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[GABRIELA BARBOSA] Turma 74

PROBLEMA 02 – “NA SALA DE PARTO!” – PEDIATRIA


1. ANATOMIA
 Hábito fetal
- O útero na gravidez mede no máximo 30 cm, assim o feto deve se adaptar a esse espaço, reduzindo seu eixo longitudinal a cerca de 25 cm, a partir da flexão
das suas partes corpóreas;
- Gestação – ovóide fetal/córmico – forma que o feto adquire devido sua flexão generalizada, com a coluna vertebral encurvada, o mento aproximado do dorso,
as coxas fletidas sobre as bacias, as pernas fletidas sobre as coxas e os braços e os antebraços fletidos sobre o tórax;
- define-se o pólo cefálico e o pélvico;
- a cabeça pode apresentar-se fletida com o mento próximo ao tórax, em atitude indiferente, em deflexão, lateralmente inclinada ou sem rotação;
- Parto – a atitude do feto se modifica, devido à expansão do segmento inferior e à incorporação do cérvice, que torna o útero cilíndrico;
- cilindro fetal – o feto se adapta ao novo formato do útero, endireitando o tronco, com a cabeça fletida sobre o tórax e as pequenas partes
aconchegadas ao tronco;

a. CRÂNIO FETAL

- Corresponde ao pólo cefálico;


