Você está na página 1de 27

UNIVERSIDADE PAULISTA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO

LUDMILLA FERREIRA ALVES FURLANETTO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO EM NUTRIÇÃO CLÍNICA: estudo de caso

GOIÂNIA
2023
LUDMILLA FERREIRA ALVES FURLANETTO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO EM NUTRIÇÃO CLÍNICA: estudo de caso

Relatório apresentado à disciplina de Estágio ciclo


Nutrição Clínica do curso de graduação em Nutrição.da
Universidade Paulista para fins avaliativos.
Orientadora: Profa. Ma. Caroline Castro de Araújo.
Supervisora: Prof. Marise O. Avelar

GOIÂNIA
2023
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 4
2 OBJETIVOS 7
2.1. Objetivo geral 7
2.2 Objetivos específicos 7
3.1. Anamnese clínica geral 15
4 EVOLUÇÃO CLÍNICA E NUTRICIONAL (ANTROPOMÉTRICA E
DIETOTERÁPICA) 25
5 ORIENTAÇÃO DE ALTA 27
6 CONCLUSÃO 27
REFERÊNCIAS 28
ANEXOS Erro! Indicador não definido.
1 INTRODUÇÃO

Atuação do nutricionista em ambulatório nutricional

Dentre as diversas áreas de prática do nutricionista como profissional de


saúde, destaca-se a nutrição clínica. Essa área pode ser caracterizada como aquela
que se desenvolve em hospitais, clínicas, consultórios e outros, na qual o
nutricionista clínico realiza atenção dietoterápica a paciente baseado, no seu quadro
clínico e diagnóstico nutricional (Conselho Federal de Nutricionistas. Perfil da
atuação profissional do nutricionista no Brasil. Brasília: CFN; 2006).
O nutricionista desempenha um papel importante no ambiente ambulatorial,
com o objetivo de prevenir, controlar ou tratar problemas de saúde que afetam os
pacientes. Isso é realizado por meio de intervenções personalizadas durante o
atendimento individual. O atendimento nutricional em ambulatórios é realizado por
profissionais nutricionistas em diversos locais, como consultórios particulares ou
públicos, clínicas universitárias, asilos, creches, SPA's e até mesmo em hospitais,
em ambientes como enfermarias, bancos de leite humano e lactários (Sandri et al.,
2017).
Na atualidade, observa-se que a Nutrição Clínica tem se fragmentado em
subáreas de atuação conforme o modelo biomédico organicista. Assim, encontram-
se nutricionistas clínicos atuando por grupos biologicamente vulneráveis ou outras
especializações médicas, por exemplo, nutricionista clínico atuando em Obstetrícia,
Pediatria, Geriatria, Gastroenterologia, Hepatologia, Cardiologia, Endocrinologia
(principalmente, obesidade e diabetes), Nefrologia, Cirurgia, Oncologia e em Saúde
Mental (Transtornos alimentares). Vale antecipar que não é intenção deste trabalho
desconsiderar a importância dos especialistas em nutrição clínica para o campo da
nutrição e saúde, bem como os benefícios que este grupo profissional tem gerado
para a sociedade. Parte-se do pressuposto que a incorporação tecnológica e
especialização exageradas em nutrição e saúde, ao deixar de abarcar as
subjetividades, dilui a responsabilidade pela atenção nutricional e dificulta o
desenvolvimento de relação nutricionista-paciente comprometida com a dimensão
humana e projetos socialmente transformadores. Esses fatos primam por uma
discussão acerca do modo de atuação do nutricionista em nutrição clínica,
sobretudo, nos espaços do SUS, considerando que as práticas nestes espaços
devem se pautar no cuidado integral do ser humano . (Brasil. Ministério da Saúde.
Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Humanização da Atenção e
Gestão do SUS. Clínica ampliada e compartilhada. Brasília: MS; 2009)

