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Porto Alegre
2022
LARISSA RODRIGUES MINUZZI
Porto Alegre
2022
Dedico este trabalho a Jocenara da Silva
Rodrigues e Paulo Costa Martins pelo
exemplo de ética e profissionalismo.
AGRADECIMENTOS:
Agradeço a Deus pelas bênçãos que me deu para realização deste projeto.
Agradeço à minha mãe Jocenara da Silva Rodrigues e meus irmãos Eider Rodrigues Minuzzi
e Geovane Rodrigues Minuzzi por sempre me incentivarem e acreditarem que eu seria capaz
de superar os obstáculos que a vida me apresentou.
Agradeço ao meu mentor Paulo Costa Martins pelo ensinamento de vida, sei que mesmo do
céu estará orgulhoso de mais uma etapa concluída na minha vida.
Agradeço a minha amiga Fernanda Dias que sempre esteve comigo me ajudando com sua
tranquilidade e apoio desde o início deste projeto de pesquisa.
Agradeço à minha orientadora, Fernanda de Oliveira Marques por sempre estar presente para
indicar a direção correta que o trabalho deveria tomar. Obrigada por me motivar durante todo
o processo.
Também agradeço a Nutricionista Juliane Renner pela grande atenção que se tornou essencial
para que o projeto fosse concluído.
LISTA DE QUADROS
IMN: Imunomoduladora
Correspondência para:
¹lari.minuzzi@gmail.com
¹Celular: (51) 99469-1573
¹Avenida Farrapos, Porto Alegre/RS, Brasil
¹Currículo Lattes: XXXXXXXXXXXX
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RESUMO
O câncer é o principal problema de saúde no mundo estando entre as quatro principais causas
de morte e há vários métodos de tratamento. Com o constante crescimento dos casos, há uma
necessidade de novas abordagens para seu tratamento e pensando nisso inicia a utilização de
imunonutrição para pacientes submetidos a cirurgia. As abordagens nutricionais têm sido
estudadas e ensaios clínicos mostraram que intervenções de suplementação imunonutricional
tiveram um papel importante no benefício ao paciente. Resultados, como reduzir
significativamente as complicações gerais, melhorar a resposta metabólica ao estresse, reduzir
custos e tempo de permanência hospitalar têm sido associado ao seu uso. O objetivo deste
estudo foi analisar artigos de ensaios clínicos sobre imunonutrição e seus benefícios em
pacientes oncológicos no período pré e pós operatório entre os anos de 2017 e 2022. Notou-se
que a utilização de suplementação imunonutricional junto com o acompanhamento nutricional
beneficia o paciente oncológico modulando a resposta inflamatória e a função imune,
promovendo diminuição das complicações pós-operatórias e melhor qualidade de vida.
Palavras-chave: imunonutrição, câncer, cirurgia gastrointestinal, complicações, estado
imunológico em oncologia.
ABSTRACT
Cancer is the main health problem in the world being among the four main causes of death
and there are several methods of treatment. With the constant growth of cases, there is a need
for new approaches for their treatment and thinking about it begins the use of
immunonutrition for patients undergoing surgery. Nutritional approaches have been studied
and clinical trials have shown that immunonutritional supplementation interventions have
played an important role in patient benefit. Outcomes such as significantly reducing overall
complications, improving the metabolic response to stress, reducing costs and length of
hospital stay have been associated with its use. The objective of this study was to analyze
articles from clinical trials on immunonutrition and its benefits in cancer patients in the pre
and postoperative period between 2017 and 2022. It was noted that the use of
immunonutritional supplementation together with nutritional monitoring benefits the cancer
patient modulating the inflammatory response and immune function, promoting a decrease in
postoperative complications and a better quality of life.
1 INTRODUÇÃO
O câncer é um termo que abrange mais de cem diferentes tipos de doenças, o qual
afeta o crescimento desordenado de células. O câncer surge a partir de uma mutação genética,
ou seja, de uma alteração no ácido desoxirribonucleico (DNA) da célula, que passa a receber
instruções erradas para as suas atividades (THULER, 2011).
2 METODOLOGIA
A presente revisão narrativa teve como questão norteadora: Qual o benefício da
imunonutrição em pacientes oncológicos submetidos a cirurgia?
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3 RESULTADOS
Para o desenvolvimento deste trabalho foram analisados cinco ensaios clínicos que se
referem à imunonutrição, cirurgia e período pré e pós operatório. Os artigos responderam à
questão norteadora e também estavam de acordo com a data de publicação que foi
estabelecida. No quadro 1 estão apresentados resumo dos artigos analisados na presente
pesquisa.