- É o segmento menos redutível do feto;
- Desempenha papel de maior importância no processo de adaptação ao trajeto pelviperineal;
- Constituído por dois ossos frontais, dois parietais, um occipital, um esfenóide e um etmóide;
- Suturas - linhas de tecido membranoso que separam os ossos cranianos;
- interfrontal/metópica (entre os ossos frontais), sagital (entre os ossos parietais), coronária (entre os frontais e os parietais),
lambdóide (entre os parietais e o occipital) e temporal (entre os parietais e os temporais);
- Fontanelas – depressões de tecido membranoso formadas no encontro de 3 ou 4 ossos, sendo que delas partem as suturas;
- bregmática/grande fontanela/fontanela anterior – no encontro das suturas interfrontal, coronária e sagital;
- é a maior -> importante referência para o diagnóstico de posição no toque;
- occipital/pequena fontanela/fontanela posterior – no encontro das suturas sagital e lambdoide;
- ptérica/ptérios (lateroanteriores) – uma de cada lado, entre os ossos temporal, frontal, parietal e esfenóide;
- astéricas/astérios (lateroposteriores) – uma de cada lado, entre os ossos occipital, temporal e parietal;
**as fontanelas e as suturas cranianas possibilitam a redução do volume craniano durante o parto**
- Diâmetros – occipito-frontal (entre o osso frontal e o occipital) – 11 cm;
- occipito-mentoniano (entre o occipital e o mento) – 13,5 cm;
- suboccipito-bregmática (entre a região inferior do occipital e a fontanela bregmática) – 9,5 cm;
- Maior circunferência craniana – sua identificação faz-se necessária para definir se a sua dimensão irá dificultar ou impedir a descida do pólo
cefálico na bacia óssea materna;
- passa pelas bossas parietais direita e esquerda, encontrando-se a uma distância, em linha reta, do vértice de
3,5 a 4 cm;
b. BACIA ÓSSEA MATERNA / PELVE
**pode ser ginecóide, andróide, antropóide e platipeloide, sendo que a ginecóide é a
própria do sexo feminino humano**
- Constituída pela união da quinta vértebra lombar com a primeira sacra (forma-se o
promontório – saliência óssea na articulação lombossacra), pelo sacro, pelo cóccix, pelos
ossos ilíacos direito e esquerdo e pelo pube;
- Possui três estreitamentos: orifício cervical, diafragma urogenital e óstio vaginal;
- Divisão – grande bacia/pelve falsa – limitada lateralmente pelas fossas ilíacas internas,
posteriormente pela coluna vertebral, anteriormente
pelo espaço que os músculos abdominais demarcam
e superiormente pelo contorno formado que passa
pela base do sacro, pelas cristas ilíacas e pela borda
anterior do osso ilíaco;
- pequena bacia/escavação pélvica – limita-se superiormente pelo anel do
estreito superior e inferiormente pelo anel
do estreito inferior;
 Estreito Superior
- Entrada da pequena bacia, formada pelo promontório presente na união da quinta vértebra lombar com a primeira sacra, pelas articulações
sacroilíacas, pelas asas do sacro, pelas linhas inominadas, pelas eminências ileopectíneas e pela sínfise púbica;
 Diâmetro transverso - da linha inominada de uma sínfise púbica à do lado oposto -> 13 cm;
- maior abertura do estreito superior da bacia;
 Diâmetros oblíquos - primeiro - da eminência ileopectínea direita à articulação sacroilíaca esquerda -> 12,5 cm;
- segundo - da eminência ileopectínea esquerda à articulação sacroilíaca direita -> 12,5 cm;
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 Diâmetro ântero-posterior
- Entre o promontório e a sínfise púbica;
- Promontopúbico superior/conjugata vera anatômica - entre o promontório e a borda
superior da sínfise púbica -> 11cm;
-Promontopúbico menor/conjugata obstétrica– entre o promontório e a região média da
sínfise púbica -> 10,5 cm;
- único importante para a condução do parto;
-é igual a conjugata diagonalis menos 1,5cm;
-Promonto-subpúbico/conjugata diagnonalis – entre o promontório e a borda inferior da
sínfise púbica -> 12 cm;
- pode ser medido no toque vaginal;
- a partir desse pode se determinar a
conjugata obstétrica;
 Estreito Médio - entre as espinhas ciáticas -> 10 cm;
 Estreito Inferior - é a saída da bacia, estendendo-se da extremidade do cóccix até a borda inferior da sínfise púbica -> 9,5 cm;
- no parto pode aumentar para cerca de 10,5 cm, pois o pólo fetal empurra a articulação sacroccígea para trás;
 Avaliação
 Laboratorial - seria por radiopelvimetria, mas é contraindicada;
 Clínica - Pelvimetria
- Determina as dimensões da bacia pela pelvimetria externa (realizada por meio de
pelvímetros que são aplicados sobre diversos extremos dos diâmetros da bacia) ou interna;
- Na bacia normal é difícil definir as estruturas internas da bacia pelo toque;
- Estreito superior - mede-se a conjugata diagonalis no estreito superior (ao inserir dois
dedos por trás do colo uterino, no fundo de saco posterior da vagina, e
um dedo da outra mão, buscando definir a localização do promontório)
e por meio dessa de estabelece o valor da conjugata diagonalis, que
subtraindo-se 1,5 cm obtém o valor da conjugata obstétrica;
- o promontório é alcançado facilmente nas bacias anormais, assim
quando esse não é alcançado conclui-se que o diâmetro ântero-
posterior é amplo;
- Estreito médio - mede-se identificando com os dedos a localização e a distância das
espinhas ciáticas na cavidade vaginal;
- nas bacias anormais com estreito médio reduzido as espinhas ciáticas são
facilmente tocadas e apresentam-se mais próximas;
-Estreito inferior– mede-se a abertura do arco púbico;
- nas bacias anormais o arco púbico é fechado e a sínfise púbica bem baixa;
c. PROPORÇÃO FETO-PÉLVICA
- Faz-se na determinação da altura do polo fetal nos vários estreitos da bacia, permitindo concluir a existência ou a inexistência de proporção,
sendo que seu diagnóstico é fundamental à condução do parto e aos resultados perinatais;
 Planos de De Lee
- Observa a altura da < circ. craniana em relação aos estreitos superior, médio e inferior;
- Considera o estreito médio (espinha ciática) o plano zero, sendo que para cima (até o
estreito superior) os planos negativos variam de 1 a 5 cm, enquanto para baixo (até o
estreito inferior) os planos positivos variam de 1 a 5 cm;
** no exame físico as medidas são determinadas a partir dos dedos, de modo que quando o
vértice estiver um dedo acima da espinha ciática, está no plano menos 1 (-1) e assim por
diante**
- Quando o vértice se apresenta em planos negativos nas nulíparas em trabalho de parto,
ou seja, quando ainda não ultrapassou o estreito médio, tem-se um indicativo de
desproporção;
**em cerca de 80% das nulíparas o pólo cefálico se insinua e se encaixa antes o no início do
trabalho de parto**
2. ESTÁTICA FETAL
- Forma como o feto se posiciona na cavidade uterina, compreendendo a situação, a posição, a apresentação, a variedade da apresentação e a
variedade de posição;
- Diagnóstico clínico – anamnese, exame físico do abdome materno (manobras de Leopold) e exame pélvico;
- Diagnóstico laboratorial – ultrassonografia do abdome;
a. Situação
- Relação do maior eixo do corpo fetal (cabeça-nádegas) com o
maior eixo uterino (corpo uterino);
- Longitudinal – coincidência entre os maiores eixos;
- única situação que permite o parto transpélvico;
- Transversal – maior eixo fetal entrecruza o maior eixo uterino, ou
seja, encontram-se perpendiculares;
- Oblíqua/Inclinada – maior eixo fetal em sentido oblíquo ao
grande eixo uterino;
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b. Posição
- Dada a partir de pontos de referência no feto (dorso e coluna) e na mãe (lado direito, esquerdo, superior, inferior);
- Situação longitudinal - Posição Esquerda (1ª posição) – dorso fetal voltado para o lado esquerdo materno;
- Posição Direita (2ª posição) – dorso fetal voltado para o lado direito materno;
- Situação transversal – Posição Anterior – dorso fetal voltado para cima;
- Posição Inferior – dorso fetal voltado para baixo;
c. Apresentação
- Relação entre as estruturas do feto com o estreito superior da bacia materna;
- Situação longitudinal e oblíqua – Apresentação Cefálica – cabeça próximo ao estreito superior da bacia;
- característica de partos transpélvicos mais fáceis;
- Apresentação Pélvica – nádegas próximas ao estreito superior da bacia;
- Situação transversa – Apresentação córmica – ombro do feto (acrômio) próximo ao estreito superior da bacia;
- impossibilita o parto transpélvico;
Mutação/Versão - os fatores de acomodação fetal podem ocasionar a transformação de uma apresentação para outra;
Rotação Axial do Feto – a cabeça, que se encontrava no fundo uterino até o 6º mês de gestação, se orienta para as porções inferiores do útero,
em direção à pelve;
- Seu diagnóstico é importante para a escolha da via de parto e para sua condução;
d. Variedade de Apresentação
 Cefálica
- Diagnóstico clínico – toque do exame pélvico, identificando os
pontos de referência do pólo cefálico fetal;
- Diagnóstico laboratorial – ultrassonografia;
- Vértice – apresentação cefálicas fletidas;
- pólo cefálico penetra na bacia totalmente fletido, com
o mento próximo ao tórax;
- no exame pélvico sente-se a fontanela bregmática e a
occipital, a sutura sagital e o vértice;
- única variedade que permite o parto transpélvico;
Apresentações cefálicas defletidas
Bregma – pólo cefálico em deflexão de primeiro grau;
- no exame pélvico sente-se a fontanela bregmática;
Naso/Fronte – pólo cefálico em deflexão de segundo grau;
- no exame pélvico sente-se o naso;
Mento/face – pólo cefálico em deflexão de terceiro grau;
- no exame pélvico sente-se o queixo (mento);
 Pélvica
- Pélvica Completa/Pelvipodálica – coxas e pernas fletidas;
- Pélvica Incompleta/Pélvica Simples – coxas fletidas contra a bacia e pernas estendidas sobre a face anterior do tronco;
e. Variedade de Posição
- Relação entre os pontos de referência no pólo fetal (lambda, bregma, glabela, mento,
sacro e acrômio) e na bacia materna (pube, sacro, lado direito e esquerdo da bacia,
eminências ileopectíneas e sinostose sacroilíaca);
- Occipito-púbica (OP) – a fontanela lambdóide está junto ao pube e a bregmática ao sacro;
- Occipito-sacra (OS) – a fontanela lambdóide está junto ao sacro e a bregmática ao pube;
- Occipito-direito-transversa (ODT) – fontanela lambdóide no lado direito da pelve e a
bregmática no esquerdo;
- Occipito-esquerda-transversa (OET) – fontanela lambdóide no lado esquerdo da pelve e a
bregmática no direito;
- Occipito-esquerda-anterior (OEA) – fontanela lambdóide do lado esquerdo da sínfise
púbica e a bregmática do lado direito do sacro;
- Occipito-direita-anterior (ODA) – fontanela lambdóide do lado direito da sínfise púbica e a
bregmática do lado esquerdo do sacro;
- Occipito-direita-posterior (ODP) – fontanela lambdóide do lado direito do sacro e a
bregmática do lado esquerdo da sínfise púbica;
- Occipito-esquerdo-posterior (OEP) – fontanela lambdóide do lado esquerdo do sacro e a
bregmática do lado direito da sínfise púbica;

