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1

FACULDADE MARIA MILZA


BACHARELADO EM ODONTOLOGIA

KEILLA CRISTINA LOGRADO RAMOS

O CIRURGIÃO-DENTISTA NO AMBIENTE NOSOCOMIAL: VANTAGENS,


LIMITAÇÕES E DESAFIOS

GOVERNADOR MANGABEIRA-BA
2019
2

KEILLA CRISTINA LOGRADO RAMOS

O CIRURGIÃO-DENTISTA NO AMBIENTE NOSOCOMIAL: VANTAGENS,


LIMITAÇÕES E DESAFIOS

Monografia apresentada ao curso de


Bacharelado em Odontologia da Faculdade
Maria Milza, como requisito parcial para
obtenção do título de graduado.

Prof. José Guilherme Paternostro


Orientador

GOVERNADOR MANGABEIRA-BA
2019
3

Ficha catalográfica elaborada pela Faculdade Maria Milza, com


os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

Bibliotecárias responsáveis pela estrutura de catalogação na publicação:


Marise Nascimento Flores Moreira - CRB-5/1289 / Priscila dos Santos Dias - CRB-5/1824

Ramos, Keilla Cristina Logrado


R175c
O cirurgiâo-dentista no ambiente nosocomial: vantagens, limitaçõpes e
desafios / Keilla Cristina Logrado Ramos. - Governador Mangabeira - BA , 2019.

31 f.

Orientador: José Guilherme Paternostro.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) - Faculdade


Maria Milza, 2019 .

1. Nosocomial. 2. Cirurgião-dentista. 3. Hospital. I. Paternostro, José


Guilherme, II. Título.

CCD 617.6
4

KEILLA CRISTINA LOGRADO RAMOS

O CIRURGIÃO-DENTISTA NO AMBIENTE NOSOCOMIAL: VANTAGENS,


LIMITAÇÕES E DESAFIOS

Aprovado em: ___/___/___

BANCA DE APRESENTAÇÃO

_________________________________________________
Professor José Guilherme Paternostro Lisboa
FAMAM

_________________________________________________
Ananda Lila Borges Ribeiro Rebouças
FAMAM

_________________________________________________
Kaliane Rocha Soledade
FAMAM

_________________________________________________
Profª de TCC Drª Andrea Jaqueira da Silva Borges
FAMAM

GOVERNADOR MANGABEIRA-BA
2019
5

Dedico este trabalho primeiramente a


Deus, que me norteou para chegar até
aqui. Aos meus pais Antônio e Cleidineia
e as minhas irmãs.
6

AGRADECIMENTOS

A minha orientadora do TCC I, Cristiane Brandão, por não ter me abandonado


no TCC II, por ter permanecido me orientando, aconselhando e emanando boas
energias. Gratidão pelo cuidado, paciência e carinho de sempre.
Ao orientador José Guilherme pela dedicação e compartilhamento de todo o
seu conhecimento e sabedoria.
Aos amores da minha vida, Antônio, Cleidineia, Beatriz e Gabrielle, que são a
minha família, o meu sustento e a quem eu agradeço por toda a força que hoje eu
tenho e por todas as minhas conquistas.
Aos amigos de faculdade e futuros colegas de profissão, Thamires, Ananda,
Mariana, Erika, Dayane, Bartolomeu e Yago, por serem alegria em meio a tantos
tormentos, e incentivo quando tudo parecia perder o sentido.
Aos meus amigos externos da academia, mas, mais que internos do coração,
Matheus Montenegro e Luísa Fernandes, eu agradeço pela amizade em seu mais
precioso sentido. Pelo cuidado, amor e proteção.
As primas amadas, Alice Almeida e Helen Líz, obrigada pelo amor de sempre
e por serem, acima de tudo, irmãs de alma.
7

“Cada um de nós compõe a sua


história e cada ser em si carrega o dom
de ser capaz. ”
Almir Sater
8

RESUMO

O cirurgião-dentista no ambiente hospitalar vive um contexto de adaptação e


aceitação por outros profissionais de saúde que atuam neste ambiente. A
Odontologia Hospitalar associada ao campo multiprofissional no ambiente
nosocomial se mostra relevante para o diagnóstico, prevenção e promoção da saúde
e para o tratamento de patologias que acometem pacientes internados em Unidade
de Terapia Intensiva (UTI), a nível de saúde bucal. Dentro dessa perspectiva, o
estudo aponta como objetivo geral: analisar como a literatura tem abordado as
vantagens, limitações e os desafios do cirurgião-dentista no contexto nosocomial.
Para contemplar o objetivo mencionado acima, foram elencados os seguintes
objetivos específicos: descrever os documentos selecionados quanto ao ano, local
de publicação e tipo de pesquisa e identificar os interferentes que atuam sobre a
atuação do cirurgião-dentista no ambiente hospitalar. O presente trabalho se trata de
uma revisão de literatura integrativa que tem interesse por estudos atuais. Estes
estudos foram selecionados em bases de dados eletrônicas Medline, Lilacs e SciElo,
a partir dos seus títulos, resumos e leitura na íntegra de acordo com os objetivos
desta revisão. Para busca dos estudos foi selecionado no Descritores em Ciências
da Saúde (DeCS), que foram: cirurgião-dentista, infecção hospitalar, prevenção
hospitalar e promoção em saúde. Esses descritores foram combinados com auxílio
do operador booleano AND. A partir dos resultados encontrados, verificou-se a
importância de haver profissionais habilitados em odontologia hospitalar nas
unidades de tratamento intensivo junto às equipes multidisciplinares, afim de
evitar/minimizar os problemas bucais e complicações sistêmicas.

Palavras-chave: Nosocomial. Cirurgião-dentista. Hospital.


9

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Quadro de distribuição da amostra dos artigos de acordo com o ano de


publicação encontrados nas bases de dados BVS e Scielo, no período de 2012 a
2017.

