de vi-
clarecendo dúvidas e res- parte dos treinamentos: o ca, como o surgimento de
bertura vacinal, sarampo deoaulas que foram exibi-
saltando os benefícios de movimento antivacina. doenças graves ou o re-
e arboviroses – doenças das por meio de streaming
transmitidas por insetos e estar com o calendário va- Segundo Ferreira, a torno de agravos de for- (tecnologia de transmissão
aracnídeos –, como den- cinal atualizado”, pontua série pretende se contra- ma epidêmica”, alertou. de vídeos em tempo real).
gue, Zika vírus, febre Chi- o coordenador da Câma- por a esse movimento, Os médicos regular- A página de exibição
kungunya e febre amarela. ra Técnica de Pediatria do que surgiu em países da mente inscritos nos Conse- das videoaulas no Portal
“Cientes de suas res- CFM, Sidnei Ferreira. Europa e tem ganhado lhos Regionais de Medicina Médico teve mais de 5
ponsabilidades éticas, téc- Responsável pela orga- adeptos no Brasil. “Não (CRMs) com interesse nos mil acessos em novem-
nicas e legais, os médicos nização da série, o conse- se vacinar ou impedir cursos poderão acompa- bro daquele ano, mês em
brasileiros devem estar lheiro federal pelo estado que as crianças e os ado- nhar as aulas ao vivo e te- que as quatro aulas foram
prontos a orientar seus do Rio de Janeiro desta- lescentes o façam pode rão também acesso aos ar- transmitidas.

Revista Bioética
Nova edição traz artigos sobre mistanásia e determinantes sociais
A nova edição da Revis- servação da espécie. Hoje, Entre os textos de pes-
ta Bioética (foto) está dispo- a batalha é pelo não enve- quisa, encontram-se temas
nível para leitura e download lhecimento e contra a morte, como segurança do pacien-
na plataforma CFM Publi- regida pela vaidade, apego à te e os direitos do usuário,
cações. Com 20 artigos em vida e às coisas boas que ela planejamento familiar para
português, inglês e espanhol pode proporcionar ou pelo famílias homoafetivas, fases
sobre bioética e ética médi- simples medo do desconheci- psicológicas de gestantes
ca, a segunda publicação do do, das incertezas do quando com HIV (em um estudo iné-
volume 27 discute temas que e como a morte ocorrerá”, dito), entre outros assuntos.
impactam as atividades dos refletem os editores, Sidnei Reconhecimento –
profissionais da saúde e a Ferreira e Dora Porto. A Revista Bioética é o único
sociedade brasileira. Já os artigos de atu- periódico brasileiro especia-
O editorial aborda o alização trazem reflexões lizado em bioética indexado
tema mistanásia versus qua- sobre questões filosóficas, em bases internacionais. Edi-
lidade de vida, apontando a apontando falhas comuns tada pelo Conselho Federal
relação entre a saúde e os na formulação de aspectos de Medicina (CFM) desde
determinantes sociais rela- conceituais, como trabalho 1993, a revista, que é trilíngue
cionados à cidadania plena. voltado ao aprofundamento – com traduções para inglês e
“Velamos nossos mortos, en- da discussão sobre saúde pú- espanhol – progrediu recente-
terramos seus corpos e culti- blica. Situações emergentes mente mais uma vez na clas-
vamos lembranças das suas também fazem parte da nova sificação da Coordenação de
vidas e de nossa convivên- edição da Revista Bioética, Aperfeiçoamento de Pessoal
cia. Herdamos a luta contra que traz artigos discutindo de Nível Superior (Capes).
a morte de nossos ances- temas como genética – ris-
trais, caçadores e coletores cos e benefícios da modifi- Acesse a nova edição
ou agricultores do Neolítico, cação do DNA humano – e da Revista Bioética no link
que fizeram do combate pela neuroética, que estão na pau- http://twixar.me/M711
sobrevivência o meio de pre- ta do dia da reflexão bioética.

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