Zhenzhen Estudo clínico Grupo nutrição parenteral - Grupo com EEIN - IMN
Luo, et. al. randomizado (NP) usou uma solução teve significativamente
(2017) experimental, padrão 3 L contendo menor perda de peso,
prospectivo. 78 aminoácidos compostos, menor tempo para a
pacientes emulsão de gordura de cadeia primeira defecação,
submetidos à longa, glicose, vitaminas, menor tempo de
cirurgia eletiva eletrólitos e oligoelementos internação. Os níveis
câncer por meio de cateter venoso séricos de albumina e
gastrointestinal. após a operação, NP forneceu pré-albumina foram
26 Kcal/Kg/d de energia. significativamente
Grupo imunonutrição enteral maiores. O IMC foi
(EEIN) a sonda alimentar significativamente
nasogástrica foi instalada recuperado em
durante a operação, fórmula comparação com o grupo
adequada para pacientes com
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4 DISCUSSÃO
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Imunonutrientes
A terapia nutricional denominada de imunonutrição tem como objetivo a modulação
da resposta inflamatória e a melhora de função imune, almejando a diminuição de
complicações no pós-operatório (AGUILAR NASCIMENTO et. al. 2017). A oferta da
imunização é indicada independentemente do estado nutricional no período perioperatório, ou
seja, entre cinco a dez dias tanto no pré quanto no pós-operatório de cirurgia de médio e
grande porte, essa terapia nutricional pode ser feita por suplementação oral ou por via enteral,
quando necessário (LEWIS S et. al. 2018). A literatura científica comprova os benefícios de
uma dieta com combinação de nutrientes específicos como arginina, ácidos graxos ômega-3 e
nucleotídeos.
A arginina é um aminoácido semiessencial, ou seja, é sintetizado pelo organismo e
fornecido pela alimentação, porém, torna-se essencial quando o corpo entra em situação de
catabolismo e hipercatabolismo (DEMLING et. al. 2009). A arginina atua sobre o sistema
imune pela proliferação do linfócito T (ZHOU et. al. 2007) torna-se fundamental para o
paciente cirúrgico, também por atuar como estimulante de síntese proteica, na produção de
prolina para formação de colágeno e melhora da cicatrização (GRIMBLE et. al. 2005), na
liberação de óxido nítrico (ON) que regula a expressão gênica e estimula a imunidade
mediada por células, regula a pressão sanguínea e perfusão tecidual, como atividade
antimicrobiana e antitumoral, na desintoxicação de amônia e na liberação de hormônios e
biossíntese de poliamida e creatina. No entanto, quando a arginina se esgota, as células geram
superóxido ao invés de óxido nítrico, e o superóxido leva à lesão celular como resultado (MA
C. et. al. 2018).
Os ácidos graxos ômega-3, derivados de óleo de peixe e de canola, têm a principal
característica de atuarem como lipídios anti-inflamatórios, reduzindo as concentrações de
mediadores inflamatórios, como a proteína c-reativa (PCR), citocinas pró-inflamatórias
eicosanóides e quimiocinas. Além disso, são essenciais para a síntese de mediadores e
reguladores da inflamação, como eicosanóides, leucotrienos, prostaglandinas e tromboxanos
que têm as funções de reduzir a agregação plaquetária, diminuir o potencial pró-inflamatório e
fazer a imunomodulação na resposta inflamatória (CERES et. al. 2010).
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menores índices de consumo de imunonutrientes podem ter sido um fator para não obterem
maiores benefícios terapêuticos relacionados a complicações infecciosas.
argumentos para incentivar a imunonutrição para pacientes submetidos à cirurgia para câncer
gastrointestinal.
Lindsay D. et. al. (2015) traz os resultados do seu estudo que sugerem que em
pacientes críticos que o uso de fórmulas imunonutricionais podem promover melhorias
significativas no estado nutricional, incluindo função fisiológica e redução da incidência de
infecções pós-operatórias. Sendo que a ingestão pré-operatória adequada desses nutrientes são
provavelmente cruciais para alcançar efeitos benéficos. O estudo refere também o custo do
imunonutriente sendo até três vezes maior do que os suplementos nutricionais padrão, porém
espera-se que esses custos adicionais sejam compensados pelos custos reduzidos do
tratamento das complicações.
No presente estudo, conforme Benerjee S. et. al. (2017) as intervenções com
imunonutrição demonstraram claramente ter um benefício clínico significativo para paciente
cirúrgico e também subsequentemente reduzindo custos e tempo de internação hospitalar. O
estudo acompanhou os pacientes no período de trinta, noventa e cento e oitenta dias em todos
os períodos os pacientes que fizeram uso de imunonutrição tiveram menores custos
hospitalares, menor tempo de hospitalização (em média cinco dias a menor), readmissões foi
significativamente menor e redução da utilização de cuidados de saúde. O estudo sugere que a
imunonutrição deve ser cuidadosamente avaliada para incorporação na prática clínica para
pacientes de cirurgia eletiva.
5 CONCLUSÃO
Na presente revisão mostrou que a imunonutrição a base de arginina, ácidos graxos
ômega-3 e nucleotídeos tem evidências que beneficia os pacientes oncológicos no período pré
e pós operatório, sua administração por um período de no mínimo cinco dias, sendo por via
oral ou enteral, reduz significativamente as complicações gerais, melhora a resposta
metabólica ao estresse, reduz custos e tempo de permanência hospitalar.
Observasse que ainda há resistência para o uso de imunonutrição pré e pós operatória
pelo seu custos mais elevados comparado a outras suplementações, pensando dessa forma a
revisão mostra que o custo benefício da utilização de suplemento imunonutricional junto com
o acompanhamento da nutricionista beneficia os pacientes com desnutrição associado a
complicação pós cirúrgica, pacientes com risco de infecções, melhora da qualidade de vida,
menor tempo de hospitalização, custos e menor mortalidade.
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