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ROBSON RODRIGUES PEREIRA


Robson Rodrigues Pereira

TECNOLOGIAS NO MANEJO DO TECIDO ADIPOSO

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corrigido 5 Tecnologia não-invasiva para redução de medidas, remodelagem corporal,t rat am…
Kimberly Muller

O ULT RASSOM NO MANEJO CLÍNICO DO FIBRO EDEMA GELÓIDE (CELULIT E


Journal of Applied Pharmaceut ical Sciences

Est rat égias t erapêut icas no manejo do fibro edema gelóide


Journal of Applied Pharmaceut ical Sciences
1

ROBSON RODRIGUES PEREIRA

TECNOLOGIAS NO MANEJO DO TECIDO ADIPOSO

Sinop/MT
2019
2

ROBSON RODRIGUES PEREIRA

TECNOLOGIAS NO MANEJO DO TECIDO ADIPOSO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Universidade de Cuiabá, como requisito parcial
para a obtenção do título de graduado em
Biomedicina.

Orientadora: Ma. Sandmary Chambó

Sinop/MT
2019
3

ROBSON RODRIGUES PEREIRA

TECNOLOGIAS NO MANEJO DO TECIDO ADIPOSO:

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Universidade de Cuiabá, como requisito parcial
para a obtenção do título de graduado em
Biomedicina.

BANCA EXAMINADORA

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Sinop, dia de mês de 2019


4

Dedico este trabalho aos meus pais


MAURINHO PEREIRA e CLEIDE
RODRIGUES PEREIRA pelo exemplo de
amor, coragem e perseverança.

A CAMILLA E. STELZENBERGER, por


estar sempre ao meu lado, com paciência,
respeito e amor.
5

AGRADECIMENTOS

À instituição de ensino Unic, polo aeroporto/FASISAS Sinop-MT.


À Coordenação do curso de Biomedicina.
Á Coordenação do curso de Farmácia.
Aos professores Aline dos Santos Soares Heinz, Altivo de Souza e Souza, Ana
Claudia Guilhen Carvalho, Andrea Carla Tavares Romani, Fabricio Moreira Costa,
Miriam da Gloria Seoldo Ferreira Monteiro, Naira Josele Neves de Brito, Thiago
Vinicius Mazzocato Gaiao e Vanessa Bergo Hidalgo Dolce.
6

Escreva algo que valha a pena ler ou faça


algo que valha a pena escrever
(Benjamin Franklin)
7

PEREIRA, Robson Rodrigues. Tecnologias no manejo do tecido adiposo. 2019.


24. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Biomedicina) – Unic, Sinop,
2019.

RESUMO

A lipodistrofia localizada é uma das mais frequentes queixas atuais nas clínicas de
estéticas. Existem diversos equipamentos e tecnologias disponíveis atualmente para
este tratamento. Este trabalho mostra importância da atualização constante do
profissional que atua na área da saúde estética. E ainda o quanto é necessário que
se realize constantes estudos sobre a satisfação dos pacientes com os tratamentos
disponíveis no mercado. Assim, evitar que o paciente retorne insatisfeito ou pior do
que quando o procurou para melhorar sua disfunção estética. Ao final deste trabalho
o leitor irá compreender melhor sobre como um profissional deve estar qualificado
para o procedimento a ser realizado e não apenas basear em protocolos prontos. A
metodologia utilizada foi o método de pesquisa qualitativa. O meio utilizado na
elaboração deste artigo foi a realização de pesquisa bibliográfica. Isto por que para a
fundamentação teórico-metodológico foi necessária uma investigação para entender
as tecnologias no manejo do tecido adiposo. Os resultados demonstram que as novas
tecnologias quando bem empregadas são de grande importância para o auxílio do
profissional no tratamento, e que quando mal utilizadas, estas tecnologias podem ser
prejudiciais para saúde do paciente. Estas pesquisas estão pautadas em livros e
trabalhos científicos sobre o tema aqui proposto.

Palavras‐chave: Tecido Adiposo; Metabolismo de Carboidratos; Eletroterapia;


Criolipólise; Criofrequencia; Ondas de Choque; Radiofrequência; Ultrassom;
8

PEREIRA, Robson Rodrigues. Technologies in the management of adipose tissue.


2019. 24. Completion of course work (Graduation in Biomedicina) – Unic, Sinop, 2019.

