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UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL

CAMPUS DE CHAPECÓ
CURSO DE ENFERMAGEM

OTAVIO ANANIAS PEREIRA DA SILVA RIBEIRO


ANA LUIZA COSTA

A REALIZAÇÃO DE TRATAMENTO PROFILÁTICO COM ANTIBIÓTICOS REDUZ


A TAXA DE RECORRÊNCIA EM PACIENTES COM IMPETIGO?

CHAPECÓ
2023
OTAVIO ANANIAS PEREIRA DA SILVA RIBEIRO
ANA LUIZA COSTA

A REALIZAÇÃO DE TRATAMENTO PROFILÁTICO COM ANTIBIÓTICOS REDUZ


A TAXA DE RECORRÊNCIA EM PACIENTES COM IMPETIGO?

Projeto de Pesquisa apresentado ao curso de


Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira
Sul (UFFS), como requisito parcial para aprovação
na disciplina de Iniciação à Prática Científica.

Orientador: Prof. Dr. Leonardo Barbosa Leiria

CHAPECÓ
2023
SUMÁRIO

RESUMO 3
ABSTRACT................................................................................................................. 4
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 5
1.1 JUSTIFICATIVA .......................................................................................... 5
1.2 HIPÓTESE .................................................................................................. 7
1.3 PICOT ......................................................................................................... 7
1.4 OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 7
1.4.1 Objetivos específicos ............................................................................... 8
2 REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................... 9
2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO IMPETIGO COMO UMA INFECÇÃO
CUTÂNEA COMUM EM CRIANÇAS DE 2 A 6 ANOS ................................ 9
2.2 IMPORTÂNCIA DO TRATAMENTO ADEQUADO PARA PREVENIR A
RECORRÊNCIA DO IMPETIGO ............................................................... 10
2.3 TRATAMENTO PROFILÁTICO COM ANTIBIÓTICOS E SUA
IMPORTÂNCIA NO MANEJO DO IMPETIGO .......................................... 11
3 METODOLOGIA ....................................................................................... 13
4 CRONOGRAMA ....................................................................................... 16
5 RESULTADOS ESPERADOS .................................................................. 18
REFERÊNCIAS ........................................................................................ 19
3

RESUMO

Este projeto tem como justificativa a necessidade de investigar o potencial do


tratamento profilático com antibióticos na redução da taxa de recorrência do impetigo,
uma infecção cutânea comum em crianças de 2 a 6 anos. A hipótese levantada é de
que o tratamento profilático pode efetivamente reduzir a recorrência da doença. O
objetivo geral do projeto é realizar uma revisão sistemática/meta-análise dos últimos
20 anos, utilizando bases de dados como LILACS, SciELO, PUBMED e MEDLINE,
com descritores relevantes como "impetigo", "antibióticos" e "tratamento profilático".
Serão aplicadas a Escala de Jadad e a ferramenta ROBIS para avaliar a qualidade
dos estudos e o risco de viés nas revisões sistemáticas. Espera-se obter evidências
que suportem a eficácia do tratamento profilático com antibióticos na redução da taxa
de recorrência do impetigo em crianças de 2 a 6 anos, fornecendo subsídios para
aprimorar as estratégias terapêuticas e contribuir para o manejo clínico adequado
dessa infecção cutânea.

Palavras-chaves: Estratégias terapêuticas, Recorrência de infecção, Tratamento


profilático
4

ABSTRACT

This project is justified by the need to investigate the potential of prophylactic treatment
with antibiotics in reducing the recurrence rate of impetigo, a common skin infection in
children aged 2 to 6 years. The hypothesis raised is that prophylactic treatment can
effectively reduce the recurrence of the disease. The overall objective of the project is
to conduct a systematic review/meta-analysis of the last 20 years, using databases
such as LILACS, SciELO, PUBMED, and MEDLINE, with relevant keywords such as
"impetigo," "antibiotics," and "prophylactic treatment." The Jadad Scale and the ROBIS
tool will be applied to assess the quality of studies and the risk of bias in systematic
reviews. It is expected to obtain evidence supporting the efficacy of prophylactic
treatment with antibiotics in reducing the recurrence rate of impetigo in children aged
2 to 6 years, providing insights to improve therapeutic strategies and contribute to the
appropriate clinical management of this skin infection.

