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UNIVERSIDADE POTIGUAR

PRÓ-REITORIA ACADÊMICA
ESCOLA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE PACIENTES PEDIÁTRICOS DE


UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA EM ONCOLOGIA NO RIO GRANDE DO
NORTE

EVELLYN MONICK DE OLIVEIRA CABRAL ARAÚJO CAVALCANTI


JEAN DE FREITAS SILVA

NATAL-RN
2022
EVELLYN MONICK DE OLIVEIRA CABRAL ARAÚJO CAVALCANTI
JEAN DE FREITAS SILVA

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE PACIENTES ONCOLÓGICOS


PEDIÁTRICOS DE UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA EM ONCOLOGIA NO RIO
GRANDE DO NORTE

Trabalho de Conclusão de Curso de Nutrição da


Universidade Potiguar do Rio Grande do Norte
apresentado como requisito parcial para obtenção do
grau de Nutricionista. Orientadora: Prof ª Ms. Mabelle
Alves Ferreira de Lima

Natal, 05 de dezembro de 2022.

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________
Profª. Ms. Mabelle Alves Ferreira de Lima
Orientadora

___________________________________________________
Profª. Drª. Fabiana Maria Coimbra de Carvalho Serquiz
Doutora
AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradecemos a Deus, por, ao longo de todo esse processo desafiador, nos
ter dado força e coragem nos momentos difíceis em que pensamos não conseguir. Aos nossos
familiares, somos gratos por todas as oportunidades ofertadas, pela paciência, apoio e
companheirismo. Aos nossos amigos que, ao longo desta etapa, nos encorajaram e apoiaram,
tornando esta uma das fases mais gratificantes das nossas vidas. Aos nossos queridos mestres
que nos acompanharam nessa jornada, em especial, a mestre Mabelle Alves Ferreira de Lima,
por todo apoio, atenção e dedicação ao nos orientar durante a elaboração desta monografia.
Você nos inspira a sermos pessoas e profissionais melhores a cada dia.
SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO 7
2. OBJETIVOS 8
2.1 Objetivo geral 8
2.2 Objetivos específicos 8
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 8
3.1. População estudada 8
3.2 Coleta de dados 9
3.2.1 Antropometria 9
4. DEFINIÇÃO DAS VARIÁVEIS 10
4.1 Variáveis de Identificação 10
4.2 Variáveis dependentes 10
4.3 Variáveis Independentes 11
4.4 Análise Estatística 11
5. REVISÃO DA LITERATURA 12
5.1 Câncer 12
5.2 Câncer infanto-juvenil 13
5.3 Avaliação do Estado Nutricional no câncer infanto-juvenil 13
6. RESULTADOS 15
7. DISCUSSÃO 18
8. CONCLUSÃO 21
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 22
APÊNDICES 26
RESUMO

O câncer é uma doença crônica multicausal que se caracteriza pela replicação anormal
do número de células que invadem órgãos e tecidos, determinando a formação de tumores
malignos. Diversos estudos relacionam o estado nutricional do paciente ao aumento da
morbidade ou mortalidade ocasionadas pelo Câncer. A desnutrição é um agravo comum nesta
enfermidade e está associada ao maior risco de complicações, especialmente no público infanto-
juvenil. A avaliação nutricional desses pacientes, seja no âmbito hospitalar, clínico ou
domiciliar, em qualquer faixa etária, é de grande importância para evitar casos de desnutrição
e melhorar a resposta do indivíduo ao tratamento. Assim, esse trabalho teve como objetivo
geral a identificação precoce do estado nutricional dos pacientes oncológicos pediátricos. Os
objetivos específicos foram verificar o perfil epidemiológico da população estudada, avaliar o
estado nutricional dos pacientes em tratamento oncológico e associar o estado nutricional e
antropométrico com o tratamento em vigor e as intercorrências clínicas. A pesquisa foi
desenvolvida sob a forma de um estudo transversal realizado com 16 pacientes do setor de
pediatria da Liga Norte Riograndense Contra o Câncer, por meio da aplicação de um
questionário com os pais ou responsáveis de crianças e/ou adolescentes na faixa etária de 1 a
18 anos, onde foram avaliados parâmetros antropométricos relacionados à estatura, peso e o
índice de massa corporal (IMC) relacionando-os aos padrões para a idade segundo critérios
adotados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), os sintomas e o tratamento. Essas
informações resultaram em uma prevalência de neoplasias no público feminino, maior
frequência de baixo IMC por idade, náuseas como sendo o sintoma mais referido e a
quimioterapia como tratamento mais utilizado. Com base na análise dos dados, concluímos que,
há uma provável relação entre o declínio do estado nutricional, a doença, os sintomas e o
tratamento dos pacientes da presente amostra. Concluiu-se também o quão importante é a
terapia nutricional nesse tratamento, visando minimizar o declínio no estado nutricional do
paciente.

Palavras-chaves: avaliação nutricional; câncer infanto-juvenil; estado nutricional;


perfil nutricional; oncologia pediátrica.
ABSTRACT

Cancer is a chronic multicausal disease that is characterized by the abnormal replication


of the number of cells that invade organs and tissues, determining the formation of malignant
tumors. Several studies correlate the nutritional status of the patient to increased morbidity or
mortality caused by cancer. Malnutrition is a common affliction in this disease and is associated
with a higher risk of complications, especially in children and teenagers. The nutritional
evaluation of these patients, whether in the hospital, clinical or home setting, in any age group,
is of great importance to avoid cases of malnutrition and improve the individual's response to
treatment. Thus, this work had as a general objective the early identification of the nutritional
status of pediatric oncology patients. The specific objectives were to verify the epidemiological
profile of the population studied, to evaluate the nutritional status of patients undergoing
oncologic treatment, and to associate the nutritional and anthropometric status with the current
treatment and clinical intercurrences. The research was developed in the form of a cross-
sectional study carried out with 16 patients in the pediatric ward of the Norte-Rio-Grandense
League Against Cancer, through the application of a questionnaire with parents or guardians of
children and/or adolescents aged 1 to 18 years, where anthropometric parameters related to
height, weight and body mass index (BMI) were evaluated, relating them to the standards for
age according to criteria adopted by the World Health Organization, the symptoms and
treatment. This information resulted in a prevalence of neoplasms in the female public, a higher
frequency of low BMI for age, nausea as the most reported symptom and chemotherapy as the
most used treatment. Based on the analysis of the data, we concluded that there is a probable
relationship between the decline in nutritional status, the disease, the symptoms and the
treatment of the patients in this sample. We also concluded how important nutritional therapy
is in this treatment, aiming to minimize the decline in the patient's nutritional status.

