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do Aleitamento Materno
Conteudistas
Amanda Souza Moura
Ariane Tiago Bernardo de Matos
Elsa Regina Justo Giugliani
Lilian Cordova do Nascimento
Renara Guedes Araújo
Unidade 4
PROMOVENDO, PROTEGENDO E
APOIANDO A AMAMENTAÇÃO NA
MATERNIDADE
UNIDADE 4
PROMOVENDO, PROTEGENDO E APOIANDO A
AMAMENTAÇÃO NA MATERNIDADE
Esta unidade dispõe de informações e práticas favoráveis e desfavoráveis
durante a amamentação, desmistificando crenças e atitudes que podem
prejudicar esse ato e ajudando a diagnosticar situações em que o bebê
ou a mãe apresente dificuldades durante esse processo. Embasa-se no
preparo do profissional, instruindo-o adequadamente para tranquilizar as
nutrizes quanto à importância do aleitamento materno, evitando que a
mãe decida oferecer alimentos suplementares desnecessários, bem como
fazê-la compreender a introdução desses, quando isso for indispensável
(situações em que o bebê, temporariamente ou definitivamente, não pode
ser amamentado). Além disso, pretende ajudar o profissional a preparar a
família para a alta da maternidade. Dessa forma, o ambiente familiar deve
oferecer os cuidados necessários para a mãe e para o bebê.
OBJETIVOS
Oferecer orientações e aconselhamentos para o sucesso da amamentação,
fortalecendo a segurança da mãe e garantindo bons resultados no
crescimento e desenvolvimento do bebê, contínuo à alta da maternidade.
AULA 1 - CONHECIMENTOS BÁSICOS SOBRE A
AMAMENTAÇÃO
42
Atenção
Atenção!
Não é necessário o profissional apertar o seio da mãe para
verificar se ela está produzindo colostro.
43
O profissional mostrou à Juliana e Fernando as fotos de algumas posi-
ções contidas em um álbum.
Veja a seguir:
44
Figura 3 - Posição Cavalinho.
45
Você sabia?
Laid-back breastfeeding é um jeito de amamentar mais des-
contraído. A expressão inglesa laidback significa, na língua
portuguesa, devagar, relaxado, calmo, sem pressa. Em uma
tradução literal, laid-back breastfeeding seria amamentação
descontraída, tranquila.
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Para uma compreensão ainda maior, assista o vídeo 5 na plataforma.
Nele será retratado uma mãe praticando a Laid-Back Position. Vamos lá?
Você sabe o que é mais importante para a mulher ter bastante leite?
Vamos testar seus conhecimentos? Acesse a plataforma AVASUS e res-
ponda à questão marcando a resposta que você acha ser a mais correta.
TESTE
47
É comum as mulheres acharem que o seu leite é fraco por causa da cor.
Por isso, é importante saber que todo leite materno é adequado para a
criança, independente do seu aspecto, e que a sua cor e a sua composi-
ção podem variar dependendo da dieta da mãe e, também, do momento
de uma mamada. Em uma mamada, o leite que sai primeiro pode pare-
cer “ralo” ou “fraco”, mas esse leite é muito rico em anticorpos para pro-
teger a criança de infecções, além de água e sais minerais. Depois de a
criança mamar por algum tempo, o leite pode ficar mais esbranquiçado
e, mais para o final da mamada, mais amarelado. Isso porque esse leite,
chamado de “leite posterior” contém mais gorduras. Por isso, é impor-
tante que a mãe deixe a criança mamar bastante em uma mama antes
de oferecer a outra, para que o bebê possa se beneficiar de tudo que o
leite materno tem para oferecer.
Fonte: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_aleitamento_
materno_cab23.pdf (p. 29)
48
A concentração de gordura no leite aumenta no decorrer de
uma mamada. Assim, o leite do final da mamada (chamado leite
posterior) é mais rico em energia (calorias) e sacia melhor a criança,
daí a importância de a criança esvaziar bem a mama.