ABSTRACT

Localized lipodystrophy is one of the most frequent complaints in a esthetic clinics


today. There are several equipment and technologies currently available for this
treatment. This work shows importance of the constant updating of the professional
who works in the area of aesthetic health. And yet it is necessary to carry out constant
studies on the satisfaction of patients with the treatments available in the market. Thus,
prevent the patient from returning unsatisfied or worse than when seeking to improve
their aesthetic dysfunction. At the end of this work the reader will better understand
how a professional should be qualified for the procedure to be performed and not just
rely on ready protocols. The methodology used was the qualitative research method.
The medium used in the elaboration of this article was the accomplishment of
bibliographical research. This is why for the theoretical-methodological foundation, an
investigation was necessary to understand the technologies in the management of
adipose tissue. The results demonstrate that the new technologies, when well used,
are of great importance for the professional's assistance in the treatment, and that
when misused, these technologies can be harmful to the health of the patient. These
researches are based on books and scientific works on the theme proposed here.

Key-words: Adipose tissue. Carbohydrate Metabolism. Electrotherapy. Cryolipolysis.


Criofrequence. Waves of Shock. Radio frequency. Ultrasound.
9

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................. 10

2. AS PRINCIPAIS TECNOLOGIAS NO MANEJO DO TECIDO ADIPOSO ........ 12


2.1 CRIOLIPÓLISE .................................................................................................. 12
2.2 RÁDIOFREQUÊNCIA......................................................................................... 12
2.3 ULTRASSOM ..................................................................................................... 14
2.3.1 Ultrassom convencional ........................................................................... 14
2.3.2 Cavitação ................................................................................................. 14
2.3.3 Ultracavitação .......................................................................................... 15
2.3.4 Ultrassom focalizado ................................................................................ 15
2.3.5 Ondas de Choque .................................................................................... 16

3. IMPORTANCIA DO PROFISSIONAL QUALIFICADO ..................................... 17

4. ENTENDER E CONHECER PARA SATISFAZER ........................................... 19

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 23

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 24
10

1. INTRODUÇÃO

Nos dias atuais há diversos profissionais que podem atuar na área da saúde
estética, profissionais estes que são oriundos de diversas formações como médicos,
dentistas, fisioterapeutas, farmacêuticos, enfermeiros, biomédicos e esteticistas.
Estes profissionais muitas vezes nem imaginavam quando entraram na faculdade que
estariam hoje trabalhando na área da estética, e ainda que haveria tantos tipos de
tecnologias disponíveis para sua utilização.
Com o passar dos tempos novos aparelhos e produtos foram surgindo na
estética, com auxílio de modernas tecnologias foram sendo desenvolvidos
cosméticos, equipamentos e técnicas capazes de aumentar a segurança e eficácia
dos procedimentos realizados. Neste sentido com auxílio da nanotecnologia surgiram
produtos com melhores condições de permeabilidade, aparelhos menores e mais
acessíveis, tecnologias inovadoras como o surgimento do laser para depilação e a
criolipólise. Ocorre que muitas vezes os profissionais da saúde estética não recebem
o devido treinamento para utilização destes novos produtos e equipamentos. O
elevado número de erros cometidos por profissionais ou ainda a falta de resultados
satisfatórios sentido pelos pacientes, revela que existe uma possibilidade destas
tecnologias não estarem sendo bem aplicadas, e assim necessitarem de uma revisão
do modelo de negócio comercial proposto pelos fabricantes.
O presente trabalho baseou-se no estudo das novas tecnologias aplicadas ao
manejo do tecido adiposo, e ainda na importância de se realizar constantes estudos
sobre a satisfação dos pacientes com os tratamentos disponíveis no mercado. O
mesmo tem como finalidade, a contribuição na elaboração de diretrizes futuras que
ajudem os profissionais e acadêmicos da saúde estética. E que estes profissionais
evitem caminhos já conhecidos que não trazem resultados satisfatórios ou até que
possivelmente traga prejuízos a saúde de seus pacientes. Assim contribuem para que
no futuro novos profissionais estejam mais bem qualificados e prestem serviços com
excelência em seus locais de atendimento.
Qual a importância da qualificação dos profissionais que atuam na saúde
estética para utilização das novas tecnologias no manejo do tecido adiposo?
O objetivo geral deste trabalho foi analisar se as novas tecnologias no manejo
do tecido adiposo estão sendo aplicadas de forma correta por profissionais da saúde
11

estética. Especificamente em entender o funcionamento das tecnologias disponíveis


no mercado para o manejo do tecido adiposo. Abordagem da importância dos
treinamentos, cursos de aprimoramento e atualizações na utilização das novas
tecnologias no manejo do tecido adiposo. O motivo do aumento do número de
intercorrências e pacientes insatisfeitos com procedimentos estéticos.
A metodologia utilizada foi o método de pesquisa qualitativa, pois ele é um
método de investigação científica que se foca no caráter subjetivo do objeto analisado,
estudando as suas particularidades e experiências individuais, por exemplo. O meio
utilizado na elaboração deste artigo foi a realização de pesquisa bibliográfica.
12

