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Paloma Faria
Anatomia
Pelve óssea
Osso do quadril
º Púbis: osso angulado, que tem um ramo superior (ajuda a formar o acetábulo) e um
ramo inferior (ajuda a formar o forame obturado).
- Crista púbica: espessamento na parte anterior do corpo do púbis.
- Tubérculo púbico: elevação proeminente lateral no fim da crista púbica.
- Linha pectínea do púbis: é a parte lateral do ramo superior do púbis.
- Hiato sacral:
abertura triangular,
localizado no
extremo inferior
posterior. Resulta da
ausência das lâminas
e do processo
espinhoso de S5. O
hiato sacral leva ao
canal sacral.
Divisões da pelve
Articulações da pelve
° Articulações lombossacrais: as
vértebras L5 e S1 articulam-se na
sínfise intervertebral anterior,
formada pelo disco L5/S1 entre
seus corpos e nas duas
articulações dos processos
articulares posteriores entre os
processos articulares dessas
vertebras. Essas articulações são
fortalecidas por ligamentos
iliolombares que se irradiam dos
processos transversos da vertebra
L5 até os ílios.
Artérias da pelve
Artéria ilíaca comum: se bifurca em ilíaca interna e externa no nível do disco IV entre
as vertebras L5 e S1.
º Artéria ilíaca interna: é a mais importante da pelve, principal responsável pela
irrigação sanguínea das vísceras pélvicas e por parte da irrigação da porção músculo
esquelética da pelve, entretanto, também envia ramos para região glútea, regiões
mediais da coxa e períneo.
- Ramos da divisão anterior: são principalmente viscerais (irrigam bexiga urinária,
reto e órgãos genitais), mas também incluem ramos parietais que seguem até a
nádega e a coxa.
-- Artéria umbilical: antes do nascimento, é a principal continuação das ilíacas
internas. Ela segue ao longo da parede lateral da pelve e depois ascende pela parede
anterior do abdome, chegando ao anel umbilical e o atravessando para o cordão
umbilical. No período pré-natal ela conduz sangue com pouco oxigênio e nutrientes até
a placenta, onde é feita a reposição. Quando o cordão umbilical é seccionado, parte
desse vaso é ocluído, formando os ligamentos umbilicais medianos. No período pós-
natal, as partes pérvias das artérias umbilicais seguem anteroinferiormente entre a
bexiga urinária e a parede lateral da pelve, dando origem a artéria vesical superior que
emite numerosos ramos para o fundo da bexiga. Nos homens, a artéria do ducto
deferente geralmente se origina como ramo da artéria vesical superior.
-- Artéria obturatória: origem variável; em geral surge perto da origem da artéria
umbilical. Segue anteroinferiormente sobre a fáscia obturatória e passa entre veia e
nervo obturatórios. Deixa a pelve pelo canal obturatório e supre os músculos da face
medial da coxa. Na pelve, essa artéria emite ramos musculares: artéria nutrícia para o
íleo e um ramo púbico.
Nota: É denominada artéria obturatória acessória quando se origina da artéria
epigástrica inferior em vez da artéria ilíaca interna.
-- Artéria vesical inferior: ocorre apenas em homens, sendo substituída pela arterial
vaginal em mulheres. Irriga: glândulas seminais, próstata, fundo da bexiga e parte
inferior do ureter.
-- Artéria uterina: geralmente tem origem direta da ilíaca interna, mas pode originar-
se da artéria umbilical. Enquanto segue medialmente para chegar a junção do útero
com a vagina, a artéria uterina passa superiormente ao ureter. Ao chegar ao lado do
colo, divide-se em: ramo vaginal (descendente menor, irriga colo e vagina) e ramo
ascendente (maior, irriga corpo e fundo do útero). Este último ramo se bifurca em
ovárico e tubário, suprindo as extremidades mediais do ovário e tuba uterina, e
anastomosam-se com os ramos ovárico e tubário da artéria ovárica.
