Anatomia da pelve A eficiência biomecânica da pelve depende da
estabilidade da articulação sacroilíaca.
A pelve tem como principal função receber o peso
corporal transmitido pela coluna vertebral e
transferi-lo aos membros inferiores.
Articulação sacro ilíaca: sinovial, simples do tipo
plano.
A articulação sacro ilíaca é constituída pelas faces
auriculares do ílio, entre a tuberosidade ilíaca e o
sacro. Apresenta um resistente ligamento:
Ligamento saroiliaco interosseo.
Ligamento sacroiliaco posterior;
Ligamento sacroiliaco anterior;
Ligamento iliolombar;
Ligamento sacrotuberal; Ligamento sacroespinal;
 contribuem para o fechamento das incisuras
isquiáticas , formando os forames isquiáticos
maior e menor que são separados pelo ligamento
scroespinal
Sínfise púbica: articulação cartilagínea do tipo
sínfise. Apresenta dois ligamentos (ligamentos
púbicos superior e inferior).
Considerações funcionais
A pelve tem a função de transmitir o peso da
coluna vertebral para os acetábulos do quadril
quando estamos de pé, ou para os túberes
esquiaticos quando estamos sentados.
Dessa forma, a articulação sacroilíaca é cruzada
por dois vetores de força e requer pouca
mobilidade para absorver forças de tensão e
tração.
No período gestacional os ligamentos ficam mais
frouxos (hormônios)  Maior ADM.
Na postura ortostática o peso do corpo tende a
deslocar o sacro caudal anteriormente em relação
aos ossos do quadril – Isso é impedido pelo
ligamento sacrilíaco interosseo.
Movimentos da pelve
 Marcha: ocorre a nutação e a
contanutação.
Nutação: aproximação das asas dos ílios em
direção ao plano mediano do corpo e um
afastamento dos túberes isquiáticos. Ao mesmo
tempo. Ocorre o direcionamento anteroinferior da
base do sacro e um movimento posterossuperior
do cóccix  Período expulsivo do parto vaginal.
Contranutação: as asas dos ílios se afastam da
linha média do corpo, e os túberes isquiáticos se
aproximam dela. A base do sacro se movimenta
na direção posterossuperior, enquanto o cóccix se
direciona anteroinferiormente.
Cavidade pélvica e conteúdo
A pelve é subdividida em duas cavidades:
1- Pelve falsa ou maior
2- Pelve verdadeira ou menor: aloja os órgãos
pélvicos (reto, bexiga, útero, vagina, tubas
uterinas e ovários). É delimitada
inferiormente pelos músculos diafragma
pélvico.
Abaixo do diafragma pélvico tem-se a região
denominada períneo.
Ureter
Tubos musculares lisos que conectam os rins à
bexiga urinária.
As contrações do musculo detrusor da bexiga
atuam como esfíncter, bloqueando o refluxo de
urina para os ureteres quando a bexiga se contrai,
o que aumenta a pressão interna durante a micção.
A urina é transportada dos rins para a bexiga por
meio de movimentos peristálticos dos ureteres.
A dor de ureter é referida no quadrante inferior
ipsilateral do abdome, especialmente na região
inguinal.
Bexiga
A bexiga urinária é um órgão oco, constituído de
musculo liso forte e apresenta alta
distensibilidade: o músculo detrusor.
A bexiga desempenha a função de reservatório
temporário de urina.
Seu formato, tamanho são variáveis de acordo
com os órgãos adjacentes e seu estado de
plenitude.
Quando vazia, a bexiga ocupa a pelve verdadeira e
é separada dos ossos púbicos pelo espaço
retropúbico.
Ligamento puboprostático nos homens e o
ligamento pubovesical nas mulheres auxilia na
sustentação da bexiga.
Nas mulheres, como a face posterior da bexiga
está apoiada na face anterior da vagina, a fixação
lateral desta ao arco tendíneo da fáscia pélvica
torna-se um relevante meio de sustentação.
Em relação a inervação da bexiga, as fibras
simpáticas são conduzidas das regiões torácica
inferior e lombar superior da medula até os plexos
vesicais, especialmente a partir dos nervos
hipogástricos.