2. AS PRINCIPAIS TECNOLOGIAS NO MANEJO DO TECIDO ADIPOSO

Diversas técnicas de manejo no tecido adiposo existem atualmente, dentre elas


podemos citar a massagem modeladora, ultrassom, iontoforese, eletrolipolise,
crioterapia, endermoterapia, o uso de cosméticos e algumas técnicas cirúrgicas como
a lipoaspiração e abdominoplastia (BORGES, 2010; GUIRRO; GRUIRRO, 2004).
Existe uma gama de equipamentos que agem de diferentes formas assim, é
necessário que o profissional entenda o funcionamento de cada um destes aparelhos,
além de fazer uma completa anamnese, a fim de garantir a indicação do procedimento
correto, e que seu cliente estará satisfeito ao final do tratamento. Os principais
equipamentos utilizados para o manejo do tecido adiposo de acordo com Agne (2016,
p.7) são: “Criolipólise, Radiofrequência, Ultrassom, Ondas de Choque”.

2.1 CRIOLIPÓLISE

A criolipólise, é um equipamento que produz resfriamento localizado (entre -5


Cº e -15 Cº) promovendo uma paniculite fria localizada, ou seja, uma indução a
apoptose dos adipócitos. Como a aplicação é feita de forma controlada, é possível
lesionar os adipócitos sem nenhum dano aos tecidos adjacentes (BORGES;
SCORZA, 2016). Para atingir os efeitos desejados o profissional deve entender o
funcionamento da máquina e de seus efeitos, o que infelizmente nos dias atuais nem
sempre ocorre. Assim é de suma importância que o profissional conheça o significado
do termo apoptose, para assim explicar ao paciente e poder acompanhar as evoluções
durante o tratamento (AGNE, 2016).
A apoptose induzida pela Criolipólise será um processo contínuo que durará
até 06 meses. Após o procedimento alguns adipócitos já entram em degeneração,
sendo o restante afetado posteriormente através do processo inflamatório. Esta
resposta inflamatória gera danos adicionais aos adipócitos (AGNE, 2016).

2.2 RÁDIOFREQUÊNCIA

A terapia por radiofrequência utiliza correntes elétricas com alta frequência,


acima de 250.000Hz, com a finalidade de elevar a temperatura tecidual a níveis que
13

possa favorecer a respostas fisiológicas. A criofrequencia é um equipamento que


utiliza a tecnologia da radiofrequência, porém com a capacidade de resfriamento da
ponteira (-5ºC a -10ºC), para proteção da epiderme (AGNE, 2016). A radiofrequência,
é um aparelho que promove calor profundo, gera aquecimento no interior dos tecidos,
aonde o aquecimento ocorre de dentro para fora, realizando a lipólise dos adipócitos,
que por consequência implicam em redução de medidas e reorganização das fibras
de colágeno. Após o aquecimento observa-se a hiperemia da pele como
consequência da vasodilatação e aumento do fluxo de sangue, que como efeito
aumenta a circulação periférica e assim melhora a oxigenação do tecido por meio da
corrente sanguínea (BORGES, 2010).
Para Lofeu et al. (2015, p.578) é possível concluir que:

A aplicação da radiofrequência mostrou-se promissora para a área


estética, obtendo resultados positivos. O principal benefício pode ser
concluído que além de melhorar o contorno corporal irregular causado
pela gordura localizada, ele beneficia melhorando o colágeno no local,
evitando a flacidez da pele com a redução de medidas, tornando o
tratamento completo e moderno na área estética.