Keywords: Infection recurrence, Prophylactic treatment, Therapeutic strategies.


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1 INTRODUÇÃO

O impetigo é uma infecção bacteriana comum da pele que afeta principalmente


crianças em idade escolar, sendo caracterizado por lesões vesiculares e pústulas com
crostas amareladas ou melicéricas (OUMEISH; PARISH, 2006). Essa condição é
causada principalmente por bactérias dos gêneros Streptococcus pyogenes e
Staphylococcus aureus, e é altamente contagiosa, podendo se espalhar rapidamente
em ambientes com muitas crianças, como escolas e creches (BRAOIOS et al., 2009).
Embora o impetigo seja geralmente autolimitado e resolva-se
espontaneamente dentro de algumas semanas, o tratamento adequado é necessário
para evitar complicações, como a propagação da infecção para outras áreas do corpo,
formação de abscessos e, em casos raros, complicações sistêmicas graves
(BANGERT et al., 2012). Além disso, a recorrência do impetigo é uma preocupação
comum, uma vez que pode causar transtornos significativos para as crianças afetadas
e suas famílias (BANGERT et al., 2012).
A hipótese subjacente a este projeto de pesquisa é que a realização de
tratamento profilático com antibióticos pode reduzir a taxa de recorrência em pacientes
com impetigo. Essa hipótese baseia-se na suposição de que a terapia profilática com
antibióticos pode eliminar as bactérias patogênicas presentes na pele, reduzindo
assim o risco de recorrência da infecção.
Diante dessa hipótese, a pergunta de pesquisa formulada é a seguinte: em
crianças de 2 a 6 anos com impetigo, o tratamento profilático com antibióticos
(Ampicilina, Ceftriaxona, Cefuroxima, Sulfatrozim, Eritromicina, Penicilina,
Clindamicina, Amoxicilina, Ácido Clavulônico) reduz a taxa de recorrência em
comparação com aquelas que não receberam tratamento?

1.1 JUSTIFICATIVA

A importância deste estudo reside no fato de que o impetigo é uma condição


comum, especialmente em crianças em idade escolar, e sua recorrência pode ser uma
fonte significativa de preocupação para as crianças afetadas e suas famílias
(BANGERT et al., 2012; BRAOIOS et al., 2009). Compreender e identificar
6

intervenções eficazes para reduzir a taxa de recorrência do impetigo é fundamental


para melhorar a qualidade de vida desses pacientes e para otimizar as práticas
clínicas. O impetigo pode causar desconforto físico e emocional nas crianças, além
de levar a complicações graves, como infecções secundárias e disseminação da
infecção para outras áreas do corpo (HARTMAN-ADAMS et al., 2014; BANGERT et
al., 2012).
A recorrência frequente do impetigo pode levar a um ciclo de tratamento
repetido e interrupção das atividades diárias das crianças, afetando sua participação
escolar e social (HARTMAN-ADAMS et al., 2014; BRAOIOS et al., 2009). Além disso,
o tratamento inadequado ou ineficaz do impetigo pode resultar no uso excessivo e
indiscriminado de antibióticos, aumentando o risco de resistência bacteriana (BROWN
et al., 2003). Portanto, é crucial investigar e avaliar intervenções terapêuticas que
possam reduzir a taxa de recorrência do impetigo de forma efetiva e segura. Nesse
contexto, a realização de um estudo que analise o efeito do tratamento profilático com
antibióticos nessa população específica de crianças de 2 a 6 anos é de grande
relevância.
Ao responder à pergunta de pesquisa formulada, este estudo proporcionará
informações claras e confiáveis sobre a eficácia do tratamento profilático com
antibióticos no impetigo. Essas informações serão fundamentais para a tomada de
decisões clínicas embasadas em evidências, ajudando os profissionais de saúde a
selecionar a melhor abordagem terapêutica para reduzir a taxa de recorrência e
melhorar o prognóstico desses pacientes. Além disso, os resultados deste estudo
podem ter implicações mais amplas para a prática clínica e a formulação de diretrizes
de tratamento. Se for demonstrado que o tratamento profilático com antibióticos é
eficaz na redução da taxa de recorrência do impetigo, isso poderá levar a uma
mudança nas práticas atuais de tratamento, com a inclusão dessa intervenção como
parte integrante do manejo clínico dessa condição.
Isso terá um impacto positivo direto na qualidade de vida das crianças afetadas,
reduzindo a recorrência da infecção e minimizando as complicações associadas. Por
outro lado, se a análise dos estudos não mostrar benefícios significativos do
tratamento profilático com antibióticos, isso também será uma informação valiosa. Isso
poderá levar a uma revisão das práticas atuais de tratamento, estimulando a busca
por outras abordagens terapêuticas ou medidas preventivas alternativas que possam
ser mais eficazes na redução da taxa de recorrência do impetigo.
7