Descrição do local de estágio

O local do estágio é na universidade Unip-Universidade Paulista que fica na


rodovia BR-153,no setor fazenda Marginal Botafogo, Goiânia-Goiás, próximo a
universidade Fasam, o ambulatório se encontra no bloco B, último andar do prédio,
sendo três consultórios com balança, estadiômetro maca e equipamentos para medir
a antropometria, e uma sala de convivência onde os alunos podem realizar os outras
atividades sem serem os atendimentos, e também uma sala para a supervisora, a
clínica abre de segunda a sexta da 13:00 horas às 18:00 horas. O ambulatório
nutricional conta com uma nutricionista responsável pelo supervisionamento dos
estagiários, onde são atendidas crianças acima de 8 anos, adolescentes, adultos e
idosos com qualquer objetivo, desde perda de peso, ganho de massa ou até
educação alimentar.
Foi realizado atendimento com sete pacientes no ambulatório nutricional,
durante o período de estágio, sendo 2 do sexo masculino e cinco do sexo feminino.
Primeira paciente atendida se chamava M.S.B.F, sexo feminino, 52 anos, paciente
com sobrepeso, segunda paciente L.B.F., sexo feminino, 54 anos, paciente com
obesidade grau I, terceira paciente K.F.A., sexo feminino, 26 anos, paciente
eutrófico, quarto paciente L.F.O., sexo masculino, 22 anos, paciente eutrófico, quinta
paciente H.M.S., sexo feminino, 22 anos, paciente com obesidade mórbida, sexta
paciente M.A., sexo feminino, 21 anos, paciente eutrófico, sétimo paciente M.H.S.M,
sexo masculino, 25 anos, com obesidade grau II.
Sobre a paciente M.S.B.F, ela relata nunca ter tido contato com o atendimento
nutricional, e hoje se queixa de condicionamento físico ruim, dores nas costas,
excesso de gordura abdominal, flacidez no corpo e no rosto. Na data de 09/05/2023
apresenta quadro de sobrepeso. Relata nunca ter praticado atividade física. Durante
a sua infância e também na fase adulta apresentou quadros de anemia. Por volta
dos 40 anos retirou o útero. Relata episódios frequentes de refluxo e tosse. Relata
beber ocasionalmente, não é fumante.
Pelo seu recordatório alimentar na data ela ingeria cerca de 1600 kcal diárias.
A conduta adotada em um primeiro momento foram orientações nutricionais para
melhora de refluxo gastroesofágico, que foram: evitar bebidas gasosas, cafeinadas,
beber grandes quantidades de água junto com as refeições, evitar se deitar muito
próximo ao horário da alimentação. Orientações sobre a quantidade de água ideal
para consumo e quanto a dieta, foi escolhida em um primeiro momento uma dieta
com a redução de apenas 10% em seu consumo calórico diário, melhorando a
qualidade dos alimentos propostos, sendo ela uma dieta normoproteica,
normolipídica, e hipogliclicídica. Essa proposta foi vista como uma das alternativas
para que a paciente consiga a melhora da qualidade dietética em sua rotina,
objetivando em um futuro uma perda de peso e melhora em sua qualidade de vida.
2 OBJETIVOS

2.1. Objetivo geral

Habilitar o aluno para realizar as atividades propostas na área de Nutrição


Ambulatorial.

2.2 Objetivos específicos

Realizar avaliação física e diagnóstico nutricional do paciente, realizar cálculos


das necessidades energéticas segundo as instruções, elaborar plano alimentar e
orientações nutricionais.
Entregar o plano alimentar e realizar um retorno para o acompanhamento do
paciente.
3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

Foi realizado atendimento com oito pacientes no ambulatório nutricional,


durante o período de estágio, sendo 2 do sexo masculino e cinco do sexo feminino.
Primeira paciente atendida se chamava M.S.B.F, sexo feminino, 52 anos, paciente
com IMC 27,94, segunda paciente L.B.F., sexo feminino, 54 anos, paciente com IMC
33,58 , terceira paciente K.F.A., sexo feminino, 26 anos, paciente com IMC 22,92,
quarto paciente L.F.O., sexo masculino, 22 anos, paciente com IMC 22,85, quinta
paciente H.M.S., sexo feminino, 22 anos, com IMC 40,85, sexta paciente M.A., sexo
feminino, 21 anos, paciente com IMC 24, sétimo paciente M.H.S.M, sexo masculino,
25 anos, com IMC 37 e por fim a oitava paciente G.B.F, sexo feminino 28 anos ,IMC
28,62.
IMC (KG/M²) Classificação

<16 Magreza Grau III

16-17,9 Magreza Grau II

18- 18,4 Magreza Grau I

18,5-24,9 Normalidade

25-29,9 Pré-obesidade

30-34,9 Obesidade Grau I

35-39,9 Obesidade Grau II

>40 Obesidade Grau III

Sobre a paciente M.S.B.F, ela relata nunca ter tido contato com o atendimento
nutricional, e hoje se queixa de condicionamento físico ruim, dores nas costas,
excesso de gordura abdominal, flacidez no corpo e no rosto. Na data de 09/05/2023
apresenta quadro de Pré-obesidade. Relata nunca ter praticado atividade física.
Durante a sua infância e na fase adulta apresentou quadros de anemia. Por volta
dos 40 anos retirou o útero. Relata episódios frequentes de refluxo e tosse. Seu
hábito intestinal é regular. Relata beber ocasionalmente, não é fumante.