O leite humano possui numerosos fatores imunológicos que prote-
gem a criança contra infecções. A IgA secretória é o principal anticorpo,
atuando contra microrganismos presentes nas superfícies mucosas.
Os anticorpos IgA no leite humano são um reflexo dos antígenos
entéricos e respiratórios da mãe, ou seja, ela produz anticorpos contra
agentes infecciosos com os quais já teve contato, proporcionando,
dessa maneira, proteção à criança contra os germens prevalentes
no meio em que a mãe vive. A concentração de IgA no leite materno
diminui ao longo do primeiro mês, permanecendo relativamente
constante a partir de então.
49
Juliana disse que havia entendido, mas tinha outra dúvida: como
saber se Alice está recebendo todo o leite que precisa?
50
Continuando nosso caso de estudo, com a ajuda de uma mama cobaia,
chegou a hora de o profissional mostrar a Juliana e Fernando onde e
como o leite materno é produzido e fornecido para a criança. Leia a
explicação a seguir.
51
Quando, por qualquer motivo, o esvaziamento das mamas é
prejudicado, pode haver diminuição na produção do leite, por
inibição mecânica e química. O leite contém os chamados “peptí-
deos supressores da lactação”, que são substâncias que inibem a
produção do leite. A sua remoção contínua com o esvaziamento
da mama garante a reposição total do leite removido. Outro meca-
nismo local que regula a produção do leite, ainda não totalmente
conhecido, envolve os receptores de prolactina na membrana
basal do alvéolo. À medida que o leite se acumula nos alvéolos,
a forma das células alveolares fica distorcida e a prolactina não
consegue se ligar aos seus receptores, criando assim um efeito
inibidor da síntese de leite (VAN VELDHUIZEN-STAAS, 2007).
Grande parte do leite de uma mamada é produzida enquanto
a criança mama, sob estímulo da prolactina. A ocitocina, liberada
principalmente pelo estímulo provocado pela sucção da criança,
também é disponibilizada em resposta a estímulos condicionados,
tais como visão, cheiro e choro da criança, e a fatores de ordem
emocional, como motivação, autoconfiança e tranquilidade. Por
outro lado, a dor, o desconforto, o estresse, a ansiedade, o medo,
a insegurança e a falta de autoconfiança podem inibir a libera-
ção da ocitocina, prejudicando a saída do leite da mama. Nos
primeiros dias após o parto, a secreção de leite é pequena, e vai
aumentando gradativamente: cerca de 40-50 mL no primeiro
dia, 300-400 mL no terceiro dia, 500-800 mL no quinto dia, em
média (CASEY, 1986).
Na amamentação, o volume de leite produzido varia, depen-
dendo do quanto a criança mama e da frequência com que mama.
Quanto mais volume de leite e mais vezes a criança mamar, maior
será a produção de leite. Uma nutriz que amamenta exclusiva-
mente produz, em média, 800 mL por dia. Em geral, uma nutriz
é capaz de produzir mais leite do que a quantidade necessária
para o seu bebê.
52
Figura 5 - Local da pega correta do bebê
Juliana, você
me permite
Após essa observar a
explicação, Alice mamada?
acorda e dá sinais
de que quer
mamar.
Claro.
Com o consentimento
de Juliana, foi feita a
observação da mamada.
Antes disso, o profissional
explicou à Juliana e
ao Fernando porque é
importante a criança mamar
com técnica adequada
53
Importância de uma técnica adequada durante a mamada
• Retira com mais eficiência o leite da mama, ingerindo mais leite e gastando
menos tempo na mamada. Como consequência, o ganho de peso é melhor.
• Tem menos chance de machucar os mamilos da mãe.
Vamos ver, agora, quais os principais itens que temos que observar em
uma mamada.