Keywords: nutritional assessment; childhood and adolescent cancer; nutritional status;


nutritional profile; pediatric oncology.
1. INTRODUÇÃO

Câncer é o termo genérico conferido a um conjunto de mais de 100 doenças, que têm
em comum o crescimento celular desordenado, rápido, agressivo e incontrolável com a
capacidade de alastrar-se para outras regiões do corpo, ocasionando transtornos funcionais
(INCA, 2022).
Numa das fases de maior desenvolvimento do ser humano (infância e adolescência), é
a segunda principal causa de morte e uma das causas de maior morbimortalidade (AMERICAN
CANCER SOCIETY, 2021).
Inúmeros problemas secundários podem ser ocasionados aos pacientes durante o
processo de diagnóstico e tratamento da doença. O avanço das técnicas e medicamentos para o
tratamento do câncer infanto-juvenil ocorridos nos últimos anos, fez crescer a preocupação com
as terapias de suporte, visando promover uma melhor tolerância aos tratamentos
quimioterápicos intensivos (SANTOS et al., 2022)
Sabe-se que a desnutrição é um agravo comum na oncologia e que pode ser originária
do processo inflamatório decorrente da própria enfermidade, da debilidade metabólica causada
pelo tratamento adotado ou ainda ter origem prévia, como, por exemplo, a condição
socioeconômica do paciente, e ser agravada pela doença. As crianças e adolescentes estão
particularmente mais vulneráveis, já que estas fases da vida exigem uma elevada carga de
nutrientes e que a doença e as consequências do tratamento irão consumir parte da energia e
nutrientes provenientes da dieta (VIANI et al., 2017).
As fragilidades nutricionais podem ocasionar uma diminuição da resposta ao
tratamento, da qualidade de vida e da taxa de sobrevivência, além das dificuldades de atingir o
crescimento e desenvolvimento apropriados para as faixas etárias. Quando não tratadas, podem
gerar diversos danos ao organismo, morbidades e até ocasionar a morte (INCA, 2022).
Há estudos que demonstram a relação existente entre a otimização do estado nutricional
dos pacientes e o efeito positivo na sobrevida, livre de intercorrências, toxicidade do tratamento
e qualidade de vida. Sendo assim, para que se obtenha um melhor resultado clínico, é de suma
importância realizar a triagem nutricional do paciente logo após a conclusão do diagnóstico.
Com a correta identificação dos fatores associados ao estado nutricional e ao consumo
alimentar, será possível ofertar a terapia nutricional mais adequada às necessidades do paciente,
contribuindo de forma efetiva com o tratamento adotado (MAURINA et al., 2020).

7
2. OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar o estado nutricional de pacientes oncológicos pediátricos.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

● Verificar o perfil epidemiológico da população estudada;


● Verificar o estado nutricional dos pacientes em tratamento oncológico
pediátrico;
● Associar o estado nutricional antropométrico com o tratamento em vigor e as
intercorrências clínicas.

2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A metodologia do presente trabalho foi preparada dentro dos procedimentos éticos e


científicos fundamentais, como disposto na Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012 do
Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde, sendo aprovados pelo Comitê de Ética
em Pesquisa da Liga Norte Riograndense Contra o Câncer (CEP/LNRCC), conforme o parecer
consubstanciado, de nº 5.462.485.
A coleta de dados foi iniciada apenas após a aprovação do referido comitê e ciência da
concordância de participação conforme os Termos de Consentimento Livres e Esclarecidos
(TCLEs) (apêndices 1, 2 e 3).
Garantiu-se total sigilo quanto a identidade dos participantes, assim como a não
discriminação ou estigmatização dos sujeitos da pesquisa. Os sujeitos foram conscientizados a
respeito da publicação de seus dados. Para todos os participantes e seus responsáveis, foi
solicitado o preenchimento dos TCLEs e somente após este aceite, os sujeitos da pesquisa foram
entrevistados.

3.1. POPULAÇÃO ESTUDADA

Tratou-se de estudo transversal realizado com 16 pacientes do setor de pediatria da Liga


Norte Riograndense Contra o Câncer (LNRCC) que estão em tratamento oncológico. O

8
tamanho amostral desta pesquisa foi definido conforme listagem fornecida pelo serviço de
pediatria da instituição e corresponde aos pacientes que estiveram em tratamento e que
aceitaram participar do estudo.

3.2 COLETA DE DADOS

Para a realização da coleta dos dados antropométricos foi determinado um local


específico durante o dia de atendimento ambulatorial dos pacientes e/ou durante a internação
deles, após contato com a equipe médica e de enfermagem.
Os dados foram extraídos de questionário específico, elaborado pela equipe de nutrição
(apêndice 4) no qual foram registradas informações referentes à triagem nutricional pediátrica.
A coleta foi realizada por equipe composta por alunos do curso de Nutrição da
Universidade Potiguar, mediante treinamento prévio.

