DADOS DO ESTÁGIO DATA DE INÍCIO: 07/03 DATA DE TÉRMINO: 25/08
A experiência do estágio curricular é a porta de entrada de todo
estudante para a vida profissional. É uma oportunidade única para executar todos os 3 anos de teoria, e muito mais, a permitir que o estudante visualize bem cada ambiente hospitalar e, consequentemente, o lugar em que futuramente poderá exercer suas funções. Minha experiência se deu em 6 instituições distintas, mas de rotinas semelhantes. As primeiras atividades que executei foram realizadas no HOSPITAL GERAL WALDEMAR DE ALCÂNTARA, uma unidade terciária, logo, um campo riquíssimo, que me possibilitou ter contato com o mundo que é a enfermagem. Ter iniciado por ele me fez trabalhar muito o senso crítico de que é possível efetivar o máximo do que encontramos nos livros, nas portarias e nas resoluções. Sendo assim uma vivência positiva no meu trabalho. Fui bem assistida pela supervisora Ana Rita em meus primeiros procedimentos e por toda equipe. Foi neste campo, também, que cometi meus primeiros erros, os quais foram primordiais para minha evolução nos próximos 5 campos. Neste mesmo mês de março migrei para a UAPS José Walter. Nele pude ter a visão de como é trabalhar na porta de entrada do SUS. Efetuei as atividades de prevenção e educação à saúde, prestei assistência às pessoas portadoras de HAS e DM, acompanhei e auxiliei nas atividades laboratoriais e nas de saúde da mulher, como em exames preventivos de colo do útero. Também pude operar na sala de vacina, onde presenciei de perto todo o acompanhamento sistematizado de aprazamento, datas, lotes, dos diferentes materiais disponibilizados, como seringas de várias graduações, frascos, ampolas e outros insumos. Aprimorei técnicas de reconstituição, diluição e aspiração. A partir do Posto, percebi que o que mais foi trabalhado em mim foi uma melhor maneira de conversar com meus pacientes e a lidar com os primeiros “não’s” que eu futuramente ouviria de outros pacientes durante a minha caminhada na área. Finalizando-o parti para a instituição seguinte. O mês de abril foi todo direcionado para o HOSPITAL DO CORAÇÃO DE MESSEJANA. Lugar onde dei continuidade ao estilo de assistência que comecei a desenvolver no HGWA. Tive o meu primeiro contato na realização do exame de Eletrocardiograma e em manusear a bomba de infusão. Observei e ajudei em outras atividades, por exemplo, em trocas de curativos, em que aprendi um pouco sobre Estomaterapia e me resultei bastante interessada nesta área. Adquiri mais familiaridade e habilidade em reconstituição, diluição e administração de drogas vasoativas e de outras apresentações farmacológicas. Consegui melhorar ainda mais minha expressão corporal na assistência, o que me trouxe mais autonomia e segurança. E por fim comecei a desenvolver o meu lado emocional, dado que em um mês presenciei fortes acontecimentos. No mês seguinte, me encarguei de outros trabalhos em uma unidade bastante distinta das que eu até o momento já havia estado. Foi a vez de prestar cuidados na UA SILAS MUNGUBA. A proposta era que nós, alunos, dentro da condição de estagiário conhecêssemos a realidade do campo mental. E juntamente de minha equipe, a abraçamos e fizemos um importante trabalho. Nele pude acompanhar de perto as dores de uma pessoa portadora de transtornos psicológicos e/ou viciada em drogas. A luta de uma mãe para largar as drogas e, assim, conseguir recuperar o seu filho, foi uma das várias vivências que lá são encontradas. Realizei atividades ocupacionais, tive o ensejo de oferecer banho por aspersão, a ficar pendente das necessidades básicas de meu paciente e prestar cuidados humanizados como a escuta ativa, medidas de conforto, orientação sobre uma boa alimentação, a importância de uma boa ingesta de água, dentre outras. Já em junho estive dentro da UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO DO JANGURUSSU, me envolvendo diretamente deste atendimento. Tive contato com outro estilo de aparelho para eletro. Sob a supervisão do Diego Jaymes, estive responsável por exercer minhas funções em dois setores: o primeiro na sala de medicação e o segundo na CME (Centro de Materiais Esterilizados). Na sala de medicação aprimorei minhas técnicas em administração de injetáveis e em punção venosa periférica. Fui possibilitada de entender nomenclaturas e abreviações em exames e a compreender melhor o que se pede numa prescrição médica. Logo, meu trabalho se resultou bem mais organizado e seguro para os pacientes. Já na CME não só pude acompanhar cada etapa da limpeza e esterilização como também, com a oportuna ocasião e boa vontade da técnica de enfermagem Neuma, aprendi sobre alguns instrumentos cirúrgicos, seus nomes, variações, indicações, e com a experiência que ela tem como instrumentadora cirúrgica, fui ensinada sobre como melhor entregar os instrumentos para o cirurgião, sobre como montar com segurança o bisturi e a calçar as luvas estéreis. Foi muito importante para a minha formação. E para finalizar, o último campo que me recebeu foi o FROTINHA DA PARANGABA. Onde efetuei procedimentos semelhantes aos já mencionados e foi o primeiro campo em que tive uma experiência “contrária” na assistência, mas muito importante e positiva para o meu empoderamento profissional: me neguei a administrar um antibiótico, pois, dadas as circunstâncias, não me senti segura. E foi o ambiente oportuno para começar com algo que até o sexto mês de estágio me estava faltando: a escrever minhas primeiras anotações de enfermagem sérias, pois já havia feito antes no Silas, mas não eram tão bem elaboradas por se tratar de uma unidade primária à saúde. Toda a interação que me foi possibilitada ao longo desses 6 meses foi de suma importância para minha formação. Poder visualizar e me visualizar bem em cada setor assistencial me trouxe mais clareza para decidir seguir na enfermagem. As portas que me foram abertas, a confiança que eu conquistei de meus pacientes e colegas profissionais, os meus erros, os meus acertos, as observações que eu fiz das coisas negativas que eu encontrei à medida que rodiziava nos campos e que não permiti adentrar na minha forma de trabalhar, a super demanda, as frustrações, os anseios... Tudo foi importante! Hoje, no meu último dia de estágio, vejo o quanto amadureci e que essa experiência impactou até a minha vida pessoal, pois não é possível ser uma boa profissional, sem antes ser um bom ser humano.