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Índice

Introdução.............................................................................................................................................1
Apresentação fletida..............................................................................................................................2
Tempos do mecanismo do parto............................................................................................................3
Insinuação..........................................................................................................................................3
Descida..............................................................................................................................................4
Rotação interna da cabeça..............................................................................................................5
Insinuação das espáduas................................................................................................................6
Desprendimento.................................................................................................................................6
Rotação externa da cabeça.............................................................................................................6
Rotação interna das espáduas........................................................................................................6
Desprendimento das espáduas.......................................................................................................7
Duração normal do trabalho de parto.....................................................................................................7
Conclusão..............................................................................................................................................8
Referências Bibliográficas.....................................................................................................................9
Introdução
Sob o ponto de vista do mecanismo do parto, o feto é o móvel ou objeto, que percorre o
trajeto (bacia), impulsionado por um motor (contração uterina). Na sua atitude habitual de
flexão da cabeça sobre o tronco e de entrecruzamento dos membros, que também se dobram,
o móvel assemelha-se a um ovoide – o ovoide fetal. Esse, por sua vez, é composto por dois
segmentos semidependentes: o ovoide cefálico (cabeça) e o córmico (tronco e membros).
Embora o ovoide córmico seja maior, seus diâmetros são facilmente redutíveis, tornando o
polo cefálico mais importante durante a parturição. O estudo da mecânica do parto, na
generalidade dos casos, e em essência, analisa os movimentos da cabeça, sob ação das
contrações uterinas, a transitar pelo desfiladeiro pelvigenital. O trajeto, ou canal da
parturição, estende-se do útero à fenda vulvar. Constituído por formações de diversas
naturezas, partes moles do canal do parto (segmento inferior, cérvice, vagina, região
vulvoperineal), o canal da parturição é sustentado por cintura óssea, também chamada de
pequena pelve, pequena bacia ou escavação

Quanto a duração normal de um parto, em mulheres sem analgesia, por exemplo, é normal
considerar a duração do período expulsivo de até 2 h em primíparas e 1 h em multíparas. Sob
anestesia peridural, essa duração se eleva para 3 h em primíparas e 2 h em multíparas.

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Apresentação fletida

É a região fetal que se localiza na área do estreito superior, ocupando-a em seu todo, e aí
tende a insinuar-se. Durante o parto, é sede de mecanismo bem determinado. É necessário ter
precisão terminológica: encontrando-se no estreito superior segmentos fetais, como pequenas
partes e funículo, não há elementos para caracterização de apresentação; constituem apenas
procidências. Em decorrência dos fatores determinantes da acomodação fetal, pode-se
observar transformação de uma apresentação por outra, fenômeno chamado de mutação ou
versão, e está ligado à rotação axial do feto. Até o 6 o mês de gestação a cabeça é encontrada
no fundo uterino, e depois, graças a essa rotação axial, o feto, por “cambalhota”, orienta o
polo cefálico para as porções inferiores do órgão, e aí se mantém.

Sob o ponto de vista do mecanismo do parto, o feto é o móvel ou objeto, que percorre o
trajeto (bacia), impulsionado por um motor (contração uterina). Na sua atitude habitual de
flexão da cabeça sobre o tronco e de entrecruzamento dos membros, que também se dobram,
o móvel assemelha-se a um ovoide – o ovoide fetal. Esse, por sua vez, é composto por dois
segmentos semidependentes: o ovoide cefálico (cabeça) e o córmico (tronco e membros).
Embora o ovoide córmico seja maior, seus diâmetros são facilmente redutíveis, tornando o
polo cefálico mais importante durante a parturição. O estudo da mecânica do parto, na
generalidade dos casos, e em essência, analisa os movimentos da cabeça, sob ação das
contrações uterinas, a transitar pelo desfiladeiro pelvigenital. O trajeto, ou canal da
parturição, estende-se do útero à fenda vulvar. Constituído por formações de diversas
naturezas, partes moles do canal do parto (segmento inferior, cérvice, vagina, região
vulvoperineal), o canal da parturição é sustentado por cintura óssea, também chamada de
pequena pelve, pequena bacia ou escavação. No seu transcurso através do canal parturitivo,
impulsionado pela contratilidade uterina e pelos músculos da parede abdominal, o feto é
compelido a executar certo número de movimentos, denominados mecanismo do parto. São
movimentos puramente passivos, e procuram adaptar o feto às exiguidades e às diferenças de
forma do canal. Com esses movimentos, os diâmetros fetais se reduzem e se acomodam aos
pélvicos. O mecanismo do parto tem características gerais constantes, que variam em seus
pormenores de acordo com o tipo de apresentação e a morfologia da pelve. Em 95 a 96% dos
casos, o parto processa-se com o feto em apresentação cefálica fletida – apresentação de
vértice. De todas as apresentações, esta é a menos sujeita a perturbações do mecanismo. Será