- Acrômioesquerda-anterior (AEA) – acrômio em relação com o lado esquerdo materno e o dorso voltado para frente;
- Acrômiodireita-anterior (ADA)– acrômio em relação com o lado direito materno e o dorso voltado para frente;
- Acrômioesquerda-posterior (AEP) – acrômio em relação com o lado direito materno e o dorso voltado para trás;
- Acrômiodireita-posterior (ADP) – acrômio em relação com o lado direito materno e o dorso voltado para trás;
- Nasodireita-anterior (NDA) – apresentação cefálica de fronte;
- Sacro-direita-posterior (SDP) – apresentação pélvica completa;
- Sacro-direita-posterior (SDP) – apresentação pélvica incompleta;
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3. MECANISMO DE PARTO
- Refere-se ao processo de adaptação e acomodação que o feto se submete por meio de uma série de movimentos para que consiga entrar
pelo estreito superior da bacia e sair pelo inferior;
- Quando é alterado pode dificultar ou impossibilitar o parto transpélvico;
- Seus movimentos são contínuos e entrelaçados;
a. Insinuação + Encaixamento + Flexão
- Ocorrem simultaneamente antes do início do trabalho de parto nas nulíparas, sendo que nas multíparas, em sua maioria, só ocorre no
momento do parto;
- Na gravidez a apresentação fica afastada do estreito superior da bacia, iniciando sua aproximação nos dias que precedem o trabalho de
parto;
 Classificação da Altura da Apresentação
- Alta e móvel – apresentação não faz contato com o estreito superior da bacia;
- Ajustada – a apresentação ocupa a área do estreito;
- Fixa – a apresentação não pode ser mobilizada;
- Insinuada – a maior circunferência da apresentação transpõe a área do estreito superior;
- Insinuação - aproximação do pólo cefálico do estreito superior da bacia;
- Encaixamento – penetração da maior circunferência da apresentação no anel do estreito superior;
- Flexão – ocorre quando o pólo cefálico entra em contato com o estreito superior da bacia, buscando reduzir os diâmetros;
- deve-se a aproximação do mento ao tórax, de modo que o diâmetro occipito-frontal que se encontrava em contato com a bacia
seja substituído pelo diâmetro suboccipito-bregmático;
b. Descida + Rotação Interna + Insinuação de Espáduas

- Ocorrem simultaneamente e se completam quando o vértice atinge o estreito inferior da bacia e a sutura sagital se posiciona do diâmetro
ântero-posterior;
- Durante esse mecanismo, enquanto o pólo cefálico roda o movimento progride em sentido descendente;
- Descida - o vértice encaixado no estreito superior desce até atingir o estreito médio, gerando um aumento de flexão;
- Rotação Interna – ocorre quando o vértice atinge o estreito médio;
- varia conforme sua entrada no estreito superior;
- a entrada do polo cefálico produz uma rotação no diafragma pélvico que leva a sutura sagital a se orientar no sentido
anteroposterior da saída do canal;
- cabeça transversa – rotação interna de 90 graus da esquerda ou da direita para a sínfise púbica;
- cabeça oblíqua – rotação de 45 graus nas anteriores e de 135 graus ou 45 graus (em direção ao sacro) nas posteriores;
- Insinuação de Espáduas – simultaneamente a rotação interna da cabeça ocorre a penetração das espáduas pelo estreito superior da bacia,
que descem até o assoalho pélvico, conforme a cabeça progride;
 Sinclitismo/Assinclitismo

- Ocorre simultaneamente a descida, após a cabeça entrar no estreito médio;


- Sinclitismo – ausência de flexão lateral;
- sutura sagital direcionada no sentido do diâmetro transverso da pelve e a igual distância da sínfise púbica e do sacro;
- forma como o pólo cefálico penetra na estrutura superior da bacia;
- Assinclitismo – movimento de inclinação lateral da apresentação;
- é o afastamento da sutura sagital ou do púbis ou do sacro, em razão das suas dimensões diferentes;
- posterior/de Litzman – sutura sagital aproxima da sínfise púbica, aparecendo mais o parietal posterior (desce 1º);
- anterior/de Nagelle – sutura sagital aproxima do sacro, aparecendo mais o parietal anterior (desce 1º);
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c. Deflexão + Rotação Externa + Desprendimento + Rotação Interna das Espáduas +Desprendimento das Espáduas

- Ocorre ao fim da descida e da rotação interna, ou seja, quando o suboocipital já se encontra sob a arcada púbica e a sutura sagital orientada
em sentido anteroposterior;
- Deflexão - é necessária para a saída do mento fetal;
- a nuca do feto apoia-se na arcada púbica e a cabeça oscila em movimento de bisagra, fazendo com que se liberte primeiro o
diâmetro suboccipitobregmático, seguido pelo suboccipitofrontal e pelos demais até o despreendimento completo;
- seguido pela exteriorização do pólo cefálico;
- Rotação Externa da Cabeça - ocorre quando o pólo cefálico se exterioriza, ou seja, fora dos genitais;
- rotação de ¼ a 1/8 de circunferência do occipital do diâmetro ântero-posterior para o mesmo lado da coluna
vertebral, voltando o occipital para o lado em que se encontrava na bacia;
- pode ocorrer espontaneamente, sendo causado pela rotação interna das espáduas, ou pode ser realizada por
quem assiste;
- Rotação Interna das Espáduas – ocorre simultaneamente à rotação externa da cabeça;
- as espáduas que se encontravam com o biacromial orientado no sentido oblíquo direito ou do transverso da
bacia desde a passagem pelo estreito superior da bacia, ao chegaram ao assoalho pélvico sofrem
movimento de rotação até orientarem o biacromial na direção anteroposterior da saída do canal;
- faz com que ombro anterior se coloque sobre a arcada púbica e o posterior sobre o cóccix;
- Desprendimento das Espáduas – a espádua anterior transpõe a arcada púbica e aparece pelo orifício vulvar;
- o tronco posterior é liberado por um movimento de flexão lateral do tronco;
- Seguidos pelo desprendimento do abdome e dos membros inferiores do feto, que não oferecem resistência para o nascimento;
4. ASSISTÊNCIA AO PARTO NORMAL
- Parto normal – é espontâneo no início e apresenta baixo risco no desencadeamento e durante todo o parto, sendo que depois do nascimento
a mãe e o bebê estão em boas condições;
- bebê nasce espontaneamente em apresentação cefálica de vértice entre 37 e 42 semanas de gravidez;
- Busca evoluir o parto sem intercorrências, gerando um recém nascido normal e uma parturiente que após o parto não apresente qualquer
alteração anatômica ou funcional;
 Pré-parto / Período Premonitório
- Ocorre a descida do fundo uterino;
- A adaptação do pólo proximal do feto ao estreito superior da bacia gera dores lombares e transtornos circulatórios;
- As secreções das glândulas cervicais tornam-se mais volumosas;
- Inicia-se a percepção das metrossístoles, sendo essas de ritmo irregular e sem coordenação, não determinando a dilatação do colo -> falso trabalho de parto;
- Acentua-se o amolecimento do colo, devido seu apagamento -> distância entre os orifícios externo e interno reduz;
- Ocorre a incorporação da cérvice ao segmento inferior;
- Ocorre o abaixamento do colo;
 Intervenções Anteparto
- Exercícios do assoalho pélvico – previne a incontinência urinária e fecal em mulheres antes do parto;
- Massagem perineal – deve ser iniciada a partir da 34ª semana, sendo útil para diminuir a ocorrência de lacerações perineais;