ITENS DE POSICIONAMENTO
Quatro pontos chave de um posicionamento adequado
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ITENS DA PEGA
Quatro pontos chave de uma pega adequada
Boca aberta
como “boquinha
Grande parte da de peixe”
aréola na boca do
bebê, e não Nariz não
apenas o mamilo encosta no
seio e respira
livremente
Queixo
encostado
Bochecha
no seio
enche quando
suga o leite
Barriga e tronco
do bebê voltados Lábios virados
para a mãe para fora
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• A língua do bebê encontra-se sobre a gengiva inferior?
• A língua do bebê está curvada para cima nas bordas laterais?
• O bebê mantém-se fixado à mama, sem escorregar ou largar o mamilo?
• As mandíbulas do bebê estão se movimentando?
• A deglutição é visível e/ou audível?
Agora que você já sabe os itens que devem ser observados em uma
mamada, vamos realizar uma atividade na plataforma AVASUS. Acesse a
plataforma e responda à questão solicitada.
ATIVIDADE INTERATIVA
Saiba mais
Assista ao vídeo “Amamentar é muito mais que alimentar a criança”,
do Ministério da Saúde, que aborda a técnica da amamentação.
https://www.youtube.com/watch?v=i31VEa--XpE.
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AULA 2 - PRÁTICAS QUE DEVEM SER EVITADAS
DURANTE A AMAMENTAÇÃO
Nesta aula, vamos abordar as práticas que devem ser evitadas durante a
amamentação, por terem o potencial de prejudicar a amamentação. Vamos
retomar nosso caso de estudo e pensar um pouco mais sobre essas práticas?
Vamos fazer uma reflexão e pensar sobre nossas práticas? Então, caro
aluno, liste numa folha de papel as práticas que você acha que deve-
riam ser evitadas durante a amamentação. Compare a sua lista com a
que você vai encontrar na explicação a seguir. Talvez você não encontre
nessa lista alguma prática que você tenha citado, pois iremos abordar
apenas algumas, as mais comuns.
Essas são algumas práticas que devem ser evitadas durante a amamen-
tação e que foram discutidas com Juliana e Fernando. Vamos conhecer?
57
a criança pode fazer um intervalo maior entre as mamadas se receber
esse leite, pois por ser de mais difícil digestão, deixa a criança saciada
por mais tempo. Mas os riscos à saúde da criança e à própria amamen-
tação não justificam essa prática. Na Aula 4 trataremos do uso de suple-
mentos na maternidade.
58
Principais efeitos negativos do uso de chupeta na saúde da
criança amamentada
59
TABAGISMO
As substâncias nocivas do cigarro, além de serem prejudiciais à mulher,
passam para o leite materno. Por isso, as mulheres devem evitar o fumo
durante a amamentação. Se, apesar de todos os esforços, a mulher não
conseguir parar de fumar durante a amamentação, alguns cuidados
devem ser tomados para minimizar eventuais danos à criança: fumar o
menor número de cigarros que conseguir; fumar logo após as mamadas
para dar um intervalo entre o fumo e a mamada seguinte; e não expor
a criança à fumaça do cigarro. Apesar da mulher ser fortemente desen-
corajada a fumar durante a amamentação, acredita-se que o risco de
fumar e amamentar seja menor que o risco de desmamar a criança por
causa do cigarro. O profissional pode ajudar as mulheres fumantes a
pararem de fumar encaminhando-as ao Programa Nacional de Combate
ao Tabagismo do SUS para tratar a dependência ao cigarro.
CONSUMO DE ÁLCOOL
O consumo de álcool pela mãe é desaconselhado durante a amamen-
tação, pois as substâncias passam para o leite materno. Por isso, se a
mulher que amamenta ingerir álcool, recomenda-se que ela fique um
tempo sem amamentar até que o álcool seja metabolizado pelo organis-
mo. Esse tempo varia dependendo do peso da mulher e da quantidade
de álcool ingerida. Porém, de uma maneira geral, recomenda-se que a
mulher fique 2 horas sem amamentar para cada drink consumido. Um
drink corresponde a 340 mL de cerveja, 141,7 mL de vinho, 42,5 mL de
bebidas destiladas. Como nem sempre a criança pode esperar esse tem-
po, o melhor mesmo é não beber ou então a mulher retira leite antes de
consumir álcool para oferecer à criança durante o período em que não é
recomendado amamentar por causa do álcool.