Pelo seu recordatório alimentar na data ela ingeria cerca de 1600 kcal diárias.
A conduta adotada em um primeiro momento foram orientações nutricionais para
melhora de refluxo gastroesofágico, que foram: evitar bebidas gasosas, cafeinadas,
beber grandes quantidades de água junto com as refeições, evitar se deitar muito
próximo ao horário da alimentação. Orientações sobre a quantidade de água ideal
para consumo e quanto a dieta, foi escolhida em um primeiro momento uma dieta
com a redução de apenas 10% em seu consumo calórico diário, ou seja, uma dieta
hipocalórica melhorando a qualidade dos alimentos propostos, evitando produtos
refinados e uma leve redução de carboidratos. Essa proposta foi vista como uma
das alternativas para que a paciente consiga a melhora da qualidade dietética em
sua rotina, objetivando em um futuro uma perda de peso e melhora em sua
qualidade de vida.

Já a paciente L.B.F. relata nunca ter tido contato com o atendimento nutricional,
e hoje se queixa de excesso de peso, condicionamento físico ruim, dores nos pés,
dores de cabeça, episódios de compulsão alimentar, má digestão, azia e insônia. Na
data de 11/05/23, está em quadro de obesidade grau I. Relata nunca ter praticado
atividade física. Não fuma e bebe ocasionalmente. A paciente tem o quadro de
diabetes mellitus tipo II e tem um crescimento ósseo que limita sua locomoção. Seu
hábito intestinal é irregular, sendo 2 vezes na semana e com episódios de diarreia.

Segundo se quadro de diabetes, deve-se seguir uma dieta com cerca de


1400Kcal maior aporte de legumes, frutas, verduras ao contrário do que acontece,
mudando assim o quadro do hábito intestinal. A paciente ingere cerca de 900 Kcal,
sendo grande parte das calorias ingeridas são de alimentos feitos por farinhas
brancas refinadas. Foi feita uma dieta onde se inseriu mais opções de vegetais, o
incentivo ao aumento do consumo de proteína, gorduras boas, e a redução de doces
e farinhas brancas consumidas principalmente de forma isolada. O consumo de
álcool foi desaconselhado.

A paciente K.F.A. relata nunca ter tido contato com o atendimento nutricional, e
hoje se queixa de flacidez e falta de disposição. Na data de 25/05/23 ele se encontra
em classificação normalidade/eutrófica. Ela foi mãe recentemente e teve anemia e
depressão pós-parto. Não vai ao banheiro todos os dias, não ingere bebida alcóolica
e não fuma. Possui intolerância a lactose. Não pratica atividade física, não utiliza
medicamentos.

A paciente teve a prescrição dietética voltada em um maior consumo de


proteínas, melhora na ingesta de água e redução do consumo de carboidratos
refinados, sua ingesta diária se dava por volta de 1200 Kcal segundo o recordatório
alimentar da paciente. Portanto aumentamos um pouco sua ingesta diária mantendo
as refeições de boa qualidade e sugerindo a busca pela melhor qualidade nutricional
dos alimentos, a dieta calculada foi de 1400 Kcal levando em conta sua taxa
metabólica basal.

O paciente L.F.O. relata nunca ter tido contato com o atendimento nutricional, e
hoje almeja o ganho de massa muscular. Na data de 18/05/23 apresenta uma
classificação normalidade/eutrófica. Se declara fumante e não ingere bebida
alcóolica. Toma ansiolíticos e apresenta quadro de ansiedade. Relata ir ao banheiro
todos os dias.
Faz musculação e exercícios cardiorrespiratórios de segunda a segunda, 2 horas
por dia. Toma hipercalórico. Toma água adequadamente.

Sua dieta foi calculada com o objetivo de ganho d emassa muscular, sendo que
pelo seu recordatório ele ingeria cerca de 1650 Kcal, e foi aumentada para 2300
Kcal pois foi levado em conta seu gasto energético diário.

A paciente H.M.S. relata nunca ter tido contato com o atendimento nutricional, e
hoje se queixa de excesso de peso e falta de disposição. Na data de 01/06/23 ele se
encontra em estado de obesidade grau III. Relata possuir hipertireoidismo e
obesidade e toda a família. Tem intolerância a lactose. Se queixa de azia, pirose e
refluxo. Pratica vôlei 2 vezes por semana ou dança, por 45 min. Toma cafeína pela
manhã.

Pelo recordatório informado ingere cerca de 1350 Kcal diárias. A obesidade


mórbida deve ser tratada de forma multifatorial, porém levando em conta a atuação
do nutricionista iniciamos um protocolo com um leve aumento da ingesta calórica e
melhora da qualidade da alimentação, aumentando o consumo de proteínas. Um
processo de reeducação alimentar.