Assim no combate a gordura localizada, o tratamento por radiofrequência


permite o aumento da microcirculação sanguínea, a atividade enzimática, metabólica
e térmica, ativando a “queima” da gordura, além de aumentar o consumo de energia
em nível celular (ATP). As ondas de calor profundo produzidas pela radiofrequência
possuem a capacidade de gerar energia e forte calor sobre a camada mais profunda
da pele, enquanto a superfície se mantém resfriada e protegida, o que causa a
contração do colágeno, além de ativar a produção de neocolágeno que desenvolve
uma melhora ainda maior no aspecto da pele (BORGES, 2010).
A radiofrequência no tratamento do tecido adiposo age enganando o
organismo, de forma que as reservas energéticas contidas no tecido adiposo,
deveriam ser utilizadas apenas em casos excepcionais, quando necessárias ao
correto funcionamento do corpo humano. Este engano que a radiofrequência faz com
o tecido adiposo, pode ser prejudicial à saúde, uma vez que pode aumentar o perfil
lipídico circulante na corrente sanguínea do paciente, e em casos mais graves esta
desordem metabólica pode ainda predispor a um quadro de diabetes tipo 2, já que o
excesso de lipídeos pode levar a resistência à insulina e assim aumentar os índices
glicêmicos (AGNE, 2016).
14

2.3 ULTRASSOM

As ondas ultrassônicas produzidas pelos equipamentos de ultrassom merecem


uma atenção especial na estética, pois há anos vem sendo utilizadas em diversos
tipos de procedimentos. Os equipamentos utilizados nas emissões terapêuticas são
de 28 kHz (28.000 Hertz) a 3mHz (3 milhões de Hertz). Estas ondas geram
microbolhas que formam o que se conhece como cavitação (BORGES; SCORZA,
2016).

2.3.1 Ultrassom convencional

O som pode ser ouvido nas frequências de 20 Hz a 20.000Hz sendo que as


variações destas frequências fazem a mudança do som agudo e grave. Para as
frequências abaixo de 20 Hz utilizamos o termo infrassom, e para as frequências
acima de 20.000 Hz de ultrassom (AGNE, 2016).
Na utilização do ultrassom terapêutico utiliza-se a frequência a partir de 28 kHz
(28.000 Hertz), atingindo até 3 MHz (3 milhões de Hertz), podendo em alguns caros
raros encontrar frequências superior. Em geral o aparelho de ultrassom promove 4
efeitos energéticos, que são o “mecânico”, “cavitação”, “químico” e “térmico”
(BORGES; SCORZA, 2016).
O equipamento de ultrassom gera uma onda ultrassônica capaz de penetrar
através dos tecidos corporais, sendo que quanto maior a frequência menor a
profundidade de penetração. Por isso existem vários tipos de equipamentos com
frequências distintas para permitir tratamentos de acordo com o tecido a ser atingido
(AGNE, 2016).

2.3.2 Cavitação

De forma simples, a cavitação é um fenômeno que ocorre em toda aplicação


de ultrassom, aonde as ondas individuais liberadas pelo cristal de piezo eletro, do
ultrassom fazem as moléculas e as células situadas no caminho do feixe ultrassônico
oscilarem de maneira cíclica e diretamente proporcional à intensidade de saída da
unidade geradora de ultrassom. Essas oscilações estimulam a formação de bolhas
15

cheias de ar/gás nos líquidos do meio onde as ondas sonoras se propagam. Assim, a
cavitação acústica é gerada por uma combinação de tensões mecânicas, na qual as
ondas ultrassônicas fazem os tecidos vibrarem, causando uma alternância de
compressão e rarefação nas estruturas moleculares com pressão negativa e positiva
que geram instabilidade no tecido. Desta forma, ocorre a formação de bolhas de gás,
as quais oscilam em tamanho ou sofrem colapso rapidamente, causando tensões
mecânicas e aumento de temperatura (BORGES; SCORZA, 2016).
A cavitação é dividida entre cavitação estável que é quando há a formação de
bolhas e reabsorção da água e cavitação instável que é quando há formação e
implosão de microbolhas e a redução de líquido (AGNE, 2016).
Segundo Borges (2016) é possível afirmar que:

A cavitação estável ocorre quando as bolhas geradas oscilam de um


lado para o outro dentro das ondas de pressão do ultrassom,
aumentam e diminuem de volume, mas permanecem intactas. Esse
efeito é considerado normal e desejável, pois provê a maioria dos
efeitos terapêuticos do aparelho de ultrassom convencional. A
cavitação instável ocorre quando o volume da bolha se altera rápida e
violentamente. As ondas sonoras da ultracavitação provocam um
colapso com a diferença de pressão gerada, de modo que, em
algumas condições, as bolhas cavitacionais implodem e o efeito de
compressão sobre as bolhas de gases internos provoca elevação da
temperatura e da pressão interna. É a cavitação instável a responsável
pelos efeitos terapêuticos no tratamento de gordura localizada, ao
promover o rompimento da membrana do adipócito, ocasionando a
desintegração do complexo celular adipocitário.

