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Sistema renal

3º semestre

Lívia B. Cerreti
Rins e ureteres

– Rins produzem urina, que é conduzida pelos ureteres até a bexiga urinária
– Acima dos rins, está a glândula suprarrenal e são separadas deles por uma fáscia
delgada

Rins
– Os rins são envoltos por uma cápsula
fibrosa
– A cápsula adiposa (gordura perirrenal)
circunda rins e seus vasos
– Essa gordura é envolta pela fáscia
renal, que é dividida em lâminas anterior
e posterior
– Uma extensão dessa fáscia se
prolonga pelo ureter como fáscia
periuretral
– Externamente à fáscia renal, está o
corpo adiposo pararrenal
– Todos esses componentes deixam os
rins relativamente fixos, pois ainda se
movem com a respiração
– Superiormente, a fáscia renal é
contínua com a fáscia diafragmática e
inferiormente, as duas lâminas não
estão fixadas ou apresentam união
frouxa
– Os rins são retroperitoneais e se localizam sobre a parede posterior do abdome, cada um
de um lado da coluna vertebral, no nível de T12 a L3
– Na sua margem medial fica o hilo renal, que conduz vasos e nervos ao rim pelo seio renal
– O hilo do rim esquerdo está no plano transpilórico, o qual atravessa o polo superior do rim
direito
– O rim direito se situa mais abaixo que o esquerdo devido à proximidade com o fígado, do
qual é separado pelo recesso hepatorrenal
– O polo inferior do rim direito está aproximadamente um dedo acima da crista ilíaca
– No hilo renal, a veia renal situa-se anteriormente à artéria renal, que é anterior à pelve
renal
– Cada rim tem margens lateral e medial, polos superior e inferior e faces anterior e
posterior
– INteriormente, o rim é dividido em córtex renal e medula renal
– Na medula, existem pirâmides renais, cuja ponta se chama papila renal

Lívia B. Cerreti
– Na papila renal surgem os cálices menores, que se juntam e formam cálices maiores, os
quais se unem novamente e originam a pelve renal
– A pelve renal recebe o nome de ureter quando passa do polo inferior do rim

Ureteres
– São ductos musculares que conduzem a urina dos rins para a bexiga
– Apresentam três constrições
– A primeira na junção dos ureteres com a pelve renal
– A segunda onde cruzam com os vasos ilíacos externos
– A terceira é a intramural que fica na passagem pela parede da bexiga urinária
– No cruzamento com os vasos gonadais pode ou não haver uma constrição
– Sua parte inferior é corcunda pelo plexo venoso vesical
– A irrigação é proveniente dos ramos uretéricos das artérias ilíacas comuns, ilíacas
internas, artérias renais e artérias gonadais

Lívia B. Cerreti
Bexiga urinária e uretra

Bexiga urinária
– Víscera oca com paredes musculares que tem a capacidade de se distender
– Armazena temporariamente a
urina
– Situa-se abaixo do peritônio
– O ápice dda bexiga aponte em
direção à margem superior da
sínfise púbica
– O fundo da bexiga é oposto ao
ápice
– O corpo da bexiga é a parte
principal entre o ápice e o fundo
– Fundo e faces inferolaterais
formam o colo da bexiga
– A parede é formada
principalmente pelo músculo
detrusor
– No homem, as fibras musculares
formam o músculo esfíncter interno,
que se contrai durante a ejaculação
para o refluxo do sêmen para a
bexiga urinária
– Algumas fibras seguem até o óstio interno da uretra
– Os óstios do ureter e o óstio interno da uretra formam o trígono da bexiga (ou trígono
vesical)
– A elevação desse trígono é chamada de úvula da bexiga
– Inervação pelo sistema nervoso autônomo
– Fibras simpáticas mantém o músculo detrusor relaxado e o músculo esfíncter interno
contraído (fase de armazenamento)
– Fibras parassimpáticas promovem contração do músculo detrusor e relaxamento do
músculo esfíncter interno (fase de esvaziamento)
– Esses estímulos são controlados pelo tronco encefálico e esse controle é aprendido nos
primeiros anos de vida

Lívia B. Cerreti
Uretra masculina
– Tubo muscular que varia de 18 a 22 cm que conduz a urina do óstio interno da uretra (na
bexiga urinária) até o óstio externo da uretra, localizado na extremidade da glande do pênis
– Também é a via de saída do sêmen
– Dividida em quatro partes
– A parte intramural é a primeira após a bexiga urinária, então segue-se a parte prostática
(em contato com a próstata), a parte membranácea e por fim, a parte esponjosa

Uretra feminina
– Mede cerca de 4 cm de comprimento e também segue do óstio interno da uretra na
bexiga até o óstio externo da uretra, que fica no vestíbulo da vagina
– É situada anteriormente à vagina
– Dividida em partes intramural e membranácea

Lívia B. Cerreti
Histologia dos rins

Néfrons
– Formado por corpúsculo de Malpighi, túbulo contorcido proximal, alça de Henle e túbulo
contorcido distal
– O corpúsculo de Malpighi é constituído por vários capilares que formam o glomérulo e
são envolvidos pela cápsula de Bowman, a qual possui um folheto visceral e um parietal
– Entre os folhetos há o espaço capsular, onde fica o líquido filtrado pelos capilares
– Cada corpúsculo possui um polo vascular, onde se localizam as arteríolas aferente e
eferente e um polo urinário, onde nasce o túbulo contorcido proximal
– O folheto parietal da cápsula de Bowman é constituído por epitélio simples pavimentoso
apoiado na lâmina basal
– O folheto visceral possui células próprias, os podócitos, as quais possuem
prolongamentos primários e secundários e ficam apoiados na lâmina basal
– Os capilares glomerulares são fenestrados
– Existem três barreiras de filtração glomerular
– A primeira é o endotélio dos capilares
– A segunda é a lâmina basal
– A terceira é o folheto visceral da cápsula de Bowman
– Os capilares também possuem células mesangiais, que também possuem
prolongamentos

