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MONITORIA 2 – BEXIGA E URETRA

BEXIGA
A bexiga urinária é um órgão muscular e oco e é a mais anterior das vísceras pélvicas. Tem como função receber a urina
e armazená-la temporariamente até sua excreção, funcionando assim, como um reservatório de urina, com uma
capacidade média de 500 a 700ml (mulheres>homens). É uma estrutura retroperitoneal (subperitoneal). Embora esteja
inteiramente situada na cavidade da pelve quando vazia (inserida no tecido conjuntivo frouxo da pelve), ela se expande
superiormente para a cavidade abdominal quando cheia.

Posição e revestimento
O peritôneo se estende da face posterior da parede abdominal anterior sobre a face superior da bexiga urinária e se
reflete, sob a forma de uma bolsa peritoneal, sobre o órgão situado por trás da bexiga urinária: formação da escavação
vesicouterina sobre a parede anterior do útero (na mulher); formação da escavação retovesical sobre a parede anterior
do reto (no homem).
À medida que a bexiga enche, anteriormente, desloca o peritôneo parietal da região suprapúbica da parede do abdome.

Partes da bexiga

Fundo da bexiga
Ela possui um ápice, uma base, uma superfície superior, e duas superfícies inferolaterais:
o Ápice: está voltado para a parte superior da sínfise púbica. O ligamento umbilical mediano (resquício do úraco)
continua a partir dele superiormente pela parede abdominal anterior até o umbigo, e é coberto pelo peritôneo
para formar a prega umbilical mediana.
o Base/fundo: tem o formato de um triângulo invertido orientado posteroinferiormente. Os dois ureteres entram
na bexiga nos cantos superiores da base, e a uretra drena o órgão inferiormente pelo canto inferior da base.

OBS. Na parte interna, o revestimento da mucosa na base da bexiga urinária é liso e fixado firmemente à camada de tecido
muscular liso subjacente — ao contrário do que ocorre no resto da bexiga, onde a mucosa possui pregas e é fixada
frouxamente à parede. A área triangular lisa entre as aberturas dos ureteres (nos ângulos porterolaterais do trígono) e da
uretra (no ápice do trígono) na parte interna da bexiga urinária é conhecida como trígono da bexiga.
o Superfícies/faces inferolaterais: estão alojadas entre os músculos levantadores do ânus, no diafragma pélvico, e o
músculo obturador interno adjacente, localizado acima da fixação do diafragma pélvico. A superfície superior é
levemente curvada quando a bexiga está vazia, inflando-se para cima conforme o órgão se enche.
o Colo da bexiga: cerca a origem da uretra (óstio interno da uretra) no ponto em que as duas superfícies
inferolaterais e a base se cruzam. É a parte mais inferior da bexiga e também a parte mais “fixa”.
Ele está ancorado na posição por um par de bandas fibromusculares rígidas que conectam o colo e a parte pélvica da
uretra à porção posteroinferior de cada osso púbico.
OBS1. Nas mulheres, essas bandas fibromusculares são denominadas ligamentos pubovesicais. Nos homens, as bandas
fibromusculares em pares são conhecidas como ligamentos puboprostáticos.
o Ligamentos pubovesicais + membrana do períneo + mm. levantadores do ânus + ossos do púbis = sustentação da
bexiga na mulher
o Ligamentos puboprostáticos + cápsula prostática = envolvem colo da bexiga e a parte adjacente da uretra

OBS2. Nos homens, o colo da bexiga repousa sobre sua parede e está em continuidade direta com a base da próstata; nas
mulheres, está relacionado com a fáscia pélvica.
OBS3. A úvula da bexiga urinária, é uma pequena elevação observada no colo da bexiga masculina, mais precisamente
atrás do orifício da uretra, gerada pelo lobo médio da próstata.

Estrutura da parede
A bexiga é uma cavidade muscular. Sua parede interna é recoberta por uma túnica mucosa (tecido conjuntivo sob o
urotélio). Com exceção do trígono da bexiga, ela é bem móvel e apresenta marcante formação de dobras. Já o trígono, é
uma região mucosa de parede lisa. Como um limite superior, esse trígono reforça uma prega interuretérica uma dobra
erguida pelo m.interuretérico entre as 2 saídas do ureter.
OBS. Camadas: mucosa, submucosa, muscular, adventícia e serosa.
Músculos:
o M. detrusor da bexiga
Tem 3 camadas (longitudinal interna, circular e longitudinal externa) e ajuda significativamente a ancorar a bexiga
urinária posterior e anteriormente na pelve. Para isso, passam fibras da sua camada muscular longitudinal externa
posteriormente ao m. vesicoprostático (ou vesicovaginal) e na região do nodus vesicae, anteriormente ao m. pubovesical,
que forma uma parte importante do sistema de suspensão anterior.
As camadas média(circular) e interna, terminam posteriormente acima da prega interuretérica.
o M. esfíncter interno da uretra
Localiza-se em torno do óstio interno da ureta e serve exclusivamente para a contração da bexiga. Nos homens, tem
formato elíptico e, nas mulheres, circular.

OBS. O curso oblíquo do ureter


através da parede da bexiga +
musculatura ureteral +
musculatura da parede da
bexiga = obliteração
funcionalmente segura do
óstio do ureter como proteção
contra refluxo

Ancoragem
a. Inferiormente = condensações da fáscia pélvica – se inserem no púbis, paredes laterais da pelve e no reto
o Ligamentos pubovesicais - colo da bexiga a face inferior dos ossos púbicos
o Ligamentos vesicais lateral e posterior = Homem
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o Ligamentos transverso do colo e ureterosacral = Mulher - região da base da bexiga
o Ligamentos umbilical mediano - une ápice da bexiga ao umbigo

b. Superiormente = pregas do peritônio – ligamentos “falsos”


Anteriormente = 3 pregas - 1 prega umbilical mediana
- 2 pregas umbilicais mediais

Irrigação – drenagem – inervação

URETRA
A uretra se origina da base da bexiga urinária e termina, com uma abertura externa, no períneo. O trajeto seguido pela
uretra difere significativamente em relação ao sexo.