Em última análise, a importância deste estudo está em fornecer evidências


científicas sólidas que possam orientar a prática clínica, melhorar o manejo do
impetigo em crianças de 2 a 6 anos e contribuir para o avanço do conhecimento nessa
área. Compreender os efeitos do tratamento profilático com antibióticos na taxa de
recorrência do impetigo é um passo importante para melhorar a qualidade de vida das
crianças afetadas, reduzindo o impacto físico e emocional dessa condição e
otimizando o uso de recursos terapêuticos.

1.2 HIPÓTESE

A realização de tratamento profilático com antibióticos reduz a taxa de


recorrência em pacientes com impetigo.

1.3 PICOT

P: Em crianças de 2 a 6 anos com impetigo


I: Tratamento profilático com antibióticos (Ampicilina, Ceftriaxona, Cefuroxima,
Sulfatrozim, Eritromicina, Penicilina, Clindamicina, Amoxicilina, Ácido
Clavulônico)
C: Nenhuma intervenção ou placebo
O: Taxa de recorrência
T: Período de acompanhamento de pelo menos 6 meses

1.4 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral desta pesquisa é investigar se o tratamento profilático com


antibióticos reduz a taxa de recorrência em crianças de 2 a 6 anos com impetigo, por
meio de uma revisão sistemática dos artigos científicos publicados nos últimos 20
anos (2003 a 2023) e uma análise estatística conjunta dos dados.
8

1.4.1 Objetivos específicos

- Avaliar a taxa de recorrência do impetigo em crianças de 2 a 6 anos que receberam


tratamento profilático com antibióticos em comparação com aquelas que não
receberam tratamento.
- Discutir as implicações clínicas e as recomendações para a prática com base nos
resultados obtidos, contribuindo para a melhoria das estratégias terapêuticas no
manejo do impetigo em crianças dessa faixa etária.
- Identificar lacunas no conhecimento atual e destacar áreas que necessitam de mais
pesquisas para aprimorar o entendimento sobre o tratamento profilático do impetigo
em crianças de 2 a 6 anos.
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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO IMPETIGO COMO UMA INFECÇÃO CUTÂNEA