a. DIAGNÓSTICO DO TRABALHO DE PARTO


- Pode ocorrer a partir da 20ª semana, pois é quando o feto já se encontra viável;
- Parâmetros necessários para identificar o trabalho de parto – no mínimo 2 contrações em 15 min + ao menos dois desses sinais: apagamento
cervical, dilatação acima de 3 cm e ruptura espontânea da bolsa das águas;
- Quando existe dúvida sobre o diagnóstico a gestante deve permanecer em observação de 1 a 2 horas, onde se repetirá o exame físico, de
modo que se as contrações ou mudanças no canal cervical não forem comprovadas a gestante pode voltar para casa;
 Anamnese
- Cólicas – quando começaram? qual sua duração? intervalo entre elas?
- as contrações podem ser confundidas com as dores no baixo ventre comuns do final da gestação;
- queixa mais importante, sendo que as características do trabalho de parto são pelo menos duas em 15 minutos, com duração
superior a 25 segundos;
- Perda de líquidos pelos genitais – hora da perda? aspecto do líquido?
- pode ser devido à rotura das membranas amnióticas ou perda involuntária de urina ou de resíduo vaginal;
- pode acontecer em gestantes que não estão em trabalho de parto;
- Eliminação do tampão mucoso – eliminação de secreção mucosa que se acumula entre os orifícios externo e interno do canal cervical e se
desprende pelos genitais quando começam as modificações do colo;
- nem sempre existe e sua eliminação pode ocorrer e não ser percebida pela parturiente;
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 Exame Físico
- Busca comprovar se existe ou não contrações uterinas típicas do trabalho de parto e se já houve modificações no canal cervical;
- Constatação das contrações – palma de uma mão sobre a região do corpo uterino no abdome, buscando sentir o endurecimento e o
relaxamento desse órgão, durante 10 minutos;
- pede a gestante para avisar quando começa a sentir a cólica e quando ela desaparece;
- deve surgir ao menos 2 em 10 minutos, com duração mínima de 25 segundos;
- Exame Pélvico – busca perceber se as contrações provocaram modificações no canal cervical;
- nulíparas - apagamento (diminuição da distância entre os orifícios externo e interno, com amolecimento do colo), seguido de
dilatação cervical de 2 cm ou mais;
- multíparas – apagamento e dilatação simultâneos;
 Exames Complementares
- Utilizados quando não se encontra diagnóstico clínico;
- Cardiotocografia – registro gráfico das contrações e de suas características;
b. FATORES QUE INFLUEM NA CONDUTA MÉDICA
 Idade Gestacional
- Gravidez pré-termo (entre 20 e 37 semanas) – tenta-se inibir o trabalho de parto ou conduzi-lo adotando medidas adequadas à assistência ao
parto pré-termo;
- gravidez pós-termo (maior que 42 semanas) – possui condução diferenciada, devido os altos riscos de sofrimento ou morte fetal periparto;
 Estática Fetal
- Deve-se ao fato de que a forma como o feto se posiciona na cavidade uterina interfere na condução do parto e na via de seu nascimento;
- O parto transpélvico só ocorre com o feto em situação longitudinal, assim quando este estiver em situação transversal ou oblíqua deve-se
tentar colocar o feto em posição longitudinal por versão externa ou realizar parto transabdominal;
- Situação longitudinal – apresentação cefálica – parto espontâneo apenas na variedade de apresentação de vértice;
- apresentação pélvica – parto transpélvico apenas em apresentação pélvica completa e incompleta, variedade
nádegas;
 Condições Maternas
- Devem ser avaliadas, pois o trabalho de parto exige esforços físicos e mentais da parturiente;
- As enfermidades previamente presentes ou que se manifestaram na gestação influenciam na condução do parto e na escolha da via de
nascimento;
- É avaliada pelos dados do cartão pré-natal, pela anamnese, pelo exame físico e por exames complementares;
 Condições Fetais
- Devem ser avaliadas pelos dados do cartão pré-natal, pelo registro de sua frequência cardíaca e pela cor do líquido amniótico;
- Frequência cardíaca – a taquicardia, a bradicardia e as arritmias são sinais clínicos de sofrimento fetal;
- quando alterada deve ser realizada a cardiotocografia basal e a ultrassonografia;
- Líquido amniótico – líquido esverdeado (meconial) sugere sofrimento fetal;
 Proporção Feto-pélvica
- Deve ser verificada buscando evitar o trabalho de parto prolongado e seus incovenientes;
- Razões para dúvida – pelvimetria duvidosa;
- pólo cefálico fetal móvel em nulíparas após o início do trabalho de parto, pois ainda não penetrou no estreito superior
da bacia – percebido pelo exame pélvico (deve-se tentar mobilizar o pólo cefálico no intervalo das contrações), e pelo
terceira manobra de Leopold na palpação abdominal;
 Prova de Trabalho de Parto
- Busca comprovar se com contrações adequadas e sem obstáculos á descida o polo encefálico penetra na bacia e atinge o plano zero de De
Lee;
- Indicada para nulíparas com gravidez a termo, em trabalho de parto, com fetos com volume acima da médica e com pólo cefálico ainda
móvel;
- Amniotomia – descola-se as membranas amnióticas, mobilizando a apresentação fetal ao permitir o escoamento de grande quantidade de
líquido, que poderia ser um obstáculo à descida do feto, e ao estimular as contrações;
- deve ser feita durante a contração uterina em um ponto alto do saco amniótico;
- quando não atinge seu objetivo em 60 min, deve se administrar a ocitocina;
**casos em que se indica a amniotomia: necessidade de ultimar o parto, distocias funcionais e variedade de posição**
- Ocitocina – sua administração estimula as contrações uterinas até o padrão de 3 a 4 contrações em 10, com duração de 30 a 40 segundos;
- pode iniciar a prova de trabalho de parto sendo administrada em doses crescentes, com intervalos de cerca de 40 min, até atingir
o padrão de contrações desejado;
- quando não atinge seu objetivo em 2 horas, deve-se realizar a amniotomia;
- sua administração exige controle rigoroso, pois pode provocar hiperatividade, sofrimento fetal e rotura uterina;
**casos em que se indica a ocitocina: parada de progressão associada com hipoatividade da matriz uterina**
- Deve-se atingir o padrão de contrações desejadas e afastar o líquido que pode servir como objeto para descida fetal entre duas e quatro
horas e se ainda assim o pólo cefálico permanecer móvel deve ser empregado o parto transabdominal;
 Evolução do Trabalho de Parto
- Deve apresentar-se normal desde o início, assim na anamnese, no exame físico, no exame pélvico e nos exames complementares deve se
buscar sinais compatíveis com a evolução normal;
 Condições Hospitalares e do Obstetra
- Esses dois fatores influenciam muito nos resultados, pois devem estar preparados para receber tanto os recém-nascidos normais, quandos os
com problemas;
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c. PERÍODOS CLÍNICOS DO PARTO