2.3.3 Ultracavitação

A ultracavitação tem sua terapia conta com os mesmos princípios do ultrassom


convencional; porém, as ondas sonoras são emitidas de forma diferenciada, de
maneira que produzam um altíssimo nível de intensidade ultrassônica. Este não pode
ser confundido com alta frequência, no caso da ultracavitação são utilizadas
frequências baixas (BORGES; SCORZA, 2016).

2.3.4 Ultrassom focalizado

É possível diferenciar a forma de transmissão de uma onda ultrassônica em


“focada” e “não focada”. Na forma não focada a energia é decrescente, sendo a pele
16

mais exposta a energia que o tecido adiposo. No ultrassom focalizado os cristais de


piezo eletro são posicionados no transdutor de forma côncava, permitindo uma
focalização com profundidade previamente predeterminada, permitindo assim uma
seletividade maior (AGNE, 2016).

2.3.5 Ondas de Choque

Recentemente surgiu no segmento da estética o equipamento de Terapia por


ondas de choque. As ondas de choque são apresentadas por um único impulso de
pressão positiva, seguido por uma decida exponencial e uma parte relativa de pressão
negativa. Esta mudança de pressão proporciona o efeito de cavitação, semelhante ao
ultrassom, gerando micro lesões nos tecidos (AGNE, 2016).
17

3. IMPORTANCIA DO PROFISSIONAL QUALIFICADO

Os equipamentos de estética podem agir de três maneiras no tecido adiposo


basicamente. Eles podem promover a “lipólise”, “necrose” e “apoptose”. Cada
equipamento irá agir com sua particularidade e de acordo com a energia nele
selecionada. A lipólise é o único efeito que não produz dano adipocitário, pois neste o
efeito é fisiológico, estimula o adipócito a efetuar uma ação fisiológica de estimular a
saída dos ácidos graxos lipídicos e do glicerol do seu interior, por consequente
resultado a quebra do triacilglicerol.
Uma busca frenética por resultados estéticos tem causado preocupações aos
profissionais mais experientes, o que talvez tenha passado despercebido pela
sociedade, especialmente quando se fala na redução de tecido adiposo.
Provavelmente, alguns profissionais não estão atentos às consequências metabólicas
que podem acontecer toda vez que estimulamos ou interferimos nas funções e
estruturas do tecido adiposo (AGNE, 2016).
No organismo existe duas fontes de energia básica para suprir as necessidades
metabólicas do organismo que são os carboidratos e as gorduras, obtidos através de
dieta alimentar. Os carboidratos são as fontes de suprimento rápido e as gorduras
podem ser relacionadas como uma reserva energética. Assim é de extrema
importância que o profissional nos tratamentos para redução do tecido adiposo
conheça o equipamento que está trabalhando e os efeitos que este equipamento
produz no organismo. É justamente esta forma de agir no organismo do paciente que
determina se o equipamento é ou não indicado para aquele tipo de tratamento.
Infelizmente alguns profissionais têm por desconhecimento ou por completa falta de
ética utilizado equipamentos que não são indicados para todos os tipos de disfunções
estéticas, em especial no tratamento do tecido adiposo (AGNE, 2016).
Sempre que trabalhar com um aparelho que estimula a lipólise o profissional
da saúde estética deve estar atendo aos índices lipídicos e glicêmicos do paciente.
Uma vez que o paciente pode já estar com os níveis de lipídeos em excesso, e a
utilização do equipamento pode elevar ainda mais estes níveis. Aqui vale lembrar que
o excesso de lipídeos circulantes poderá promover no organismo do paciente a
resistência à ação da insulina, elevando os níveis glicêmicos culminando com o
diabetes tipo 2 (AGNE, 2016).
18