60
janela de oportunidade para apoiar as mulheres a enfrentarem a depen-
dência química. A possibilidade de amamentar costuma ser uma motiva-
ção para o tratamento.
AUTOMEDICAÇÃO
A maioria dos remédios pode ser consumida pela mulher que amamen-
ta. No entanto, alguns não são recomendados, pois podem passar para
o leite e afetar a criança. Por isso, é importante que a mulher não se
automedique. Mais detalhes sobre o uso de medicamentos durante a
amamentação serão vistos na Aula 5.
AMAMENTAÇÃO CRUZADA
Amamentação cruzada é quando uma mulher amamenta o filho de
outra pessoa ou oferece o seu leite diretamente para outra criança, sem
passar por um Banco de Leite Humano. Essa prática não é recomendada
por causa do risco de transmissão de doenças pelo leite materno, como,
por exemplo, o vírus da AIDS. Mesmo se esta mãe estiver com os exames
normais ou se teve uma gravidez tranquila, ela pode estar em uma jane-
la imunológica de alguma doença que possa ser transmitida pelo leite
materno, e esse bebê correr o risco de contrair alguma doença.
61
Retomando nosso caso de
estudo, o profissional de
saúde, após certificar-se que
Juliana e Fernando não tinham
dúvidas, despediu-se do casal e
combinou que voltaria à tarde
para conversar com eles na
alta de Juliana e Alice, pois até
o momento não havia nenhuma
intercorrência que justificasse
a permanência delas na
maternidade.
62
AULA 3 - AVALIAÇÃO DO FRÊNULO LINGUAL
(“LÍNGUA PRESA”)
Nesta aula, você vai receber informações sobre avaliação do frênulo lin-
gual. Você sabe para que serve essa avaliação?
63
K
Você sabia?
Existe uma lei (Lei nº 13.002, de 20 de junho de 2014) que define
a obrigatoriedade de aplicação do Protocolo de Avaliação do
Frênulo da Língua em Bebês em todos os hospitais e maternida-
des do país. Para conhecê-la, acesse: http://www.planalto.gov.br/
CCIVIL_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13002.htm.
64
Continuando nosso caso de estudo, foi explicado a Juliana e Fernando
o que é a avaliação do frênulo lingual e para que serve. Antes de
autorizarem o teste, o casal quis saber como era feita a avaliação.
O profissional explicou que existe mais de uma maneira de avaliar
se a criança tem língua presa, mas que naquela maternidade eles
usavam um teste muito simples chamado “Protocolo de Bristol”,
que não causaria nenhum desconforto a Alice.
ANQUILOGLOSSIA E AMAMENTAÇÃO
A anquiloglossia tem sido apontada como um dos fatores que pode inter-
ferir na amamentação, diminuindo a habilidade do recém-nascido para
fazer a pega, assim dificultando o esvaziamento da mama e causando
desconforto nas mães durante a amamentação. Embora as evidências
sobre a associação entre anquiloglossia e dificuldades na amamentação
não sejam robustas, alguns testes de triagem da anquiloglossia têm sido
propostos, a fim de facilitar a identificação de alterações no frênulo lin-
gual que potencialmente podem interferir na amamentação.
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Os profissionais que integram a rede de assistência à saúde e de uni-
dades de saúde das universidades precisam estar qualificados na ava-
liação do frênulo lingual utilizando o Protocolo Bristol, assim reduzirá o
sobrediagnóstico e evitar iatrogenias no âmbito do SUS, promovendo as
melhores condições para a manutenção da amamentação exclusiva.
