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COORDENAÇÃO DE ENSINO
MEDICINA NUCLEAR
RIO DE JANEIRO – RJ
2017
CAROLINA PEREZ CHAVES
Rio de Janeiro
2017
2
CAROLINA PEREZ CHAVES
Nome do Orientador:
Ass:_____________________________________
Nome do avaliador:
Ass:_____________________________________
Rio de Janeiro
2017
3
Agradecimentos
A Dra. Flavia Paiva, a qual sempre contei com suporte, incentivos e confiança -
essenciais substratos para sempre dar o próximo passo.
4
RESUMO
5
Sumário
Introdução ........................................................................................................... 7
Objetivos ............................................................................................................. 10
Justificativas ........................................................................................................ 10
Métodos .............................................................................................................. 11
Hipótese .............................................................................................................. 14
Anexos ......................................................................................................... 17
6
1 Introdução:
7
metabólica, como na maioria dos tumores que apresentam hipercelularidade, altas
taxas de proliferação celular e aumento da taxa metabólica.
A intensidade de captação do FDG é proporcional a taxa de glicólise, e esse
valor é expresso pelo standardized uptake value (SUV), que caracteriza a
concentração relativa do radiofármaco no volume de interesse. Vale lembrar que o
18F-FDG não é específico para processos neoplásicos, podendo se acumular em
processos que possuam alto metabolismo glicolítico como focos inflamatórios,
infecciosos e fisiologicamente em órgãos como cérebro, músculos, glândulas
salivares, miocárdio, trato gastrointestinal, trato urinário, gordura marrom, tireóide e
tecidos gonadais.
Em 2001, mais um avanço tecnológico foi alcançado com a incorporação da
Tomografia Computadorizada (CT) à PET, formando os equipamentos híbridos
PET/CT. Estes equipamentos permitiram a aquisição em um único exame, de
imagens de CT e PET, tornando o método ainda mais completo, agregando e
localizando as alterações metabólicas com base nas informações anatômicas. A
partir de 2003, equipamentos PET-dedicados e PET/CT foram gradativamente
incorporados na prática clínica no Brasil [1].
O PET/CT vem revolucionando grandes áreas da medicina, particularmente a
Oncologia, a Cardiologia e a Neurologia. Em oncologia, é utilizado de diversas
maneiras, entre elas para distinguir processos malignos de benignos, no
estadiamento avaliação de resposta terapêutica precoce e tardia, avaliação de
recidiva, na determinação do prognóstico e da mudança de conduta clinica de
pacientes com diversos tipos de tumores malignos [2].
Devido à comprovada efetividade clínica do método e à falta de um consenso
na utilização do método no país, a Sociedade Brasileira de Biologia, Medicina
Nuclear e Imagem Molecular (SBBMN) e a Sociedade Brasileira de Cancerologia
(SBC) reuniram-se em 2009 com o intuito de elaborar uma lista de recomendações e
orientações práticas quanto ao uso da 18F-FDG PET/CT. Em oncologia foram
definidas para algumas neoplasias, sendo elas: o câncer de pulmão (câncer do
pulmão não pequenas células e Mesotelioma) [1,3,4,5], tumores de cabeça e
pescoço [6-8], câncer de esôfago [9,10], carcinoma colorretal [11,12], tumor estromal
gastrintestinal (GIST) [13-15], câncer de mama [16], câncer de ovário, câncer de colo
8
uterino, melanoma, câncer testicular (seminoma), câncer de tireoide, tumores do
sistema nervoso central, linfoma [17,18] e pesquisa de tumor primário oculto.
A Agência Nacional de Saúde (ANS), que é a agência reguladora vinculada
ao Ministério da Saúde responsável pelo setor de planos de saúde no Brasil, e o
órgão que estabelece a cobertura mínima obrigatória a ser garantida pelos planos de
saúde, em 2012 através da Resolução Normativa (RN) de n° 262, atualizou o rol de
procedimentos dos planos de saúde, incluindo a cobertura de três indicações do
exame de PET/CT, sendo eles para o câncer de pulmão não-pequenas células, o
linfoma e o câncer colo-retal (ANEXO 1). A partir do dia 02 de janeiro de 2014,
através da RN de n° 338, atualizou-se novamente o r ol, aumentando-se de 3 para 8
as indicações, acrescentando a investigação de nódulo pulmonar solitário, o câncer
de mama metastático, câncer de cabeça e pescoço, melanoma e o câncer de
esôfago. (ANEXO 2).