Túbulo contorcido proximal


– Parede formada por epitélio cúbico simples, cujas células tem citoplasma acidófilo
– Apresentam células com microvilosidades (em escova)
– Os limites entre as células são de difícil observação

Alça de H enle
– Possui uma parte delgada e uma espessa
– A parte delgada tem luz ampla e parede com células achatadas
– A parte espessa é formada por por epitélio cúbico simples

Lívia B. Cerreti
Túbulo contorcido distal
– Revestido por epitélio simples cúbico
– Para diferenciar os túbulos proximais e distais é preciso se atentar a certas características
– Os túbulos proximais apresentam células maiores com mais mitocôndrias e são mais
acidófilas
– Os túbulos distais são menores, têm menos mitocôndrias e são menos acidófilas
– Além disso, túbulos distais não apresentam orla em escova
– O túbulo distal encosta no corpúsculo de Malpighi e nesse momento, muda sua
conformação
– As células ficam cilíndricas e altas e os núcleos ficam próximos uns dos outros
– Esse segmento diferente chama-se mácula densa

Tubos coletores
– São mais calibrosos
– Revestidos por epitélio cúbico
– A medida que se aproximam das papilas, as células ficam mais altas até se tornarem
cilíndricas
– Os limites entre as células são nítidos

Lívia B. Cerreti
Aparelho justaglomerular
– Próximo ao corpúsculo de Malpighi, a arteríola aferente muda a composição de sua
camada média, que passa a apresentar células justaglomerulares
– Essas células possuem citoplasma cheio de grânulos
– As células justaglomerulares junto com a mácula densa e com células mesangiais
extraglomerulares formam o aparelho justaglomerular
– As células justaglomerulares produzem renina
– A renina aumenta a pressão arterial e a secreção de aldosterona por intermédio do
angiotensinogênio
– Atuando sobre o angiotensinogênio, a renina libera a angiotensina 1
– Uma enzima remove dois aminoácidos, formando a angiotensina 2
– A angiotensina 2 aumenta a pressão sanguínea a a secreção de aldosterona pelo córtex
da adrenal

Lívia B. Cerreti
Histologia das vias urinárias inferiores

– Com exceção da uretra, todas as vias excretoras possuem a mesma organização geral,
composta por uma camada mucosa, uma muscular e uma adventícia

Ureter
– Túnica mucosa: epitélio de transição + lâmina própria de tecido conjuntivo frouxo
– Túnica muscular: ⅔ proximais com camada longitudinal interna e circular externa de
músculo liso; ⅓ inferior (próximo da bexiga) com longitudinal externa, circular média e
longitudinal interna
– Túnica adventícia: tecido conjuntivo denso
– Sustentado por tecido adiposo

Bexiga urinária
– Túnica mucosa, muscular e adventícia
– Pregas na mucosa mais acentuadas
– Camadas superficiais do epitélio formam uma cúpula devido à membrana plasmática
mais espessa, tornando o epitélio mais resistente
– Impermeável à água
– Ausência de camada submucosa
– Túnicas muscular e adventícia iguais do ureter
– Túnica serosa na parte superior formada por mesotélio e tecido conjuntivo

Uretra masculina
– Parte protastpatica: revestida por epitélio estratificado de transição
– Parte membranácea: epitélio pseudoestratificado colunar envolvido por músculo estriado
(músculo esfíncter externo)
– Parte esponjosa: epitélio pseudoestratificado colunar intercalado com epitélio estratificado
pavimentoso não queratinizado

Uretra feminina
– Túnica mucosa: epitélio de transição e epitélio estratificado pavimentoso não
queratinizado
– Túnica muscular: camadas longitudinal interna e circular externa

Lívia B. Cerreti
Introdução ao sistema renal e revisão de

microcirculação

Forças de Starling
– Forças que estabelecem um equilíbrio
entre a entrada e saída de líquido do capilar
– Pressão hidrostática capilar: força o
líquido e suas substâncias para fora dos
vasos
– Pressão coloidosmótica do plasma: força
o líquido do espaço intersticial para o
sangue
– Pressão hidrostática intersticial: favorece
o líquido para dentro do capilar
– Pressão coloidosmótica intersticial: força
o líquido para fora do capilar
– A filtração capilar e a reabsorção são
influenciadas por essas pressões
– Quando a pressão hidrostática do capilar
é maior, ocorre filtração
– Quando a pressão coloidosmótica do plasma é maior, ocorre reabsorção
– As pressões intersticiais causam efeito contrário àquele das pressões capilares

Funções dos rins


– Os rins desempenham nove funções ao todo
– 1: Excreção de produtos indesejáveis ao corpo. Eliminam ureia, creatinina, ácido úrico,
bilirrubina e metabólitos de hormônios
– 2: Regulação do equilíbrio eletrolítico. Excreção de água e eletrólitos deve ser igual ao
ganho, então o rim é responsável por estabelecer esse equilíbrio quando a ingestão de um
deles sofre alteração
– 3: Regulação da osmolalidade dos líquidos corporais e da concentração de
eletrólitos
– 4: Regulação da pressão arterial. Através da excreção de sódio e água, ajudam na
regulação a curto prazo da pressão e também por secretar fatores vasoativos, como a
renina
– 5: Regulação do equilíbrio ácido-base. Promove a excreção de ácidos, regulando o pH
– 6: Regulação da produção de eritrócitos. Secretam a eritropoetina, que estimula
produção de hemácias