AVALIAÇÃO DA MAMADA
A conduta frente a uma suspeita de anquiloglossia deve sempre levar
em consideração se essa condição está interferindo ou não na amamen-
tação. Dessa forma, reitera-se a importância da avaliação da mamada
como procedimento rotineiro a ser realizado pelos profissionais de saú-
de que atendem o binômio mãe-bebê. Veja a seguir.
66
Voltando ao nosso caso de estudo, Fernando quis saber o que
aconteceria com Alice caso a avaliação detectasse língua presa. O
profissional respondeu que se a língua presa fosse grave, estaria
indicado um procedimento para liberar a língua, de preferência já
na maternidade. Mas se houvesse língua presa leve ou moderada,
a conduta seria acompanhar Juliana e Alice para ver se a alteração
está prejudicando a amamentação.
67
AULA 4 - USO DE SUPLEMENTO NA MATERNIDADE
68
Por isso, é importante conversar com os pais sobre formas de acalmar o
bebê. Veja algumas sugestões:
• Deixar o bebê confortável, com fralda seca e limpa, mantas secas e não
quentes demais.
• As roupas do bebê devem estar apropriadas ao clima que elas vivem.
• Colocar o bebê na mama. Ele pode estar com fome ou sede ou apenas que-
rendo sugar para se sentir seguro.
• Pedir para alguém que esteja tranquilo segurar e cuidar do bebê por
algum tempo.
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O comportamento dos recém-nascidos é muito variável e depende de
vários fatores, como idade gestacional, personalidade e sensibilidade do
bebê, experiências intrauterinas, vivências do parto e diversos fatores
ambientais, incluindo estado emocional da mãe. É importante lembrar 43
Saúde da Criança – Aleitamento Materno e Alimentação Complementar
à mãe que cada bebê é único, respondendo de maneiras diferentes às
diversas experiências. Comparações com filhos anteriores ou com outras
crianças podem atrapalhar a interação entre a mãe e o bebê.
Muitas mães queixam-se de que os seus bebês “trocam o dia pela noite”.
Os recém-nascidos costumam manter, nos primeiros dias, o ritmo ao
qual estavam acostumados dentro do útero. Assim, as crianças que no
útero costumavam ser mais ativas à noite vão necessitar de alguns dias
para se adaptarem ao ciclo dia/noite. Portanto, as mães devem ser tran-
quilizadas quanto a esse eventual comportamento do bebê.
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Hoje se sabe que os bebês têm competências que antes eram ignoradas,
e as mães (e pais e familiares) devem saber disso para melhor interagi-
rem com eles, além de tornar a interação mais gratificante.
Para uma melhor interação com o bebê, é interessante que a mãe, o pai e
outros familiares saibam o que alguns bebês recém-nascidos a termo são
capazes, em situações especiais (principalmente no estado quieto-alerta):
• Alcançar objetos
71
Com o apoio da enfermeira, a puérpera amamentou o bebê de
maneira satisfatória e ele finalmente dormiu.
72
A decisão de suplementação com fórmula ou não de um recém-nascido
sadio a termo sempre deve ser tomada levando-se em consideração razões
médicas aceitáveis, além dos riscos e os benefícios. Para conhecer possíveis
indicações criteriosas de prescrição de suplemento lácteo para recém-nas-
cidos sadios a termo na maternidade, depois de esgotadas todas as tentati-
vas de aumentar a ingestão de leite materno, veja o destaque a seguir.
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AULA 5 - QUANDO O BEBÊ NÃO PODE SER
AMAMENTADO
• Alguns bebês não têm leite materno disponível, por qualquer razão;
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Situações que necessitam suspensão temporária
da amamentação
• Criança portadora de galactosemia, doença rara em que ela não pode inge-
rir leite humano ou qualquer outro que contenha lactose.