As fibras parassimpáticas provenientes dos
segmentos sacrais da medula também alcançam a
bexiga através dos plexos esplâncnicos pélvicos.
Uretra
Uretra feminina – 4cm
O canal uretral tem função de transportar a urina
da bexiga para o meio externo e situa-se
anteriormente à vagina e seu eixo é paralelo ao
dela.
As fibras nervosas que inervam a uretra têm
origem no plexo vesical e no nervo pudendo.
As fibras aferentes viscerais da uretra caminham
em direção à medula espinal através do plexo
esplâncnico, e as fibras aferentes somática seguem
para a medula a partir do nervo pudendo.
S2, S4.
Reto
É a porção pélvica do sistema digestório e mantem
continuidade proximal com o colo sigmoide, e
distal com o canal anal.
A junção do colo sigmoide com o reto se dá
anteriormente à vertebra S3 e a junção anorretal
situa-se anteroinferiormente à extremidade do
cóccix.
A flexura anorretal influencia o mecanismo para
continência fecal, sendo mantida, durante o estado
de repouso, pelo tônus do musculo puborretal e
pela contração ativa durante as contrações
peristálticas, se não for o momento ideal para que
ocorra a defecação.
Ampola retal: recebe e mantêm a massa fecal que
se acumula até o momento da sua expulsão.
As inervações do reto provem dos sistemas
simpáticos e parassimpáticos, e as fibras aferentes
viscerais seguem as fibras parassimpáticas até os
gânglios sensitivos dos nervos espinais S2-S4.
Ovários
Gônadas femininas que produzem os oócitos
(gametas femininos).
Produzem hormônios sexuais femininos e são
suspensos por uma subdivisão do ligamento largo
do útero denominada mesovário.
Ligamento próprio do ovário – liga o ovário ao
útero.
O oócito expelido durante a ovulação passa para a
cavidade peritoneal e, em seguida, é aprisionado
pelas fimbrias da tuba uterina e conduzido para a
ampola, onde poderá ser fecundado.
Tubas uterinas
Aproximadamente 10cm.
Desempenham a função de transporte dos oócitos
e servem de local habitual para que ocorra a
fecundação.
São fixadas por uma membrana chamada
mesossalpinge e se estendem lateralmente a partir
dos cornos uterinos, abrindo-se na cavidade
abdominal, próximo aos ovários.
Dividida em: infundíbulo, ampola (fecundação),
istmo e parte uterina.
A inervação é proveniente do plexo ovárico e, em
parte, do plexo uterino.
As fibras ascendentes que conduzem a sensação
de dor das tubas ascendem através das fibras
simpáticas do plexo ovárico até os segmentos
medulares.
Útero
Órgão oco que apresenta paredes espessas e aloja
o embrião e o feto na gravidez.
O útero não gravídico se localiza na pelve
verdadeira e possui as seguintes partes: fundo,
corpo, istmo e colo.
Na mulher adulta, o útero encontra-se antevertido,
inclinado anterossuperiormente em relação ao
eixo da vagina, e antefletido, fletido anteriormente
em relação ao colo.
O colo é dividido em supravaginal e vaginal.
Camadas do útero: endométrio, miométrio e
perimétrio.
Corno do útero: região onde penetram as tubas
uterinas e o canal cervical.
A face anterior do útero está separada da bexiga
pela escavação vesicouterina, e a face posterior
este separada do colo sigmoide e do reto a partir
da escavação retouterina.
A sustentação dinâmica é feita pelo diafragma
pélvico, especialmente durante momentos ou
situações de aumento de pressão intra-abdominal,
como ocorre em tosse ou espirro.
 Ligamento largo do útero.
 Ligamento transverso do colo
 Ligamento retouterino (palpável ao toque
retal).
 Ligamento redondo do útero.
Vagina
Canal fibromuscular com aproximadamente 10 cm
de comprimento.
Constitui o canal do parto, serve para escoar a
mentruação, recebe e envolve o pênis e o sêmen
durante a relação sexual
Sua mucosa tem numerosas pregas transversais
que se assemelham a rugas.