Uretra masculina
Se estende do óstio interno da uretra na bexiga urinária, até o óstio externo da uretra, no pênis.

Nos homens, a uretra é longa, com cerca de 18-20 cm de comprimento, e apresenta duas curvas ao longo de seu trajeto.
Originando-se na base da bexiga urinária, passa inferiormente através da próstata e segue através do espaço profundo do
períneo e da membrana do períneo e, em seguida, penetra na raiz do pênis. Diferente das mulheres, nos homens a uretra é
uma via tanto urinária quanto genital.

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o Apresenta 2 curvaturas:
i. Curvatura infrapúbica – à medida que a uretra sai do espaço profundo do períneo, ela se curva anteriormente,
seguindo na direção da raiz do pênis. Transição da parte membranácea para a esponjosa.
ii. Curvatura pré-púbica – durante a ereção, desaparece. Transição entre as partes proximal e distal da parte
esponjosa.

o Divide-se em:
1. Parte anterior (esponjosa) – 16cm
Está subdividida em um componente proximal, a parte bulbar da uretra e está inteiramente no períneo; e um componente
pendular ou peniano, que se continua até a extremidade do pênis.
A parte esponjosa da uretra é envolvida por tecido eréctil (o corpo esponjoso) do pênis. Vai da extremidade da parte
membranácea da uretra até o óstio externo da uretra na glande do pênis.

É ampliada para formar um bulbo na raiz do pênis e, novamente, na extremidade do pênis, dilata-se para formar a fossa
navicular da uretra. As duas glândulas uretrais no espaço profundo do períneo fazem parte do sistema genital masculino e
abrem seus ductos no bulbo da parte esponjosa. O orifício externo da uretra é uma fenda sagital na extremidade do pêni s e é
a parte mais estreita da uretra.

2. Parte posterior – 2cm


É dividida em segmento pré-prostático ou intramural, prostático e membranáceo.

2.1 Pré-prostática
A parte intramural da uretra tem cerca de 1 cm de comprimento, localiza-se na parede da bexiga urinária e estende-se desde
a base da bexiga urinária até a próstata e está associada a uma alça circular de fibras musculares lisas (o esfíncter interno da
uretra). A contração do esfíncter impede o movimento retrógrado do sêmen para a bexiga urinária durante a ejaculação
2.2 Prostática
A parte prostática da uretra tem de 3 a 4 cm de comprimento e é envolvida pela próstata. Nesta região, a luz da uretra é
marcada por uma crista longitudinal da linha média, correspondendo a uma dobra de mucosa (a crista uretral). A depressão
de cada lado da crista constitui o seio prostático; os condutos excretores da próstata drenam nesses dois seios.
Na metade do seu trajeto, a crista uretral é ampliada para formar uma elevação, levemente circular (o colículo seminal).
Uma pequena bolsa em fundo-cego – o utrículo prostático (estrutura homóloga ao útero nas mulheres) – abre-se no centro do
colículo seminal.
De cada lado do utrículo prostático existe a abertura do ducto ejaculatório do sistema genital masculino. Por conseguinte, a
ligação entre as vias urinária e genital nos homens ocorre na parte prostática da uretra.

2.3 Parte membranácea

A parte membranácea da uretra é estreita e atravessa o


espaço profundo do períneo. Durante a sua passagem
através desse espaço, a uretra, tanto nos homens quanto
nas mulheres, é envolvida pela musculatura esquelética
do esfíncter externo da uretra. As glândulas
bulbouretrais são envolvidas por fibras do músculo
esfíncter externo da uretra e se abrem na parte
membranácea da uretra durante o excitamento sexual.

OBS. Tem relação com o m. transverso profundo


do períneo!!!

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Uretra feminina
Nas mulheres, a uretra é curta, tem cerca de 4 cm de comprimento. Segue um trajeto ligeiramente curvo à medida que passa
inferiormente através do soalho pélvico em direção ao períneo, onde ela atravessa o espaço profundo do períneo e da
membrana do períneo antes de se abrir no vestíbulo da vagina, que se situa entre os lábios menores.

A abertura da uretra fica situada anteriormente à abertura vaginal no vestíbulo. A face inferior da uretra estabelece contato
com a superfície anterior da vagina. Duas pequenas glândulas uretrais (glândulas de Skene) estão associadas à extremidade
inferior da uretra. Cada uma é drenada através de um conduto que se abre na margem lateral do orifício externo da uretra.

Divide-se em:

i. Parte intramural: muito curta; na parede da bexiga urinária


ii. Parte cavernosa: parte mais longa; desemboca no vestíbulo da vagina

Irrigação – Drenagem – Inervação


1. Irrigação:
o A. uretral - ramo da a. pudendo interna
o Ramos menores – no homem, derivados dos rr. prostáticos; na mulher, derivados da a. vesical inferior e da a. retal
média
2. Drenagem
o Drenagem no plexo vesical, na mulher, e nos plexos vesical e prostático e nas veias do pênis, no homem
3. Inervação
o Autônoma:
- Parassimpática, a partir dos nervos esplâncnicos pélvicos
- Simpática, a partir dos nervos esplâncnicos sacrais

- Somática (sensibilidade) pelo nervo pudendo

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