75
Saiba mais
Para saber mais, acesse o material produzido pela Organização
Mundial de Saúde: “Razões médicas aceitáveis para o uso
de substitutos do leite materno” http://apps.who.int/iris/
bitstream/handle/10665/69938/WHO_FCH_CAH_09.01_por.
pdf?sequence=2.
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• Para o conforto das mamas quando muito cheias, para aliviar
o ingurgitamento ou bloqueio de ductos;
• Para encorajar o bebê a mamar. Recomenda-se retirar o leite e aplicar
sobre o mamilo para que o bebê cheire e prove;
• Para suavizar a aréola de uma mama cheia e facilitar a pega do bebê;
• Para manter uma boa produção de leite quando o bebê não está sugando;
• Para obter leite caso o bebê não consiga mamar, ou se o bebê é pequeno
e cansa com facilidade, quando mãe e bebê estão separados ou para doar
leite a um Banco de Leite Humano;
• Para pasteurizar o leite para o bebê;
• Para doar o excesso de leite a um Banco de Leite Humano.
- Ter à mão pano úmido limpo e lenços de papel para limpeza das mãos;
77
- Curvar o tórax sobre o abdômen, para facilitar a saída do leite e aumen-
tar o fluxo;
- Mudar a posição dos dedos ao redor da aréola para esvaziar todas as áreas;
78
Juliana pôde praticar a expressão manual das suas mamas com a
facilitadora do grupo, até se sentir segura para fazer isso sozinha. Sua
mãe, que a estava visitando, também aprendeu, o que a deixa mais
tranquila porque sabe que se precisar de ajuda, Dona Helena está
preparada. Juliana também recebeu as seguintes orientações sobre o
uso de copinho para oferecer o leite retirado da mama para o bebê.
79
AULA 6 - AMAMENTAÇÃO EM SITUAÇÕES ESPECIAIS
80
APOIANDO A AMAMENTAÇÃO COM BEBÊS PREMATUROS, DE BAIXO PESO
OU DOENTES
Saiba mais
Método canguru
Desde o ano 2000, o Ministério da Saúde vem adotando o
Método Canguru como política pública. Ele é um dos compo-
nentes da Política Nacional de Promoção, Proteção e Apoio
ao Aleitamento Materno, pois essa prática estimula o início e
a manutenção da amamentação.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/bases_discussao_
politica_aleitamento_materno.pdf.
81
Figura 9 - Mãe e bebê vivenciando o Método Canguru com o apoio da família
CUIDE DA MÃE
A mãe é muito importante para o bem-estar e a sobrevida do bebê.
• Se a mãe precisar vir de longe para visitar seu bebê, certifique-se de que ela
tenha um lugar para descansar enquanto está no hospital.
• Informe aos pais que o leite materno e a amamentação são muito importan-
tes nesse momento.
82
• Incentive os bebês a passarem tempo na mama o mais cedo possível,
mesmo que ainda não consiga sugar bem. Se o bebê tem maturidade para
lamber, procurar, sugar e deglutir na mama, fará isso sem qualquer dano.
• O bebê pode ir para a mama enquanto recebe alimentação por sonda para
associar a sensação de saciedade com a mama.
• Até que o bebê consiga mamar no peito, ele pode receber leite materno por
sonda ou copo. Não é recomendado o uso de bicos artificiais ou mamadeiras.
• Mostre à mãe como segurar e posicionar seu bebê. Uma maneira de segurar
um bebê pequeno é apoiar sua cabeça sem agarrá-la com a mão. A mãe
pode apoiar sua mama com a outra mão em forma de “c” para ajudar o
bebê a mantê-la na boca. Exemplifique para mãe como fazer a forma em
“c”: colocar quatro dedos embaixo e o polegar em cima da mama.
83
• Para ajudar a aumentar o fluxo de leite, massageie e comprima a mama
cada vez que o bebê fizer uma pausa entre as sucções (a não ser que o fluxo
já seja superior ao que o bebê consegue engolir).