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estudado aqui apenas o mecanismo do parto fisiológico: apresentação cefálica fletida em
bacia ginecoide.

Tempos do mecanismo do parto

Embora os movimentos desse mecanismo sejam contínuos e entrelaçados, para facilitar sua
descrição, costuma-se dividi-los em vários tempos, com análise minuciosa de cada fase, a
saber:

 Insinuação;
 Descida e
 Desprendimento.

Insinuação
A insinuação (ou encaixamento) é a passagem da maior circunferência da apresentação
através do anel do estreito superior. Nessas condições, e pelo geral, está o ponto mais baixo
da apresentação à altura das espinhas ciáticas (plano “O” de DeLee). Tem como tempo
preliminar a redução dos diâmetros, o que, nas apresentações cefálicas, é conseguido pela
flexão (apresentação de vértice), ou deflexão (apresentação de face). Na apresentação pélvica,
a redução dos diâmetros é obtida aconchegando-se os membros inferiores sobre o tronco ou
desdobrando-se os mesmos, para baixo ou para cima.

Nas apresentações córmicas, a insinuação não ocorre com feto de tamanho normal, em
decorrência da grande dimensão dos diâmetros. Por isso, o parto pela via vaginal é
impossível. Mecanismos atípicos que promovem o parto transpélvico espontâneo podem ser
processados somente nos fetos mortos, ou de pequenas dimensões. Para que se processe a
insinuação, é necessário haver redução dos diâmetros da cabeça, o que será obtido pela
orientação de diâmetros e por flexão (Figura 13.4). No início dessa fase, a cabeça fetal
encontra-se acima do estreito superior da bacia, em flexão moderada, com a sutura sagital
orientada no sentido do diâmetro oblíquo esquerdo ou do transverso e com a pequena
fontanela (fontanela lambdoide) voltada para esquerda.

A flexão da cabeça pode ser explicada por três teorias, descritas a seguir. De acordo com a
teoria de Zweifel, a implantação da coluna cervical na base do crânio se faz mais para o lado

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occipital do que da face, criando a condição de uma alavanca de braços desiguais. A
contrapressão exercida pelo contato das bordas da pelve, representando forças iguais nos dois
extremos da alavanca, domina o braço mais longo, que corresponde à face, por isso esse
extremo sobe e o outro desce. A teoria de Lahs define que as pressões laterais exercidas sobre
a cabeça pelo canal do parto alcançam níveis diferentes, sendo o mais baixo o lado occipital.
A ação das linhas de força em sentido oposto resulta no abaixamento do occipital. A teoria de
Sellheim explica que mediante uma diferença de pressão atmosférica, quando um elipsoide
de rotação, colocado obliquamente ao seu eixo, progride através de um tubo reto, igual ao
canal do parto, o elipsoide dispõe-se de modo que seu eixo maior coincida com o eixo do
tubo.

Essas três teorias não se contradizem: explicam o mesmo fenômeno de maneiras diferentes.
Apenas Zweifel deixa entender que as forças atuantes na flexão da cabeça resultam do
contato com a reborda óssea da pelve, enquanto as outras duas teorias sugerem pressões
laterais das porções altas do canal mole (segmento inferior do útero).

Descida
Completando a insinuação, a cabeça migra até as proximidades do assoalho pélvico, onde
começa o cotovelo do canal. Até aí mantém a mesma atitude e conserva o mesmo sentido,
apenas exagerando um pouco a flexão. O ápice do ovoide cefálico atinge o assoalho pélvico,
e a circunferência máxima encontra-se na altura do estreito médio da bacia. A descida, na
realidade, ocorre desde o início do trabalho de parto e só termina com a expulsão total do
feto. Seu estudo, como tempo autônomo, tem apenas propósito didático, facilitando a
descrição. Durante esse mecanismo do parto, o movimento da cabeça é turbinal: à medida
que o polo cefálico roda, vai progredindo no seu trajeto descendente.