A paciente M.A. relata nunca ter tido contato com o atendimento nutricional, e
hoje almeja o ganho de massa muscular e melhora na disposição. Na data de
01/06/23 apresenta uma classificação normalidade/eutrófica. Ingere água
adequadamente. Ingere bebida alcóolica a cada 15 dias, não fuma e vai ao banheiro
todos os dias, porém quando consome muitas fibras tem quadro de diarréia. Pratica
musculação e exercícios aeróbicos por 5 vezes na semana, cerca de 2 horas por
dia. Utiliza creatina 2 scoops da marca max titanium.

Pelo seu recordatório alimentar ingere cerca de 1200 Kcal, e como seu objetivo é
ganho de massa muscular e seu consumo alimentar não envolve muitos alimentos
ultra processados se recomendou uma dieta com cerca de 2300 Kcal par um
primeiro momento, objetivando um ganho de massa muscular e para que ela
realmente entre em superavit calórico.

O paciente M.H.S.M. relata nunca ter tido contato com o atendimento nutricional,
e hoje almeja o emagrecimento. Na data de 29/05/23 apresenta uma classificação
de obesidade grau II. Relata fumar e ingerir bebida alcóolica 3 vezes por semana.
Sofreu um acidente e teve sequelas no braço, e relata sentir dores devido ao
acidente. Vai ao banheiro todos os dias. Pratica musculação e exercícios aeróbicos,
5 vezes por semana. Ingere pré-treino da marca Dragon de treinar, ganhou cerca de
15 kg nos últimos 3 anos.

Sua ingesta calórica segundo o recordatório alimentar é de 1500 Kcal por dia,
como fast food todos os dias. A reeducação alimentar é fundamental nos processos
do controle da doença de obesidade, enato em um primeiro momento foi orientado
ao paciente formas de preparo diferentes de lanches atrativos dentro de um plano
alimentar com cerca de 1700 Kcal e a melhora da qualidade alimentar e a ingesta da
quantidade correta de água.
3.1 ATIVIDADES COMPLEMENTARES

QUESTÕES PROPOSTAS:

Fibra solúvel e fibra insolúvel, quais são as funções?

As fibras são carboidratos não digeríveis, formando assim o nosso bolo fecal.
Auxiliam no trânsito intestinal e na saciedade. A fibra solúvel não passa por digestão
no intestino delgado e é facilmente fermentada pela microflora presente no intestino
grosso. Essa fibra é responsável por aumentar o tempo de trânsito intestinal,
retardar o esvaziamento gástrico, a absorção de glicose após as refeições e reduzir
os níveis de colesterol no sangue, devido às suas propriedades físicas que conferem
viscosidade ao conteúdo do intestino. Por sua vez, as fibras insolúveis contribuem
para aumentar o volume das fezes, reduzir o tempo de trânsito intestinal, retardar a
absorção de glicose e a quebra do amido.

Por qual motivo ovos mexidos formam menos gases que ovos cozidos?

A técnica de preparo do ovo tem impacto na produção de gases, uma vez que os
arranjos químicos diferem entre um ovo cozido e um ovo mexido. Durante o
cozimento lento, ocorre uma maior formação de arranjos, como pontes dissulfeto,
em comparação com os ovos mexidos. Por sua vez, no preparo de ovos mexidos,
ocorre a quebra de várias ligações, resultando em uma menor produção de gases
em comparação com os ovos cozidos.

O que são polifenóis e quais os benefícios em relação a performance?

Os polifenóis são micronutrientes amplamente presentes em nossa alimentação.


Eles exercem um impacto significativo na saúde e desempenham um papel
importante na prevenção de várias doenças, incluindo doenças cardiovasculares,
câncer, osteoporose, diabetes mellitus e doenças neurodegenerativas. Além disso,
esses compostos também oferecem benefícios para a saúde bucal, pois ajudam a
inibir o desenvolvimento e a progressão de doenças periodontais. Os polifenóis
podem ser encontrados em uma variedade de alimentos, como frutas, vegetais,
cereais, legumes, chocolates e em algumas bebidas, como chás, cafés e vinhos.
Eles desempenham um papel antioxidante no organismo, o que contribui para os
efeitos benéficos na saúde e na prevenção de doenças.
4. VIVÊNCIA

A experiencia em um ambulatório foi edificante, pude verificar minha habilidade e


aptidão ao atendimento ao publico e exercer de fato a profissão. Além disso me ao
concluir o estágio em ambulatório me sinto mais segura e habilitada para registra
medidas antropométricas e preparada para atender meus futuros pacientes em meu
consultório de forma assertiva e respeitosa
5 APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO

Paciente G.B.F. relata nunca ter recebido atendimento nutricional, e chegou para
sua primeira consulta no dia 18/05/23, ela se queixa de pele acneica e excesso de
peso, além de insônia, cansaço, formigamento e tristeza.
Ela buscou o atendimento nutricional pois esta insatisfeita com a aparência da sua
pele, principalmente na região da face, ela apresenta o quadro de síndrome do
ovário policístico, e não faz uso de anticoncepcionais ou outros suplementos.
A síndrome do ovário policístico é uma doença crônica, categorizada como um
distúrbio que provoca alterações hormonais nas mulheres, geralmente em idade
reprodutiva.