3.2.1 Antropometria

A avaliação antropométrica foi realizada utilizando dados de Índice de Massa Corporal


(IMC) com dados de massa e altura dos pacientes, elevada ao quadrado, aferidos utilizando uma
balança plataforma da marca Filizola®, com capacidade de 150kg; e da altura que será
mensurada pelo estadiômetro acoplado à balança. A classificação do IMC foi realizada de
acordo com as curvas da WHO (2006/2007).
Para a aferição dos dados referidos anteriormente, foram adotadas as seguintes
orientações técnicas de antropometria recomendadas pela OMS:
Para a pesagem:
● Antes de iniciar a pesagem foi verificado se a balança estava “tarada”;
● A balança estava posicionada em piso plano, firme e suficientemente iluminado;
● Os pacientes pesados estavam vestidos com o mínimo de roupa (sem sapatos,
roupas leves, sem objetos nos bolsos e sem acessórios pesados);
● Pedimos que o usuário subisse calmamente sobre a plataforma da balança,
posicionando-se bem no centro, mantendo o corpo ereto e a cabeça erguida, com o peso
igualmente distribuído nos dois pés e com os braços estendidos ao longo do corpo.
Para a aferição da estatura:

9
● Pedimos ao usuário que retirasse seus sapatos e roupas volumosas, além de
adereços da cabeça (quando houve);
● Utilizamos o estadiômetro vertical que estava acoplado à balança;
● Solicitamos que o usuário se posicionasse de costas para o equipamento, com os
pés paralelos e os tornozelos unidos;
● Nos certificamos que as nádegas e as costas não estivessem tocando o aparelho
(ou a parede) e que os braços estivessem caídos ao longo do corpo;
● Com a mão sob o queixo do usuário, posicionamos sua cabeça de forma que a
parte exterior da órbita ocular esteja no mesmo plano do orifício do ouvido (Plano de Frankfurt);
● Baixamos lentamente a haste móvel do estadiômetro, a travamos e solicitamos
que o paciente descesse da balança para realizar a aferição.

4. DEFINIÇÃO DAS VARIÁVEIS

4.1 VARIÁVEIS DE IDENTIFICAÇÃO

As variáveis de identificação foram: número de ordem, sexo e dados antropométricos.


Cada participante terá um número de identificação, correspondente ao questionário aplicado,
definido em ordem crescente.

4.2 VARIÁVEIS DEPENDENTES

Para classificação do estado nutricional foram considerados os indicadores específicos


por faixa etária, segundo critérios da WHO (2006/2007), conforme descrição abaixo:
● Para crianças de 0 a menos de 5 anos foram utilizados os
seguintes indicadores e seus respectivos pontos de corte:
Peso/Idade: muito baixo peso para idade (escore Z < -3), baixo peso
para idade (≥-3 escore Z <-2), peso adequado para idade (≥ -2 escore
Z ≤+2) e peso elevado para idade (escore Z > +2); Estatura/Idade:
muito baixa estatura para idade (escore Z < -3), baixa estatura para
idade (≥ -3 escore Z <-2), altura adequada para idade (escore Z ≥ -
2); Peso/ Estatura: magreza acentuada (escore Z < -3), magreza (≥ -3
escore Z <-2), eutrofia (≥ -2 escore Z ≤+1), risco de sobrepeso ( > +1

10
escore Z ≤+2), sobrepeso ( > +2 escore Z≤+3)e obesidade (escore Z >
+3);
● Para crianças de 5 a menos de 10 anos foram utilizados os
seguintes indicadores e seus respectivos pontos de corte:
Peso/Idade: muito baixo peso para idade (escore Z < -3), baixo peso
para idade (≥-3 escore Z <-2), peso adequado para idade (≥ -2 escore
Z ≤+2) e peso elevado para idade (escore Z > +2); Estatura/Idade:
muito baixa estatura para idade (escore Z < -3), baixa estatura para
idade (≥ -3 escore Z <-2), altura adequada para idade (escore Z ≥ -
2);
● Para os adolescentes de 10-19 anos foram utilizados os
indicadores: IMC/Idade: magreza acentuada (escore Z < -3), magreza
(≥ -3 escore Z <-2), eutrofia (≥ -2 escore Z ≤+1), sobrepeso (> +1
escore Z ≤+2), obesidade (> +2 escore Z≤+3) e obesidade grave (escore
Z > +3); Estatura/Idade: muito baixa estatura para idade (escore Z <
-3), baixa estatura para idade (≥ -3 escore Z <-2), altura adequada
para idade (escore Z ≥ -2).

4.3 VARIÁVEIS INDEPENDENTES

Constam como variáveis independentes o sexo e a idade. O sexo foi codificado em 1 =


masculino e 2 = feminino. A idade foi definida pela subtração entre a data de nascimento e a
data da entrevista.
Para a análise do tipo de tumor e do tratamento antineoplásico atual, foi consultado o
prontuário do paciente.
As intercorrências clínicas levadas em consideração referem-se ao aparecimento dos
seguintes sintomas, nos últimos três meses: náuseas, vômitos, mucosite, diarreia, constipação,
disfagia, apatia, disgeusia, dor, inapetência, anorexia, azia, eructações e xerostomia. Estes
dados foram extraídos do questionário utilizado (apêndice 4) e/ou do prontuário.

11
4.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Os dados coletados durante a pesquisa foram relacionados, analisados e compilados


graficamente a partir do software Excel® 2010. Os dados foram representados como média e
desvio padrão, enquanto as variáveis categóricas foram representadas em frequências.

5. REVISÃO DA LITERATURA

5.1 CÂNCER

O câncer é um termo aplicado a um conjunto de mais de 100 doenças malignas que se


caracterizam pelo processo desordenado de multiplicação celular e capacidade de invasão para
outros órgãos e tecidos (INCA, 2022). É caracterizado por um grande e diversificado grupo de
doenças tumorais que podem surgir nos mais diversos tecidos corporais, bem como em qualquer
fase da vida. A presença dessa doença causa grande impacto social, afetando o bem-estar físico
e psicológico dos pacientes, influenciando significativamente no seu estado nutricional e na
qualidade de vida (DALLACOSTA et al., 2017).
Atualmente este é o principal problema de saúde pública no mundo, estando entre as
quatro principais causas de morte prematura (antes dos 70 anos de idade) na maioria dos países.
Sua incidência e mortalidade tem aumentado mundialmente devido ao envelhecimento e
crescimento populacional, e pela mudança na distribuição e na prevalência dos fatores de risco,
principalmente os que estão associados ao desenvolvimento socioeconômico (BRAY et al.,
2018).
Dentre as causas apontadas para o surgimento das neoplasias malignas, destacam-se as
falhas no controle dos mecanismos de divisão celular que podem levar a uma multiplicação
desordenada de células (SECOLI et al., 2005). Ainda, segundo SECOLI et al., (2005), o
processo fisiopatológico tem início quando um determinado grupo de células sofre alguma
alteração em seu material genético dando origem a descendentes insensíveis aos mecanismos
reguladores do crescimento e divisão celular normal.