A porção mais inferior da vagina possui inervação
somática que provem do nervo perineal profundo,
um ramo do nervo pudendo. A maior parte da
vagina tem inervação visceral proveniente do
plexo nervoso uterovaginal, que é um dos plexos
pélvicos que estendem do plexo hipogástrico
inferior até os órgãos pélvicos.
As fibras aferentes que transmitem impulsos
dolorosos do colo uterino e da vagina seguem as
fibras parassimpática através dos pelos
uterovaginal e hipogástrico inferior e dos nervos
esplanicos pélvicos.
Vulva
Os órgãos genitais externos no conjunto são
chamados de pudendo feminino ou vulva.
O pudendo feminino serve como tecido sensitivo e
erétil durante a excitação sexual, apresenta a
função de orientar o fluxo urinário e serve de
barreira para evitar a entrada de corpo estranho
nos órgãos genitais internos e no sistema urinário.
 Monte púbico: se apresenta como uma
elevação adiposa anterior à sínfise púbica.
A quantidade de tecido adiposo nessa
região aumenta na puberdade e diminui no
envelhecimento.
 Lábios maiores e menores: os lábios
maiores são pregas miocutâneas externas
que se estendem do monte púbico de cada
lado e se inserem no corpo tendineo do
períneo. Esses lábios protegem o clitóris e
os ostios uretal e vaginal externo.
Os lábios menores são pregas de pele
glabra e estão situados na rima do
pudendo, onde fecham o vestíbulo da
vagina. A face interna de cada lábio menor
é lisa e úmida, tem uma coloração rósea e
possui glândulas sebáceas e muita
terminação nervosa sensitiva.
 Clitóris: órgão erétil feminino, localizado
anteriormente no vestíbulo vaginal. Tem a
função de excitação sexual na mulher. Ele
se divide em glande corpo e ramos. A
glande é a única parte exposta na vulva e é
protegida pelo prepúcio.
 Vestíbulo vaginal: região circundada pelos
lábios menores do pudendo, na qual se
apresentam a abertura dos óstios uretral e
vaginal e os ductos das glândulas
vestibulares maiores e menores.
 Bulbos do vestíbulo: são duas massas de
tecido erétil com 3 cm de comprimento,
 que se situa lateralmente ao ostio vaginal.
São homólogos ao bulbo do pênis e
cobertos inferior e lateralmente pelos
músculos bulboesponjosos.
 Glândulas vestibulares maiores e menores:
as glândulas vestibulares maiores, também
conhecidas como glândulas de Bartholin,
situam-se de cada lado do vestíbulo
vaginal, posteriormente ao óstio vaginal.
Secretam muco que umedece e lubrifica o
vestíbulo vaginal durante a excitação
feminina. As menores também produzem
muco lubrificante e se apresentam em
maior quantidade.
Assoalho pélvico
A cavidade da pelve é demarcada inferiormente
pelo diafragma pélvico musculofascial, que fica
suspenso na parte superior e desce centralmente
até a abertura inferior da pelve em forma de funil.
Diafragma pélvico: constituído pelos músculos
coccígeo e levantador do ânus, além de suas
fáscias de revestimento, que se situam na pelve
menor, separando a cavidade pélvica acima do
diafragma da pelve e o períneo abaixo dele.
O músculo levantador do ânus possui três partes:
1- Puborretal: porção mais medial e atua na
manutenção da continência fecal.
2- Pubococcigeo: porção mais larga e
intermediária. Alças de fibras musculares
mais curtas do pubococígeo se fundem à
fáscia ao redor de estruturas da linha
mediana do assoalho pélvico e são
denominadas, em mulheres: pubovaginal,
puboperineal e puboanal.
3- Íliococcígeo: porção posterolateral do
músculo levantador do ânus.
O musculo levantador do ânus constitui um
assoalho dinâmico para cumprir sua função de
sustentação de vísceras abdominopélvicas. Em
quase todo o tempo, suas três partes mantêm
contração tônica, o que viabiliza a manutenção da
continência fecal e urinaria. Há também contração
ativa em situações como tosse, espirro, vômitos
etc.