Quadro 2 – Classificação dos artigos quanto ao nome da revista e local da


publicação.

Quadro 3 - Artigos encontrados referentes aos interferentes da atuação do cirurgião-


dentista no ambiente hospitalar.

Quadro 4 - Artigos que discutem as necessidades do cirurgião-dentista no ambiente


nosocomial.
10

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 10

2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................ 12


2.1 AMBIENTE NOSOCOMIAL: CONTEXTO GERAL ......................................... 12
2.2 O CIRURGIÃO-DENTISTA NA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR HOSPITALAR
............................................................................................................................. 13
2.3 ATUAÇÃO DO CIRURGIÃO-DENTISTA NO AMBIENTE HOSPITALAR ...... 14
2.4 DIFICULDADES DO CIRURGIÃO-DENTISTA NO AMBIENTE NOSOCOMIAL
............................................................................................................................. 17

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.......................................................... 19
3.1 ORGANIZAÇÃO DOS DADOS E TÉCNICA DE ANÁLISE ............................... 19
3.2 TIPO DE ESTUDO ......................................................................................... 20
3.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO ................................................... 20

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 IDENTIFICAÇÃO DOS DOCUMENTOS SELECIONADOS QUANTO AO ANO E
LOCAL DE PUBLICAÇÃO .................................................................................... 21
4.2 INTERFERENTES QUE ATUAM SOBRE A ATUAÇÃO DO CIRURGIÃO-
DENTISTA NO AMBIENTE HOSPITALAR .......................................................... 22

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 25

REFERÊNCIAS .................................................................................................... 26

APÊNDICE A – Quadro dos artigos selecionados para o estudo ......................... 31


11

1 INTRODUÇÃO

O hospital bem como qualquer outra instituição de saúde, necessita de


profissionais adequadamente capacitados, sendo considerada uma organização
atravessada por diversos interesses. A unidade é desenvolvida em prol da prestação
de serviços de saúde em diversas áreas, além de ser também considerado um local
onde as identidades profissionais são reconhecidas e equipes multiprofissionais são
formadas para o atendimento integral de cada indivíduo (FEUERWERKER, 2007).
Dentro do sistema nosocomial é encontrada a Unidade de Terapia Intensiva
(UTI), que é considerado o nível mais complexo e avançado dentro desse ambiente,
por ser uma área de atuação multiprofissional voltada para o atendimento de
pacientes e das suas necessidades específicas, que podem comprometer as suas
funções vitais onde os pacientes internados geralmente são acometidos por
complicações sistêmicas que apresentam risco de morte. Durante a estadia na UTI
os pacientes estão sujeitos às alterações bucais associadas a doenças sistêmicas,
infecções ou ao uso de medicamentos e equipamentos de suporte para a respiração
(BATISTA et al., 2014).
Pacientes internados em UTI geralmente possuem um comprometimento na
realização da higienização bucal, principalmente quando comparados aos pacientes
não-hospitalizados e possuem maior risco de colonização de patógenos respiratórios
na sua cavidade bucal. Tal acumulo favorece o crescimento de biofilme contendo
micro-organismos que podem alcançar e colonizar os pulmões (ARAÚJO et al.,
2009).
Estes micro-organismos alcançam os pulmões através dos tubos
orotraqueais, utilizados no aparato respiratório, que favorecem este trajeto. Por
estarem em altas concentrações na saliva, podem ser aspirados facilmente para o
pulmão desencadeando quadros de infecções respiratórias (MORAIS et al., 2006).
Os Projetos de Lei PL nº 2.776/2008 e PL nº 363/2011, criados pela
Comissão de Seguridade Social e Família em 2012, estabeleceram a
obrigatoriedade da atuação de profissionais da odontologia em hospitais públicos e
privados em que existam pacientes internados em UTI ou enfermarias (BRASIL,
2011).
A presença de um cirurgião-dentista (CD) se torna importante para a
estabilização da saúde dos pacientes hospitalizados em UTI. Estes individuos estão
12

mais vulneráveis à instalação de infecções orais ou sistêmicas, devido ao quadro


clínico caracterizado por imunodeficiência o que pode agravar o seu estado de
saúde geral. Esses pacientes geralmente estão totalmente debilitados para a
realização de uma higienização bucal adequada, necessitando, assim, do suporte de
um profissional devidamente capacitado (AMARAL et al., 2013).
No Brasil, poucos são os hospitais que possuem CD no quadro de
profissionais contratados, e por isso muitos pacientes internados em UTI adquirem
infecções sistêmicas por via oral, ou possuem uma condição de saúde bucal que
agrava a condição sistêmica do paciente, o que justifica a contratação de
odontólogos.
Para tanto, este trabalho traz como questão norteadora: como a literatura tem
abordado as vantagens, limitações e os desafios do cirurgião-dentista no contexto
nosocomial?
Dentro dessa perspectiva, a pesquisa aponta como objetivo geral: analisar
como a literatura tem abordado as vantagens, limitações e os desafios do CD no
contexto nosocomial. Para contemplar o objetivo mencionado acima, foram
elencados os seguintes objetivos específicos: descrever os documentos
selecionados quanto ao ano, local de publicação e tipo de pesquisa e identificar os
interferentes que atuam sobre a atuação do CD no ambiente hospitalar.
Dessa forma, este estudo justifica-se por possibilitar novas informações sobre
a temática, também irá agrupar estas em um único corpus textual, proporcionando
aos CD, aos profissionais de saúde que atuam no ambiente hospitalar e aos
estudantes de odontologia a compreensão sobre o objeto estudado de forma mais
sucinta e esclarecedora.
13

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 AMBIENTE NOSOCOMIAL: CONTEXTO GERAL