• Que deve ficar atenta aos bebês prematuros e de baixo peso quanto à frequ-
ência das mamadas nos primeiros meses. Se o bebê estiver muito sonolento e
com mamadas muito espaçadas, é importante que seja estimulado a mamar.
• Certifique-se de que a mãe sabe como buscar assistência para cuidar do seu bebê
depois de ir para casa. Combine com a mãe como será o acompanhamento.
84
SITUAÇÕES ESPECIAIS DE AMAMENTAÇÃO
Existem outras situações especiais em que o apoio do profissional de
saúde é muito importante para que as mulheres consigam amamentar.
Veja o boxe para saber mais sobre cada uma dessas situações.
AMAMENTAÇÃO DE GÊMEOS
85
Mães que já vivenciaram a experiência de ter gêmeos sugerem que as
mulheres, na gestação, estabeleçam como meta inicial para a duração da
amamentação das suas crianças pelo menos seis semanas, tempo míni-
mo necessário para que a mulher se recupere do parto e que todas as
pessoas envolvidas aprendam e se adaptem à situação especial que é
amamentar duas ou mais crianças. O período de “aprendizagem” compre-
ensivelmente é maior na amamentação de gêmeos quando comparado
ao de recém-nascidos únicos. Após o período estipulado (que pode ser
maior ou menor) a situação deve ser reavaliada e nova meta estipulada.
Por mais difícil que possa ser, é muito importante que as crianças sejam
amamentadas em livre demanda. Somente haverá produção de leite
suficiente para cada uma das crianças se a mãe amamentar (ou retirar
leite) com frequência e em livre demanda. No caso de extração do lei-
te, desenvolver uma rotina que mimetize as mamadas dos bebês é útil.
Para isso, é necessário fazer o esvaziamento das mamas no mínimo 8 a
9 vezes ao dia, totalizando 100 a 120 minutos.
• Alternância de bebês e mamas a cada 24 horas. Nesse caso, o bebê “A” inicia
todas as mamadas do dia em uma determinada mama e, no dia seguinte,
inicia as mamadas na outra mama. Muitas mães gostam desse método por
acharem mais fácil lembrar quem mamou, onde e quando.
• Escolha de uma mama específica para cada bebê. Nessa circunstância, cada
mama se adapta às necessidades de cada bebê. Porém, pode haver diferença
no tamanho das mamas, diminuição da produção leite se uma das crianças não
sugar eficientemente e recusa dos bebês em mamar na mama do “outro” em
caso de necessidade. Se a mãe opta por essa modalidade, então recomenda-se
86
que ela alterne posições de vez em quando para que os olhos da criança ao
mamar recebam estímulos semelhantes ao se ela mamasse nas duas mamas.
87
Pode-se sugerir que a mãe ou outra pessoa anote as mamadas e o núme-
ro de fraldas molhadas e sujas de cada criança. Isso pode ajudar a mãe
a verificar se a criança está recebendo leite suficiente.
88
afetar o vínculo com o bebê. O aleitamento materno favorece maior con-
tato entre mãe e filho, colaborando para estreitar o vínculo entre ambos.
89
na deglutição e na sucção, na coordenação de ambas com a respiração,
refluxo gastroesofágico, além de eventualmente não aceitarem a ali-
mentação, com risco de se desnutrirem.
90
AULA 7 - PREPARANDO A MÃE E O BEBÊ PARA A
AMAMENTAÇÃO APÓS A ALTA
Esta aula tem por objetivo ajudar o profissional a preparar a família e seu
bebê para a alta da maternidade.
91
Saiba mais
Para conhecer os critérios relacionados à amamentação apre-
sentados no artigo 9º da Portaria nº 2.068, de 2016, bem como
conhecê-la na íntegra, acesse: https://www.in.gov.br/web/
dou/-/portaria-n-2-068-de-21-de-outubro-de-2016-24358443.