COMUM EM CRIANÇAS DE 2 A 6 ANOS

O impetigo é uma infecção cutânea extremamente comum, especialmente em


crianças de 2 a 6 anos de idade. Essa condição, também conhecida como "bexiga", é
caracterizada por lesões vesicopustulosas que se formam na pele, geralmente em
regiões expostas, como o rosto, as mãos e os membros (BOWEN et al., 2015). O
impetigo é altamente contagioso e pode se espalhar facilmente entre as crianças em
ambientes escolares, creches e lares (BOWEN et al., 2015; ROMANI et al., 2015;
STEER et al., 2009). Essa infecção é causada principalmente por duas bactérias, o S.
aureus e o S. pyogenes (BOWEN et al., 2015). Ambos os micro-organismos podem
estar presentes normalmente na pele sem causar problemas.
No entanto, certos fatores, como feridas na pele, picadas de insetos ou eczema,
podem permitir a entrada dessas bactérias, resultando no desenvolvimento do
impetigo (ROMANI et al., 2015). Os sintomas característicos do impetigo incluem a
formação de pequenas bolhas cheias de líquido, que podem estourar e deixar crostas
amareladas ou melicéricas na pele (BOWEN et al., 2015). As lesões são geralmente
indolores, mas podem causar coceira intensa (BOWEN et al., 2015; ROMANI et al.,
2015). O impetigo não tratado pode levar a complicações, como a linfadenite e até
mesmo a disseminação da infecção para outras partes do corpo (STEER et al., 2009).
A alta incidência do impetigo em crianças de 2 a 6 anos pode ser atribuída a
vários fatores (BOWEN et al., 2015; ROMANI et al., 2015; STEER et al., 2009).
Primeiro, nessa faixa etária, as crianças tendem a ter uma higiene pessoal menos
desenvolvida, facilitando a entrada e disseminação das bactérias causadoras do
impetigo. Além disso, crianças nessa idade são mais propensas a ferimentos na pele
devido a brincadeiras ativas e ao contato próximo com outras crianças. A transmissão
do impetigo ocorre principalmente pelo contato direto com as lesões infectadas ou
com objetos contaminados, como toalhas, roupas e brinquedos (BOWEN et al., 2015).
Portanto, é crucial adotar medidas de higiene adequadas, como lavar as mãos
regularmente e evitar o compartilhamento de objetos pessoais, para prevenir a
disseminação da infecção. Embora o impetigo seja geralmente autolimitado e
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desapareça sem tratamento em algumas semanas, é importante buscar cuidados


médicos para garantir um manejo adequado e evitar complicações (BOWEN et al.,
2015; ROMANI et al., 2015). Os médicos podem prescrever antibióticos tópicos ou
sistêmicos para eliminar as bactérias causadoras do impetigo e acelerar a cicatrização
das lesões.
No entanto, uma questão que permanece em aberto é a eficácia do tratamento
profilático com antibióticos na redução da taxa de recorrência do impetigo em crianças
de 2 a 6 anos. Essa é uma área de pesquisa que merece atenção, pois entender se o
uso de antibióticos como medida preventiva pode contribuir para a diminuição da
recorrência do impetigo pode ter implicações significativas na prática clínica e no
manejo dessa condição em crianças.

2.2 IMPORTÂNCIA DO TRATAMENTO ADEQUADO PARA PREVENIR A


RECORRÊNCIA DO IMPETIGO

O tratamento do impetigo envolve o uso de antibióticos tópicos ou sistêmicos,


dependendo da gravidade e extensão das lesões (KONING et al., 2012). Os
antibióticos tópicos, como a mupirocina, são frequentemente utilizados para impetigo
localizado, enquanto os antibióticos sistêmicos, como a penicilina oral, podem ser
prescritos em casos mais graves ou quando há disseminação da infecção (DIAS;
MIRANDA; ZARCOS, 2018). O tratamento adequado visa eliminar as bactérias
causadoras do impetigo e promover a cicatrização das lesões (KONING et al., 2012;
GEORGE et al., 2006). Um dos principais motivos para um tratamento adequado do
impetigo é prevenir a recorrência da infecção (BOWEN et al., 2015).
Estudos têm demonstrado que a taxa de recorrência do impetigo pode ser alta,
especialmente em crianças que não receberam um tratamento adequado ou que não
aderiram ao tratamento prescrito (CRAIK et al., 2022, MCMULLAN et al., 2016). A
recorrência do impetigo pode resultar em um ciclo contínuo de infecções e desconforto
para a criança, além de aumentar o risco de complicações (CRAIK et al., 2022;
BOWEN et al., 2015; GEORGE et al., 2006). Além disso, o tratamento adequado do
impetigo é fundamental para prevenir a disseminação da infecção para outras crianças
e membros da família (PIZAN; CONTRERAS; GUARNIZ, 2008).
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O impetigo é altamente contagioso e pode se espalhar facilmente pelo contato