No contexto hospitalar diversas áreas de suporte, como espaços físicos


apropriados e a atuação de profissionais capacitados, são preconizadas para o seu
correto funcionamento e para melhor atender os pacientes que ali chegam. A UTI hoje
é uma área hospitalar que requer uma atenção especial por englobar a atuação
multiprofissional voltada para o atendimento de pacientes com comprometimento das
funções vitais, decorrentes de falhas de um ou mais sistemas orgânicos. Portanto, é
considerada o nível mais complexo e avançado dentro do ambiente hospitalar
(ALBUQUERQUE et al., 2016).
No Brasil, a UTI surgiu na década de 70, marcando um dos maiores
progressos obtidos pelos hospitais. Antes o cuidado ao paciente grave realizava-se
nas enfermarias, por falta de estrutura física adequada, além de insuficientes
recursos tanto materiais quanto humanos para melhor qualidade desses cuidados
(ARAÚJO et al., 2009).
Ao passar dos anos notou-se a necessidade de unir equipes
multiprofissionais qualificadas para atuar na assistência ao paciente crítico junto a
UTI. E então se formaram grupos de trabalho com o propósito de não só atender o
estado patológico do indivíduo, como também, envolver causas psicossociais,
questões familiares e ambientais, após o entendimento de que todos esses fatores
estão, de alguma forma, interligados (CALDEIRA et al., 2011).
Na UTI concentram-se os pacientes clínicos ou cirúrgicos mais graves, estes
necessitam de monitorização e suporte contínuos das suas funções vitais. Esses
pacientes apresentam doenças ou condições clínicas predisponentes a infecções.
Muitos deles já se encontram infectados ao serem recebidos na unidade e muitas
vezes são submetidos a procedimentos invasivos ou com finalidades diagnostica e
terapêutica (ARAÚJO et al., 2009).
A combinação de doenças e fatores iatrogênicos faz com que os pacientes
sejam mais propensos à aquisição de infecções. A resposta imunológica do
paciente em terapia intensiva é na maioria das vezes precária e os seus
mecanismos de defesa estão comprometidos tanto pela doença causadora da
14

hospitalização quanto pelas intervenções necessárias para o diagnóstico e


tratamento (PEREIRA et al., 2015).
O cuidado com o paciente enfermo deve ser avaliado de forma integral, e
deve agregar áreas multidisciplinares da saúde. A Odontologia Hospitalar é uma
área relativamente nova para os profissionais de saúde, e proporciona ao paciente
em tratamento intensivo de cuidados bucais com a finalidade de prevenir novas
infecções em um ambiente tão crítico (PINHEIRO et al., 2014).
O tratamento odontológico em pacientes hospitalizados portadores de
enfermidades sistêmicas contribui diretamente na sua recuperação, trazendo como
consequência menores chances de adquirir novas infecções e menor tempo de
internamento (GOMES et al., 2012).

2.2 O CIRURGIÃO-DENTISTA NA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR HOSPITALAR

O desenvolvimento da atuação do profissional de odontologia no ambiente


hospitalar na América começou a partir da metade do século XIX, e até o seu
reconhecimento foi necessário um grande esforço. No Brasil, a Odontologia
Hospitalar foi legitimada em 2004, com a criação da Associação Brasileira de
Odontologia Hospitalar (ABRAOH) (ARANEGA et al., 2012). Estes profissionais
agem coadjuvante a equipe multidisciplinar do hospital afim de promover saúde,
prevenir complicações, conscientizar pacientes e equipe, bem como reduzir custos e
o tempo de permanência hospitalar (BEZINELLI, 2014).
A integração da odontologia no atendimento de pacientes internados em UTI
é de suma importância na prevenção de complicações sistêmicas proveniente de
complicações bucais, uma vez que se trata de um público vulnerável e as chances
de contrair infecções bucais e/ou sistêmicas associadas são significativas (DANTAS
et al., 2015).
Os pacientes portadores de afecções sistêmicas, normalmente se encontram
totalmente dependentes de cuidados, sendo assim, impossibilitados de manter uma
higiene bucal adequada, necessitando do suporte de profissionais da saúde para
esta e outros tipos de tarefas (RABELO et al., 2010).
A colonização dos patógenos respiratórios através do biofilme bucal pode ser
uma fonte específica de infecção nosocomial em UTI. Uma vez que as bactérias
15

presentes na boca podem ser aspiradas e causar maiores complicações, como as


pneumonias de aspiração (MORAIS et al., 2006).

2.3 ATUAÇÃO DO CIRURGIÃO-DENTISTA NO AMBIENTE HOSPITALAR

O CD assume um novo papel no desafio de somar forças no ambiente


hospitalar, afim de promover saúde e conforto ao paciente, nesse momento tão
delicado. O cuidado com a saúde integral do paciente nesse estado, se faz
importante para prevenir infecções em outros órgãos e sistemas, que não estão
relacionados ao problema inicial, este fato se tornaria altamente prejudicial ao
quadro clínico e, portanto, o CD deve estar capacitado para prevenir alterações
bucais e saber agir e atuar frente às situações emergenciais (LOPES et al., 2014).
Portanto, faz-se necessária a presença de um CD em âmbito hospitalar para
o suporte no diagnóstico das alterações bucais e como coadjuvante na terapêutica
médica, seja na atuação em procedimentos emergenciais frente aos traumas, em
procedimentos preventivos, quanto ao agravamento da condição sistêmica ou o
surgimento de uma nova infecção hospitalar, além de atuar frente a procedimentos
curativos e restauradores na adequação do meio bucal e maior conforto ao paciente
(DANTAS et al., 2015)
A odontologia hoje é tradicionalmente exercida no Brasil em clínicas
particulares e públicas. Os atendimentos odontológicos em hospitais são geralmente
realizados em casos de traumatismo e cirurgias bucomaxilofaciais realizados pelo
cirurgião bucomaxilofacial (MIRANDA et al., 2015). A promoção de saúde bucal no
ambiente hospitalar visa dar assistência humanizada e integral ao paciente durante
a sua internação, de forma que possa proporcionar conhecimento e motivá-lo na
geração de bons hábitos (ROCHA, 2014).
O CD que tiver interesse em atender no âmbito hospitalar deve ter habilidade
de atuar em uma equipe multidisciplinar e deve estar capacitado para realizar
internação hospitalar além de diagnosticar e tratar as patologias que acometem a
cavidade bucal. O profissional deve também ter o conhecimento em solicitar e
interpretar exames complementares, prescrever medicações, realizar atendimentos
em UTI e centro cirúrgico, realizar o acompanhamento e a evolução diária de seus
pacientes, assim como dar alta ao paciente em consonância com a equipe
multidisciplinar responsável (ARANEGA et al., 2012).
16