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Rotação interna da cabeça

Uma vez que a extremidade cefálica distenda e dilate, o conjunto musculoaponeurótico que
compõe o diafragma pélvico sofre movimento de rotação que levará a sutura sagital a se
orientar no sentido anteroposterior da saída do canal. A interpretação desse tempo do
mecanismo do parto tem sido motivo de grandes discussões. Por ser insubsistente, a ideia de
que a mudança de orientação da cabeça pudesse advir da forma e das dimensões do estreito
médio e inferior da bacia está praticamente abandonada. As explicações a seguir são mais
compreensíveis:

O assoalho pélvico, principalmente depois de distendido pela cabeça fetal, é côncavo para
cima e para diante, escavado em forma de goteira. Apresenta planos inclinados laterais por
onde o feto desliza ao nascer. A fenda vulvar limitada, em cima, pelo arco inferior do púbis e
para os lados e para baixo pelo diafragma pélvico, apresenta forma ovalar, com o eixo maior
no sentido anteroposterior, quando totalmente distendida. Ao forçar a distensão do assoalho
pélvico, a cabeça fetal desliza nas paredes laterais (planos inclinados) e roda para acomodar
seus maiores diâmetros aos mais amplos da fenda vulvar.

Segundo Sellheim, sob a ação das pressões da parede uterina no período expulsivo, o feto fica
transformado em cilindro, com flexibilidade variável, em seus diversos segmentos, cada um
dos quais apresenta um facilimum e um dificilimum de flexão. Para a cabeça, o facilimum de
flexão é em direção do dorso (occipital) e o dificilimum no sentido da face, porque o mento
relaciona-se com o manúbrio esternal. O facilimum de flexão dos segmentos torácico e
pélvico corresponde às faces laterais do corpo.

Com base em experiências feitas com um aparelho idealizado por ele, Sellheim estabeleceu a
seguinte lei: “Um cilindro dotado de flexibilidade desigual e posto de modo a que possa girar
sobre seu eixo, ao ser submetido a uma força que lhe determine o encurvamento, realizará
movimento de rotação até dispor o plano mais flexível na direção em que tem de se realizar
dito encurvamento.”

Aplicada esta lei ao trabalho de parto, verifica-se que o cilindroide fetal, para transpor o
cotovelo do canal de parto, quer o occipital esteja orientado no sentido oblíquo ou transverso
da pelve, será compelido a sofrer movimento de rotação, capaz de dirigir o seu facilimum de
flexão de modo que o occipital entre em contato com a sínfise pubiana. Segundo a mesma lei,

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a passagem das espáduas só se fará com movimento de rotação que oriente o facilimum de
flexão desse segmento também no rumo da curvatura do canal, o que forçará as espáduas a se
orientarem no sentido anteroposterior, já que o facilimum de flexão desse segmento é lateral.

Insinuação das espáduas


Simultaneamente com a rotação interna da cabeça, e com sua progressão no canal, verifica-se
penetração das espáduas através do estreito superior da bacia. O diâmetro biacromial, que
mede 12 cm, é incompatível com os diâmetros do estreito superior, porém, no período
expulsivo, sofre redução apreciável porque os ombros se aconchegam, forçados pela
constrição do canal, e se orienta no sentido de um dos diâmetros oblíquos ou do transverso
daquele estreito. À medida que a cabeça progride, as espáduas descem até o assoalho pélvico.

Desprendimento
Terminado o movimento de rotação, o suboccipital coloca-se sob a arcada púbica; a sutura
sagital orienta-se em sentido anteroposterior. Dada a curvatura inferior do canal do parto, o
desprendimento ocorre por movimento de deflexão. A nuca do feto apoia-se na arcada púbica
e a cabeça oscila em torno desse ponto, em um movimento de bisagra. Com o maior diâmetro
do ovoide cefálico (occipitomentoniano) continuando orientado no sentido do eixo do canal,
a passagem da cabeça através do anel vulvar deve ser feita pelos diâmetros anteroposteriores,
de menores dimensões originados do suboccipital. Essa região acomodase, assim, à arcada
inferior da sínfise, em redor da qual a cabeça vai bascular para o desprendimento. Com o
movimento de deflexão, estando o suboccipital colocado sob a arcada púbica, liberta-se o
diâmetro suboccipitobregmático, seguido pelo suboccipitofrontal, suboccipitonasal e, assim
por diante, até o completo desprendimento.