12
Para Rivas et al., (2007), os danos provocados ao DNA durante o processo de divisão
celular, quando não corrigidos, acarretam mutações que juntamente com a exposição à fatores
ambientais (radiação ultravioleta, tabagismo, alcoolismo) e das falhas decorrentes dos
processos de envelhecimento, podem levar ao surgimento de tumores cancerosos.
No Brasil, em 2021, foram diagnosticados mais 533 mil novos casos de câncer, segundo
o Painel Oncologia Brasil do Ministério da Saúde, sendo o câncer de próstata o mais presente
no sexto masculino e o de mama entre as mulheres.
Para o público infanto-juvenil, o câncer é a maior causa de morte (8% do total) por
doença. Devido aos avanços no tratamento do câncer nos últimos anos, 84% das crianças
sobrevivem 5 anos ou mais, tendo a maioria uma boa qualidade de vida após o tratamento
adequado. E essa taxa pode variar muito dependendo do tipo de câncer, diagnóstico precoce e
tratamento em centros especializados. Para detecção precoce do câncer infantil, indica-se o
conhecimento da sintomatologia (INCA, 2022).

5.2 CÂNCER INFANTO-JUVENIL

Assim como os demais, o câncer infanto-juvenil é definido como um grupo de doenças


que se caracteriza pela multiplicação desordenada de células atípicas e que podem ocorrer em
qualquer local do corpo. Entretanto, diferem das neoplasias de adultos com relação aos aspectos
morfológicos, ao comportamento clínico e às localizações iniciais. Os tumores mais frequentes
na infância e na adolescência são as leucemias (que afetam os glóbulos brancos), os que atingem
o sistema nervoso central e os linfomas (sistema linfático) (INCA, 2022).
Os casos de câncer em crianças e jovens representam uma importante questão de saúde,
não só devido ao seu número crescente, mas também porque resultam em uma mortalidade
significativa (FRIEND et al., 2018). Segundo projeções para novos casos de câncer infanto-
juvenil feito pelo Instituto Nacional do Câncer para o triênio 2020/2022 será de 4.310 casos
novos no sexo masculino e de 4.150 para o sexo feminino. Esses valores correspondem a um
risco estimado de 137,87 casos novos por milhão no sexo masculino e de 139,04 por milhão
para o sexo feminino (INCA, 2019). A partir desses dados, o diagnóstico precoce torna-se de
extrema importância para evitar aumento da morbidade e mortalidade nesses pacientes (INCA,
2019).
Dentre as neoplasias diagnosticadas em pacientes pediátricos a de maior prevalência é
a leucemia, que acomete indivíduos em uma fase importante do desenvolvimento

13
neuropsicomotor humano (SILVA et al., 2022). Além de acarretar os maiores graus de
mortalidade, também eleva o grau de morbidade em pacientes em idade escolar.

5.3 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL NO CÂNCER INFANTO-


JUVENIL

As necessidades de energia e nutrientes para crianças e adolescentes variam em função


da faixa etária. Nesse período da vida, a energia é direcionada para a manutenção das
necessidades metabólicas, para o crescimento e desenvolvimento. (ALBANO; SOUZA, 2001).
Assim, o consumo adequado de nutrientes e de energia são de extrema importância para um
crescimento e desenvolvimento saudável.
A identificação precoce da desnutrição e a instalação de um adequado plano de
intervenção nutricional em pacientes com câncer é essencial no projeto de terapia nutricional
desses pacientes (BEGHETTO et al., 2008). A triagem nutricional é de suma importância para
diagnóstico do estado nutricional de um paciente. Segundo PEIXOTO et. al. (2017), existem
diversas ferramentas que identificam esse risco, dentre elas: Malnutrition Universal Screening
Tool (MST), Nutritional Risk Screening 2002 (NRS 2002), Mini Avaliação Nutricional
Simplificada (MAN-SF), Nutri Score e Avaliação Subjetiva Global Produzida Pelo Paciente
(ASG-PPP), sendo essa última considerada “padrão ouro” para pacientes oncológicos.
A desnutrição é comumente observada em crianças e adolescentes submetidos a
tratamentos oncológicos, é caracterizado pelo estado multifatorial ocasionado pelo aporte
inadequado de nutrientes (CARVALHO et al., 2005).
A redução do peso corporal e a desnutrição são considerados os principais distúrbios
nutricionais no paciente oncológico, decorrentes do aumento na demanda energética e de
nutrientes promovido pelo tumor. As terapias empregadas para tratamentos neoplásicos, tais
como cirurgias, quimioterapias e radioterapias contribuem para o agravamento do quadro de
debilidade nutricional destes pacientes (DALLACOSTA et al., 2017).
A prevalência de desnutrição no diagnóstico de crianças com câncer tem apresentado
uma variação de 6% a 50%, considerando diferentes estudos (GARÓFALO et al., 2005). De
acordo com Yoruk et al., (2019), a prevalência da desnutrição na oncologia pediátrica pode
chegar a 50%, dependendo do método de avaliação dos pacientes bem como da ferramenta de
rastreio utilizada na avaliação antropométrica. Em seu estudo, os autores evidenciam que outras
variáveis que podem influenciar no estado nutricional do paciente oncológico, tais como: o tipo

14
de a terapia adotada no tratamento; da fase de diagnóstico do tumor; tipo e localização; e as
condições socioeconômicas do paciente.
A avaliação do estado nutricional é fundamental para reduzir quadro de debilidade
nutricional, como desnutrição e caquexia, e intercorrências decorrentes dessas deficiências, e
deve ser realizada desde o diagnóstico e durante todo o tratamento. Além da avaliação
nutricional, a avaliação específica ao paciente oncológico, objetivando o diagnóstico precoce
do estado nutricional para que haja adequada intervenção e acompanhamento nutricional
também é de extrema importância (LIMA; PONTES; MIRANDA, 2018).
Com base nessas informações, observa-se que o risco nutricional se refere ao aumento
da morbimortalidade em decorrência do estado nutricional (RASLAN et al., 2008). Dessa
forma, podemos determinar que o estado nutricional do paciente está diretamente ligado ao grau
de morbimortalidade observado. Ainda segundo RASLAN et al., (2008), tão importante quanto
diagnosticar desnutrição é avaliar o risco de deterioração nutricional naqueles pacientes em
situações que podem estar associadas a problemas nutricionais. A avaliação nutricional do
paciente deve ser contínua, durante todo o tratamento a fim de evitar intercorrências
nutricionais.