A inserção do CD no ambiente nosocomial surgiu das necessidades da


execução de tratamentos odontológicos em pacientes com condições de saúde que
impedem o tratamento em consultório odontológico, da realização de um
diagnóstico preciso e de tratamento odontológico em pacientes internados por uma
enfermidade médica e que acabaram desenvolvendo alguma doença bucal ao longo
do tratamento, de executar medidas preventivas de saúde bucal com o intuito de
evitar o desenvolvimento de alguma doença bucal ou impedir o agravamento e
instabilidade de uma doença sistêmica já existente (CAMARGO et al., 2005).
A discussão na literatura sobre a atuação do CD no ambiente hospitalar
mostra que as práticas dos procedimentos odontológicos determinam grandes
benefícios, como o atendimento em maior segurança e conforto aos pacientes com
riscos cirúrgicos, proporcionando cuidado ao paciente incapaz de frequentar o
consultório odontológico, oferecendo assim um acompanhamento clínico e
tratamento específico (DANTAS et al., 2015).
No entanto, a presença do CD nos hospitais ainda é pouco exposta até
mesmo entre os profissionais das equipes hospitalares. Portanto, é importante que
alguns paradigmas sejam mudados, procurando uma maior divulgação e valorização
da atuação do cirurgião-dentista nos hospitais. Os órgãos responsáveis por essa
área devem dedicar uma fiscalização apropriada, procurando averiguar se está
sendo obedecida essa atuação e quais as condições que os profissionais exercem
as atividades de higiene bucal (SOUZA et al, 2014).
Estudos indicam que pacientes em UTI apresentam higiene bucal
comprometida, o que gera uma quantidade significativamente maior de biofilme oral
contaminado por patógenos, em relação a indivíduos que vivem integrados na
sociedade (MORAIS et al., 2006). Esses pacientes estão também sujeitos à
desidratação terapêutica e consequente xerostomia, além de sangramentos
espontâneos da mucosa bucal e fissuras (ARAÚJO et al., 2015).
A execução da higiene bucal ainda é realizada, geralmente, por profissionais
da enfermagem, que muitas vezes não tem o conhecimento técnico desses
procedimentos ou a capacidade prática para desenvolvê-los (PEREIRA et al., 2014).
O biofilme em boca é um fator que pode influenciar as terapêuticas médicas,
devido aos fatores de virulência dos microrganismos que nela se encontram, que
podem ser agravados pela presença de outras alterações bucais como a doença
periodontal, cáries, necrose pulpar, lesões em mucosas, dentes fraturados ou
17

infectados, traumas provocados por próteses fixas ou móveis que podem trazer para
o paciente repercussões em toda a sua condição sistêmica (QUEIROZ et al., 2010).
Entre as doenças sistêmicas, as doenças respiratórias são as que mais
possuem evidências científicas relacionadas as periodontais. Diversos estudos
sugerem que as periodontopatias podem influenciar o trajeto das infecções
respiratórias destacando-se as pneumonias. No ambiente hospitalar, a pneumonia
nosocomial demanda uma atenção especial, por ser a segunda causa de infecção
hospitalar e a responsável por taxas significativas de morbidade e mortalidade em
pacientes de todas as idades (MORAIS et al., 2006).
Morais et al. (2006) destacam que o estabelecimento da pneumonia
nosocomial ocorre com a invasão bacteriana no trato respiratório inferior por meio da
aspiração de secreção presente na orofaringe, por inalação de aerossóis
contaminados ou por disseminação hematogênica originada de um foco à distância.
Dessa forma, a odontologia unindo-se a equipe de saúde das UTI promove
resultados positivos, pois possibilitará redução dos casos de pneumonia, uma vez
que a forma mais comum de adquirir essa patologia é por meio da aspiração do
conteúdo da boca e faringe, levando em consideração que são pacientes com
alterações em nível de consciência, que é uma condição comum em UTI, acabam
aspirando maior quantidade de secreção da boca e com maior frequência
(OLIVEIRA et al., 2011).
A cárie também é uma patologia bastante citada na literatura quando se trata
de pacientes debilitados e hospitalizados, principalmente quando se trata de
crianças em uso de medicamentos líquidos açucarados, prática que poderá estar
intensificada durante a internação hospitalar. Assim, estes indivíduos merecem
atenção dos profissionais odontológicos, pois o risco do desenvolvimento da doença
cárie, associado ao uso de medicamentos líquidos torna-se ainda maior,
principalmente quando nenhuma medida efetiva de higiene bucal é realizada de
forma que realmente elimine os resíduos dessas substâncias na cavidade bucal
desses pacientes (RODRIGUES et al., 2011).
A disciplina Odontologia Hospitalar no currículo de graduação das faculdades
de Odontologia ainda é pouco abordada, em alguns casos este tema é abordado
somente em nível de especialização. Porém, existem projetos de extensão que são
realizados para os alunos de graduação dentro da disciplina de Cirurgia e
18