-- Artéria vaginal: pode-se originar da parte inicial da artéria uterina. Envia ramos
para as faces anterior e posterior da vagina, partes póstero-inferiores da bexiga e
parte pélvica da uretra. Anastomosa-se com ramo vaginal da artéria uterina.
-- Artéria retal média: pode ter origem independente da ilíaca interna ou origem
comum com a vesical inferior ou a pudenda interna. Irrigação: parte inferior do reto,
anastomosando-se com a retal superior e inferior, suprimindo glândulas seminais e
próstata ou vagina.
-- Artéria pudenta interna: maior em homens do que em mulheres. Deixa a pelve
entre os músculos piriforme e isquiococcígeo, atravessando a parte inferior do forame
isquiático maior. Passa ao redor da face posterior da espinha isquiática ou do
ligamento sacroespinhal e entra na fossa isquioanal através do forame isquiático
menor. Quando sai do canal do pudendo, divide-se em seus ramos terminais: artérias
profunda e dorsal do pênis ou clitóris.
-- Artéria glútea inferior: segue posteriormente entre os nervos sacrais e deixa a
pelve atrás da parte inferior do forame isquiático maior, inferiormente ao musculo
piriforme. Irriga os músculos e a pele das nádegas e a face posterior da coxa.
Bloco Gestação 7
Paloma Faria
Veias pélvicas
Os plexos venosos são formados pelas veias que se anastomosam circundando as
vísceras pélvicas. Os vários plexos na pelve menor (retal, vesical, prostático, uterino e
vaginal) se unem e são drenados principalmente pelas tributárias das veias ilíacas
internas. Outras vias relativamente pequenas de drenagem venosa da pelve menor
são a veia sacral mediana parietal e, nas mulheres, as veias ováricas.
As veias ilíacas internas unem-se as veias ilíacas externas para formar as veias ilíacas
comuns, que se unem no nível da vértebra L4 ou L5 para formar a veia cava inferior.
Correlação anátomo-clínica
Determinação do parto vaginal
A realização do parto via vaginal depende da
proporção feto-pélvica. A possibilidade desse tipo de
parto é avaliada pela pelvimetria clínica. A distancia
do promontório sacral a margem inferior da sínfise
púbica (conjugada diagonal), pode ser medida
clinicamente pelo toque bimanual.
Diâmetros pélvicos:
Medidas do estreito superior:
° Conjugado diagonal (12,5 cm): medida da distância
da borda inferior da sínfise púbica até o promontório
do sacro. Pode ser medida pelo toque vaginal.
° Conjugado anatômico (11 cm): medida da menor distância da borda superior da
sínfise púbica até o promontório. Não tem importância obstétrica.
° Conjugado obstétrico (10,5 cm): mede a distância entre a face interna da sínfise
púbica ao promontório sacral. É a medida que realmente determina o parto natural.
Pode ser obtido subtraindo 2 cm da medida do conjugado diagonal.
Bloco Gestação 8
Paloma Faria
Parede pélvica
º Parede anteroinferior: é formada pelo corpo e ramos do púbis e pela sínfise púbica.
Participa na sustentação do peso da bexiga.
º Paredes laterais: são formadas pelos ossos do quadril direito e esquerdo, e cada
um deles tem um forame obturado fechado por uma membrana obturadora.
- Músculo obturador interno: cobre, e assim, protege a maior parte das paredes
laterais da pelve. As faces mediais desse músculo são coberta pela fáscia obturatória,
espessada centralmente como um arco tendíneo que oferece fixação para o diafragma
pélvico. A fixação pélvica do diafragma da pelve à fáscia obturatória divide o músculo
obturador interno em uma porção pélvica superior e uma porção perineal inferior.
º Parede posterior (póstero-lateral e teto): é formada pela parede e teto ósseos na
linha mediana (formados pelo sacro e cóccix) e pelas paredes póstero-laterais
musculoligamentares, formadas pelos ligamentos associados às articulações
sacroilíacas e músculos piriformes. Os ligamentos incluem o sacroilíaco anterior,
sacroespinhal e sacrotuberal.
