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CURSO DE DIREITO
PROCESSO CIVIL DE CONHECIMENTO – DIR4NA
PROF. ME. RAFAEL ALBUQUERQUE
Juliana, residente em Belém do Pará, possuía plano no convênio Saúde Para Todos, no qual
lhe dava direito a enfermaria, além disso, ela é fisioterapeuta e como sempre sonhou em ter
parto normal, realizou um curso de terapia pélvica para evitar complicações no parto, ela
realizou também a contratação da Doula Sâmara Farias Evangelista para lhe acompanhar na
hora do parto.
Por conta de sua gravidez, Juliana precisou sair do trabalho e no presente a única renda
familiar é do seu marido que trabalho como motorista de aplicativo.
Na sua 37ª semana de gestação, Juliana deu entrada no Hospital Santa Maria para dar à luz
ao seu primeiro filho no dia 16/09/2019 às 15h:08m, sendo acompanhada pela Médica July
Jenny Blas Rosales, às 17h:20m fora constatado a perda de líquido amniótico e às 18h:30m
foi administrado o fármaco Prostokos 25mg via vaginal, sendo ministrado novamente às
00:00, às 23h:00 do dia 16 /09/2019, Juliana já havia começado a sentir dores, às 01h:44m
do dia 17/09/2019, a Doula chegou ao Hospital Santa Maria para acompanhar o parto, às
03h:30m, observou que o RN estava quase nascendo. Nesse momento a Doula se dirigiu até
a banca da enfermagem e solicitou que o enfermeiro requisitasse a presença da obstetra,
pois era perceptível que Juliana estava entrando em trabalho de parto.
Desde que fizera a primeira súplica pelo chamado da obstetra, não houve qualquer retorno
da médica, obrigando a Doula a se dirigir novamente ao enfermeiro de plantão, que em
resposta, afirmou que já havia chamado e ligado para a médica, contudo, não obteve
resposta. A Doula insistiu mais uma vez para que a obstetra fosse chamada e, em seguida,
voltou ao apartamento, desta vez já encontrando a Juliana com o quadril completamente
distendido e com o "pé da barriga" inchado. Durante esses acontecimentos, em momento
algum foram adotados qualquer procedimento por parte da equipe do Hospital para
aferição da dilatação e, tampouco, fora preenchido o formulário chamado de "Check-list
Parto Seguro - Fase Intra- Operatório", conforme o prontuário. No total, foram 04 (quatro)
tentativas de solicitar a presença de algum médico obstetra, contudo, todas frustradas, até
que na quinta tentativa, a Doula afirmou energicamente ao enfermeiro que a parturiente
estava no banheiro do apartamento hospitalar e o feto já estava "coroando".
Por estar impossibilitada de ser levada ao centro cirúrgico, não havia outra opção senão
realizar o trabalho de parto no banheiro do apartamento, com a parturiente de cócoras,
circunstância que agravou a laceração de sua genitália, além de estar em um ambiente
completamente insalubre, contaminado e com mau cheiro, já que a médica em comento
não possui nenhuma especialização, tampouco em ginecologia e obstetrícia, conforme se
depreende de seu cadastro retirado do site do CRM. Tamanha foi a gravidade da lesão,
devidamente relatada no Prontuário Médico no campo "ELIMINAÇÕES", que a Autora teve
que ser medicada com Oxiton 5 UI/mL solução injetável, fármaco indicado na literatura
médica para redução da perda sanguínea. Como se não fosse suficiente todo o ocorrido
relatado, quando Juliana foi até o Hospital solicitar o seu prontuário, o Hospital demorou,
aproximadamente, 20 (vinte) dias úteis para entregá-lo. Tempo suficiente para análise e
alteração de qualquer problemática constante neste, demonstrando a vulnerabilidade e a
hipossuficiência da Juliana.
Juliana procurou seu escritório de advocacia com o objetivo de propor demanda judicial
para reparar os danos sofridos, sendo certo que os acontecimentos lhe geraram graves
abalos psíquicos.