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Curso Teórico de Manejo

do Aleitamento Materno

Conteudistas
Amanda Souza Moura
Ariane Tiago Bernardo de Matos
Elsa Regina Justo Giugliani
Lilian Cordova do Nascimento
Renara Guedes Araújo

Unidade 3
PROMOVENDO, PROTEGENDO E
APOIANDO A AMAMENTAÇÃO NO
PARTO E NASCIMENTO
UNIDADE 3
PROMOVENDO, PROTEGENDO E APOIANDO A
AMAMENTAÇÃO NO PARTO E NASCIMENTO
Pretende-se, nesta unidade, demonstrar as “Boas Práticas” no trabalho
de parto e todo o processo envolvido nessa ação, no intuito de favorecer
a autoconfiança e reduzir os obstáculos, buscando analisar as alterações
tanto psicológicas quanto sociais que envolve a gestante. A partir de uma
vivência personificada, pretende-se compreender a relevância de tal
prática, além de perceber como um ato tão natural e vantajoso para todos
pode ser positivo na saúde da mãe e do bebê.

OBJETIVOS
Apresentar os cuidados de Boas Práticas no trabalho de parto e na
primeira mamada do bebê, preparando o profissional de saúde para
garantir todas as condições essenciais envolvidas nesse processo,
mantendo o controle sobre as possíveis alterações psicológicas e sociais
que podem afetar a saúde física e mental da gestante.
AULA 1 - BOAS PRÁTICAS NA ATENÇÃO AO PARTO
E NA PRIMEIRA MAMADA

Nesta aula, vamos acompanhar Juliana em seu trabalho de parto. Vamos lá?

Dois dias antes de Juliana completar


41 semanas de gestação, ela acordou de
madrugada sentindo contrações, com um
leve desconforto na região lombossacra.
Lembrou das orientações que ouviu no
grupo de gestantes sobre os sinais de
início de trabalho de parto.

Sabia que deveria esperar até as


contrações ficarem mais frequentes para
ter certeza de que estava em trabalho
de parto. Ela preferiu não acordar seu
companheiro nesse momento, caminhou um
pouco dentro de casa e foi conferir se
havia colocado na mala com suas roupas e
as de Alice, pronta há 2 semanas, tudo que
poderia precisar.

Quando Fernando
acordou, 3 horas
depois, as contrações
estavam um pouco mais
desconfortáveis e mais
frequentes.

Fernando ajudou Juliana a


controlar a frequência das
contrações, que vinham a cada
7 minutos. Juliana estava com
fome, e os dois tomaram o café
da manhã e conversaram sobre
o dia cheio de expectativas que
estava começando.

Duas horas mais tarde as


contrações vinham a cada
4-5 minutos e o desconforto
de Juliana estava maior. Ela
sentia que Alice estava mais
quietinha e que sua cabecinha
pressionava a sua bexiga.

Quando o casal se preparava


para sair de casa para ir ao
hospital, a bolsa amniótica
rompeu, molhando a roupa de
Juliana e o tapete da sala. O
líquido era claro, o que deixou
Fernando mais tranquilo, pois
sabia que essa cor era um bom
sinal. Eles sabiam que o parto
estava próximo, então Juliana
trocou de roupa e saíram.

No hospital, foi constatado


que Juliana estava com 5 cm de
dilatação e que Alice estava com
batimentos cardíacos normais.
Juliana e Fernando conversaram
com o profissional de saúde
sobre seu plano de parto.

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Vamos conhecer esse plano de parto?

O PLANO DE PARTO QUE JULIANA E FERNANDO ESCREVERAM PREVIA:

• A presença de Fernando em todos os momentos.

• Juliana ter liberdade de andar e se movimentar durante o trabalho de parto.

• Que fossem evitados procedimentos invasivos como indução do parto e


episiotomia.

• Que o parto ocorresse no quarto PPP (pré-parto, parto e pós-parto).

• Que Juliana pudesse escolher a posição para o parto.

• Que o bebê fosse colocado em contato pele a pele e ficasse com Juliana e
Fernando imediatamente após o nascimento.

• Que o bebê tivesse a oportunidade de mamar ainda na primeira hora de vida.

• Que não fosse realizado nenhum procedimento desnecessário no bebê.

O profissional de saúde tranquilizou o casal dizendo que tudo


que eles planejaram poderia acontecer, e que se houvesse
a necessidade de alguma intervenção, isso seria explicado e
combinado entre eles e a equipe de saúde.

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Com as contrações cada vez mais frequentes, chegou a hora do
parto. Tudo aconteceu rapidamente, como Juliana e Fernando haviam
planejado. O preparo do casal, o ambiente tranquilo e acolhedor e
a equipe de saúde respeitosa e cuidadosa favoreceram que Juliana
tivesse um parto normal, sem episiotomia nem lesões perineais.

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AULA 2 - BOAS PRÁTICAS EM SALA DE PARTO
VOLTADAS AO RECÉM NASCIDO

Alice nasceu!!! Nasceu pesando 3.420 g, e


não precisou de nenhuma intervenção por
parte do pediatra. Imediatamente após o
nascimento, Alice foi colocada em contato
pele a pele com Juliana, sem interrupção,
durante toda a primeira hora de vida.

Você conhece a importância desse contato?