 Primeiro Período/Dilatação
 Contrações Uterinas
- São indispensáveis para fazer dilatar o colo e expulsar o concepto;
- Até a 30ª semana as contrações são reduzidas, frequentes (1 por min) e localizadas, permanecendo restritas a diminutas áreas do útero – sem significado
funcional específico;
- Contrações de Braxton-Hicks – contrações improdutivas de baixa intensidade e duração do útero que surge em torno de 28 a 32 semanas;
- acontecem cerca de 2 contrações por hora, sendo mais coordenas e se difundindo para áreas maiores;
- não são percebidas pela gestante e não apresenta repercussões sobre o canal cervical;
- No pré-parto (final da gravidez) - as contrações aumentam de intensidade e duração, alterando o canal cervical das nulíparas ao apagar o colo;
- Contrações após o nascimento do concepto – o útero continua a produzir contrações, sendo que as primeiras são responsáveis por descolar a placenta;
- as contrações continuam, porém de forma indolor;
- Puerpério – as contrações diminuem de frequência, sendo que após 12 horas do parto possuem frequência de 1 em cada 10 min;
- quando o bebê suga o seio materno, pode haver aumento nítido da atividade uterina que desaparece ao final da mamada;
- a velocidade de propagação diminui, assim as diferentes partes do útero alcançam de forma sucessiva o máximo de contração;
o Contrações do verdadeiro trabalho de parto

- Iniciam-se quando a dilatação cervical chega a 2 cm, sendo que durante essa transição as pequenas contrações localizadas desaparecem;
- Intensidade e duração aumentam progressivamente;
**decúbito lateral – aumenta a intensidade e diminui a frequência das contrações, sendo mais eficiente para a progressão do parto**
- Triplo Gradiente Descendente – caracteriza as contrações do trabalho de parto, pois as metrossístoles começam primeiro, são mais intensas e têm
maior duração nas partes altas da matriz;
- iniciam-se em dois marca-passos presente na região do corpo uterino próximo a onde as tubas se implantam, sendo que
esses funcionam de forma alternada, sem que haja interferência entre eles;
- propaga-se de cima (corpo) para baixo (segmento inferior e canal cervical), apresentando maior intensidade e duração nas
regiões superiores (corpo uterino);
- todas as regiões do útero relaxam ao mesmo tempo, permitindo que pressão amniótica desça ao tônus normal entre as
contrações;
- início – 2 a 3 em 10 min, com duração de 25 a 30 segundos -> 80 a 100 UM (unidades Montevidéu);
- monitora-se as contrações a cada 60 min;
- da metade (4 contrações em 10 min, com duração de 40 segundos) monitora-se as contrações a casa 30 min;
- final – 5 em 10 min, com duração de 50 segundos;
- As metrossístoles ao encurtarem o corpo uterino, empurram o feto pela pelve;
**os puxos (esforço ativo da parturiente) quando ocorrem junto a metrossístole soma a pressão do miométrio a pressão dos músculos abdominais**
Distócia de contração
Anormalidades nas contrações que devem ser corrigidas para que não prejudiquem o trabalho de parto;
Contrações hipoativas – intensidade e duração abaixo do normal na evolução do parto -> 3 em 10 min, duração de 30s;
- indícios - anamnese – relato de cólicas fracas;
- exame físico – palpação – baixa intensidade e duração das contrações;
- exame pélvico – ausência de modificações no canal cervical;
- conduta – manter parturiente em observação por 2 horas, repetindo a palpação abdominal e o exame pélvico;
- se for concluída a hipoatividade uterina deve-se tomar medidas para estimular a contrações, como a enteroclisma,
descolamento das membranas amnióticas, amniotomia e administração de ocitocina;
**descolamento das membranas amnióticas – descola-se as membranas de sua inserção no segmento inferior do útero e do colo, causando a liberação de
substâncias que se acumulam na interface entre as membranas e o útero e que estimulam contrações**
Contrações Hiperativas – ocorre elevação excessiva da intensidade e da duração das contrações -> 5 ou + em 10 min, duração maior ou igual a 50s;
- pode gerar sofrimento ou morte fetal, sofrimento materno, descolamento de placenta ou rotura uterina;
- diagnóstico – anamnese – queixa de contrações muito seguidas, sem intervalo e muito doloras;
- exame físico – palpação uterina – hipertonia (não existe fase de relaxamento);
- conduta – peridural (normaliza as contrações), sedação com meperidina (alivia sensação dolorosa, podendo contribuir para redução
da hipertonia), amniotomia (redução acentuada do volume do líquido contribui para normalizar as contrações), e em
último caso cesariana;
Contrações Incoordenadas – começam em marca-passo ectópico e não seguem o triplo gradiente descendente;
- dolorosas e improdutivas, pois não determinam a dilatação cervical;
- diagnóstico – por exclusão;
- conduta – administração de tocolitos (interrompe as contrações) + aguarda o recomeço das contrações ou as induz com
ocitocina;
- em casos de incoordenação persistente, deve-se retirar o feto por via transabdominal;
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74