6. RESULTADOS

Foram avaliados 16 pacientes, crianças e adolescentes, de 1 a 18 anos, em tratamento


oncológico em uma unidade hospitalar da Liga Norte Riograndense Contra o Câncer.
Constatou-que o sexo feminino foi o mais acometido pelas neoplasias e a prevalência de baixo
IMC para a idade. O sintoma mais recorrente foram as náuseas. Já a quimioterapia foi o
tratamento antineoplásico utilizado pela totalidade da amostra, com apenas um caso de
associação terapêutica dela com a radioterapia. As tabelas a seguir exprimem todos os
resultados encontrados.
Conforme as diretrizes da OMS, foram observados os seguintes dados relativos ao IMC
dos pacientes avaliados:
Tabela 1. Classificação da amostra com relação a sexo e idade.

Variáveis n = 16
Sexo
Masculino, n (%) 7 (44%)
Feminino, n (%) 9 (56%)
Idade 10 ± 4,58

15
Fonte: Autores

A partir da avaliação das curvas de avaliação nutricional infantil da OMS, conforme


gráficos z-score (apêndice 5), foram observados os seguintes dados relativos ao estado
nutricional dos pacientes avaliados:
Tabela 2. Classificação da amostra segundo o IMC

Variáveis n = 16
Classificação pelo IMC
Baixo IMC para a idade, n (%) 6 (37%)
IMC adequado para a idade, n (%) 5 (31%)
Sobrepeso, n (%) 3 (19%)
Obesidade, n (%) 2 (13%)
Fonte: WHO (2007)

Avaliou-se o peso para a idade dos indivíduos de 0 a 10 anos. Esse é um indicador


importante, uma vez que mostra se o consumo energético está adequado para a faixa etária.
Foram avaliados 9 pacientes nessa faixa etária, com a seguinte distribuição:
Tabela 3. Avaliação do peso para a idade.
Variáveis n=9
Peso x Idade
Baixo peso para a idade, n (%) 1 (11%)
Peso adequado para a idade, n (%) 6 (67%)
Peso elevado para a idade, n (%) 2 (22%)
Fonte: WHO (2007)

A altura para a idade também foi avaliada. Esse indicador pode demonstrar se o
consumo de macro e micronutrientes importantes para o processo de crescimento e
desenvolvimento estão adequados. Na faixa etária de 0 a 19 anos foram observados os seguintes
números:
Tabela 4. Avaliação da estatura para idade
Variáveis n = 16
Altura x Idade
Baixa estatura para a idade, n (%) 2 (13%)
Estatura adequada para a idade, n (%) 12 (74%)
Estatura elevada para a idade, n (%) 2 (13%)
Fonte: Autores

16
Os sintomas relatados foram avaliados. Tal indicador pode estar relacionado ao peso
inadequado, uma vez que interferem diretamente no consumo alimentar do paciente e na
absorção e aproveitamento dos nutrientes. Identificou-se que 12 (74%) relataram sintomas.
Dentre eles, os mais frequentes foram: náuseas com 7 (59%) ocorrências, inapetência com 4
(33%), dor de qualquer espécie, com 4 (33%) ocorrências, xerostomia 3 (25%) ocorrências) e
vômito, 2 (17%) ocorrências.
Outro dado importante é que 4 (25%) dos entrevistados relataram ausência de qualquer
tipo de sintomas. Houve casos em que o mesmo paciente referiu mais de um dos sintomas
mencionados acima.

Tabela 5. Sintomas relatados

Variáveis n = 12
Sintomas
Náuseas, n (%) 7 (58%)
Dores de qualquer espécie, n (%) 4 (33%)
Xerostomia, n (%) 3 (25%)
Vomito, n (%) 2 (17%)
Inapetência, n (%) 4 (33%)
Fonte: Autores

Sobre as terapias utilizadas, ressaltamos que, em virtude da possibilidade de associação


de terapias para melhor manejo da doença, mais de uma opção de resposta era possível. A
terapia antineoplásica mais frequente neste estudo foi a quimioterapia, utilizada pela totalidade
da mostra. Apenas 1 paciente faz radioterapia, sendo que a associa com a quimioterapia. As
demais terapias não foram relatadas.
Tabela 6. Terapia antineoplásica

Variáveis n = 16
Terapias
Quimioterapia, n (%) 16 (100%)
Radioterapia, n (%) 1 (6%)
Fonte: Autores

17
7. DISCUSSÃO

A maioria dos pacientes oncológicos corre o risco de desenvolver desnutrição,


agravando sua condição clínica em qualquer fase do tratamento. O declínio no estado
nutricional quando associado ao tratamento e seus efeitos adversos pode agravar o estado do
paciente, especialmente em crianças e adolescentes (GOMES, 2016).
A desnutrição nesses pacientes é um problema significativo devido a uma variedade de
mecanismos que envolvem o tumor, a resposta do paciente ao tumor e aos tratamentos
quimioterápicos (SMIDERLE; GALLON, 2012). A partir disso, foi possível avaliar que
aqueles pacientes, os quais não apresentam intercorrências significativas provocadas pela
doença ou pelo tratamento, apresentam melhores condições quanto ao seu estado nutricional.
Este estudo revelou que a maioria dos casos de câncer infanto-juvenil acomete pessoas
do sexo feminino. Quanto à idade, a amostra apresenta uma média de 10 anos. Observou-se um
resultado semelhante em pesquisa realizada para investigar a prevalência de desnutrição em 42
crianças de 0 a 12 anos de idade, no Município de Jundiaí/SP, constatou-se que mais da metade
dos entrevistados eram do gênero feminino (CARAM et al., 2014).
Em contrapartida, um estudo realizado em 30 pacientes internados no instituto de
Medicina Integral Prof. Fernando Figueira em Recife-PE, observou que, em sua maioria, cerca
os pacientes eram do sexo masculino (PEREIRA et al., 2017).
A partir da avaliação do IMC, verificou-se a maior frequência de pacientes com baixo
peso para a idade. Tal fato pode estar relacionado à presença de sintomas gastrointestinais
relatados que influenciam diretamente na ingestão alimentar e na absorção dos nutrientes.