Lívia B. Cerreti
– 7: Secreção, metabolismo e excreção de hormônios
– 8: Regulação da produção de vitamina D. Produzem a forma ativa da vitamina D,
1,25-dihidroxivitamina D3 (calcitriol) pela hidroxilação da vitamina
– 9: Gliconeogênese. Em jejum muito prolongado, quando o fígado não consegue mais
sintetizar a glicose, os rins assumem esse papel

Anatomia fisiológica dos rins


– Se encontram na parte posterior do abdome e são retroperitoneais
– O lado medial de cada um possui um hilo, por onde passam artéria e veia renais, vasos
linfáticos, suprimento nervoso e o ureter (por onde sai a urina)
– É circundado por uma cápsula fibrosa
– A região mais externa é o córtex e a interna é a medula
– A medula renal é dividida nas pirâmides renais, cujas bases se originam no limite entre
região cortical e medular
– As pirâmides se transformam nos cálices menores, que se juntam no cálice maior e segue
para o ureter, que leva a urina até a bexiga
– O fluxo sanguíneo para os rins corresponde a 22% do débito cardíaco
– A artéria renal entra no rim pelo hilo e se divide para formar artérias interlobares, artérias
arqueadas, artérias interlobulares (artérias radiais) e arteríolas aferentes, que terminam nos
capilares glomerulares
– As extremidades distais dos capilares de cada glomérulo se juntam para formar a arteríola
eferente, que forma os capilares peritubulares, que circundam os túbulos renais
– Uma pressão hidrostática alta nos capilares glomerulares resulta em uma filtração rápida
de líquidos e eletrólitos
– Pressão hidrostática baixa nos capilares peritubulares resulta em absorção tubular
– Os capilares peritubulares formam a veia interlobular, veia arqueada, veia interlobar e veia
renal, que deixa o rim pelo hilo

Néfron
– Cada rim contém cerca de um milhão de néfrons, cada um capaz de produzir urina
– O rim não pode regenerar néfrons, então uma lesão renal, uma doença ou até mesmo o
processo de envelhecimento, há uma diminuição do número de néfrons
– Cada néfron contém um grupo de capilares glomerulares, o glomérulo, onde o sangue é
filtrado e um longo túbulo
– O glomérulo contém uma rede de capilares glomerulares com pressão hidrostática alta e
são cobertos por células epiteliais (podócitos), que formam a membrana capilar glomerular
– Todo o glomérulo está envolto pela cápsula de Bowman
– O líquido filtrado pelos capilares glomerulares flui para o interior da cápsula e passa para
o túbulo proximal, que fica no córtex renal
– Do túbulo proximal, o líquido vai para a alça de Henle, que adentra a medula renal
– Cada alça possui um ramo descendente e um ascendente
– Em seguida, está o túbulo coletor e o túbulo coletor cortical, que levam ao ducto coletor
cortical

Lívia B. Cerreti
– Os ductos coletores corticais juntam-se para formar um único ducto coletor maior que se
dirige para a medula e forma o ducto coletor medular
– Os ductos coletores se unem e se esvaziam nas papilas renais

Lívia B. Cerreti
Determinantes da filtração glomerular

– A filtração glomerular (FG)é em torno de 25 ml/min ou cerca de 20% do fluxo do plasma


renal
– FG é determinada por pressão líquida de filtração dos capilares glomerulares multiplicada
pelo coeficiente de filtração dos capilares glomerulares (Kf)
– É o produto da permeabilidade pel área da superfície dos capilares
– A pressão líquida de filtração é a soma das forças hidrostática e coloidosmótica dos
capilares, ou seja, pressão hidrostática do capilar e da cápsula de Bowman, presão
coloidosmótica das proteínas plasmáticas dos capilares e das proteínas na cápsula de
Bowman
– FG diminui quando a espessura da membrana dos capilares aumenta, o que reduz Kf
devido aos danos nos capilares e perda da área de superfície da filtração
– Grandes aumentos da pressão da cápsula de Bowman diminuem a FG, como em caso de
obstrução do trato urinário
– Aumento da pressão coloidosmótica dos capilares glomerulares diminui FG
– Aumento da pressão hidrostática dos capilares eleva FG

Controle por sistemas neuro-humorais


– As pressões hidrostática e coloidosmótica dos capilares são influenciadas pelo sistema
nervoso simpático, hormônios, alcides (substâncias vasoativas liberadas nos rins) e outros
mecanismos intrarrenais de controle por feedback

● Sistema nervoso simpático


– Sua ativação intensa faz constrição das arteríolas renais, diminuindo fluxo
sanguíneo renal e, consequentemente, FG
– Importante na diminuição de FG em distúrbios graves a agudos, como os
induzidos por ação de defesa, isquemia cerebral ou hemorragia grave