• A mãe, o pai e outros cuidadores devem ter conhecimento e habilidade para
dispensar cuidados adequados ao recém-nascido, e reconhecer situações de
risco como a ingestão inadequada de alimento.
92
Voltando ao nosso caso, o médico responsável pela alta hospitalar
revisa com Juliana e Fernando o que eles precisam saber com relação
à alimentação de Alice para irem para casa sentindo-se seguros.
Vamos saber quais itens foram abordados na alta hospitalar com rela-
ção à alimentação de Alice.
• Juliana precisa ser capaz de reconhecer que a amamentação está indo bem.
Você sabe o que Juliana precisa saber, com relação à amamentação, para
ter alta da maternidade? Veja a seguir.
93
Veja o que foi orientado para Juliana com relação aos cuidados com
suas mamas.
• Usar sutiã de tamanho adequado, que não aperte as mamas, com alças
largas para dar firmeza às mamas. Seu uso não é indispensável.
E quais
alimentos
ajudam a
produzir mais
leite?
94
Veja outras orientações sobre a alimentação da puérpera:
Saiba mais
Se você quiser saber mais sobre alimentação saudável, acesse
o Guia Alimentar para a População Brasileira:
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/
publicacoes-para-promocao-a-saude/guia_alimentar_
populacao_brasileira_2ed.pdf.
95
Ninguém pode amamentar pela Juliana, mas vocês podem
participar na amamentação. Ela irá precisar de tempo e
tranquilidade para amamentar e cuidar de si própria. Por isso,
é fundamental a participação de vocês e de outros membros da
família e da rede de relacionamentos. Às pessoas mais íntimas
e do cotidiano cabe abraçar a divisão das tarefas domésticas e
de cuidados com o bebê.
96
Fernando diz que tirou 15 dias de férias para poder ficar em
casa com Juliana e dividir com ela os cuidados com Alice e os
afazeres domésticos. Ele ajudará com os banhos da Alice e trocas
de fraldas. Ele é um bom cozinheiro e vai se responsabilizar
pelo preparo das refeições da família. Além disso, Dona Helena
conta que está aposentada e que já se ofereceu para ajudar na
limpeza das roupas e da casa. Assim, Juliana poderá se dedicar
com tranquilidade à amamentação e vai poder descansar nos
intervalos das mamadas.
97
Aspectos emocionais no puerpério
• Na relação inicial entre mãe e bebê predomina a comunicação não verbal,
pois o bebê se comunica pelo corpo;
• A chegada do bebê desperta ansiedades e angústias; por tal razão, os sin-
tomas depressivos podem ser comuns na mãe;
• O bebê deixa de ser idealizado e passa a ser vivenciado como um ser real,
o que, em alguns momentos, gera frustração nos pais, que imaginavam
uma criança e nasceu outra diferente. No caso de crianças que apresen-
tam alguma necessidade especial, a frustração geralmente aparece com
mais frequência e pode gerar culpa e comportamentos excessivos de zelo
e cuidado dos pais, que buscam reparar tal sentimento;
• As necessidades próprias da mulher são postergadas em função das
necessidades do bebê;
• A mulher continua a precisar de amparo e proteção, assim como durante a gravidez;
• Se já existem outros filhos na família, é bem possível que apareçam o ciúme, a
sensação de traição e o medo do abandono, que se traduzem em vários com-
portamentos, tais como agressividade, isolamento, tristeza, busca de atenção
etc. Existe a necessidade de reorganizações na família, o que favorece o diá-
logo com as crianças e a sua inserção, juntamente com os adultos, nos cuida-
dos ao bebê, atitudes que tendem a minimizar as sensações de abandono.
O importante é que as crianças mais velhas sintam-se amadas e amparadas;
102
Mas onde Juliana pode procurar acompanhamento e apoio após a alta?
• Os Bancos de Leite Humano são locais preparados para apoiar as mães e
bebês com dúvidas ou dificuldades com a amamentação.
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