Apesar de muitas das indicações para PET/CT em oncologia já estarem
definidas mundialmente e dados do INCA demonstrarem que no Brasil, entre os
anos de 2014-2015, houve uma estimativa de cerca de 576 mil novos casos de
câncer, incluindo mama feminina (75 mil), cólon e reto (33 mil), pulmão (27 mil),
estômago (20 mil) e colo do útero (15 mil) [19], no atual cenário da saúde pública
brasileira, o Ministério da Saúde incorporou o exame PET/CT ao Sistema Único de
Saúde (SUS) apenas para três neoplasias, através das portarias publicadas em 22
de abril de 2014 . Nessas portarias incorpora-se este exame para o estadiamento
clínico do câncer de pulmão não-pequenas células potencialmente ressecável [3],
detecção de metástase de câncer colorretal exclusivamente hepática e
potencialmente ressecável [11] e estadiamento e avaliação da resposta ao
tratamento do linfoma de Hodgkin e linfoma não Hodgkin [17].
A inclusão do exame de PET/CT no SUS representa um importante avanço
no diagnóstico e tratamento de tais neoplasias, podendo diminuir o número de
outros exames realizados, de cirurgias desnecessárias e a morbidade e mortalidade
pelas doenças. Porém, frente a todas as evidências na literatura do importante papel
do PET/CT em outras neoplasias além daquelas ja contempladas, no momento,
precisa-se caminhar com mais agilidade no SUS para garantir melhores condições
de tratamento aos pacientes da rede pública.
9
O Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) é
referência em tratamento oncológico no país e uma intituição de pesquisa, e em
2009 adquiriu seu primeiro aparelho de PET/CT. Transcorridos 7 anos da sua
implantação na instituição, uma avaliação restrospectiva da sua utilização, se faz
essencial para conhecimento do perfil oncológico dos pacientes que realizaram
PET/CT no INCA e se torna útil para avaliação da necessidade de novos
empreendimentos como este em nosso país e a necessidade de novas indicações
cobertas pelo SUS.
2 Objetivos:
3 Justificativa:
10
destes pacientes e o perfil oncológico dos pacientes que realizaram PET/CT no
INCA poderá servir como ferramenta para avaliar como as incorporações feitas pelo
Ministério da Saúde do PET/CT no SUS atendem as necessidades da população
que realiza este exame no INCA. Também servirá para a otimização da rotina de
exames da seção medicina nuclear do INCA, pois pode-se organizar a agenda de
marcação de exames, distribuindo as vagas de acordo com a necessidade de cada
área, facilitando a execução destes para as que mais solicitam, adaptando as fichas
de anamneses com informações pertinentes para cada exame, otimizar os
protocolos de aquisição e a atividade do radiofármaco de acordo com o perfil do
paciente.
4 Métodos:
Delineamento
Será realizado um estudo de coorte retrospectiva em pacientes submetidos
ao exame de PET/CT no serviço de Medicina Nuclear do INCA no período de janeiro
de 2010 a fevereiro de 2015.
População de estudo
Os pacientes que realizaram o exame de PET/CT serão identificados pelo
sistema informatizado ABSOLUT no período de janeiro de 2010 a fevereiro de 2015.
Serão avaliados os pedidos de exame da PET/CT de acordo com a classificação
internacional de doenças 10 (CID 10) e as indicações solicitadas (estadiamento,
reestadiamento e avaliação de resposta). Serão excluídos aqueles que não
11
possuem estudo anátomo-patológico no sistema informatizado INTRANET, os que
não possuirem indicações nos pedidos de exame que constam no sistema
INTRANET ou os possuem indicações não oncológicas. .
Variáveis de exposição:
• Sexo: segundo registro hospitalar, com categorias feminino e masculino.