- Refere-se à dilatação progressiva do colo que se inicia junto ao trabalho de parto e termina quando o colo atinge a sua dilatação máxima de
10 cm;
- Duração – nulíparas – até 12 horas, sendo cerca de 1,2 cm/hora -> ocorre sucessivamente o apagamento e a dilatação;
- multíparas – até 8 horas, sendo cerca de 1,5 cm/hora -> ocorre simultaneamente o apagamento e a dilatação;
- mais curta em partos de início espontâneo e nos que são conduzidos por equipe obstétrica experiente;
- Causas da dilatação – contrações uterinas que tracionam as fibras do útero, encurtando-as;
- bolsa das águas;
- apresentação;
- Fase latente (primeiro período) – dilatação gradual, que dura cerca de 20 h nas primíparas e 14 h nas multíparas;
- o diafragma cervicossegmentário se abre, formando o canal de parto;
- termina quando atingi-se 6 cm de dilatação;
- Fase ativa – dilatação cervical rápida;
- A ruptura espontânea da bolsa das águas dá-se, em sua maioria, no fim da dilatação ou no início da expulsão;
- Apresentação – primíparas – o encaixe ocorre no início do trabalho de parto;
- multíparas – o encaixe só ocorre no fim da dilatação ou no começo da expulsão;
Medidas podem ser tomadas para diminuir sua duração e para reduzir as dores das contrações;
Amniotomia – quando precoce (após 3 cm de dilatação) reduz a duração do parto em 60 a 120 min;
- normalmente realizada com dilatação de aproximadamente 5 cm;
Analgesia – alivia as dores, porem pode alterar o padrão das contrações, além de interferir na participação da parturiente no período
expulsivo, podendo aumentar o tempo do período expulsivo;
- momento ideal de aplicação da analgesia peridural: quando a paciente solicita durante a fase ativa do trabalho de parto;
- meperidina – medicamento padrão para aliviar as dores do parto;
Métodos não farmacológicos para diminuição da sensação de dor - suporte contínuo por doulas, imersão em água, acupuntura,
eletroestimulação e hipnose;
 Exame pélvico
- Forma de monitorar a dilatação e avaliar as condições das membranas amniótica e a altura do pólo fetal;
- Para ser realizado deve-se respeitar as normais de assepsia e antissepsia – mãos corretamente enluvadas, dedos cobertos com vaselina
esterilizada ou clorexidina aquosa;
- Utiliza os dedos empregados no toque, sendo que cada dedo apresenta 2 cm, assim a passagem de um dedo pelos orifícios externo e interno
do colo corresponde a 2 cm de dilatação, de dois dedos 4 cm, dois dedos entreabertos equivalendo a três 6cm, entreabertos como quatro 8
cm e quando não se percebe mais o colo ao toque tem-se 10 cm;
- Número de exames – depende da evolução do trabalho de parto;
- parto de evolução normal – primeiro – na admissão;
- segundo – quando as contrações aumentam ou quando se pretende realizar amniotomia e
e analgesia para a paciente;
- terceiro – quando as contrações aumentam e a parturiente começa a sentir pressão nos
genitais (início do período expulsivo);
- de acordo com a OMS, deve ser realizado a cada 4 horas na fase ativa do trabalho de parto;
- Incovenientes – desconforto para a parturiente, risco de traumatismo no colo e no feto e risco de infecção;
 Enteroclisma/Enema/Lavagem Intestinal
- Objetivo: evitar a eliminação de fezes no período expulsivo, devido a possibilidade de contaminação do campo operatório e do recém-
nascido;
- Prescrita junto à admissão do paciente;
- Aumenta o peristaltismo intestinal podendo contribuir para a melhora do padrão de contrações uterinas;
- Contraindicação: trabalhos de parto com dilatação acima de 6 cm e bolsa de águas rota;
 Trocotomia dos pelos pubianos
- Objetivo: facilitar a antissepsia dos genitais e a realização da epissiotomia e da epissiografia;
 Alimentação
- O jejum deve ser feito durante o trabalho de parto, sendo que o de alimentos sólidos deve ser de 8 horas e de líquidos claros de 2 horas;
- Objetivo: minimizar as complicações caso seja necessário à anestesia;
- Durante o parto a hidratação deve ser feita por via intravenosa;
 Posição da parturiente
- Pode ser escolhida pela paciente;
- Exceções – alguns fatores exigem a permanência da paciente no leito como: doenças sistêmicas graves, bolsas de águas rota com pólo
cefálico móvel e parturientes em uso de anestesia epidural contínua;
 Momento de Encaminhar para Sala de Parto e as Variáveis que o Influenciam
- Paridade – nuliparas – período expulsivo mais prolongado, devendo ser encaminhadas com dilatação de 10 cm;
- multíparas – período expulsivo mais rápido, devendo ser encaminhadas com dilatação de 8 cm;
- grande multíparas – período expulsivo ainda mais rápido, devendo ser encaminhadas com dilatação de 6cm;
- Padrão de contrações – o ideal é de 5 a 6 em 10 min, durante 50 a 60 segundos
- Condições das membranas amnióticas – o ideal é estarem rompidas;
- Altura do pólo fetal – o ideal é estar mais baixo;
- Condições dos genitais – quando íntegros a passagem fetal é complicada, podendo ser sugerida a episiotomia;
- Tipo de anestesia – devido o tempo que demoram para fazer efeito;
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74

 Secundo Período/Expulsivo
- Inicia com a dilatação completa do colo e termina com a expulsão total do feto;
- Período mais importante e estressante, apresentando alto risco para o feto;
- O feto é propelido pelo canal de parto pelas metrossístoles, comprimindo as paredes vaginais, o reto e a bexiga, provocando o aparecimento
de contrações voluntárias de prensa abdominal (puxo);
- Marcado pela associação sincrônica das metrossístoles, da força contrátil do diafragma e da parede abdominal, formando assim uma cinta
muscular que comprime o útero de cima para baixo e de frente para trás;
- Ao descer pelo canal de parto o feto pressiona o períneo, encostando-se às paredes do reto de modo a geral a eliminação do seu conteúdo;
- Ao se libertar do corpo materno o feto fica ligado pelo cordão umbilical;
- Junto ao feto é eliminado o líquido amniótico remanescente e uma pequena quantidade de sangue da cavidade uterina;
- O útero se retrai;
- Falha no segundo período – não ocorre a expulsão espontânea em 90 min na nulípara ou em 60 min na multípara;
 Fatores que Interferem na Duração
- Padrão das Contrações – padrão adequado: 5 a 6 em 10 min, durando 50 a 60 segundos;
- quanto mais eficientes as contrações mais rápido é o parto;
- fatores que podem alterá-lo - uso incorreto de ocitócitos, de sedativos e de analgésicos;
- distócia de contração – conduta: uso do fórcipe;
- Participação da Parturiente – quanto mais esforço da parturiente (puxo), mais coordenado e mais curto é o período expulsivo;
- quando não há participação da paciente – conduta: uso do fórcipe;
- Resistência dos Órgãos Genitais – quando mais resistentes os músculos genitais, mais demorado o período expulsivo – conduta: episiotomia;
- Participação da Equipe Obstétrica – atuação passiva – maior tempo;
- atuação ativa (uso do fórcipe e realização de episiotomia) – no máximo 30 min;
 Posição da Parturiente
- Deve-se buscar a posição mais confortável para a parturiente, mas que permita ao obstetra realizar as manobras necessárias;
- Pode ser deitada, recostada, sentada ou de cócaras;
- Vantagens das posições verticalizadas – efeito da gravidade;
- menor compressão da aorta e da cava;
- maior eficiência da contratilidade uterina;
- alinhamento do feto com a pelve;
 Cateterismo Vesical
- Deve ser empregado quando a parturiente não consegue esvaziar a bexiga espontaneamente, visto que no período expulsivo a bexiga deve
estar vazia;
 Episiotomia
- Torna a expulsão mais fácil e rápida;
- Deve ser realizada quando se julga que a rotura perineal é iminente -> só pode ser realizada com consentimento da parturiente;
- Alguns autores a atribuem a redução dos riscos de trauma perineal grave, melhora da cicatrização perineal, prevenção de traumatismos
fetais e diminuição dos riscos de incontinência urinária;
- Tipos – mediana - mais anatômica e fisiológica, além de ser mais facilmente realizada e apresentar melhores resultados;
- apresenta alto risco de se prolongar e atingir o ânus e/ou ou reto -> faz com que seja pouco utilizada;
- médio-lateral-direita ou esquerda – apresenta baixo risco de lesão esficteriana;
- deve ser realizada em pacientes com períneo curto;
- Deve ser realizada após a cabeça ultrapassar o plano zero e antes de atingir o plano +3 de De Lee;
- Riscos: dor, edema, infecção, hematoma e dispareunia;
 Assistência ao Desprendimento dos Ombros
- Deve ser realizada quando não ocorre o desprendimento espontâneo dos ombros e inexistem sinais de distocia do ombro;
- Com ambas as mãos traciona-se para baixo para desprender o ombro anterior, depois para cima para desprender o ombro posterior;
 Proteção Perineal
- Busca reduzir os traumas perineais por meio de manobras;
- Usa-se técnicas de flexão, uso de compressas mornas, massagem perineal, gel obstétrico, entre outros;
 Manobra de Kristeller
- Empurro no fundo do útero com antebraço ou cotovelo;
- Danos – desregula a contratilidade uterina;
- produz hipertonia;
- aumenta os riscos de ruptura uterina, lesões perineais graves, trocotraumatismos, hemorragia maternofetal, asfixia fetal eruptura de
vísceras;
- CONTRAINDICADA;
 Anestesia
- Obrigatória na região onde irá efetuar episiotomia -> anestesia local ou locorregional mesmo nas parturientes já submetidas à analgesia de
condução;
 Fórcipe
- Usado quando há parada de progressão com mãe e concepto bem;
 Cesariana
- Quando indicada no período expulsivo deve-se a falhas na condução do parto;
- Quando feita com dilatação completa do colo, oligodrâmnio e cabeça fetal encaixada torna-se difícil;
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74