direto com as lesões ou objetos contaminados (BOWEN et al., 2015). Ao tratar o
impetigo de forma adequada, reduzimos a carga bacteriana na pele da criança,
diminuindo assim a chance de contaminação de outras pessoas ao seu redor (DIAS;
MIRANDA; ZARCOS, 2018). Outra razão para o tratamento adequado do impetigo é
minimizar o desconforto e a coceira associados às lesões (ROMANI et al., 2015).
O impetigo pode causar prurido intenso, o que pode ser extremamente
desconfortável para a criança e levar ao ato de coçar as lesões (KONING et al., 2012).
Coçar as lesões do impetigo pode agravar a infecção, causar lesões secundárias na
pele e aumentar o risco de disseminação bacteriana (BOWEN et al., 2015; ROMANI
et al., 2015; KONING et al., 2012). Portanto, um tratamento adequado que promova a
cicatrização das lesões e alivie o prurido é essencial para o bem-estar da criança.
Além disso, um tratamento adequado do impetigo é importante para prevenir
complicações associadas à infecção.
Embora o impetigo seja geralmente uma infecção superficial da pele, pode levar
a complicações mais graves se não for tratado corretamente (KONING et al., 2012).
Portanto, tratar o impetigo de forma adequada e oportuna é fundamental para prevenir
complicações e garantir a saúde da criança. Nesse sentido, o tratamento adequado
do impetigo desempenha um papel crucial na prevenção da recorrência da infecção,
na redução da disseminação do impetigo para outras pessoas, no alívio do
desconforto e prurido associados às lesões e na prevenção de complicações.

2.3 TRATAMENTO PROFILÁTICO COM ANTIBIÓTICOS E SUA IMPORTÂNCIA NO


MANEJO DO IMPETIGO

O tratamento profilático com antibióticos desempenha um papel crucial no


manejo do impetigo, uma infecção bacteriana de pele altamente contagiosa. O
tratamento eficaz do impetigo é essencial para controlar a disseminação da doença,
prevenir complicações e reduzir a taxa de recorrência. A terapia profilática com
antibióticos envolve a administração de medicamentos antimicrobianos a indivíduos
que tiveram contato próximo com pacientes infectados ou que estão em alto risco de
desenvolver a infecção (GHOSH et al., 2021). Essa abordagem visa eliminar as
12

bactérias causadoras do impetigo antes que a infecção se estabeleça ou se espalhe,


prevenindo assim o desenvolvimento de novos casos.
O uso de antibióticos específicos no tratamento profilático do impetigo tem se
mostrado eficaz na redução da incidência e na prevenção de recorrências
(MCMILLAN, 2020). Antibióticos como a ampicilina, ceftriaxona, cefuroxima,
sulfatrozim, eritromicina, penicilina, clindamicina, amoxicilina e ácido clavulônico são
amplamente utilizados nesse contexto, demonstrando resultados positivos no controle
da infecção (ANDERSON, 2018; KONING et al., 2012). Um dos principais benefícios
do tratamento profilático com antibióticos no impetigo é a redução da taxa de
recorrência (KONING et al., 2012). O impetigo é conhecido por ter uma alta taxa de
recorrência, o que pode levar a complicações adicionais e prolongar a duração da
doença (DIAS; MIRANDA; ZARCOS, 2018).
Ao administrar antibióticos profilaticamente, é possível suprimir a carga
bacteriana e interromper o ciclo de infecção e recorrência, garantindo assim uma
recuperação mais rápida e completa. Além disso, a terapia profilática com antibióticos
é fundamental para prevenir a disseminação do impetigo em comunidades e
ambientes coletivos, como escolas e creches (BANGERT et al., 2012; BRAOIOS et
al., 2009).
Devido à sua natureza altamente contagiosa, o impetigo pode se espalhar
rapidamente entre as crianças, resultando em surtos significativos da doença
(BANGERT et al., 2012). A administração de antibióticos profiláticos a indivíduos
expostos reduz a carga bacteriana e diminui o risco de transmissão, interrompendo
assim a cadeia de infecção. É importante ressaltar que o tratamento profilático com
antibióticos deve ser feito com critério, considerando fatores como a gravidade da
infecção, o risco de complicações e a resistência antimicrobiana.
A seleção do antibiótico adequado deve levar em conta a susceptibilidade das
bactérias causadoras do impetigo aos diferentes medicamentos, bem como as
características individuais do paciente, como idade, condições médicas subjacentes e
histórico de alergias a medicamentos (BROWN et al., 2003). Além do tratamento
profilático com antibióticos, é fundamental adotar medidas de prevenção e controle do
impetigo. Isso inclui a promoção de boas práticas de higiene, como a lavagem regular
das mãos, o uso de lenços descartáveis para limpar as lesões, evitar o
compartilhamento de objetos pessoais e a implementação de medidas de limpeza e
desinfecção adequadas em ambientes coletivos (BOWEN et al., 2015).
13