Traumatologia Bucomaxilofacial que pode acabar abordando sobre a atuação do


cirurgião-dentista a nível hospitalar em UTI (ARANEGA et al., 2012).
Diante da importância da presença do CD no ambiente hospitalar, um estudo
realizado na região Nordeste do Brasil, no período entre o mês de janeiro ao de
setembro de 2011, foi desenvolvido em um hospital da região onde 301 pacientes
passaram por um processo de entrevistas para verificar o conhecimento dos
indivíduos sobre a presença do cirurgião-dentista em hospitais. A maioria dos
entrevistados relataram não ter conhecimento sobre a presença do CD em hospitais.
Apenas 23 dos entrevistados relataram já ter sido atendidos por esses profissionais
no leito de internação. Nesta instituição havia 11 dentistas distribuídos entre 8
equipes de plantão (GODIM et al., 2012).
Godim et al., (2012) afirmam que dentro desses 11 profissionais
odontológicos atuantes, 10 eram direcionados para atendimentos de urgência e
emergência, especialistas em traumatologia bucomaxilofacial. O autor concluiu em
seu estudo que a região Nordeste se destaca quanto a falta do profissional dentista
no âmbito hospitalar, e pressupõe que esse fato se dê devido a fragilidade da saúde
e grande dificuldade em inserir alguns profissionais na equipe multidisciplinar.

2.4 DIFICULDADES DO CIRURGIÃO-DENTISTA NO AMBIENTE NOSOCOMIAL

Mesmo sabendo da relevância da inserção do profissional dentista no


contexto hospitalar e das políticas em saúde pública determinarem a participação
indispensável do CD nos níveis de atenção à saúde da população, a presença deste
em ambiente nosocomial ainda se encontra reduzida (ROCHA et al., 2014).
Ainda há muita restrição referente a prática odontológica em hospitais e por
isso muitas vezes ocorre uma certa dificuldade ao atendimento do paciente, o que
faz com que os CD restrinjam o seu serviço apenas em consultórios e postos de
saúde pública. Muitos profissionais da área da saúde não têm conhecimento da
importância e necessidade da presença do CD no ambiente hospitalar, dificultando
também a interação da equipe com o mesmo (ARAÚJO et al., 2015).
A inadequada higienização bucal em pacientes hospitalizados, incluindo a
higiene de próteses dentárias, é a condição mais abordada na literatura.
Determinados fatores que se alistam a esta condição são: limitações físicas
relacionadas à mobilidade do paciente, falta de motivação por parte do mesmo e de
19

seu acompanhante, falta de material para higiene bucal e de estrutura física


adequada como ter espelhos disponíveis ou até mesmo nos banheiros (BEZERRA et
al., 2015).
Outras limitações encontradas na literatura são: a baixa prioridade dada aos
cuidados bucais pelos profissionais, medo de causar dor ou danos ao paciente, a
percepção de que o cuidado bucal não promove benefícios significativos, pacientes
com alterações comportamentais e resistentes à intervenção (ROCHA et al., 2014).
A resolução que determina a presença do CD no ambiente hospitalar é
relativamente recente, portanto, existe um período de adaptação dos cursos de
graduação e pós-graduação para abordarem com maior ênfase da importância
destes profissionais nestes locais. Como também, da própria equipe multidisciplinar
já inserida no hospital para adequação de um ambiente de trabalho favorável aos
profissionais e aos pacientes (LUCAS et al., 2017).
20

3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO

3.1 TIPO DE ESTUDO

O presente estudo consiste em uma revisão de literatura integrativa, que foi


constituída por produções científicas de estudos teóricos e empíricos de bases
eletrônicas, apoiando-se em leituras exploratórias e seletivas.
A opção pela revisão de literatura integrativa foi por possibilitar um
levantamento do que há de mais recente sobre a odontologia no ambiente
nosocomial, favorecendo um agrupamento de informações mais atualizadas em um
único corpus textual.

3.2 ORGANIZAÇÃO DOS DADOS E TÉCNICA DE ANÁLISE

A coleta de dados foi realizada entre agosto de 2018 a maio de 2019. Para
compor o trabalho foi feita uma busca nas bibliotecas Scientific Eletronic on Line
Scielo (ScieELO), Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). O recorte temporal para a
composição dessa monografia foi de 2014 a 2019. Além disso, foram incluídos
alguns estudos anteriores considerados como clássicos, visto que são trabalhos de
suma importância para o referencial teórico do tema.
Para selecionar os trabalhos foram estabelecidos os seguintes critérios de
inclusão: artigos, monografias, dissertações e teses que abordam a temática,
disponíveis em português, indexados nas bases de dados selecionados, com
resumos disponíveis e acessados na íntegra pelo meio online. Já os critérios de
exclusão foram: artigos fora do período de publicação selecionado, que não estavam
nos idiomas pré-estabelecidos e os que não apresentaram dados referentes ao tema
proposto
Para a busca dos estudos foram eleitos os descritores com base na pergunta
de investigação, e eles foram selecionados no Descritores em Ciências da Saúde
(DeCS), sendo eles, cirurgião-dentista, infecção hospitalar, prevenção hospitalar e
promoção. Estes descritores foram combinados a partir do operador booleano AND
das seguintes formas: cirurgião-dentista AND infecção hospitalar AND prevenção
AND promoção; cirurgião-dentista AND infecção hospitalar. Vale ressaltar, que no
Medline via PubMed estes descritores foram escritos em inglês, já nas outras bases
21

escolhidas em português, pois para cada base de dados existe um protocolo de


busca.
Para o descritor cirurgião-dentista AND infecção hospitalar, foram
encontrados, na BVS 194 publicações, utilizando os filtros de busca ficaram 8
publicações. Na base de dados SCIELO, para o mesmo descritor, foi encontrada 1
publicação já utilizando os filtros de busca.
No cruzamento entre os descritores cirurgião-dentista AND prevenção
hospitalar, na BVS foram encontradas 123 publicações, utilizando os filtros de
busca, ficaram 3. Para o mesmo cruzamento, Scielo apresentou 3 publicações e
após o filtro de busca, ficou 1.
No cruzamento entre cirurgião-dentista AND promoção em saúde, foram
encontrados na BVS 63 publicações, utilizando os filtros de busca, ficou 1. Para o
mesmo cruzamento, Scielo apresentou 8 publicações, utilizando os filtros de busca,
ficaram 5.
No cruzamento entre cirurgião-dentista AND prevenção AND infecção
hospitalar, obedecendo os filtros de busca, foram encontradas na BVS 4
publicações, e, para o mesmo cruzamento, na Scielo foi encontrada 1 publicação.

