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Obstetrícia Veterinária

Tipos de Placenta
Classificação
Espécies
Padrões de vilosidades coriônicas, barreira materno fetal, perda de tecido materno no parto:
 Porca – difusa, epiteliocorial, nenhuma (não deciduada, endométrio não se perde durante o parto)
 Égua – difusa/microtiledonaria, epiteliocorial, nenhuma (não deciduada)
 Ovelha, cabra, vaca – cotiledonária, sineptiteliocorial (sem conexão, sem passagem de sangue), nenhuma
(não deciduada, endométrio não se perde durante o parto)
 Cadela, gata – zonaria, endotelocorial (endotélio com vilo central, passagem de sangue de mão-feto, Ac),
moderada (deciduada)
 Mulher, macaca – discoide, hemocorial (imunidade, conexão sanguínea, transferência de imunidade
passiva), extensão (deciduada, perda de tecido endometrial, descamação uterina no parto)

Cotilédone (feto) + carúncula (mãe) = placentoma


 Taurino – 88 placentomas
 Zebuíno – 56 placentomas
 Bubalino – 102 placentomas
 Caprino/ovino – 120 placentomas
Assimetria de cornos uterinos no início da gestação, após o útero gravídico toma formato uniforme.
Freematinismo – gêmeos de diferentes sexos em vaca, anastomose de placentas, desenvolvimento do SRM é
antes do SRF e o testículo em formação pela anastomose de vasos passo hormônios masculinos (Testosterona)
para a fêmea, atrapalhando a síntese do SRF (úbere subdesenvolvido, útero em fita), comunicação entre macho e
fêmea – fêmea infértil. 95% são freemart, 5 a 10% não são afetadas pela ausência de anastomose ou a formação
de testosterona pelo macho começar mais tardiamente. Na ovelha e na cabra há maior gemelaridade, por que não
ocorre freemartinismo? Não ocorre a fusão das placentas entre os gêmeos, não há freemartinismo desta forma.
Epiteliocorial – várias camadas entre vilo coriônico e vaso do vilo uterino
Endocorial – menos camadas entre vilo coriônico e vasos uterinos
Hemocorial – relação direta entre vilo e vasos uterinos – passagem de imunidade passiva
Égua – placenta cresce de forma esférica, 14 dias passa US na égua e até os 20 dias enxerga bola anecóica
(confundido com cisto endometrial) e após um ponto branco (embrião, ecogenicidade) pode ser visualizado. 18º
dia com formato piramidal. Regride saco vitelínico e aumenta alantóide.
100 dias de gestação – feto solto, ao longo do tempo espaço reduz, aos 190 dias assume posição de decúbito
dorsal. Rotação no início da gestação para o parto.
Hormônios produzidos pela placenta
P4 e E2 – utilização de colesterol materno, pois não possui sistema enzimático produzindo P4 com finalidade de
manutenção da gestação
hCG – gonadotrofina coriônica humana – ação luteotrófica (ação de LH), mantem CL em primatas. Usado para
manter CL na égua. Gonadotrofina extrahipofisária
 Produção de E2 na ovelha é rápida – do “dia pra noite”
 CL dependente – vaca, cabra, ovelha
 Placenta dependente – égua, cadela, gata
eCG – gonadotrofina coriônica equina – ação semelhante ao FSH, estimulando formação de CL acessórios na
égua
LP – Lactogênio placentário – efeito luteotrófico
Relaxina – parto, liberação para relaxamento do canal do parto. Parece possuir ação luteotrófica.

Estática fetal
Problemas que ocorrem durante o parto e atrapalham a normalidade são chamados de distocia.
Três aspectos:
 Apresentação – relação entre eixo longitudinal do feto e o eixo da mãe
 Posição – relação entre dorso do feto e da mãe
 Atitude – cabeça, pescoço e membros
Apresentação
Colunas vertebrais – eixo longitudinal feto x mãe
 Anterior – cefálica – cabeça e membros voltados para canal do parto
 Posterior – podálica – membros posteriores e cauda para o canal do parto
 Transversodorsal – o feto se encontra dorsoventralmente voltado ao canal do parto – dorso no canal do parto
 Transversoventral – ventre e membros locomotores voltado ao canal do parto – ventre transversalmente
 Verticodorsal – flexão máxima, coluna vertical e de ponta cabeça. Toca o dorso.
 Verticoventral – de costas para a curvatura maior e fundo útero, ventre verticalmente direcionado.
Posição
Dorso feto x mãe
 Superior – dorso com porções dorsais da mãe
 Inferior – dorso feto contrário ao da mãe
 Lateral – dorso fetal com a parede da mãe. Direita e Esquerda
Atitude
Disposição dos membros e cabeças fetais com seu próprio corpo
 Estendidos
 Flexionados
Égua – cabeça do feto flexionada em sentido do assoalho pélvico, comum.
Eutocia
Bovinos, equinos e pequenos ruminantes – apresentação longitudinal anterior, posição superior e atitude
estendida
Suínos – indiferente apresentação longitudinal anterior ou posterior, não necessária a posição superior nem
atitude estendida
Carnívoros – longitudinal
Ausência de dilatação – causa de distocia
Distocia – realização de manobras obstétricas, antes de tentar realizar cesárea.

Manobras obstétricas
Distocias tem duas origens:
Materna – inercia uterina 1ª ou 2ª, problema abdominal, canal do parto (vícios pélvicos, dilatação)
Fetal – tamanho do feto, estática fetal equivocada, feto enfisematoso, deficiência hormonal, morte fetal
Dexametasona, Flucortan® (vaca caída), Flunixin, Maxicam 2%, Ocitocina, Prostaglandina, Cipionato de
estradiol (dilata canal do parto, similar a Relaxina), BLOC ® (Xilazina + Lidocaína), Calfon® (fósforo, cálcio e
magnésio), Planipart® (Clenbuterol, tocolítico, suprime contração do parto), Clenparto ® (tocolítico), Sensiblex®,
Buscofin®, Ginovet® (tetraciclina).
Auxílio ao parto em grandes animais
 Limpeza de ampola retal
 Corda atada na vassoura
 Antissepsia dos posteriores
 Lubrificação abundante com carbomexil celulose
 Anestesia epidural
 Higiene pessoal
 Força de 3 pessoas
 Correntes obstétricas
 Cada membro deve ser puxado de cada vez
 Não tracionar anexos fetais, somente se o feto estiver morto
Manobras
Retropulsão – empurrar o feto anteriormente ao canal – ganha mais espaço
Tração – puxar para fora, após estática corrigida. Uso de correntes obstétricas, puxando um membro de cada
vez. Fórceps, se estiver sozinho. Correntes acima e abaixo do boleto, sempre puxar um membro de cada vez
Rotação – alteração da posição fetal – se inferior, rotaciona para deixar dorso para cima
Versão – alteração da apresentação transversa ou vertical para longitudinal
Correção inviável – contrações fortes, feto morto enfisematoso
Dilatação mecânica na égua é possível, na vaca é cartilaginoso e é inviável fazer a dilatação mecânica da cérvix.
Pós-parto
 Monitoramento de TR
 Palpar para saber se há outro feto
 Vela uterina
 Paraplegia, paresia pós-parto, laceração vulvar, prolapso uterino, infecção uterina

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