As causas da SOP ainda estão sendo pesquisadas, e alguns estudos dão indícios
de possíveis gatilhos para o desenvolvimento da síndrome, como:

Genética: estudos apontam para os genes herdados como uma das causas. Em um
deles, foi identificado que 25% das mulheres analisadas com SOP têm mães com a
doença.
Resistência à insulina: além de processar a glicose, a insulina também é
importante para a produção de testosterona. Quando há resistência, a produção de
insulina aumenta e promove um desequilíbrio capaz de parar a liberação de óvulos e
desregular o ciclo menstrual. Alguns estudos identificaram que mulheres com SOP
descobrem a resistência à insulina.
Inflamação: um corpo inflamado também produz insulina além do necessário,
ocasionando o processo citado no item anterior. Vale lembrar que a inflamação pode
se dar por diferentes questões, como genética, estresse e obesidade.

Há um conjunto de sintomas que podem caracterizar a síndrome, já que não há


um exame específico que identifique o problema, no caso da paciento o mais
evidente foi o hirsutismo e o relato da irregularidade do ciclo menstrual.

Além disso relata ter um hábito intestinal regular, nunca fumou e ingere bebida
alcóolica 1 vez a cada 15 das.

5.1. Anamnese clínica geral

 Iniciais: G.B.F.
 Gênero, Cor: Negra
 Data de nascimento: 28 anos, nascida em 20 de agosto de 1994
 Profissão: Estudante
 História clínica da patologia atual e outras já existentes: sobrepeso e
síndrome do ovário policístico
 Informações adicionais: Nunca fumou, ingere bebida alcóolica
ocasionalmente, não pratica atividade física, apresenta sobrepeso a partir dos
20 anos, hábito intestinal regular, possui intolerância a lactose, relata insônia,
cansaço, formigamento e tristeza. Não pratica exercícios físicos e ganhou 15
quilos nos últimos 10 anos. A mãe tem o quadro de diabetes mellitus tipo II.

 5.2. Avaliação nutricional inicial e diagnóstico Nutricional

Paciente G.B.F, em sua primeira consulta teve a pesagem 77,0 Kg, apresenta
IMC 28,2, e sua classificação segundo o IMC para sua faixa etária é
sobrepeso/Pré-obesidade.

Suas medidas antropométricas foram:


Cintura: 92
Abdome: 101
Quadril:108
Peitoral: 98,5
Braço :32
Coxa medial: 55
Panturrilha:33

 Avaliação bioquímica: Paciente não possui ou pode fazer exames


bioquímicos recentes.
 Avaliação clínica: a paciente apresentou hirsutismo e acne na região da face.
Apresenta menstruação irregular, o diagnóstico foi fechado por um
ginecologista anteriormente a consulta.
 Avaliação dos hábitos alimentares habituais:
FREQUÊNCIA ALIMENTAR

3a4
vezes por
1 a 2 vezes
semana
por semana
Alimento Diariament Mensal Raramente
e

Leite x

Derivados do leite x

Frutas x

Frutas secas x x

Oleaginosas x

Verduras cruas x

Verduras cozidas x

Pães, quitandas x

Arroz e massas x

Feijão e outras x
leguminosas

Fast food X

Açúcar x

Doces e chocolates x

Frituras (quais?) x

Refrigerante x

Suco natural X

Suco artificial x

Alimentos industrializados x
(Salgadinhos, bolacha)

Carnes x

Ovos x

Embutidos X

Peixes e frutos do mar X


Grãos e sementes X

5.3. Cálculo de Necessidades de energia

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DO ADULTO

● IMC = Peso atual (kg) / altura² (m)

● IMC paciente G.B.F.:


IMC= 77/1,64x1,64

IMC = 28,2

IMC (KG/M²) Classificação

<16 Magreza Grau III

16-17,9 Magreza Grau II

18- 18,4 Magreza Grau I

18,5-24,9 Normalidade

25-29,9 Pré-obesidade

30-34,9 Obesidade Grau I

35-39,9 Obesidade Grau II

>40 Obesidade Grau III

FONTE: WHO, 1997

IMC IDEAL OU MÉDIO: O peso teórico pode ser calculado a partir de um IMC médio proposto pela
FAO (1985).