● Hormônios e autacoides
– Norepinefrina e epinefrina: liberadas pela medula espinal; constringem arteríolas
aferente e eferente, diminuindo FG e fluxo sanguíneo
– Endotelina: liberada por células endoteliais vasculares danificadas dos rins;
produzem constrição das arteríolas, reduzindo FG e fluxo sanguíneo
– Angiotensina 2: faz constrição das arteríolas eferentes, aumento pressão
hidrostática glomerular e diminuindo fluxo sanguíneo renal; sua produção aumenta
com a diminuição da pressão arterial, que tende a reduzir FG; assim, angiotensina 2
evita a redução de FG
– Óxido nítrico derivado do endotélio (EDNO): diminui resistência vascular renal e
aumenta FG e fluxo sanguíneo renal; importante para prevenir vasoconstrição
excessiva dos rins

Lívia B. Cerreti
– Prostaglandinas: amenizam efeitos vasoconstritores renais; bloqueio da síntese de
prostaglandina pode causar diminuição significativa da FG e do fluxo sanguíneo
renal, principalmente quando o volume de líquido extracelular está diminuído (como
em casos de vômito, diarreia, desidratação)

Mecanismos da auto-regulação
– A auto-regulação evita grandes alterações da FG

● Feedback tubuloglomerular
– Possui um mecanismo arteriolar aferente e um mecanismo arteriolar eferente que
dependem do complexo justaglomerular
– Quando a pressão arterial diminui, menos cloreto de sódio para as células da
mácula densa, que detectam essa mudança
– Com menos cloreto de sódio na mácula densa ocorre a diminuição da resistência
das arteríolas aferentes
– Também há maior liberação de renina pelas células justaglomerulares,
aumentando a produção de angiotensina 2 e proporcionando a contração das
arteríolas eferentes
– Tudo isso aumenta pressão arterial e FG até níveis normais

● Mecanismo miogênico
– Capacidade intrínseca dos vasos sanguíneos de se contrair quando a pressão
arterial se eleva
– Isso evita o estiramento dos vasos e eleva a resistência vascular, prevenindo o
aumento excessivo da pressão e de FG
– Se a pressão arterial diminui, esse sistema diminui a resistência vascular

Lívia B. Cerreti
Função tubular

– A reabsorção nos túbulos é seletiva, ou seja, cada porção reabsorve uma substância
– Caminho do ultra-filtrado: sangue chega pela arteríola aferente e sai pela eferente; o
ultra-filtrado vai para a luz tubular, passa pelas células do túbulo, cai no interstício renal e
chega no capilar peritubular
– O ultra-filtrado passa da luz tubular para o interstício por via paracelular (entre as células)
ou transcelular (através da célula)
– O objetivo do túbulo é reabsorver sódio, então precisa de transportadores
– Bomba de Na+/K+ ATPase na membrana baso-lateral (entre a célula do túbulo e
interstício renal) remove 3 Na da célula e cria um gradiente de concentração, favorecendo
do sódio
– O transporte é ativo, então precisa de ATP, por isso, as células do túbulo proximal
possuem muita mitocôndria (é onde ocorre a maior reabsorção de sódio e água)
– Na capilar peritubular a pressão hidrostática é baixa e a pressão oncótica é alta (tão forte
que atrai sódio e água para os capilares), favorecendo e reabsorção

Túbulo proximal
– Zônulas de oclusão com claudina aderem as células umas às outras
– Há poucas zônulas de oclusão, então a junção é frouxa, permitindo mais passagem
paracelular
– Algumas células têm bomba de Na+/K+ ATPase entre as células; sai mais sódio entre
elas e há um leve escape de água para o túbulo (esse quadro é fisiológico)

Lívia B. Cerreti
– Quando a pressão arterial aumenta, a pressão hidrostática também se eleva e fica maior
que a coloidosmótica, o que leva a um escape de água do capilar peritubular para o
interstício
– O retrovasamento permite que a água volte para o túbulo (diurese pressórica)

● Sódio e glicose
– Bomba Na+/K+ ATPase na membrana basolateral que cria gradiente de
concentração
– Cotransportadores SGLT de sódio e glicose joga ambos para dentro da célula
quando os dois estão ligados
– Sódio é captado pela bomba de Na+/K+ e sai para o interstício renal
– A glicose sai por GLUT também para o interstício e os dois vão para o capilar para
serem reabsorvidos
– Inibidor de SGLT controla glicemia de diabéticos, pois a glicose não é reabsorvida
e é excretada na urina, provocando maior glicosúria

● Bicarbonato
– CO2 da célula se associa a H2O, formando ácido carbônico através da anidrase
carbônica
– Ácido carbônico se dissocia em H+ e HCO3-
– H+ é transportado para luza tubular, onde se associa com bicarbonato (que veio do
sangue da filtração)
– Forma ácido carbônico, que se dissocia em H2O e CO2
– CO2 entra na célula, atravessa a membrana e o ciclo se repete
– O bicarbonato formado é transportado ao interstício por um transportador de
bicarbonato na membrana basolateral e é reabsorvido
– Inibidor de anidrase carbônica aumenta volume urinário e causa acidose
metabólica; não forma H+ e o transportador de Na+ e H+ não funciona, acumulando
Na na luz tubular e traz mais água (mais urina); H+ não se associa com bicarbonato
e fica na luz tubular, enquanto o bicarbonato é perdido na urina, provocando acidose
devido à perda de base

● Potássio
– Secreção no fim do túbulo distal e começo do ducto coletor
– No proximal, entra pela bomba Na+/K+ e sai pelo canal de K+ na membrana apical
– Passa da luz tubular para o interstício renal por via paracelular e força de arrasto
da água

● Água
– Segue o sódio
– Por arrasto de solvente nas zônulas de oclusão

● Aminoácidos/proteínas
– Passam pelo glomérulo as de baixo peso molecular e carga positiva; tudo será
reabsorvido
– Bomba Na+/K+ gera gradiente e cotransportador de Na e aminoácido joga
aminoácidos dentro da célula