18
Salientamos que houve casos de pacientes com peso adequado para a idade, com sobrepeso e
obesidade infantil em quantidades significantes. Diferente deste estudo, Lemos et al., (2014)
avaliaram 1.154 pacientes no Instituto de Oncologia Pediátrica da Universidade Federal de São
Paulo, com a faixa de idade entre 10 e 24 anos, os dados antropométricos revelaram que 11%
apresentavam IMC por idade abaixo do adequado. Entretanto, os autores não apresentaram
dados sobre os tipos de tratamentos aplicados, sintomas ou capacidade de ingestão oral.
Ao avaliarmos o IMC segundo as faixas etárias utilizadas pela Organização Mundial da
Saúde, constatamos que todos os pacientes da faixa etária entre 0 e 5 anos, estavam com baixo
peso para a idade. Nas faixas etárias dos de 0 a 10 anos e dos 5 aos 19 anos, observou-se maior
prevalência de pacientes com peso adequado para a idade.
Desta forma, ao avaliarmos isoladamente o IMC por idade, concluímos que, em média,
quanto maior a idade, melhor a relação IMC x Idade. Sabemos que pacientes acometidos por
algum tipo de neoplasia tendem, geralmente apresentam baixo peso, porém os com idade
inferior aos 5 anos são os mais afetados pela inadequação do estado nutricional, provavelmente
pelo fato de já haver, naturalmente, uma ingesta alimentar menor, além da seletividade
alimentar ser comum nesse público. Entretanto, outras variáveis como tipo do tumor, situação
socioeconômica e tempo de diagnóstico, são fatores que também podem interferir nessa relação.
Diferente do que se observou aqui no que se refere ao IMC por idade, um estudo
realizado por Sousa et al., (2016) constatou que há prevalência de eutrofia entre as crianças
avaliadas.
Com relação à estatura para a idade na faixa etária de 0 a 18 anos, revelou-se a
prevalência de pacientes com estatura adequada para a idade. Araújo et al., (2012) também
utilizaram o método transversal para avaliar o estado nutricional de 30 pacientes oncológicos
menores de 18 anos, em tratamento quimioterápico, obteve resultado semelhante ao que foi
encontrado, segundo os indicadores de altura/idade.
Vale ressaltar que os parâmetros antropométricos para a avaliação do estado nutricional
de crianças e adolescentes, recomendados pela OMS traduzem a situação atual da condição
antropométrica. Parâmetros mais sensíveis para a identificação do risco para desenvolvimento
de desnutrição, como a perda de peso que, embora não avaliada neste estudo, foi relatada por
todos os entrevistados, fosse somada às alterações na capacidade de assimilação de nutrientes
ocasionadas pela ocorrência de sintomas gastrointestinais e pela condição inflamatória da
doença, poderíamos embasar de forma mais robusta, os processos de desnutrição oncológica.
Com relação aos sintomas, as náuseas, inapetência e dor, xerostomia e vômitos foram
os mais relatados. São queixas importantes que estão frequentemente associadas às terapias

19
antitumorais e podem contribuir para a diminuição da ingestão alimentar que, em contraposição
ao gasto energético elevado ocasionado pela enfermidade, reforça o risco de desnutrição.
A quimioterapia foi a terapia antineoplásica relatada pela totalidade da mostra. Houve
ainda um caso em que há a associação dela com a radioterapia. Avaliando a relação entre efeitos
colaterais ocasionados pelas drogas antineoplásicas, observamos que eles têm grande potencial
de impactar negativamente na assimilação de nutrientes contribuindo para a desnutrição, uma
vez que prejudicam a ingestão alimentar.
De acordo com Coradine (2014), o acompanhamento do estado nutricional de pacientes
oncológicos deve objetivar uma intervenção nutricional precoce assim que detectada alguma
alteração. Portanto, é fundamental que haja o estabelecimento de um diagnóstico nutricional o
mais breve possível, objetivando contemplar os fatores que venham a colocar o paciente em
risco nutricional, incluindo a perda de peso (relatada pela maioria dos entrevistados nesta
amostra), além de sintomas que interfiram na ingestão e/ou o aproveitamento de nutrientes.
Sem esse diagnóstico, há sérios riscos de haver deterioração nutricional dos pacientes,
impactando negativamente na resposta aos tratamentos utilizados, promovendo menor
tolerância por aumento de toxicidade das terapias, na qualidade de vida e na própria sobrevida
desta população.
O nutricionista é o profissional responsável pela avaliação, definição da intervenção e
acompanhamento da evolução nutricional do paciente, desde a internação e durante todo o
tratamento. As técnicas alimentares devem estar associadas a uma alimentação balanceada que
satisfaça o paciente, respeitando suas preferências, condições socioeconômicas e culturais, além
de estar adequada para manutenção ou recuperação do estado nutricional (MELLO;
BOTTARO, 2010).
Nota-se que, possivelmente, os pacientes em tratamento com quimioterapia
ambulatorial, ou seja, aqueles que não permanecem internados (apenas realizam a
quimioterapia e retornam aos seus domicílios), não estão sendo acompanhados
nutricionalmente, seja pela falta de informação ou de interesse dos mesmos e/ou de seus
responsáveis, pela dificuldade de acesso à alimentação adequada ou ao profissional de nutrição.
A intervenção nutricional individualizada e intensiva com base em aconselhamento
nutricional melhora o estado nutricional e acelera a recuperação do paciente. Os sintomas e
complicações presentes nos pacientes oncológicos, antes ou durante tratamento quimioterápico,
podem interferir no apetite do paciente, na habilidade de se alimentar ou de digerir os alimentos,
existindo uma correlação entre a quantidade destes sintomas com o declínio do estado
nutricional (OMLIN et al., 2013).

20
O suporte nutricional correto promoverá a manutenção do peso e da composição
corporal, o crescimento linear adequado e melhora a tolerância ao tratamento. Isso poderá
refletir positivamente no prognóstico de sobrevida do paciente (CORADINE, 2014). Logo, a
melhor via de terapia nutricional está condicionada à situação fisiológica da criança e do
adolescente, aos fatores socioeconômicos, ao acesso e interesse em buscar auxílio profissional.