A adiponectina é um fator (hormônio) secretado exclusivamente pelo tecido


adiposo (adipócitos), que exerce diversas ações em nosso organismo, tais como o
aumento do gasto energético, aumento na sensibilidade a insulina, a redução na
produção hepática de glicose, o aumento na oxidação de ácidos graxos, redução da
massa gordurosa e a melhora da função endotelial, sem alterar a quantidade de
alimentos consumida (MANCINI, 2015). Diante destes benefícios, a utilização de
equipamentos que possam provocar efeito de necrose sobre o tecido adiposo
(adipócitos) deve ser com extrema cautela, pois se destrói os adipócitos também pode
diminuir a secreção deste importante hormônio. A deficiência deste hormônio contribui
para uma resistência à insulina, intolerância a glucose, dislipidemia, e ainda
predisposição a lesão vascular e aterosclerose.
Nos seres humanos a secreção de adiponectina está inversamente
proporcional a adiposidade. Assim conclui-se que a utilização de equipamentos que
promovam a lipólise é mais indicada, uma vez que estes preservam o adipócito, que
tem uma importância fisiológica, ao mesmo tempo que se diminui a obesidade, o que
contribui para o aumento da adiponectina.
Os adipócitos possuem grande importância como órgão endócrino, pois além
do seu papel como depósito energético, o adipócito secreta substancias que regulam
o metabolismo (COSTA; BAPTISTA, 2018).
O tecido adiposo é essencial para homeostase energética do organismo
humano. Este tecido tem função primordial no maturamento do eixo hipotálamo-
hipófise-gônodas através da leptina. Sendo que esta adipocina tem um papel
permissivo no amadurecimento deste eixo, contribuindo assim para capacidade
reprodutiva do indivíduo (CAMPANÃ, 2013).
Neste ponto a uma forte ligação entre o profissional bem qualificado e na
escolha do equipamento, pois dependendo do que este escolher poderá provocar um
problema de grave de saúde no seu paciente, ao invés de resolver a questão estética
que ele veio buscar no consultório.
19

4. ENTENDER E CONHECER PARA SATISFAZER

O tecido adiposo é considerado como vilão e conhecido em sua maioria pela


capacidade de armazenamento de gordura para reserva energética e função de
isolamento térmico. Porém, com o aprofundamento dos estudos e pesquisas foram
descobertas diversas novas funções deste tecido, como depósito de células tronco,
regulador do metabolismo, a síntese e secreção de hormônios (COSTA, 2018).
O tecido adiposo apesar de ser considerado por muitos como simples, é
considerado complexo, possui células denominadas adipócitos, que podem estar
isoladas ou agrupadas no tecido conjuntivo frouxo, São separados pelos septos
lobulares. Essas células são especializadas no armazenamento e na síntese de
triglicerídeos e sofrem um processo de hiperplasia até a adolescência, após essa fase
inicia-se um novo ciclo, aonde o foco destas células mudam, e elas são capazes de
se hipertrofiar exercendo na maioria das vezes a função de armazenamento de
energia. Assim os triglicerídeos e os carboidratos compartilham a função de
fornecimento energético para os diversos processos metabólicos que ocorrem no
organismo (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013; GUIRRO; GUIRRO, 2004; GUYTON,
2011; BORGES, 2010).
Para Campaña (2013, p.15) a função clássica do tecido adiposo na
manutenção energética é desempenhada através dos processos de lipogênese, onde
energia é armazenada em triacilglicerol; e, lipólise, onde esta fonte de energia é
quebrada oferecendo substrato energético para os tecidos em períodos de escassez.
A síntese de triacilglicerol no tecido adiposo ocorre através de dois diferentes
processos: esterificação dos ácidos graxos (captados da circulação oriundos da dieta
ou sintetizados na própria célula) com glicerol-3-fosfato e pela geração deste a partir
da glicose mediante a glicólise anaeróbia, ou de outros substratos não glicídicos
(lactato, piruvato e aminoácidos) através de gliceroneogênese.
O panículo adiposo, é uma camada profunda, localizada anatomicamente
abaixo da derme e acima da aponeurose muscular, tem em sua constituição um
agrupamento de células adiposas que armazenam gordura e estão separadas por
finos septos conjuntivos, onde se encontram os vasos e os nervos. As células
adiposas, os adipócitos, são originadas a partir das células embrionárias
mesenquimais que produzirão as células lipoblastos. Os lipoblastos são fibroblastos
20