• Idade: segundo registro hospitalar da data de nascimento, em dia, mês e ano.
12
• Tumor primário: Esta variável se refere à caracterização da estrutura celular
do tumor (morfologia do tumor) através de exame histopatológico.
Considerações éticas
Riscos:
Por se tratar de estudo retrospectivo não há riscos adicionais aos pacientes
que serão estudados, uma vez que não serão realizadas intervenções
experimentais. Cabe ressaltar que os exames de PET/CT já realizados são
considerados procedimentos não invasivos e de baixo risco.
Os pesquisadores se comprometem a não divulgar nenhuma forma de
identificação dos participantes, garantindo completo anonimato quanto aos dados
coletados.
Benefícios:
Como há uma lacuna na identificação do perfil oncológico que realizam
PET/CT no Brasil, a análise destes dados em um centro de referência nacional, com
um número significativo de exames já realizados, é de grande importância para se
analisar as indicações que mais a realizam, e assim se tornar útil para a apreciação
de novas indicações da PET/CT a serem incorporadas no SUS, já consolidadas pela
literatura, além da avaliação da necessidade de novos empreendimentos como este
em nosso país, ao comparar o número de exames realizados com a incidência
nacional das doenças, além de ajudar a otimizar o serviço de Medicina Nuclear,
conseguindo assim, aumentar o número de pacientes que serão comtemplados.
O presente projeto não traz benefício direto aos participantes da pesquisa.
Análise de Dados
13
Como os dados recolhidos serão variáveis categóricas para a sua análise
descritiva será realizada a frequência absoluta e relativa.
Financiamento do estudo
Não haverá financiamento externo para a realização do presente estudo.
Todos os pacientes que realizaram PET/CT no período pré determinado serão
reavaliados pelos pesquisadores, não havendo custos adicionais ao serviço ou para
os pacientes.
5 Hipótese:
6 Resultados Esperados:
14
Otimizar rotina dos exames realizados para aplicação na prática, adaptando
fichas para anamneses, protocolos de aquisição e otimizar a atividade do
radiofármaco de acordo com o perfil do paciente.
7 Cronograma de Atividades:
Dezembro/2016 e Fevereiro a
ETAPAS Abril e Maio/2017
Janeiro/2017 março/2017
Redação do projeto e
X
apresentação para o
CEP
Revisão dos
prontuários eletrônicos X X
e confecção do banco
de dados
X X
Análise dos dados
Elaboração de artigos
científicos e divulgação X
dos resultados
15
• Orientação Bibliográfica
• Orientação Bibliográfica
• Análise estatística
Atividades:
• Análise estatística
Atividades:
• Análise estatística
16
ANEXOS
Anexo 1
janeiro de 2010.
inciso III do artigo 4º e inciso II do artigo 10, ambos da Lei nº 9.961, de 28 de janeiro
publicação.
2010.
17
procedimentos extraídos do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, identificado
no Anexo I, que pode ser objeto de cobertura parcial temporária - CPT nos casos de
específica.” (NR)
(NR)
ANEXO II
- PET-SCAN ONCOLÓGICO
células não pequenas, quando pelo menos um dos seguintes critérios for
18
Obs. Em caso de indisponibilidade de rede prestadora de serviço para este
remoção ou transporte.
Anexo 2
a partir de 2/1/1999, bem como para aqueles contratados anteriormente, desde que
19
• A PET SCAN, é uma modalidade de diagnóstico por imagem que permite o
seguintes critérios:
células não pequenas comprovado por biópsia, quando pelo menos um dos
recorrências.
quando pelo menos um dos seguintes critérios for preenchido: a. câncer recidivado
20
câncer de mama metastático quando os exames de imagem convencionais
< 3 mm de espessura).
ou TC de abdome).
por esta Agência estão pautadas nas evidências científicas atuais sobre eficácia e
21
efetividade do procedimento e teve como referência estudos reunidos pelo Ministério
da Saúde;
9656/98 e ainda vigentes, a cobertura obrigatória a ser garantida é a que consta das
Anexo 3
Indicação do PET/CT:
22
Referências Bibliográficas:
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24