8. CONCLUSÃO

Neste estudo, analisou-se o estado nutricional de crianças e adolescentes, de 0 a 19 anos,


em tratamento oncológico na Liga Norte-rio-grandense contra o Câncer (LNRCC) com o
objetivo avaliar o perfil nutricional desse público e mostrar a importância da terapia nutricional
no auxílio do tratamento.
Constatou-se que o público feminino foi o mais acometido por neoplasias. Quanto ao
estado nutricional, os entrevistados apresentaram baixo IMC para a idade. O sintoma mais
relatado foram náuseas. Todos os pacientes informaram que a terapia utilizada foi a
quimioterapia, havendo apenas uma associação de quimioterapia com radioterapia.
Observamos que o estado nutricional de indivíduos acometidos pelas neoplasias pode
ser afetado pela enfermidade e pelos efeitos colaterais das terapias utilizadas, principalmente
em crianças menores de 5 anos, uma vez que esse público já apresenta, naturalmente, uma
ingesta alimentar menor e a seletividade alimentar é algo comum nessa faixa etária.
A avaliação baseada apenas em dados antropométricos não é suficiente para constatar o
real diagnóstico nutricional ou o grau de desnutrição atual dos pacientes. Desta forma, os dados
antropométricos aqui utilizados (o Índice de Massa Corporal – IMC, estatura para idade, peso
para a idade e para a altura), precisam estar acompanhados de outros dados como o tempo de
diagnóstico da doença, tempo de tratamento e a condição socioeconômica da família, para que
se obtenha uma avaliação mais fidedigna.
Concluímos que a importância da terapia nutricional, provavelmente, está sendo
subestimada. Sendo assim, ao analisarmos os dados gerados no estudo, confirmamos a
importância da intervenção nutricional precoce e contínua no tratamento antineoplásico, a fim

21
de minimizar sintomas, melhorar a resistência e diminuir o declínio no estado nutricional do
paciente oncológico.
Destacamos que durante a coleta de dados, alguns pacientes e familiares recusaram-se
a participar desta pesquisa, dificultando uma melhor avaliação da população estudada.
Por fim, esse trabalho não visa esgotar a busca ou o estudo acerca deste assunto. Pela
relevância do tema, é importante que novos estudos sejam realizados, com populações maiores
e avaliando outros dados, para que se possa identificar de forma mais precisa o quantitativo de
pacientes acometidos com câncer que têm seu estado nutricional afetado pela doença, a fim de
oferecer um suporte nutricional seguro e eficaz.

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APÊNDICES

1. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para os responsáveis

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Prezado (a) senhor (a),


O seu filho (a) está sendo convidado (a) a participar da pesquisa intitulada “Avaliação
do consumo alimentar de pacientes oncológicos pediátricos atendidos pela Liga Norte
Riograndense Contra o Câncer”. Este projeto de pesquisa tem como objetivo traçar o perfil de
consumo alimentar de pacientes pediátricos em tratamento oncológico, que consiste em
determinar as necessidades nutricionais dos pacientes com câncer infantil atendidos pela Liga
Norte Riograndense Contra o Câncer, assim como também as principais intercorrências clínicas
que afetam o estado nutricional dos mesmos. Os resultados observados servirão para melhor
direcionar as intervenções de saúde e nutrição com a finalidade de promover a garantia da
Segurança Nutricional das crianças. Para tanto, seu filho (a) será pesado e verificado a sua
altura. Também responderá a um questionário com dados referentes ao tratamento e
diagnóstico, assim como os sintomas relacionados ao estado nutricional e um questionário de
consumo alimentar, no qual será relatado todo o seu consumo de alimentos das últimas 24 horas.
Desta maneira, a pesquisa oferece riscos mínimos ao participante.
Quero deixar claro que as informações sobre a sua pessoa e do seu filho (a), ficarão

26
sigilosas, digo em segredo, e que seu nome em nenhum momento será divulgado. Caso o seu
filho (a) se sinta constrangido (a) em participar de qualquer etapa da coleta de dados ele/ela terá
todo o direito de interrompê-la. Assim como tem todo o direito de não querer participar desta
pesquisa. Por ocasião de nós pesquisadores nos deslocarmos ao local da pesquisa (hospital), no
dia da consulta, não haverá despesas extras oriundas da pesquisa para o senhor ou seu filho (a)
enquanto participante da mesma. Todavia, se houver qualquer tipo de despesa referente à
participação na pesquisa, essa será prontamente ressarcida. Este projeto será avaliado pelo
Comitê de Ética em Pesquisa da Liga Norte Riograndense Contra o Câncer, sediado na Av.
Miguel Castro, 1355, Nazaré – Natal/RN, CEP 59062-000 - e-mail: cep@liga.org.br -
Telefones: (84) 4009-5597 e (84) 99463-3048 (WhatsApp). Informações adicionais podem ser
obtidas pelo telefone 4009 – 5494.

Natal,____de______________202___.

Lidiane de Lima Fernandes Oliveira


End.: Rua Silvio Pelico, 181 – Alecrim, Natal/RN.
Fone: (84) 4009-5612
E-mail: lidiane.fernandes@liga.org.br

CONSENTIMENTO PÓS – INFORMADO

Eu portador do RG Nº , estou
ciente das explicações de riscos e benefícios da pesquisa: “Avaliação do consumo alimentar de
pacientes oncológicos pediátricos atendidos pela Liga Norte Riograndense contra o câncer”
fornecidas pelos pesquisadores responsáveis. Concordo com os termos a mim fornecidos e, em
resposta, permito que meu(s) filho(s)
participem) consciente(s) do questionário apresentado.