diferenciados que têm a finalidade de acumular gordura no citoplasma e, quando


maduros, enchem-se de gordura para constituir os adipócitos (BORGES, 2010).
O principal tipo de célula que habita o tecido adiposo é o adipócito. A estrutura
de um adipócito inclui os componentes básicos de qualquer célula, incluindo um
núcleo, citoplasma (organelas e citoesqueleto) e membrana plasmática. O citoplasma
dessa célula é repleto de uma quantidade tão grande de lipídeo que seu núcleo e
organelas ficam comprimidos contra a membrana plasmática. Assim foi mencionado
que “no interior dessas gotículas de lipídeo estão armazenados os triglicerídeos,
responsáveis por nosso estoque de energia. Cada Célula pode armazenar
triglicerídeos em quantidade correspondente a 80-95% de seu volume.” (COSTA,
2018, p.33).
Atualmente são encontrados dois tipos de tecido adiposo no organismo
humano, sendo ele o tecido adiposo unilocular (branco) e o multilocular (marrom). O
unilocular, é praticamente todo o tecido adiposo encontrado em um adulto, tem uma
cor que varia entre a branca e a amarela, sendo influenciada diretamente pelo tipo de
dieta. O multilocular tem uma cor levemente marrom ou parda, devido a sua rica
vascularização e a presença de mitocôndrias. Esse tipo de tecido adiposo é mais
encontrado nos animais que hibernam e seres humanos recém-nascidos (BORGES,
2010).
Muito embora a gordura amarela seja extremamente destacada na prática
clínica, o tecido adiposo multilocular, ou pardo, é essencial à vida e funciona como
produtor de calor pelo corpo em razão do grande número de mitocôndrias nos
adipócitos multiloculares. Esse tipo de gordura é mais evidente no recém-nascido,
com seu desenvolvimento fetal separado do tecido unilocular (BORGES, 2010).
Os lipídios são responsáveis pelas funções biológicas de reserva de energia,
isolante térmico, isolante elétrico, absorção de impactos, base para hormônios,
processos digestivos, composição da membrana celular, resposta inflamatória e
imunológica. Galante (2014, p.210) esclarece que:

Assim como como as proteínas, os ácidos nucleicos e os carboidratos,


as estruturas lipídicas se apresentam como componentes essenciais
da constituição celular, visto que são distribuídas por todos os tipos de
células, como constituinte principal da membrana celular.
21

Anatomicamente o arranjo dos adipócitos na hipoderme feminina, é diferente


quando comparado com o do sexo masculino, existindo desigualdade estrutural
quanto à disposição dos septos conjuntivos ao redor das células de gordura. Esta
diferença se torna visível quando homens e mulheres aumentam seu volume de
gordura corporal subcutânea. O corpo feminino há uma expansão celular mais
pronunciada e observável na superfície cutânea. As células femininas dispõem-se
justapostas por fibras conjuntivas paralelas. Já no sexo masculino, as células
encontram-se justapostas e sustentadas por fibras cruzadas como rede, o que dificulta
o aumento de tamanho da célula de gordura. Também é necessário considerar que o
tecido adiposo masculino representa cerca de 10% a 14% da massa corpórea, já o
feminino prepondera em torno de 18% a 20% da massa corpórea (BORGES;
SCORZA, 2016).
O tecido adiposo como mencionado anteriormente é considerado o vilão
quando se trata de emagrecimento. A busca por procedimentos para reduzir a
adiposidade corporal tem atraído uma grande clientela para as clínicas de estética e,
geralmente, esses clientes não têm hábitos saudáveis, especialmente quanto ao
controle da alimentação e prática de exercícios. Por outro lado, algumas clínicas ou
profissionais disponibilizam publicidades atrativas, prometendo resultados
impressionantes dos seus tratamentos com reduções de medidas e outras promessas,
alguns difíceis de serem atingidos (AGNE, 2016).
Assim a cada dia é mais comum a utilização de equipamentos a fim de substituir
o consumo adequado de alimentos, associado a exercícios físicos. Tais práticas tem
em parte estimulado o sedentarismo e o consumo descontrolado de alimentos
hipercalóricos (BORGES; SCORZA, 2016).
A redução de medida depende de uma série de fatores, sendo que a maioria
depende mais do paciente do que do profissional da estética. Existe uma busca por
resultados cada vez mais rápidos, e muitas vezes são realizados procedimentos sem
um estudo prévio, ou ainda a utilização de protocolos prontos, e assim tratam seus
pacientes como receita de bolo aonde utilizam os mesmos ingredientes (AGNE, 2016).
Outro fator a se levar em consideração é que há estudos que mostram uma
frequência aumentada de pré-adipócitos em pacientes ex-obesos, ou seja a
obsesidade pode estar ligado a alteração de células troncos mesenquimais do tecido
adiposo. Uma pessoa que era gorda, pode fazer a utilização de algum equipamento
22