 Contato Pele a Pele


- Após o nascimento o bebê deve ser colocado sobre a mãe em contato com a pele, para facilitar a adaptação do recém-nascido fora do útero
e a amamentação;
**o aleitamento deve ser incentivado na primeira hora de vida**
 Terceiro Período/Dequitação/Período de Secundamento/ Período Placentário
- Inicia após o desprendimento total do feto e termina com a saída total da placenta,
apresentando três tempos;
 Descolamento
- Deve-se ao acentuado encurtamento uterino após a expulsão do feto, que preguea a zona
de inserção da placenta, gerando seu descolamento, e aos processos degenerativos e
necróticos iniciados nas últimas semanas de gravidez na região de implantação da placenta;
- Nos pontos que iniciaram o descolamento forma-se o hematoma retroplacentário que
favorece a dequitadura da placenta a cada onda contrátil, assim são necessárias duas ou
três contrações (cerca de 10 min) para que a placenta se descole de sua inserção no
endométrio;
- Mecanismos – mecanismo de Baudelocque-Duncan – ocorre quando a placenta encontra-
se inserida na parede lateral do útero, de modo que no seu descolamento
surge primeiro a face fetal da placenta, membranas e o cordão umbilical;
- mecanismo de Baudelocque-Schultze – ocorre quando a placenta encontra-
se inserida na parte superior do útero, de modo que no seu descolamento
surge primeiro a face materna da placenta e os cotilédones placentários;
- A pressão suave do útero pode auxiliar o descolamento da placenta;
- Comprovar o descolamento da placenta – a partir da palpação do útero no abdome da
parturiente;
- Sinais: alongamento do cordão protuso pela vulva, elevação do fundo do útero acima do
umbigo e hemorragia de pequena monta;
 Descida
- As contrações uterinas e a ação da gravidade fazem com que a placenta desça para o canal
vaginal;
**a posição adotada pela parturiente pode impedir sua descida espontânea**
 Expulsão/Despreendimento
- Quando no canal de parto é necessário que a parturiente faça esforços expulsivos para
exteriorização da placenta, pois no segmento inferior existe apenas uma pequena
contratilidade que não é capaz de expulsá-la;
**o cordão umbilical não deve ser tracionado, pois pode rompê-lo ou causa a inversão
aguda do útero**
- Conduta ativa – busca diminuir a incidência de atonia uterina, a hemorragia pós-parto e a
duração do terceiro período;
- clampagem precoce do cordão – realizada entre 30 e 60 segundos se o
recém-nascido estiver em boas condições;
- tração controlada do cordão umbilical;
- aplicação de ocitocina após a saída do feto;
- Após a dequitação deve-se analisar a placenta, verificando se ocorreu sua saída completa;
- No antigo local da placenta forma-se ferida viva com vasos abertos, dando saída ao sangue
até que se obliterem;
 Distócia na Dequitação
- Distócia de Contração – contrações ineficientes, sendo incapazes de promover o desprendimento e a expulsão da placenta;
- conduta – estimular as contrações pela administração de ocitocina;
- remover a placenta por extração manual;

- Inserção Anômala da Placenta – deve-se ao grau de penetração do trofoblasto na parede uterina, podendo ultrapassar o endométrio e o
miométrio, atingindo a serosa;
- placenta acreta simples – trofoblasto penetra profundamente no endométrio, não ultrapassando-o;
- placenta increta – trofoblasto ultrapassa o endométrio e atinge o miométrio;
- placenta percreta – trofoblasto penetra profundamente no miométrio, podendo alcançar a camada serosa
do útero;
- diagnóstico – não há dequitação espontânea e não atinge-se sucesso na extração manual da placenta;
- conduta - acreta simples – extração manual + curetagem uterina;
- increta e percreta – histerectomia;
 Revisão do Canal de Parto
- Deve ser realizada devido à possibilidade de lacerações no colo ou nas paredes vaginais e de retenção de fragmentos de membrana ou de
cotilédones na cavidade uterina;
- Colo - deve-se expor a cavidade vaginal com duas valvas, tracionar o lábio anterior do colo com uma pinça e com outra retirar o conteúdo
anormal da cavidade uterina, além de investigar a existência de lacerações no colo para que sejam suturadas;
- Cavidade vaginal – deve ser revisada e as lacerações suturadas;
- Por fim, faz-se a episiorrafia nas pacientes que foram submetidas a episiotomia;
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74