● Mulheres: 21kg/m²

● Homens: 22kg/m²

● Idosos: 24,5kg/m²

Classificação Paciente G.B.F. = Pré-obesidade

PESO IDEAL:

PI= altura(m)² x IMC médio

PI paciente G.B.F :

1,64X1,64X21
56,48 Kg

PESO AJUSTADO

IMC maior que 27kg/m² = P ajustado = (PA-PI) X 0,25+PI ASPEN (1998)

P ajustado= (77-56,84)x0,25+ 56,84

P ajustado= 61,88

Adequação de peso (%) = peso atual x 100 / peso ideal

Adequação de peso (%)= 77x100/61,88

Adequação de peso (%) = 124,43

Classificação do estado nutricional de acordo com a adequação do peso:

Adequação do peso (%) Estado Nutricional

≤70 Desnutrição grave

70,1-80 Desnutrição moderada

80,1-90 Desnutrição leve

90,1-110 Eutrofia

110,1-120 Sobrepeso

≥120 Obesidade

Fonte: Blackburn GL & Thornton PA, 1979

TMB (FAO (1985)

Intervalo de idade (anos) Homens Mulheres

0-3 60,9 x P – 54 61,0 x P – 51

3-10 22,7 x P + 495 22,5 x P + 499

10-18 17,5 x P + 651 12,2 x P + 746

18-30 15,3 x P + 679 14,7 x P + 496

30-60 11,6 x P + 879 8,7 x P + 829

>60 13,5 x P + 487 10,5 x P + 596


24

Nível de atividade Descrição Fator Atividade

Repouso Sono 1,0

Muito leve Atividade sentada ou em pé, dirigir, digitar, 1,5


costurar, cozinhar.

Leve Caminhar em superfície plana entre 4 e 5 km/hr, 2,5


babá, passar roupa, tênis de mesa, golfe.

Moderada Caminhar entre 5 e 6 km/hr, capinar, carregar 5,0


peso, ciclismo, dançar, limpeza doméstica, tênis.

Intensa Carregar peso em subida, basquete, alpinismo, 7,0


futebol.

GASTO ENERGÉTICO TOTAL (GET)

GET= TMB x FA

TMB= 14,7x 61,88 +496= 1405,0 Kcal

GET= 1405,0 x 1,33

GET= 1869,49

RESTRIÇÃO ENERGÉTICA

Paciente precisa reduzir o consumo alimentar em 7700kcal/Kg para perda de 1kg de tecido adiposo
dentro de 1 mês.

MÉTODO VENTA REDUÇÃO CALÓRICA DO GET

1,0 kg por mês - 256 kcal/dia

1,5 kg por mês - 384 kcal/dia


2,0 kg por mês - 513 kcal/dia

2,5 kg por mês - 641 kcal/dia

3,0 kg por mês - 770 kcal/dia

3,5 kg por mês - 898 kcal/dia

4,0 kg por mês - 1026 kcal/dia

5.4. Terapia nutricional prescrita

Demonstrar dieta prescrita e cálculo da mesma:

O GET da paciente foi de : 1869,49 Kcal e a restrição energética foi de -384


kcal/dia.

Considerando o diagnóstico da paciente optamos em um primeiro momento


por uma dieta hipocalórica, low carb objetivando a perda de peso e diminuição
de farinhas refinadas, açúcar de adição e redução de consumo de gorduras
saturadas.
O objetivo dessa dieta é a redução de peso, a melhora do aspecto aceneico
da pele e o controle dos sintomas da doença.
Essa estratégia foi proposta por duração de 15 dias.

Portanto a dieta tem os valores a serem calculados de aproximadamente:


1500 Kcal

Macronutrientes totais (dia):


Carboidratos: 107,91 g
Proteínas: 96,52 g
Lipídeos: 78,12 g

Totais complementares:
Fibras: 25,93 g
Colesterol: 639,00 mg
Sódio: 2183,28 mg

Café da manhã

Opção 1:

- 2,00 unidade (120,00g) de ovo, galinha, inteiro, cozido, mexido


- 1,00 unidade média (160,00g) de pêra
OU 2,00 unidade média (203,00g) de kiwi, cru
OU 4,50 unidade média (187,00g) de ameixa, crua
- 1,00 colher de sopa cheia (20,00g) de semente de linhaça
OU 1,00 colher de sopa (18,00g) de semente de abóbora sem sal

Opção 2:

- 1,00 pote (200,00g) de iogurte, natural


- 2,00 colher de sopa cheia (30,00g) de aveia, flocos
- 8,00 unidade média (120,00g) de framboesa
OU 8,00 unidade média (246,00g) de morango, cru
OU 1,00 punhado (18,00g) de mirtilo desidratado
- 2,00 colher de sobremesa (24,00g) de semente de chia
- 1,00 colher de sopa cheia (25,00g) de pasta de amêndoas

Observações: Utilize dos ingredientes da segunda opção de café da manhã para o


preparo de um overnight oats saboroso e nutritivo.