que reduza a quantidade de tecido adiposo, porém seu organismo induzir a produção
de novas células de adipócitos ou seja, esta pessoa caso retorne a dieta antiga poderá
ganhar ainda mais peso e se tornar obesa (COSTA, 2018).
Algumas vezes podemos estar estimulando nossos pacientes ao sedentarismo,
pois poucos são aqueles profissionais que estabelecem programas nutricionais
adequados e exercícios planejados. Assim, têm-se estimulado cada vez mais aos
tratamentos para que as máquinas exerçam estímulos para extrair os lipídeos do
interior dos adipócitos sem observar, ou mesmo preocupar-se qual será o destino
dessa gordura. As publicidades cada vez mais são chamativas para procedimentos
sem o comprometimento dos pacientes. Essas publicidades atingem uma grande
parcela da população, especialmente aquela com hábitos sedentários e que também
buscam esse tipo de medições com fitas métricas do tecido adiposo poderá favorecer
o não cumprimento das propostas publicitárias. Outra situação interessante são os
registros fotográficos, esses sim, imprescindíveis para o acompanhamento da
evolução dos tratamentos estéticos. Entretanto, podemos nos deparar com outro
quadro complicador, que são as publicidades fundamentadas nas imagens antes e
depois dos procedimentos, cada vez mais frequentes e apelativas. A responsabilidade
do profissional da estética abrange uma série de particularidades, que geralmente irão
além de tentar resolver as imperfeições dos tecidos. Uma busca frenética por
resultados estéticos tem causado preocupação aos profissionais mais experientes, o
que talvez tenha passado despercebido pela sociedade, especialmente quando se
fala na redução do tecido adiposo. Alguns profissionais não estão atentos às
consequências metabólicas que podem acontecer toda vez que estimulamos ou
interferimos nas funções e estruturas do tecido adiposo (AGNE, 2016).
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A importância do profissional da saúde estética está a cada dia mais evidente,


assim trabalhar com equipamentos com novas tecnologias tem feito com que
resultados sejam vistos mais rápidos e com maiores satisfações por parte dos clientes.
Para tanto é necessário que os profissionais estejam cada vez mais atento a
estas tecnologias, porem acima de tudo devem sempre buscar o conhecimento, a
prática, e treinamentos para que possam se aperfeiçoar a fim de entregar o resultado
proposto durante o tratamento. Não se deve utilizar de maquinas ou equipamentos
que não tenha pleno domínio e conhecimento da tecnologia, caso contrário poderá
não apresentar um resultado esperado pelo seu cliente, ou pior ainda gerar
intercorrência e correndo o risco de o paciente sair pior do que quando entrou em
busca de tratamento para sua disfunção estética.
A novas tecnologias são sem dúvida uma grande aliada aos profissionais da
saúde estética, uma vez bem utilizadas, possuem uma grande relevância para o
tratamento da lipodistrofia localizada. Devem ser usadas com moderação, sempre
predominando a segurança do paciente.
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REFERÊNCIAS

AGNE, Jones Eduardo. Criolipólise e outras tecnologias no manejo do tecido


adiposo. 1. ed. Santa Maria: [s.n.], 2016.

BORGES, Fábio dos Santos; SCORZA, Flávia Acedo. Terapêutica em estética:


Conceitos e técnicas. 1. ed. São Paulo: Phorte, 2016.

BORGES, F. S. Dermato-funcional: Modalidades terapêuticas nas disfunções


estéticas. 2. Ed. São Paulo: Phorte, 2010.

CAMPAÑA, Amanda Baron. A puberdade altera a responsividade à insulina do


tecido adiposo assim como sua capacidade lipogênica: um estudo qualitativo.
2013. 149 f. Tese (Doutorado em Ciências) – Instituto de Ciências Biomédicas,
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013.

COSTA, Catia Cristina de Paula; BAPTISTA, Leandra Santos. Tecido adiposo: Vilão
ou herói? 1. ed. Curitiba: Appris, 2018.

GUIRRO, E. C. O.; GUIRRO, R. R. J. Fisioterapia Dermato Funcional:


fundamentos, recursos, patologias. Barueri, São Paulo: Editora Monole, 2004.

GALANTE, Fernanda; ARAÚJO, Marcus Vinicius Ferreira de. Fundamentos de


bioquímica: Para universitários, técnicos e profissionais da área da saúde. 2. ed. São
Paulo: Rideel, 2014.

GUYTON, Arthur C.; HALL, John E. Tratado de fisiologia médica. 12 ed. Rio de
Janeiro: Elsevier: 2011.

JUNQUEIRA, L. C. Uchôa; CARNEIRO, José. Histologia básica: texto & atlas. 12.
ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2013.

LOFEU, Gabriele Morais; BARTOLOMEI, Karoline; BRITO, Larissa Raquel Agostinho


de; CARVALHO, Alexandra Azevedo. Atuação da radiofrequência na gordura
localizada no abdômen. Revista da Universidade Vale do Rio Verde, Três
Corações, v. 13, n. 1, p. 571-581, ago 2015.

MANCINI, Marcio C. Tratado de Obesidade. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara


Koogan, 2015.

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