Os distúrbios do assoalho pélvico podem resultar
de propriedades mecânicas inadequadas das
estruturas de sustentação, como o
comprometimento de músculos e ligamentos, ou
mudanças na rigidez e na fáscia pélvica,
associadas a alterações em níveis hormonais
durante a gravidez.
O músculo coccígeo é inervado pelos ramos nos
nervos espinhais S4 e S5.
O musculo levantador do ânus é inervado pelo
nervo anal inferior e o plexo coccígeo.
Períneo: é a região superficial do assoalho pélvico,
situada inferiormente ao diafragma da pelve. As
estruturas esqueléticas e fibrosas que marcam os
limites do períneo são:
 Sínfise púbica, anteriormente.
 Ramos do ísquio e púbis,
anterolateralmente.
 Túberes isquiáticos, lateralmente.
 Ligamentos sacrotuberais,
posterolateralmente.
 Porção inferior do sacro e cóccix,
posteriormente.
Uma linha imaginária que une os túberes
isquiáticos separa o períneo em duas regiões
triangulares: uma anterior, o trígono urogenital; e
uma posterior, o trígono anal. O ponto médio da
linha que une os túberes isquiáticos é o ponto
central do períneo; essa é a localização do corpo
do períneo que é massa de tecido fibromuscular
irregular com tamanho e consistência variados.
O corpo do períneo é o local de convergência e
entrelaçamento de fibras musculares incluindo os
seguintes músculos: bulboesponjoso, esfíncter
externo do ânus e músculos transversos superficial
e profundo do períneo.

Os músculos do espaço superficial do períneo
são:
 Isquicavernoso: envolve o clitóris e está
associado a compressão e manutenção da
ereção do mesmo.
 Bulboesponjoso: tem sua fixação no corpo
do períneo e circunda a parte mais inferior
da vagina. Agindo em conjunto com o
bulbo do vestíbulo, constrita a vagina
durante a coaptação.
 Transverso superficial do períneo: origina-
se na face interna do ramo do ísquio e se
insere no corpo do períneo. Funciona
como auxiliar do transverso profundo.
Os músculos do espaço profundo são:
 Transverso profundo do períneo: apresenta
fixação na face interna do ramo do ísquio e
a maior parte de suas fibras se insere no
corpo do períneo.
 Esfíncter da uretra: fixa-se na face interna
do ramo inferior do púbis e na parte lateral
da vagina.
Os músculos do períneo são inervados pelo ramo
perineal do nervo pudendo (S2 – S4). O nervo
perineal possui dois ramos: o ramo perineal
superficial, que dá origem aos nervos labiais
(cutâneos) posteriores, e o ramo perineal
profundo, que inerva os músculos profundos e
superficiais do períneo, a pele do vestíbulo vaginal
e a túnica mucosa da porção inferior da vagina.
O nervo dorsal do clitóris é o principal nervo
sensitivo do órgão genital feminino.
Mamas:
Amamentação;
Estruturas importantes da sexualidade feminina;
Localizada entre o esterno e a região axilar;
Estende-se à 2ª e à 6ª costela;
Situa-se sobre a fáscia que recobre o peitoral
maior, serrátil anterior, obliquo externo do
abdome e bainha do reto do abdome.
A mama adulta consiste em tecido glandular
imerso em estroma constituído de tecido
conjuntivo e adiposo.
O estroma conduz os vasos sanguíneos, os nervos
e os vasos linfáticos.
O tecido glandular consiste em um sistema ductal
arborizado que drena grupos de alvéolos ou
ácinos, os quais formam a unidade básica do
sistema secretor.
A fáscia superior é sustentada por ligamentos
suspensores, denominados ligamentos de cooper.
O mamilo é uma condensação de tecido epitelial
através do qual os ductos lactíferos seguem até os
orifícios na superfície. É circundado pela aréola,
que contem glândulas sudoríparas e sebáceas que
hipertrofiam durante a gravidez e servem para
lubrificar e proteger o mamilo durante a lactação.
Na avaliação das mamas de uma gestante ou
puérpera, deve-se observar sua localização, peso e
tamanho em relação ao biótipo da pessoa. Grandes
discrepâncias podem levar a alterações posturais,
causando dores na coluna e alterações em sua
curvatura.