Lanche da manhã

- 1,00 xícara de chá (120,00g) de chá infusão

Observações: A escolha do chá dependerá da necessidade de cada caso, sendo


boas opções: gengibre, cúrcuma, chá verde, funcho, hortelã, capim cidreira, boldo e
alecrim.
Almoço

- 1,00 porção (80,00g) de salada mista variada


- 2,00 colher de chá cheia (12,00g) de azeite, de oliva, extra virgem
- 120,00g de filé de frango grelhado
OU 2,00 unidade (177,00g) de filé de peixe grelhado
OU 1,00 unidade grande (93,00g) de frango, sobrecoxa, sem pele, assada
OU 2,50 unidade média (151,00g) de ovo, de galinha, inteiro, cozido/10minutos
OU 100,00g de carne, bovina, coxão mole, sem gordura, cozido
- 3,00 colher de sopa cheia (60,00g) de chuchu, cozido
OU 0,50 unidade pequena (24,00g) de cenoura cozida
OU 2,00 colher de sopa cheia (61,00g) de berinjela, cozida
OU 2,00 colher de sopa cheia (77,00g) de quiabo cozido
OU 1,50 colher de sopa cheia (51,00g) de abobrinha, italiana, refogada
OU 1,50 colher de sopa cheia (45,00g) de abóbora, moranga, refogada
OU 1,50 colher de sopa nivelada (25,00g) de jiló
- 3,00 colher de sopa cheia (90,00g) de arroz integral cozido
OU 4,00 colher de sopa cheia (115,00g) de batata, doce, cozida
OU 1,50 unidade média (166,00g) de batata inglesa, cozida
OU 2,50 pedaço pequeno (70,00g) de mandioca, cozida
OU 72,00g de inhame, cozido, sólido, ou assada, com sal
- 3,00 colher de sopa (60,00g) de feijão carioca, cozido
OU 2,00 colher de sopa cheia (44,00g) de lentilha, cozida
OU 23,00g de grão-de-bico, semente madura, cozida, com sal
- 1,00 rodela pequena (70,00g) de abacaxi
OU 2,50 porção (96,00g) de acerola, crua

Lanche da tarde 1

Opção 1:

- 1,00 pote (200,00g) de iogurte, natural


- 6,00 unidade (6,00g) de amêndoas secas
OU 2,00 unidade (5,00g) de castanha-de-caju, torrada, sem sal
- 1,00 unidade média (100,00g) de kiwi, cru
OU 9,00 unidade média (178,00g) de morango
OU 6,00 unidade média (90,00g) de framboesa
OU 2,00 unidade média (91,00g) de ameixa, crua

Opção 2:
- 2,00 unidade (9,00g) de castanha do pará sem sal
- 1,00 unidade média (70,00g) de omelete, de queijo
- 1,00 cafezinho (50,00g) de café sem açúcar (infusão)

Lanche da tarde 2

- 1,00 xícara de chá (120,00g) de chá infusão

Observações: A escolha do chá dependerá da necessidade de cada caso, sendo


boas opções: gengibre, cúrcuma, chá verde, funcho, hortelã, capim cidreira, boldo e
alecrim.

Jantar

Opção 1:

- 1,00 porção (40,00g) de espaguete com abobrinha


- 4,00 colher de sopa cheia (100,00g) de carne moída (refogada)
- 1,00 concha pequena (100,00g) de molho de tomate caseiro

Opção 2:

- 1,50 pedaço médio (240,00g) de suflê de espinafre


- 1,00 unidade pequena (90,00g) de laranja

Ceia

- 1,00 xícara de chá (120,00g) de chá infusão

Observações: Nesse horário é interessante que seja feito o uso de um chá


com .propriedades mais calmantes, como é o caso do chá de melissa, camomila,
folhas de maracujá ou mulungu, por exemplo.