Lívia B. Cerreti
– Proteínas são reabsorvidas por pinocitose; proteína se adere à borda em escova,
que se invagina para o interior, formando uma vesícula com a proteína, que será
digerida e os constituintes serão reabsorvidos

Alça de H enle
– Possui parte descendente a ascendente, cada uma com uma porção fina e espessa
– Ramo ascendente espesso da alça mergulha na medula renal, que é hipertônica
– POrção fina descendente da alça não tem tanta mitocôndria e manos microvilosidades; é
mais delgada que o túbulo proximal e apresenta aquaporinas
– Sistema contracorrente: água vai da alça fina descendente para capilar pelas aquaporinas
(parte permeável à água); na porção espessa ascendente, há epitélio impermeável à água,
mas permeável a solutos,
permitindo sua saída; o sangue sai
da arteríola eferente e passa
primeiro pela parte espessa
ascendente, então quando chega
na parte fina está cheio de soluto
(principalmente sódio), aumentando
a captação de água quando passa
pela porção fina descendente da
alça
– Assim, sangue vai na direção
contrária do ultrafiltrado, que vai da
parte descendente para ascendente
– Com essa reabsorção de água, a
urina fica mais concentrada na
medula renal
– A curvatura da alça de Henle já é
impermeável a água e é onde tem
maior osmolaridade
– Na porção ascendente há bomba
Na+/K+ na membrana basolateral
criando gradiente; na membrana apical há um cotransportador NKCC2, que internaliza Na,
K e 2 Cl; Na sai pela bomba, Cl sai por canal e K pode ir para o interstício ou luz tubular de
acordo com a voltagem
– Furosemida: bloqueia sítio de ligação do cloreto do cotransportador NKCC2; assim
nenhum deles entra, pois o cotransportador só funciona com os três na ordem certa; Na fica
na luz tubular e atrai água, que são excretados na urina; fármaco muito usado na
hipertensão
– A diferença de carga do lúmen e do interstício fazem magnésio e cálcio passar por via
paracelular para o interstício renal

Lívia B. Cerreti
Túbulo distal
– Presença do aparelho justaglomerular
– Membrana apical com transportadores NCC (de Na e Cl)
– Membrana basolatreal com bomba Na+/K+ que cria gradiente
– Bomba Ca+ ATPase cria gradiente e Ca+ entra por canal; o mesmo acontece com o
magnésio
– Tiazídicos: funcionam no transportador NCC, bloqueando ele; solutos ficam na luz tubular,
atraem água e aumenta diurese; também interferem na reabsorção de cálcio, magnésio e
potássio
– Os tiazídicos têm meia vida maior que a furosemida, portanto seu efeito é mais
prolongado
– O epitélio é mais seletivo, pode ser permeável a água na presença de hormônio diurético

Túbulo de conexão
– Túbulo distal final e início do ducto coletor
– Células de conexão e células intercaladas
– Células intercaladas tem bomba Na+/K+ na membrana basolateral que cria gradiente; na
apical há cotransportador de Na+ e Cl-,Na+ e H+, Cl- e HCO3- e canal de Na+
– Amiloride inibe canal de Na+
– HCO3- é jogado para lúmen em situação de alcalose
– As células intercaladas possuem tipos A e B
– Tipo A: bomba H+ ATPase e bomba H+/K+ na membrana apical; faz secreção de H+
jogando para o lúmen
– Tipo B: tem cotransportador HCO3-/Cl-; joga HCO3- para o lúmen; bomba H+ ATPase na
membrana basolateral

Ducto coletor
– Células principais e intercaladas
– Aldosterona age nas células principais aumentando transcrição de algumas proteínas e
aumenta canais ENaC na membrana apical; também aumenta produção e inserção de
bombas Na+/K+ na membrana basolateral
– Um canal de escape de K+ é inserido pela aldosterona na membrana apical, chamado
ROMK e será secretado para luz tubular
– Espironolactona: diurético poupador de K+ porque interfere no sítio citoplasmático da
aldosterona; assim não faz bomba Na+/K+ nem ENaC e não tem ROMK; K+ fica
preservado no interstício renal; menor poder diurético

– Vasopressina (ADH) chega pelos capilares no ducto coletor, se liga a receptores do tipo
V2 (ligado a proteína G); ATP é convertido em AMPc, ocorre fosforilação que faz canais de
aquaporina migrarem para membrana apical; H2O entra na célula para ser reabsorvida
– Inibição da vasopressina aumenta diurese porque H2O vai continuar no lúmen tubular

Lívia B. Cerreti
– Peptídeo natriurético atrial: tem ação contrária ao sistema
renina-angiotensina-aldosterona; antagoniza angiotensina 2 e aldosterona, diminui
reabsorção de sódio e água , diminuindo a pressão arterial
– Produzido nas células musculares principalmente dos átrios cardíacos