 Quarto período/Observação/período de greenberg


- O tempo de observação depende de problemas na gravidez e no parto;
- É recomendado devido o risco de sangramento genital, involução imediata do útero e de agravo do estado geral da parturiente;
- Fases –Miotamponagem – contração do útero após a expulsão da placenta, realizando uma “ligadura” viva dos vasos uterinos -> 1ª linha de
defesa contra hemorragia;;
-Trombotamponagem –formação de trombos nos grandes vasos uteroplacentários, recobrindo a ferida aberta no local placentário->2ª;
- Indiferença Miouterina – útero apático com fases de contração e relaxamento, com perigo de encher-se progressivamente de sangue;
- Contração uterina fixa – decorrida 1 hora, o útero adquire maior tônus e assim se mantêm;
d. PARTOGRAMA

- Formulário que padroniza o acompanhamento do trabalho de parto a partir do registro da dilatação cervical, altura da apresentação,
contrações uterinas, frequência cardíaca do feto, uso de analgesia, situação da bolsa das águas e cor do líquido amniótico em representações
gráficas;
- Permite acompanhar a evolução, documentar, diagnosticar alterações e indicar a tomada de conduta para correção de desvios;
- Deve ser introduzido quando a paciente iniciar a fase ativa do trabalho de parto -> contrações efetivas (no mínimo 2 em 10 min, com duração
de 30 segundos) e dilatação cervical mínima de 6 cm;
 Registro
- O toque vaginal deve ser realizado a cada 4h, sendo que a cada realização deve-se registrar a dilatação cervical, a altura da apresentação, a
variedade de posição e as condições das águas e do líquido amniótico;
- A frequência cardíaca (BCF), o padrão das contrações uterinas, a infusão de líquidos, os medicamentos e o uso de analgesia devem ser
registradas em seus próprios lugares;
 Dilatação Cervical e Descida da Apresentação
- Eixo X – tempo em horas;
- Eixo Y – esquerda: dilatação cervical em centímetros – registrada na forma de triângulo
sólido;
direita: descida da apresentação, considerando o plano zero de De Lee –
registrada como círculo vazio ou representando as suturas do crânio;
- Linha de alerta – identifica pacientes com parto de risco;
- quando a dilatação atinge ou cruza a linha de alerta há necessidade de
melhor observação clínica;
- Linha de ação – paralela à linha de alerta, em um intervalo de 4 horas;
- quando a dilatação atinge a linha de ação há necessidade de intervenção
médica para melhorar a evolução do parto e corrigir possíveis problemas;
[GABRIELA BARBOSA] Turma 74

 Contrações Uterinas
- Colore-se o número de quadrados correspondentes ao número
de contrações;
- Preenchimento de todo o quadrado – duração > 40 segundos;
- Preenchimento de metade do quadrado – 20 < duração < 40
segundos;
- O exame pélvico deve ser realizado a cada duas horas na fase de
dilatação inicial e com mais freqüência quando necessário;
 Condições Fetais
- Deve ser monitoradas periodicamente - ausculta –antes, durante (no pico máximo da
contração ocorre queda dos batimentos
cardíacos – desaceleração precoce/DIP
tipo I) e após as contrações;
- até a dilatação de 5 cm deve ser
realizada a cada 30 min e a partir dessa
o intervalo regride progressivamente;
- líquido amniótico – normal: cor clara e branca;
- anormal: cor esverdeada,
sugerindo sofrimento fetal;
**Desaceleração precoce/DIP tipo II – queda tardia e acentuada, não retornando aos
valores anteriores de imediato, sendo esse um sinal de sofrimento fetal**
**Cardiotocógrafo – instrumento utilizado em suspeitas de alterações cardíacas fetais,
registrando graficamente a frequência cardíaca fetal**
 Condições Maternas
- Devem ser monitoradas devido o esforço físico e emocional decorrente do parto e pois as alterações nas condições maternas podem
repercutir nas condições fetais;
- Extremamente importante em caso de doenças prévias, intercorrências gestacionais e uso de medicamentos intraparto;
 Diagnóstico de Distócias
- Seu uso permite diagnosticar a evolução anormal do trabalho de parto;
- Fase Ativa prolongada – dilatação em velocidade menor que 1cm/hora, fazendo com que a curva de dilatação ultrapasse a linha de alerta e ás
vezes a de ação;
- causas possíveis: contrações uterinas hipoativas ou incoordenadas;
- correção: amniotomia ou administração de ocitocina;
- Parada Secundária da Dilatação – dilatação constante durante duas horas ou mais em mulheres em trabalho de parto ativo, fazendo com que
a curva de dilatação ultrapasse a linha de alerta e as vezes a de ação;
- causas possíveis: desproporção cefalo-pélvica relativa (defeito de posição da apresentação) ou absoluta
(pólo cefálio maior que a bacia);
- correção – desproporção cefalo-pélvica relativa – deambulação, rotura artificial da bolsa das águas e
analgesia peridural, podem favorecer a evolução para
parto normal;
- quando não forem suficientes a resolução é por cesárea;
- desproporção cefalo-pélvica absoluta – cesárea;
- Parto Precipitado – dilatação cervical, descida e expulsão do feto em período de quatro horas ou menos;
- possíveis consequências: sofrimento fetal e lacerações do trajeto;
- causas possíveis: multíparas e em casos de iatrogenia pela administração excessiva de ocitocina;
- Parto Expulsivo Prolongado – descida lenta da apresentação, mesmo com a dilatação completa do colo uterino;
- causas possíveis: contratilidade uterina deficiente;
- correção – administração de ocitocina, rotura artificial da bolsa das águas ou utilização do fórcipe;
- Parada Secundária da Descida – cessação da descida por pelo menos uma hora após seu início, mesmo com dilatação completa;
- causas possíveis: distócia e desproporção céfalo-pélvica relativa ou absoluta;
- correção – desproporção cefalo-pélvica absoluta – cesárea;
- desproporção céfalo-pélvica relativa – tentativa de fórcipe de tração ou rotação;
e. MEDICAMENTOS PÓS-PARTO
- Antiálgicos – em pacientes submetidas a episiotomia e a episiorrafia;
- Ocitocina – em hipotonia por hiperdistensão uterina;
- Antibioticoprofilaxia – não se justifica em pacientes hígidas e com assistência obstétrica correta;
- recomendada nos trabalhos de parto prolongados e em casos de rotura prematura das membranas amnióticas;
5. REFERÊNCIAS
- Corrêa, M., et. All. Noções Práticas de Obstetrícia. 14ª Edição. Coopmed – Editora Médica;
- Rezende. J., Montenegro. C.A. Rezende Obstetrícia. 13ª Edição. Guanabara Koogan;

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