Sua ingestão de água deve ser de aproximadamente 2,650 litros de água ou chá e
água por dia.
6 EVOLUÇÃO CLÍNICA E NUTRICIONAL (ANTROPOMÉTRICA E
DIETOTERÁPICA)

A paciente voltou ao consultório no dia 05/06/23 para seu retorno e foi realizada uma
nova consulta onde ela relatou suas dificuldades em execução do plano alimentar e
início de atividades físicas.
Foi feita uma nova avaliação antropométrica onde se observou redução em todas as
medidas de circunferências realizadas:

Cintura: 92 > 89
Abdome: 101 > 95
Quadril:108 > 99
Peitoral: 98,5 > 96
Braço :32 > 32
Coxa medial: 55 > 52
Panturrilha:33 > 32

E uma redução efetiva de peso: 77,00 kg > 75,50 kg

A paciente demonstrou satisfação em seu processo e está se adaptando a cada


dia aos novos hábitos. Considerando os processos essa nova rotina alimentar deve
ser inserida com cautela e constantemente ajustada para sucesso no tratamento.
Já se sabe que além da dieta com redução de carboidratos também há outras
possibilidades, por exemplo a dieta mediterrânea também seria uma boa opção para
que se possa continuar esse tratamento.
7 ORIENTAÇÃO DE ALTA

A paciente foi orientada a continuidade de exercícios físicos e manutenção de


novos hábitos adquiridos após a consulta. G.B.F. ainda se encontra em estado de
Pré-obesidade, porém teve uma resposta boa a primeira fase da conduta nutricional,
para que sua resposta seja um emagrecimento duradouro, melhora do aspecto da
pele e controle dos sintomas da SOP ela foi orientada a continuidade do tratamento.

8 CONCLUSÃO

A realização do acompanhamento nutricional da paciente G.B.F. foi desde a


recepção no ambulatório, a anamnese em geral e a aferição das medidas
antropométricas. A principal queixa da paciente em questão era o sobrepeso, e após
a proposta dietética realizada se iniciou um processo de emagrecimento, sinalizando
um sucesso na escolha, diagnóstico e aplicação da conduta alimentar da paciente, e
se espera que ela possa continuar o acompanhamento profissional para que ela
consiga atingir todos seus objetivos.
REFERÊNCIAS

Aguiar, F. J. B., Ferreira-Júnior, M., Sales, M. M., Cruz-Neto, L. M., Fonseca, L. A. M., Sumita, N. M.,
Duarte, N. J. C., Lichtenstein, A., & Duarte, A. J. S. (2013). Proteína C reativa: aplicações clínicas e
propostas para utilização racional. In REV ASSOC MED BRAS (Vol. 59, Issue 1). www.ramb.org.br

Amaral, C. O. F., Nascimento, F. M., Pereira, F. D., Parizi, A. G. S., Straioto, F. G., & Amaral, M. S. P.
(2014). Bases para Interpretação de Exames Laboratoriais na Prática Odontológica. Amaral, S. M.,
Cortês, A. Q., & Pires, F. R. (2009). Pneumonia nosocomial: importância do microambiente oral.

Bernardes, V. M., Anderle, F. N., Anjos, K. dos, & Boller, C. (2021). Correlação entre os resultados de
hemoglobina e hematócrito obtidos no eritrograma e nagasometria de pacientes pediátricos. Jornal
Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, 57. https://doi.org/10.5935/1676- 2444.20210055

Costa, M. B. M., Guilherme, L. G., Silva, R. P., & Burgas, M. G. P. A. (2021). Evolução da prescrição de
terapia nutricional: realidade em UTI de um hospital universitário de Pernambuco. Figueiredo, A. C.
M. C., Arruda, L. F., Tavares, S. B. B., Gomes, A. H., Martins, S. R., & Andrade, J. N. (2022).

Padronização e validação das dosagens dos analitos creatinina, glicose, proteínas totais e sódio em
amostra de urina 24 horas. Mello, P. A. de, Rocha, B. G., Oliveira, W. N., Mendonça, T. S., &
Domingueti, C. P. (2021). Nefrotoxicidade e alterações de exames laboratoriais por fármacos: revisão
da literatura. Revista de Medicina, 100(2), 152–161. https://doi.org/10.11606/issn.1679-
9836.v100i2p152- 161

Naoum, P. C. (2007). Doenças que alteram os exames bioquímicos. Pereira, M. M. L., Macedo, J. L.,
Araujo, M. F. da S., & Ferraz, J. da R. S. (2019). Atuação do Nutricionista no tratamento de paciente
com Doença de Alzheimer: relato de caso. Revista Thema, 16(3), 531–536.
https://doi.org/10.15536/thema.v16.2019.531-536.1351

Sandri, G. T., Locateli, G., Nishiyama, M. F., Zanuzo, K., & Koehnlein, E. A. (2017). ATUAÇÃO DO
ESTAGIÁRIO DE NUTRIÇÃO EM ATENDIMENTO AMBULATORIAL REALIZADO EM UMA CLÍNICA
ESCOLA. Seta, M. H., O´Dwyer Gisele, Henriques, P., & Sales, G. L. P. (2010).

Você também pode gostar