Lívia B. Cerreti
Volume e osmolaridade

ADH e controle da osmolaridade


– Quando há excesso de água no corpo, os rins excretam urina diluída (pouco concentrada)
– Se o corpo apresenta uma falta de água, os rins podem excretar urina muito concentrada
– Os rins podem variar também o volume de urina que será excretado
– Quando os líquidos corporais estão com maior osmolaridade, a parte posterior da
glândula hipofisária secreta mais hormônio antidiurético (ADH), aumentando a
permeabilidade dos túbulos distais e ductos coletores à água
– Assim, mais água é reabsorvida, o que provoca diminuição do volume da urina mas com a
mesma concentração de solutos
– Quando há excesso de água no corpo e a osmolaridade do líquido
extracelular está reduzida, a secreção de ADH diminui, reduzindo a
permeabilidade dos tubos e promovendo a excreção de urina diluída
– Isso funciona um sistema de feedback osmorreceptor-ADH
– A osmolaridade do líquido extracelular aumenta (mais sódio no
plasma) e os osmorreceptores no hipotálamo anterior murcham
– Os osmorreceptores então enviam sinais que se propagam até a
hipófise posterior
– O potencial de ação na hipófise posterior estimula a liberação de
ADH
– ADH entra na corrente sanguínea e vai até os rins, aumentando a
permeabilidade nos túbulos distais e ductos coletores
– Isso promove reabsorção de água e excreção de urina concentrada
– Quando há excesso de água o líquido extracelular fica diluído e a
sequência contrária acontece e menos ADH é produzido, resultando
em uma urina mais diluída

Geração de um interstício medular renal hiperosmótico


– O ultrafiltrado chega a alça de Henle
– No ramo ascendente e concentração tubular se eleva e a do interstício diminui
através de um gradiente de concentração
– Então ocorre um rápido equilíbrio osmótico entre o líquido intersticial e o tubular
no ramo descendente da alça devido à saída de água por osmose
– A osmolaridade intersticial aumenta pelo transporte de íons contínuo no ramo
ascendente
– Chega mais líquido tubular na alça, fazendo com que o líquido hiperosmótico do
ramo descendente vá para o ascendente

Lívia B. Cerreti
– Assim, mais íons são bombeados para o interstício e a água fica retida no túbulo
– Novamente os líquidos atingem um equilíbrio medular hiperosmótico
– À medida que que o líquido tubular flui do ramo descendente para o ascendente,
mais soluto é bombeado para o interstício
– Essas etapas acontecem repetidas vezes com o objetivo de bombear soluto para
a medula

Urina concentrada
– Eliminada quando há déficit de água e osmolaridade e níveis de ADH elevados
– Dois requisito básicos: altos níveis de ADH para maior reabsorção de água e alta
osmolaridade do líquido intersticial da medula renal
– Nos ductos coletores, a água é reabsorvida até que a osmolaridade do líquido tubular
fique em equilíbrio com o líquido intersticial
– A capacidade do rins de concentrar urina fica prejudicada nas seguintes situações:
diminuição da secreção de ADH e incapacidade do rins de responder ao ADH

Controle renal da natremia


– Angiotensina 2 e aldosterona são muito importantes na regulação da reabsorção tubular
de sódio
– Os dois aumentam reabsorção de sódio e de água pelos túbulos renais, aumentando
volume do líquido extracelular e quantidade de sódio, mas não alteram concentração de
sódio
– ALdosterona se liga a receptores e insere bombas Na+/K+ ATPase na membrana basal
das células tubulares
– Isso permite a saída de potássio e retenção de sódio, o que consequentemente leva à
retenção de água

Lívia B. Cerreti
– A angiotensina 2 insere cotransportadores de bicarbonato de sódio, aumentando a
reabsorção de bicarbonato
– O peptídeo natriurético atrial (ANP) é hipotensivo; ele estimula a reabsorção de
bicarbonato e diminui a produção de renina pela mácula densa

Lívia B. Cerreti
Eritropoietina (EPO)

– EPO: hormônio secretado pelos rins que estimula a eritropoese através de um sistema de
feedback
– Redução de oxigênio no corpo ativa eritropoietina pelo fibroblasto do interstício renal
– Com o aumento da eritropoese é formada mais hemoglobina
– Assim, há mais transporte de oxigênio para normalizar a situação
– Quando o fibroblasto sente a queda da concentração de oxigênio, ativa cascata de HIF
(fator induzido por hipóxia)
– HIF no núcleo funciona como fator de transição de gene eritropoietina
– Funções da EPO: neuroproteção, recuperação de músculo, protege coração, mantém o
tônus vascular, aumenta a capacidade de oxigenação

Anemia na doença renal crônica


– A hemácia só dura 120 dias e então é fagocitada por macrófagos
– A degeneração de hemoglobina libera ferro, que volta à medula para formar novas
moléculas de hemoglobina
– Se houver mais ferro, o fígado libera hepcidina (hormônio que controla concentração de
ferro)
– Macrófago e enterócito têm o mesmo transportador de ferro, a ferroportina
– Hepcidina bloqueia ferroportina nas células, que não liberam na circulação, diminuindo
níveis séricos
– O paciente com doença renal crônica não produz eritropoetina, então possui pouca
hemácia e consequentemente, hemoglobina
– O macrófago por sua vez não para de degradar hemoglobina e aumento concentração de
ferro na circulação
– Hepcidina diminui ferro na circulação
– Assim, o paciente desenvolve um quadro anêmico em que há menos hemoglobina e
menos ferro (elementos hemolíticos e ferroprivos)
– O tratamento é injetar eritropoetina no indivíduo

Lívia B. Cerreti
Equilíbrio ácido-básico

– Necessário equilíbrio entre íons positivos e negativos


– pH precisa estar estável
– Normalmente o pH intracelular e o extracelular estão na mesma faixa