3.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO

Inicialmente os documentos foram selecionados a partir dos títulos, e em


seguida foi feita a leitura flutuante de todo o material que permitiram ter um
panorama do conjunto das informações e sua associação com o objeto pesquisado.
Em seguida, foi feita uma leitura exaustiva de todo o material, sendo realizada na
segunda leitura a sublinha de informações referentes aos conhecimentos
necessários para alcançar o objetivo.
De acordo com as características específicas dos documentos os dados
foram transcritos e organizados em um quadro (APÊNDICE) considerando os
seguintes aspectos: autoria/ano, tipo de documento (artigo, tese, dissertação, etc.) e
abordagem metodológica e aspectos gerais.
Em seguida, foi feita uma leitura analítica dos documentos que possibilitou
selecionar e identificar os conteúdos manifestos e os conteúdos latentes presentes,
buscando-se similaridades, complementaridades e controvérsias entre os autores
sobre cada temática (Quadro 2).
22

Por fim, foram identificados núcleos de sentido a partir dos conteúdos


manifestos e latentes, emergindo categorias e subcategorias ordenados em forma
de quadro (Quadro 3).
Nessa perspectiva, e mediante reconhecimento, seleção e ordenação das
informações dos documentos foram feitas leituras interpretativas, consideradas mais
complexas, tendo em vista que as mesmas viabilizaram o entendimento e a
compreensão em relação ao que o autor afirmava com o problema para o qual se
almejava resposta, que auxiliaram na discussão deste trabalho.
23

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 IDENTIFICAÇÃO DOS DOCUMENTOS SELECIONADOS QUANTO AO ANO E


LOCAL DE PUBLICAÇÃO

A amostra parcial desta revisão foi constituída por 8 trabalhos científicos,


selecionados pelos critérios de inclusão previamente referidos. Destes, 6 foram
selecionados a partir da Scielo e 2 da biblioteca virtual em saúde (BVS). Quanto ao
ano de publicação, destacam-se os anos de 2012 com 3 das publicações, 2015 com
2 e os demais anos com 1 publicação cada. (Quadro 1)

Quadro 1 – Distribuição da amostra dos artigos de acordo com o ano de publicação


encontrados nas bases de dados BVS e Scielo, no período de 2012 a 2017

Ano de publicação Número de artigos


2012 3

2013 1
2014 1
2015 2
2017 1

Verifica-se que os estudos que abordam essa temática ainda se encontram


escassos nessas bases de dados. Tendo o maior número de trabalhos encontrados
em 2012. Após esses dados, buscou-se saber sobre os principais locais das
publicações selecionadas no estudo como demonstra o quadro abaixo. (Quadro 2)
24

Quadro 2 – Classificação dos artigos quanto ao nome da revista e local da


publicação.

Nome da Revista Ano Local


Revista Brasileira de 2012 Rio de Janeiro
Odontologia
Revista Brasileira de 2012 Rio de Janeiro
Odontologia
Revista da Associação 2013 São Paulo
Paulista de Cirurgiões
Dentistas
Revista Brasileira de 2014 Rio de Janeiro
Odontologia
Revista de Odontologia 2015 Brasilia
Planal. Cent.
Revista Brasileira de 2015 Rio de Janeiro
Odontologia
Revista Fluminense de 2016 Rio de Janeiro
Odontologia
Revista da ABENO 2017 Londrina
Fonte: Dados da pesquisa, 2019.

Em relação ao local de produção dos trabalhos científicos selecionados,


observa-se uma predominância no Rio de Janeiro com 05 publicações, enquanto
São Paulo, Brasília e Londrina possuem 01.
A maior parte dos artigos abordam a odontologia hospitalar como algo novo e
necessário para atuar coadjuvante a equipe multiprofissional hospitalar. Dentro
desse tema foi abordado também em grande parte dos trabalhos as doenças
sistêmicas associadas as complicações bucais, a atuação do CD frente ao
diagnóstico e prescrição de medicamentos, pneumonia nosocomial e promoção de
saúde e prevenção a nível de UTI.

4.2 INTERFERENTES QUE ATUAM SOBRE A ATUAÇÃO DO CIRURGIÃO-


DENTISTA NO AMBIENTE HOSPITALAR.

A grande maioria dos hospitais brasileiros ainda não possuem um ambiente


adequado para que a atuação do CD seja feita de forma correta e confortável, tanto
para o profissional, quanto para o paciente internado (BATISTA et al., 2014). Assim,
buscou-se saber sobre os interferentes que atuam sobre a atuação do CD nos
25

documentos selecionados nas bases das bibliotecas BVS e Scielo no período de


2014 a 2019, como demonstram o quadro 3.

Quadro 3 – Artigos encontrados referentes aos interferentes da atuação do


cirurgião-dentista no ambiente hospitalar

Número dos artigos Interferentes


1, 2, 3, 5 Falta de ambiente adequado
3, 5 Falta de informação do CD quanto a habilitação de
Odontologia Hospitalar
4 Inexistência da disciplina hospitalar na matriz do curso
5, 7, 4 Preconceito por parte dos próprios profissionais de
saúde dentro da equipe multiprofissional
Fonte: Dados da pesquisa, 2019.