(Assinatura do responsável) (Assinatura da testemunha)

27
2. Termo de Assentimento Livre e Esclarecido para o participante

TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Olá! Você está sendo convidado a participar de uma pesquisa. Seu nome é “Avaliação
do consumo alimentar de pacientes oncológicos pediátricos atendidos pela Liga Norte
Riograndense Contra o Câncer”. Ela é coordenada por uma nutricionista chamada Lidiane de
Lima Fernandes Oliveira. E seus pais permitiram que você participasse.
Queremos saber como é a sua alimentação e como ela está durante o seu tratamento. E
também como você está se sentindo.
Você só precisa participar da pesquisa se quiser, é um direito seu e não terá nenhum
problema se desistir.
As crianças e os adolescentes que irão participar desta pesquisa têm de 1 ano a 19 anos
de idade.
A pesquisa será feita na Policlínica (Liga Norte Riograndense Contra o Câncer), onde
as crianças serão pesadas e suas alturas serão mediadas, e responderão perguntas sobre o
tratamento, a doença, o que sentem que têm atrapalhado o momento de comer e também sobre
a alimentação.
As informações fornecidas poderão melhorar a alimentação das crianças que, como
você, precisam estar internadas no hospital neste momento.
Caso queira comunicar ou reclamar de algo, você pode pedir para os seus pais ou
responsáveis entrarem em contato pelos telefones (84) 4009-5597 e (84) 99463-3048

28
(WhatsApp); ou pelo e-mail: cep@liga.org.br.
Ninguém saberá que você está participando da pesquisa: não falaremos a outras pessoas,
nem daremos a estranhos as informações que você nos passar. Elas serão usadas para que outros
profissionais e estudantes da área da saúde aprendam a melhor forma de ajudar as crianças a se
alimentarem melhor durante o seu tratamento contra o câncer.
CONSENTIMENTO PÓS INFORMADO

Eu aceito participar
da pesquisa. Entendi como tudo será: o que vai ser perguntado e as medidas que vão tirar de
mim. Entendi que posso dizer “sim” e participar. Mas que, a qualquer momento, posso dizer
“não” ou desistir que ninguém vai ficar com raiva de mim. Os pesquisadores tiraram minhas
dúvidas e conversaram com os meus responsáveis. Recebi uma cópia deste termo de
assentimento e li e concordo em participar da pesquisa.

Natal, de de 202__.

Assinatura do menor Assinatura do pesquisador responsável

29
3. Termo de Consentimento Esclarecido Lúdico

30
33
34
35
36
5. Curvas de avaliação antropométrica
PACIENTE 1
Sexo: Feminino
Data de nascimento: 05/12/2019
Altura: 1,0 m
Peso: 11,4 Kg

PESO x COMPRIMENTO

PESO x IDADE

37
COMPRIMENTO x IDADE

IMC x IDADE

38
PACIENTE 2
Sexo: Feminino
Data de nascimento: 04/08/2019
Altura: 1,30 m
Peso: 17,2 Kg
Peso x Altura: Não definido

PESO x IDADE

COMPRIMENTO x IDADE

39
IMC x IDADE

40
PACIENTE 3
Sexo: Feminino
Data de nascimento: 17/06/2017
Altura: 1,28 m
Peso: 28,8 Kg

PESO x IDADE

COMPRIMENTO x IDADE

41
IMC x IDADE

42
PACIENTE 4
Sexo: Masculino
Data de nascimento: 03/10/2006
Altura: 1,8 m
Peso: 52,7 Kg

PESO x IDADE: Não há curvas para a idade.

COMPRIMENTO x IDADE

IMC x IDADE

43
PACIENTE 5
Sexo: Feminino
Data de nascimento: 10/03/2016
Altura: 1,28 m
Peso: 22 kg

PESO x IDADE

COMPRIMENTO x IDADE

44
IMC x IDADE

45
PACIENTE 6
Sexo: Masculino
Data de nascimento: 07/08/2015
Altura: 1,20 m
Peso: 24 Kg

PESO x IDADE

COMPRIMENTO x IDADE

46
IMC x IDADE

47
PACIENTE 7
Sexo: Masculino
Data de nascimento: 04/06/2015
Altura: 1,33 m
Peso: 35 Kg

PESO x IDADE

COMPRIMENTO x IDADE

48
IMC x IDADE

49
PACIENTE 8
Sexo: Masculino
Data de nascimento: 12/07/2014
Altura: 1,24 m
Peso: 23,1 Kg

PESO x IDADE

COMPRIMENTO x IDADE

50
IMC x IDADE

51
PACIENTE 9
Sexo: Feminino
Data de nascimento: 14/06/2014
Altura: 1,2 m
Peso: 18,8 Kg

PESO x IDADE

COMPRIMENTO x IDADE

52
IMC x IDADE

53
PACIENTE 10
Sexo Masculino
Data de nascimento 17/09/2012
Altura: 1,4 m
Peso: 47 Kg

COMPRIMENTO x IDADE: Não há curvas para a idade.

PESO x IDADE

IMC x IDADE

54
PACIENTE 11
Sexo: Masculino
Data de nascimento: 12/04/2011
Altura: 1,42 m
Peso: 40,9 Kg
PESO x IDADE: Não há curvas para a idade.

COMPRIMENTO x IDADE

IMC x IDADE

55
PACIENTE 12
Sexo: Feminino
Data de nascimento: 24/09/2009
Altura: 1,71 m
Peso: 64,9 Kg
PESO x IDADE: Não há curvas para a idade

COMPRIMENTO x IDADE

IMC x IDADE

56
PACIENTE 13
Sexo: Feminino
Data de nascimento: 17/10/2009
Altura: 1,60 m
Peso: 51,6 Kg

PESO x IDADE: Não há curvas para a idade.

COMPRIMENTO x IDADE

IMC x IDADE

57
PACIENTE 14
Sexo: Masculino
Data de nascimento: 24/07/2008
Altura: 1,33 m
Peso: 45 Kg
PESO x IDADE: Não há curvas para a idade.

COMPRIMENTO x IDADE

IMC x IDADE

58
PACIENTE 15
Sexo: Feminino
Data de nascimento: 05/07/2005
Altura: 1,61 m
Peso: 57,5 Kg
PESO x IDADE: Não há curvas para a idade.

COMPRIMENTO x IDADE

IMC x IDADE

59
PACIENTE 16
Sex: Feminino
Data de nascimento: 20/09/2004
Altura: 1,62 m
Peso: 87 Kg
PESO x IDADE: Não há curvas para a idade.

ALTURA x IDADE

IMC x IDADE

60

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