Controle do pH
– O pH depende da concentração de H+ no corpo
– H+ em altas quantidades provoca um pH baixo, o que é chamado de acidose
– Na acidose há desnaturação de proteínas e depressão do SNC, o que pode levar à coma
e até à morte
– H+ em baixas quantidades provoca um pH alto, ou seja, alcalose
– Na alcalose, os neurônios são hiperexcitados e pode causar tetania (contração
sustentada), o que paralisa músculos respiratórios e pode ser fatal
– O ganho de ácido no corpo é feito por alimentação, metabolismo anaeróbio (produz
lactato) e também da reação de gás carbônico com água, que forma ácido carbônico
– O ganho de bases é feito pela reabsorção de bicarbonato e pela alimentação
– Assim, o corpo precisa de mecanismos que controlem o pH do corpo, o que é feito pela
respiração, por tampões (meio mais rápido) e pelos rins (meio mais eficiente)

Tampão bicarbonato
– Uma mistura de ácido carbônico e do íon bicarbonato
– Quando essa mistura é adicionada a um ácido forte, o H+ se liga ao bicarbonato e forma
ácido carbônico
– O ácido carbônico é um ácido fraco e então ocorre sua ionização
– Assim, o tampão modifica o ácido forte (muitos íons H+) em um ácido fraco (pouco H+)
– Quando uma base forte é adicionada a essa mistura, OH- reage com ácido carbônico para
formar água e bicarbonato

Regulação renal do pH
– Alguns ácidos só podem ser eliminados pelos rins (ácidos metabólicos)
– Ocorre excreção de H+ pela urina quando os líquidos extracelulares estão muito ácidos
– Quando estão muito alcalinos ocorre excreção de bicarbonato
– Os túbulos renais secretam hidrogênio, que reage com sais de sódio no túbulo para
formar ácidos fracos e liberar o sódio
– O sódio então é reabsorvido de volta ao líquido intersticial enquanto o H+ é excretado na
urina

Lívia B. Cerreti
– A intensidade da secreção de H+ é proporcional ao grau de acidose
– Em casos de alcalose, o bicarbonato passa pelos túbulos para a urina na forma de
bicarbonato de sódio para ser excretado

Lívia B. Cerreti
Avaliação da filtração glomerular

– Filtração é a passagem de substâncias dos capilares glomerulares para o espaço de


Bowman
– Existe uma barreira de filtração que impede certas substâncias de serem filtradas
– Essa barreira é composta de endotélio, lâmina basal e podócitos; possui carga negativa
– A taxa de filtração glomerular avalia a função renal e para avaliar, utiliza-se marcadores
de função renal
– Esses marcadores devem ter níveis plasmáticos estáveis, não podem se ligar à proteínas
plasmáticas, devem ser excretados e não processados pelos túbulos
– O melhor marcador é a inulina, porém é pouco utilizada por ser um exame caro, invasivo e
demorado
– A doença renal possui cinco estágios, sendo o primeiro o mais leve e o quinto o mais
grave

Ureia
– Produzida no fígado
– Seu excesso é tóxico ao organismo
– Uma parte é excretada e outra é reabsorvida no túbulo proximal e no ducto coletor
– Não é um marcador ideal porque sofre reabsorção e é processada pelos túbulos
– Em determinadas situações, ela pode ser reabsorvida em maior ou menor quantidade,
então sua alteração ´sérica nem sempre indica alteração na função renal
– É analisada isoladamente e também pela razão ureia:cretinina séricas

Cistatina C
– Proteína básica não glicosada
– Produzida em todas as células nucleadas
– Livremente filtrada no glomérulo e depois reabsorvida e metabolizada
– Não é excretada
– Seu clearance (tempo para o sangue ficar livre da substância) não pode ser medido

Creatinina
– Derivada do metabolismo da creatina no músculo esquelético
– Adquirida por carne vermelha, então pessoas que consomem mais carna tendem a ter
uma creatinina elevada
– Concentração proporcional à massa muscular
– Filtrada livremente pelo glomérulo e não é reabsorvida

Lívia B. Cerreti
– É possível medir seu clearance
– Seus níveis aumentam durante a puberdade
– Devido a essas variações de acordo com peso, sexo e idade, não é um marcador ideal
– A taxa de filtração glomerular é calculada por fórmulas que levam em consideração
creatinina sérica, idade, sexo e peso corporal

Lívia B. Cerreti
Toxinas urêmicas e diálise

– A doença renal crônica (DRC) diminui progressivamente a taxa de filtração glomerular


– Proteínas são eliminadas na urina (proteinúria)
– A perda da função renal leva à síndrome urêmica, que são diversas alterações
bioquímicas e metabólicas

Toxinas urêmicas
– Substâncias que causam inflamação sistêmica, são ácidas e alteram pH
– Devem ser excretadas na urina
– Ficam acumuladas no corpo quando a filtração é comprometida
– Sua concentração está relacionada com o estado urêmico, que deve voltar ao normal
após normalizar a concentração da toxina

Diálise
– Processo que remove as toxinas urêmicas dos pacientes com DRC em estágio cinco

● Hemodiálise
– Limpa sangue das toxinas urêmicas através dos dialisadores
– O dialisador é um aparelho com dois compartimentos separados por uma
membrana semipermeável
– Em um dos compartimentos flui o sangue e no outro passa a solução de diálise
– As toxinas passam do sangue para a solução através da membrana

Lívia B. Cerreti
● Diálise peritoneal
– A membrana peritoneal é uma membrana semipermeável natural que separa o
sangue e a solução da diálise
– A solução é inserida na cavidade abdominal e por sua concentração, as toxinas
passam do sangue para ela através do peritônio