Verifica-se que os interferentes mais citados nos artigos foram falta de um


ambiente hospitalar adequado para o melhor atendimento aos pacientes acamados
e o preconceito acerca dos profissionais de saúde que atuam dentro da equipe
multiprofissional.
Em Lucas (2017-Artigo 3) fica evidente que ainda que há uma falta
significativa de odontólogos atuando, o que dificulta que a população possua um
entendimento sobre essa atuação, como funciona e a sua importância. Então esses
mesmos pacientes, por não possuírem o conhecimento, não tem como estar
cobrando aos órgãos responsáveis a presença destes nessas unidades.
E Aranega et al. (2012 – Artigo 4) explica que isso ocorre também porque
muitos dos profissionais de saúde não possuem as informações necessárias quanto
a pertinência da atuação do cirurgião-dentista no contexto nosocomial. Geralmente
entende-se que a atuação desses profissionais se resume à cavidade oral, e
restritamente à consultórios, clínicas e a área de traumatismos bucomaxilofaciais.
É relevante que os pacientes, assim como os profissionais que compõe a
equipe multiprofissional, tenham o conhecimento sobre a importância da atuação
dos odontólogos a nível hospitalar, para a prevenção de novas complicações
sistêmicas, para a orientar os demais profissionais em relação ao cuidado com a
saúde bucal desses pacientes e para atuar como coadjuvante na terapia medica,
prescrição de medicamentos e realização de diagnósticos.
26

Até mesmo entre os CD há uma falta de informação significativa em relação a


essa capacitação, para Dantas et al., (2015 – Artigo 5) isso ocorre porque não há
uma disciplina voltada a odontologia hospitalar no currículo da graduação, o que
também se torna um obstáculo para o entendimento da importância sobre ter um
profissional odontológico atuando em UTI, e para que estes estudantes e futuros
profissionais tenham interesse em estar atuando nesta área.

4.3 AÇÕES DO CIRURGIÃO-DENTISTA NO CONTEXTO HOSPITALAR

Mesmo que a literatura tem demonstre, de maneira vigorosa que a avaliação


minuciosa da condição bucal dos pacientes internados, exige um acompanhamento
por um CD habilitado em Odontologia Hospitalar. A Odontologia se faz necessária
na avaliação da presença de biofilme bucal, doença periodontal, presença de cáries,
lesões bucais precursoras de infecções virais e fúngicas sistêmicas, lesões
traumáticas e outras alterações bucais que representem risco ou desconforto aos
pacientes hospitalizados.
Abuquerque et al., (2016 – Artigo 1) acrescenta também, que além disso,
esses profissionais atuam também na promoção da saúde bucal, onde se engloba
uma série de atividades que instruem uma pessoa ou um determinado grupo social a
desenvolver ou manter o hábito, de forma correta, da higienização oral, de forma
que isto reflita na sua qualidade de vida.
Promover a saúde bucal no contexto hospitalar requer uma maior elaboração
e execução de protocolos que vão desde a remoção mecânica da placa bacteriana
até procedimentos mais complexos, como aspiração de saliva contaminada e
limpeza adequada dos tubos orotraqueais.
Silva et al. (2014 – Artigo 7) fala em seu trabalho que para uma mudança
positiva, é necessário também que o CD que atue em ambiente hospitalar, possa
observar o paciente como um todo, avaliando a saúde de cada indivíduo internado,
de forma geral.
27

Quadro 4 – Artigos que discutem as necessidades do cirurgião-dentista no ambiente


nosocomial
Número de artigos Necessidades
6, 7 Avaliação minuciosa da saúde bucal
8 Cuidados com as doenças bucais
1, 2, 3, 5 Prevenção de complicações sistêmicas relacionadas
as bucais
1 Promoção da saúde bucal
Fonte: Dados da pesquisa, 2019.

Observou-se através desses estudos, que a maior necessidade em ter um


cirurgião-dentista atuando em ambiente hospitalar a nível de UTI, é prevenir que os
pacientes hospitalizados tenham maiores complicações sistêmicas, principalmente
associadas as complicações bucais. Especialmente porque há uma taxa significativa
dessas complicações e que podem levar a mortalidade ou morbidade de pacientes
internados.
28

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho constatou que a importancia da pratica odontologia a


nível de UTI. Concluiu-se também que a higienização bucal dos pacientes enfermos
ainda é realizada, na maioria das vezes, por profissionais não capacitados.
A partir dos resultados encontrados, notou-se a relevância da incorporação de
profissionais habilitados em odontologia hospitalar nas unidades de tratamento
intensivo junto as equipes multidisciplinares, afim de evitar/minimizar os problemas
estomatognáticos que acometem esses pacientes e as consequentes complicações
sistêmicas, além de ser um elemento significante para a promoção de saúde e
qualidade de vida dos pacientes internados.

REFERÊNCIAS
29

ALBUQUERQUE, Danielle Mendes da S. et al. A IMPORTÂNCIA DA PRESENÇA DO


CIRURGIÃO-DENTISTA NA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR DAS UNIDADES DE
TRATAMENTO INTENSIVO. International Journal Of Science Dentistry, Niteroi, Rio de
Janeiro, v. 5, n. 45, p.1-11, jun. 2016. Disponível em:
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2019.

AMARAL, Cristhiane Olívia Ferreira do et al. Importância do cirurgião-dentista em


Unidade de Terapia Intensiva: avaliação multidisciplinar. Revista da Associacao
Paulista de Cirurgioes Dentistas, v. 67, n. 2, p. 107-111, 2013. Disponível em:
http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?pid=S0004-
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de 2018.

BATISTA, Simone Alves et al. Alterações orais em pacientes internados em


unidades de terapia intensiva. Revista Brasileira de Odontologia, v. 71, n. 2, p.
156, 2015. Disponível em: file:///C:/Users/user/Downloads/561-1994-1-PB.pdf.
Acesso em 30 de nov de 2018.