3 METODOLOGIA

O presente projeto tem como objetivo realizar uma revisão sistemática da


literatura que investigará o potencial do tratamento profilático com antibióticos na
redução da taxa de recorrência em pacientes com impetigo. Será analisada a eficácia
desse tipo de intervenção em crianças de 2 a 6 anos, por meio da análise conjunta de
estudos científicos publicados nos últimos 20 anos (2003 a 2023). Serão avaliados os
desfechos relacionados à taxa de recorrência do impetigo, comparando-se os
resultados entre grupos que receberam tratamento profilático com antibióticos e
aqueles que não receberam tratamento.
Para realizar uma busca abrangente e precisa, os descritores foram
selecionados para abordar a relação entre o tratamento profilático com antibióticos e
a taxa de recorrência em pacientes com impetigo. Os descritores escolhidos para esta
revisão sistemática serão "impetigo", "antibiotics" e "prophylactic treatment". Esses
descritores serão utilizados durante a busca nas bases de dados selecionadas. A
estratégia de busca será conduzida nas bases de dados LILACS, SciELO, PUBMED
e MEDLINE. Serão utilizados operadores booleanos (AND, OR) e truncamentos, se
necessário, para ampliar a busca e garantir a inclusão de todos os estudos relevantes.
A estratégia de busca será adaptada a cada base de dados, utilizando os
descritores mencionados anteriormente. A busca será restrita aos últimos 20 anos, de
2003 a 2023, para incluir estudos mais recentes. Os critérios de inclusão e exclusão
serão estabelecidos para a seleção dos estudos. Os critérios de inclusão serão os
seguintes: estudos publicados nos últimos 20 anos (2003 a 2023) em inglês,
português ou espanhol; estudos que investigaram o tratamento profilático com
antibióticos em crianças de 2 a 6 anos com impetigo; estudos que relataram a taxa de
recorrência do impetigo como desfecho.
Os critérios de exclusão incluirão estudos em populações diferentes da faixa
etária de interesse (2 a 6 anos), estudos que não relataram informações suficientes
sobre o tratamento profilático ou a taxa de recorrência, e estudos que não são
relevantes para a pergunta de pesquisa. A seleção dos estudos será realizada em
duas etapas. Primeiramente, será feita uma triagem inicial dos títulos e resumos dos
estudos identificados na busca. Em seguida, os artigos selecionados passarão por
14

uma avaliação completa. Essas etapas serão realizadas por dois revisores
independentes, e quaisquer divergências serão resolvidas por consenso.
Um formulário de extração de dados será desenvolvido para registrar as
informações relevantes dos estudos incluídos. Os dados a serem extraídos podem
incluir características do estudo (autor, ano, país), intervenção (tipo de antibiótico,
dose, duração), desfechos (taxa de recorrência, efeitos adversos) e resultados. Dois
revisores extrairão os dados de forma independente, e as divergências serão
resolvidas por consenso. A qualidade dos estudos incluídos será avaliada utilizando
uma ferramenta específica para revisões sistemáticas/meta-análises, como a Escala
de Jadad ou a ferramenta ROBIS (Risk of Bias in Systematic Reviews).
Essa avaliação será realizada por dois revisores independentes, e as
discrepâncias serão resolvidas por consenso. A Escala de Jadad é uma ferramenta
amplamente utilizada na avaliação da qualidade metodológica de estudos clínicos
randomizados (CLARK et al., 1999). Essa escala possui três itens principais:
randomização, duplo-cego e descrição de perdas e exclusões. Cada item é pontuado
de 0 a 2, sendo 0 para ausência da informação ou falhas importantes e 2 para
adequada realização do item. A pontuação total varia de 0 a 5, sendo que estudos
com pontuação igual ou superior a 3 são considerados de alta qualidade
metodológica. A Escala de Jadad permite uma avaliação rápida e padronizada da
qualidade dos estudos incluídos na revisão sistemática/meta-análise, auxiliando na
avaliação do risco de viés.
A ferramenta ROBIS (Risk of Bias in Systematic Reviews) é uma abordagem
recente para a avaliação do risco de viés em revisões sistemáticas (WHITING et al.,
2016). Diferentemente da Escala de Jadad, a ferramenta ROBIS foca na avaliação do
risco de viés na condução da revisão sistemática em si, em vez de avaliar
individualmente cada estudo incluído. A ferramenta ROBIS é composta por três fases:
identificação de preocupações sobre o risco de viés, avaliação da relevância dessas
preocupações e avaliação do risco de viés global. Cada fase é dividida em itens
específicos que devem ser respondidos pelos revisores.
A ferramenta ROBIS permite uma avaliação abrangente e crítica do risco de
viés em revisões sistemáticas, auxiliando na interpretação dos resultados e na
confiabilidade das conclusões. Portanto, tanto a Escala de Jadad quanto a ferramenta
ROBIS desempenham papéis importantes na avaliação da qualidade e do risco de
viés dos estudos incluídos em uma revisão sistemática/meta-análise. A escolha da
15