O CONTATO PELE A PELE


NA PRIMEIRA HORA DE VIDA

Contato pele a pele é uma prática essencial para a promoção do vínculo


entre mãe e bebê e a amamentação. É uma técnica segura, barata e com
comprovados benefícios a curto e longo prazo para a dupla mãe-bebê.
Consiste em colocar o bebê com o corpo seco e sem roupa (pode-se
colocar uma touca para o bebê não perder calor pelo couro cabeludo)
em posição prona sobre o abdômen/tórax desnudo da mãe, cobrindo o
bebê com um lençol ou cobertor. Veja no box, a seguir, as diversas con-
tribuições do contato pele a pele, após o nascimento do bebê.

Importância do contato pele a pele após o nascimento


• Melhora a efetividade da primeira mamada e reduz o tempo de obtenção
de sucção efetiva.
• Aumenta a prevalência e duração da amamentação.
• Contribui para a formação do vínculo da mãe com o bebê
• Reduz o choro do bebê.
• Promove a estabilidade cardiorrespiratória.
• Favorece a colonização da pele do recém-nascido pela microbiota da mãe.
• Facilita a regulação da temperatura corporal do bebê.
• Mantém estáveis os níveis de glicose do recém-nascido.
• Melhoram os comportamentos de afeto e vínculo da mãe.
• Diminui a dor causada pelo ingurgitamento mamário.

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Passados três minutos após o parto, quando o cordão umbilical não
estava mais pulsando, o profissional que assistiu o parto perguntou
se Fernando queria cortar o cordão, e ele prontamente aceitou.

Mas você sabe por que é recomendado esperar que o cordão pare de pul-
sar para ser clampeado? Veja no quadro abaixo os benefícios desta prática.

Quadro 1 - Benefícios do clampeamento do cordão umbilical para o


recém-nascido.
Fonte: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/alem_sobrevivencia_atencao_parto.pdf.
Acesso em: 01 dez. 2020.

Um membro da equipe auxiliou Juliana a colocar Alice em uma


posição que favoreça a amamentação.

Caro aluno, você sabe como ajudar a mãe na primeira mamada? Vamos
conhecer algumas práticas importantes neste momento? Então, veja, a
seguir, algumas recomendações.

COMO AJUDAR NA PRIMEIRA MAMADA

• Ofereça tempo e atmosfera calma.

• Ajude a mãe a encontrar uma posição favorável.

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• Ajude a mãe a reconhecer os comportamentos do bebê antes da mamada:
breve descanso em estado alerta para se acostumar ao novo ambiente;
Mãos à boca; Tentativas de sucção, sons; Toca o mamilo com a mão; Caso
exista oportunidade, movimenta-se em direção à mama, foca na área escu-
ra da mama (aréola) e pega a mama com a boca bem aberta.

• Não exerça pressão sobre a mãe ou o bebê. Evite apressar o bebê para a
mama ou empurrar a mama para a boca do bebê. A primeira tentativa de
mamada deve ser considerada uma introdução à mama e não uma refeição.

Assista o vídeo 3 na plataforma AVASUS e conheça melhor o manejo da


primeira mamada.

VÍDEO 3: Primeira Mamada

Retomando nosso caso de estudo…

Depois de alguns minutos nessa posição, Alice começou a lamber


os mamilos de Juliana e um pouco depois começou a sugar, para
alegria dos pais e de todos os profissionais que as acompanham.

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Você sabia que a amamentação na primeira hora de vida é recomendada
pelo Organização Mundial da Saúde?

Você sabia?
Razões para a amamentação na primeira hora de vida?

• Diminui a morbidade e mortalidade neonatal.


• Maior duração do aleitamento materno.
• Maior duração do aleitamento materno exclusivo.
• Estimula a liberação da ocitocina, provocando contração uterina.

Caro aluno, agora assista o vídeo 4 sobre “Iniciativa Hospital Amigo da


Criança” na plataforma. O vídeo foi produzido pelo Ministério da Saúde
e aborda a importância do contato pele e pele ainda na sala de parto.

VÍDEO 4: Iniciativa Hospital Amigo da Criança

Você aprendeu como apoiar a mulher que teve parto vaginal a amamen-
tar na sala de parto. E quando a mulher tiver sido submetida a uma cesa-
riana? Você sabe como proceder? Vejamos, a seguir, as recomendações.

COMO AJUDAR A AMAMENTAÇÃO NA SALA DE PARTO APÓS UMA CESARIANA

• Encoraje a mãe a ter contato pele a pele o mais precocemente possível des-
de que mãe e bebê estejam em boas condições. Em geral, mães submetidas
à anestesia raquidiana ou peridural são capazes de responder imediatamen-
te ao seu bebê.

• Se a mãe recebeu anestesia geral, ela pode estar sonolenta ou sob o efeito
da anestesia. Nesse caso, o pai ou outro acompanhante pode fazer o conta-
to pele a pele até que a mãe esteja em condições de fazê-lo, ajude a mulher
a encontrar uma posição confortável.

• Auxilie o início da amamentação quando mãe e bebê mostrarem sinais de


estarem prontos. Com apoio, o bebê pode ir à mama mesmo que a mãe
esteja sonolenta por causa da anestesia.

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Depois dos procedimentos necessários de sala de parto e pós-
parto imediato, Juliana e Alice foram liberadas para o alojamento
conjunto, sempre em companhia de Fernando.

ATIVIDADE AVALIATIVA UNIDADE 3

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