BEZINELLI, Letícia Mello. A Odontologia hospitalar nos hospitais públicos


vinculados a secretaria do estado da saúde de São Paulo. 2014. Tese de
Doutorado. Universidade de São Paulo. Disponível em:
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23148/tde-18092014-135246/en.php.
Acesso em: 28 ago de 2018.

BRASIL. Projeto de lei nº 2.776 de abril de 2008. Dispõe sobre a obrigatoriedade da


presença de profissionais de odontologia na Unidade de Terapia Intensiva. Câmara
dos Deputados, Brasília, 18 de abr. de 2008. Disponível em:
http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=ADE697
BEAF7144851AE6AA567350FA0F.node2?codteor=1077018&filename=Avulso+PL+
2776/2008. Acesso em 20 out de 2018.

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30

23, 2015. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1808-


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31

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traqueostomizados com pneumonia nosocomial. Periodontia, v. 17, n. 03, p. 67-72,
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https://www.researchgate.net/profile/Paula_Goes/publication/237472853_PERFIL_P
ERIODONTAL_DE_INDIVIDUOS_ADULTOS_TRAQUEOSTOMIZADOS_COM_PNE
UMONIA_NOSOCOMIAL_Periodontal_conditions_in_intensive_care_patients_with_
nosocomial_pneumonia/links/00b495353cbf739e29000000/PERFIL-PERIODONTAL-
DE-INDIVIDUOS-ADULTOS-TRAQUEOSTOMIZADOS-COM-PNEUMONIA-
NOSOCOMIAL-Periodontal-conditions-in-intensive-care-patients-with-nosocomial-
pneumonia.pdf. Acesso em 13 set de 2018.

RABELO, Gustavo Davi; DE QUEIROZ, Cristiane Inês; DA SILVA SANTOS, Paulo


Sérgio. Atendimento odontológico ao paciente em unidade de terapia
intensiva. Arquivos Médicos dos Hospitais e da Faculdade de Ciências Médicas
da Santa Casa de São Paulo, v. 55, n. 2, p. 67-70, 2018. Disponível
emhttp://arquivosmedicos.fcmsantacasasp.edu.br/index.php/AMSCSP/article/view/33
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ROCHA, Amanda Leal et al. Odontologia hospitalar: a atuação do cirurgião dentista


em equipe multiprofissional na atenção terciária. Arquivos em Odontologia, v. 50,
n. 4, 2014. Disponível em:
https://seer.ufmg.br/index.php/arquivosemodontologia/article/view/2130. Acesso em
24 ago de 2018.

RODRIGUES, Vandilson Pinheiro et al. Avaliação dos hábitos de higiene bucal de


crianças durante o período de internação hospitalar. Odontologia Clínico-Científica
(Online), v. 10, n. 1, p. 49-55, 2011. Disponível em:
http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1677-
38882011000100010&script=sci_arttext&tlng=pt. Acesso em 20 nov de 2018.

SOUZA, Alessandra Figueiredo de; GUIMARÃES, Aneliza Ceccon; FERREIRA,


Efigênia. Avaliação da implementação de novo protocolo de higiene bucal em um
centro de terapia intensiva para prevenção de pneumonia associada à ventilação
mecânica. Revista Mineira de Enfermagem, v. 17, n. 1, p. 178-192, 2013.
Disponível em: http://www.reme.org.br/artigo/detalhes/588. Acesso em 18 ago de
2018.

SOUZA, Larissa Vaz dos Santos et al. A Atuação do cirurgião dentista no


atendimento hospitalar. Revista Ciência Saúde, São Luís, v. 1, n. 16, p.39-45, jun.
2014. Disponível em:
http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/rcisaude/article/view/3406.
Acesso em 15 nov de 2018.

APÊNDICE A - Características dos documentos para estudos pesquisados nas


bases de dados SciElo, Lilacs e Medline.
32

Quadro- Características gerais dos documentos selecionados para o estudo nas


bases de dados SciElo, Lilacs e Medline, entre o período de 2016 a 2019.

No. Autoria e ano de Tipo de Abordagem


Objetivo
publicação documento metodológica
1 Albuquerque, 2016 Artigo Analisar a importância da Quantitativo
presença do cirurgião-
dentista em equipe
multidisciplinar nas Unidades
de Tratamento Intensivo
(UTIs).
2 Batista, 2012 Artigo Realizar uma revisão da Revisão de
literatura sobre as alterações literatura
orais encontradas em
pacientes de UTI .
3 Lucas, 2017 Artigo Apresentar um panorama da Quantitativo
inserção da Odontologia
Hospitalar nos Projetos
Políticos Pedagógicos dos
cursos de Odontologia.
4 Aranega, 2012 Artigo Realizar uma revisão da Revisão de
literatura quanto à literatura
importância de se ministrar
conceitos sobre a
Odontologia Hospitalar para
o exercício da profissão
odontológica e como se
encontra a situação a
respeito atualmente.
5 Dantas, 2015 Artigo Abordar a importância da Revisão de
atuação do cirurgião-dentista literatura
como membro integrante da
equipe de saúde nas UTIs,
as atividades e cuidados
odontológicos necessários e
33

a relação entre condições


orais e sistêmicas.
6 Gomes, 2012 Artigo Buscar informações sobre a Revisão de
Odontologia hospitalar no literatura
Brasil.
7 Silva, 2014 Artigo Realizar uma revisão da Revisão de
literatura sobre as alterações literatura
orais encontradas em
pacientes de UTI.
8 Amaral, 2013 Artigo Verificar a importância que a Quantitativo
equipe multidisciplinar de
Unidade de Terapia Intensiva
(UTI) e os cirurgiões-
dentistas atribuem à
integração de um cirurgião-
dentista a essa equipe.
Adicionalmente, investigar o
protocolo de higienização
bucal aplicado em pacientes
internados em UTI.

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