ferramenta a ser utilizada dependerá da abordagem e dos objetivos específicos da


revisão, sendo importante considerar a adequação e a aplicabilidade de cada uma
delas.
Inicialmente, será realizada uma síntese narrativa dos estudos incluídos,
descrevendo suas características principais, intervenções e resultados relevantes. Se
houver dados suficientes e homogeneidade entre os estudos, será realizada uma
meta-análise usando técnicas estatísticas apropriadas para calcular uma medida de
efeito global, como odds ratio, e seu intervalo de confiança.
16

4 CRONOGRAMA

O cronograma de execução do projeto inclui atividades como seleção das


bases de dados, busca de estudos/artigos, triagem, extração de dados, avaliação da
qualidade metodológica, análise estatística, discussão dos resultados, preparação do
artigo científico e submissão em periódicos indexados, conforme metodologia
proposta (Figura 1). O cronograma abrangerá um período de 12 meses (Figura 2) e
poderá ser ajustado conforme necessário durante a execução do projeto.

Figura 1. Fluxograma da metodologia de seleção dos artigos.

Fonte: Próprios autores


17

Figura 2. Cronograma de execução do projeto.

Fonte: Próprios autores


18

5 RESULTADOS ESPERADOS

Com base na proposta de realizar uma revisão sistemática/meta-análise sobre


o efeito do tratamento profilático com antibióticos na redução da taxa de recorrência
em pacientes com impetigo, os possíveis resultados esperados poderão incluir:
- Avaliação da taxa de recorrência: Os resultados poderão fornecer uma comparação
entre os grupos que receberam tratamento profilático com antibióticos e aqueles que
não receberam, permitindo a análise da diferença na taxa de recorrência do impetigo.
Espera-se que o grupo que recebeu tratamento profilático apresente uma taxa de
recorrência significativamente menor em comparação ao grupo que não recebeu
tratamento.
- Evidência de eficácia do tratamento profilático: Os resultados obtidos poderão
contribuir para a compreensão das implicações clínicas do tratamento profilático com
antibióticos no manejo do impetigo em crianças dessa faixa etária. Com base nos
estudos revisados, espera-se que sejam feitas recomendações para a prática clínica,
como o uso adequado de antibióticos profiláticos, a duração ideal do tratamento e
considerações sobre a seleção de antibióticos específicos. Essas recomendações
podem ajudar a melhorar as estratégias terapêuticas e otimizar o cuidado dos
pacientes.
- Implicações clínicas e recomendações: Com base nos resultados obtidos, espera-se
que o projeto possa fornecer implicações clínicas relevantes para a prática médica.
Essas lacunas podem estar relacionadas à falta de estudos abordando
especificamente essa faixa etária, a escassez de dados sobre a eficácia de
determinados antibióticos ou a necessidade de investigar outros desfechos clínicos
relevantes. Essa identificação de lacunas pode destacar áreas que necessitam de
mais pesquisas para aprimorar o entendimento e o tratamento do impetigo nesse
grupo específico de pacientes, contribuindo para o aprimoramento das estratégias
terapêuticas.
19

REFERÊNCIAS

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