Rotação externa da cabeça


Imediatamente após desvencilhar-se, livre agora no exterior, a cabeça sofre novo e ligeiro
movimento de flexão, pelo seu próprio peso, e executa rotação de 1/4 a 1/8 de circunferência,
voltando o occipital para o lado onde se encontrava na bacia. É um movimento simultâneo à
rotação interna das espáduas, por ela causado, e conhecido como restituição (faz restituir o
occipital à orientação primitiva).

Rotação interna das espáduas


Desde sua passagem pelo estreito superior da bacia, as espáduas estão com o biacromial
orientado no sentido do oblíquo direito ou do transverso da bacia. Ao chegarem ao assoalho
pélvico, e por motivos idênticos aos que causaram a rotação interna da cabeça, as espáduas
também sofrem movimento de rotação, até orientarem o biacromial na direção

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anteroposterior da saída do canal. O ombro anterior coloca-se sobre a arcada púbica; o
posterior, em relação com o assoalho pélvico, impelindo para trás o cóccix materno.

Desprendimento das espáduas


Nessa altura, tendo o feto os braços cruzados para diante do tórax, a espádua anterior
transpõe a arcada púbica e aparece através do orifício vulvar, onde ainda se encontra
parcialmente recoberta pelas partes moles.

Para libertar o ombro posterior, e tendo de acompanhar a curvatura do canal, o tronco sofre
movimento de flexão lateral, pois o facilimum de flexão desse segmento é no sentido lateral
do corpo. Continuando a progredir em direção à saída, com o tronco fletido lateralmente,
desprendese a espádua posterior.

O restante do feto não oferece resistência para o nascimento, embora possa obedecer ao
mesmo mecanismo dos primeiros segmentos fetais.

Duração normal do trabalho de parto


Na primíparas, a fase latente dura, em média, 20 h; nas multíparas, 14 h. O parto
propriamente dito (fase ativa) tem o período de dilatação completo em torno de 12 h, nas
primíparas, e de 7 h nas multíparas; a expulsão leva, respectivamente, 50 e 20 min. Contudo,
com a assistência ativa à parturição (descrita a seguir), a maioria dos partos normais ocorre
dentro de 6 h. Em mulheres sem analgesia, por exemplo, é normal considerar a duração do
período expulsivo de até 2 h em primíparas e 1 h em multíparas. Sob anestesia peridural, essa
duração se eleva para 3 h em primíparas e 2 h em multíparas.

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Conclusão
Com base em experiências feitas com um aparelho idealizado por ele, Sellheim estabeleceu a
seguinte lei: “Um cilindro dotado de flexibilidade desigual e posto de modo a que possa girar
sobre seu eixo, ao ser submetido a uma força que lhe determine o encurvamento, realizará
movimento de rotação até dispor o plano mais flexível na direção em que tem de se realizar
dito encurvamento.” Aplicada esta lei ao trabalho de parto, verifica-se que o cilindroide fetal,
para transpor o cotovelo do canal de parto, quer o occipital esteja orientado no sentido
oblíquo ou transverso da pelve, será compelido a sofrer movimento de rotação, capaz de
dirigir o seu facilimum de flexão de modo que o occipital entre em contato com a sínfise
pubiana. Segundo a mesma lei, a passagem das espáduas só se fará com movimento de
rotação que oriente o facilimum de flexão desse segmento também no rumo da curvatura do
canal, o que forçará as espáduas a se orientarem no sentido anteroposterior, já que o
facilimum de flexão desse segmento é lateral.

Nas apresentações córmicas, a insinuação não ocorre com feto de tamanho normal, em
decorrência da grande dimensão dos diâmetros. Por isso, o parto pela via vaginal é
impossível. Mecanismos atípicos que promovem o parto transpélvico espontâneo podem ser
processados somente nos fetos mortos, ou de pequenas dimensões. Para que se processe a
insinuação, é necessário haver redução dos diâmetros da cabeça, o que será obtido pela
orientação de diâmetros e por flexão.

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Referências Bibliográficas

Rezende Obstetrícia Fundamental/Carlos Antonio Barbosa Montenegro; Jorge de Rezende


Filho. – 13. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014

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