Lívia B. Cerreti
Embriologia do sistema urinário

Primeiras semanas de desenvolvimento


– O desenvolvimento embrionário começa na fecundação, ou seja, quando o
espermatozoide penetra o oócito para formar o zigoto
– O zigoto sofre diversas divisões mitóticas
– A fecundação possui várias etapas
– Primeiro, o espermatozoide atravessa a corona radiata do oócito e penetram na zona
pelúcida por ação enzimática do acrossomo do espermatozoide
– As membranas plasmáticas do espermatozóide e do oócito se fundem e os grânulos
corticais do oócito são liberados, alterando a zona pelúcida
– A cromatina do espermatozoide é descondensada e forma o pronúcleo masucimo, que é
liberado no oócito
– O zigoto formado sofre clivagem , ou seja, diversas divisões mitóticas que aumentam o
número de células (blastômeros)
– Quando há de 12 a 32 blastômeros, chama-se mórula, que possui duas camadas de
células, o embrioblasto (mais interno; primórdio do embrião) e o trofoblasto (mais externo;
origina a placenta)
– O blastocisto (como é chamado nessa fase) se liga ao epitélio e, ao entrar em contato
com o endométrio, o trofoblasto passa a se chamar citotrofoblasto e ele emite uma camada
de células que penetra o endométrio, o sinciciotrofoblasto, que vai degradando o
endométrio para que o blastocisto fique lá dentro
– Isso ocorre já na segunda semana de gestação
– Ao longo desse processo se forma o disco embrionŕio bilaminar, composto por epiblasto e
hipoblasto, que vão originar os três folhetos embrionários
– A implantação é concluída e o
sinciciotrofoblasto invade o
tecido conjuntivo, que sustenta
capilares e glândulas e o
blastocisto entra no endométrio
– O sinciciotrofoblasto produz o
hormônio hCG (gonadotrofina
coriônica humana), que
mantém os desenvolvimento
das artérias no miométrio e a
formação do sinciciotrofoblasto
– No embrioblasto surge um
primórdio da cavidade
amniótica, então algumas
células se separam e formam o
âmnio
– O epiblasto forma o assoalho
da cavidade amniótica

Lívia B. Cerreti
– O hipoblasto forma o teto da cavidade exocelômica e as células que migram formam a
membrana exocelômica
– Membrana e cavidade exocelômica formam a vesícula umbilical primária
– A camada externa de células do hipoblasto da vesícula umbilical forma a mesoderme
extraembrionária
– Formam-se lacunas entre o sinciciotrofoblasto que são preenchidas por uma mistura de
sangue materno (embriotrófico), que passa para o disco embrionário por difusão
– A mesoderme extraembrionária aumenta a aparecem espaços que se fusionam para
gerar o celoma extraembrionário
– A medida que o celoma se forma, a vesícula umbilical diminui, passando a ser a vesícula
umbilical secundária e formam-se o cìório e o pedúnculo de conexão
– Surgem vilosidades coriônicas
– O celoma extraembrionário divide a
mesoderme extraembrionária em
somática e esplâncnica
– Na terceira semana, ocorre a
gastrulação, processo em que o disco
bilaminar se torna trilaminar
– Na face dorsal do disco, surge a linha
primitiva, que determina o eixo
crânio-caudal do embrião
– A linha primitiva se alonga e sua
extremidade cranial forma o nó primitivo
e um sulco primitivo se desenvolve na
linha
– Células do epiblasto migram pelo sulco
primitivo para formar ectoderma e
mesoderma
– Ocorre a formação da notocorda, que
vai gerar a coluna vertebral do embrião
– Células mesenquimais da linha
primitiva e da notocorda migram lateralmente e cranialmente
– Ocorre o processo do tubo neural
– A medida que isso acontece, a mesoderma se divide em paraxial, intermediária e lateral
– Aparece o celoma intraembrionário (cavidade corporal), que divide a mesoderma lateral
em camada parietal e visceral

Desenvolvimento do sistema urinário


– O sistema urogenital se divide em sistema genital e urinário
– Esse sistema se desenvolve a partir do mesênquima intermediário (tecido conjuntivo em
brionário da mesoderma)
– O mesênquima se desloca ventralmente e uma elevação longitudinal (a crista urogenital)
se forma de cada lado da aorta dorsal
– A crista possui duas partes, o cordão nefrogênico, que dá origem ao sistema urinário e a
crista gonadal, que origina o sistema genital

Lívia B. Cerreti
– Os rins se desenvolvem por três conjuntos
– O primeiro é o pronefro, que aparecem no início da quarta semana e não são funcionais;
os ductos pronéfricos se dirigem para caudalmente e formam a cloaca
– Em seguida, forma-se o mesonefro, contínuo do pronefro e funcional da sexta até a
décima semana; formam glomérulos e túbulos mesonéfricos; produz urina até que os rins
permanentes comecem a funcionar; na mulher ele é degradado, porém no homem origina o
ducto deferente e o epidídimo
– Então surge o metanefro, os primórdios dos rins permanentes, no início da quinta
semana; continua produção da urina, que é excretada na cavidade amniótica e compõe o
líquido amniótico; ficam na região sacral
– Os rins se desenvolvem a partir do broto ureteral e blastema metanefrogênico
– Broto ureteral origina ureteres, pelve renal e cálices; ele penetra o blastema
metanefrogênico, que forma os néfrons
– OS rins são formados na pelve, porém conforme o abdome e a pelve cresce, eles vão se
realocando no abdome e se afastam um do outro
– Na nona semana eles entram em contato com as glândulas suprarrenais e para de
ascender

Lívia B. Cerreti

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