- Músculos piriformes: originam da parte superior do sacro, lateralmente a seus
forames pélvicos. Seguem lateralmente deixando a pelve menor através do forame
isquiático maior para se fixarem na margem superior do trocanter maior de cada
fêmur. Esses músculos ocupam grande parte do forame isquiático maior, formando as
paredes póstero-laterais da cavidade pélvica. Uma abertura na margem inferior do
musculo piriforme permite a passagem de estruturas neurovasculares entre a pelve e
o membro inferior (região glútea).
Assoalho pélvico
É formado pelo:
Diafragma da pelve (profundo e posterior):
consiste nos músculos isquiococcígeo e
levantador do ânus e nas fáscias que
recobrem as faces superior e inferior
desses músculos. Situa-se na pelve
menor, separando a cavidade pélvica do
períneo, ao qual serve como teto.
músculo contralateral para formar uma lamina tendínea, parte do corpo anococcígeo
entre o ânus e o cóccix. Circunda e sustenta uretra, vagina e canal anal. Rompe com
maior frequência no parto.
3- Músculo iliococcigeo: parte posterolateral, que se origina na parte posterior do
arco tendíneo e na espinha isquiática. É fina e pouco desenvolvida. Também se funde
ao corpo anococcígeo posteriormente.
O músculo levantador
de anus forma um
assoalho dinâmico para
sustentar as vísceras
abdominopélvicas, e para
isso, encontra-se na
maior parte do tempo em
contração tônica, o que
também auxilia na
continência urinária e
fecal. Assim, esse
músculo tem que relaxar
para que ocorra a micção
e defecação.
Diafragma urogenital
(superficial e anterior):
relacionado à continência urinária.
Localizado no períneo,
inferiormente ao diafragma
pélvico, na sua porção anterior.
Períneo
Canal anal
Fáscias pélvicas
A fáscia da pelve é o tecido conjuntivo que ocupa o espaço situado entre o peritônio
membranáceo e as paredes e o assoalho pélvico musculares e que não é ocupado
pelas vísceras pélvicas. Essa lâmina é uma continuação da fáscia endoabdominal
comparativamente fina, situada entre as paredes musculares abdominais e o peritônio
superiormente.
º Fáscia parietal da pelve: é uma lâmina membranácea de espessura variável que
reveste a face interna dos músculos que formam as paredes e o assoalho da pelve –
obturador interno, piriforme, isquiococcígeo, levantador do ânus, parte dos músculos
esfíncteres da uretra. As partes específicas da fáscia parietal recebem o nome do
músculo que cobrem. Essa lâmina é contínua superiormente com as fáscias
transversal e ilipsoas.
º Fáscia visceral da pelve: consiste na fáscia membranácea que reveste diretamente
os órgãos pélvicos, formando a lâmina adventícia de cada um.
Escavações pélvicas
Inervação da pelve
Atravessa o forame isquiático maior para entrar na região glútea. Em seguida, desce
ao longo da face posterior da coxa para suprir a face posterior do membro inferior.
- Nervo pudendo: é o principal nervo do períneo e o principal nervo sensorial dos
órgãos genitais externos. Derivado dos ramos anteriores dos nervos espinhais S2 e
S4. Deixa a pelve pelo forame isquiático maior e entra no períneo pelo isquiático
menor. Inerva a pele e o musculo do períneo.
- Nervo glúteo superior: origina-se nos ramos anteriores dos nervos espinhais L4 e
S1 e deixa a pelve através do forame isquiático maior.
- Nervo glúteo inferior: origina-se nos ramos anteriores dos nervos espinhais L5- S2
e deixa a pelve através do forame isquiático maior. Acompanha a artéria glútea e
divide-se em vários ramos, que suprem o musculo glúteo máximo sobrejacente.
Plexo lombar: - Nervo obturatório: entra na pelve menor. Segue no tecido adiposo
extraperitoneal ao longo da parede lateral da pelve até o canal obturatório, uma
abertura na membrana obturadora que preenche o forame obturado. Divide-se em
anterior e posterior que deixam a pelve através desse canal e suprem os músculos
mediais da coxa.
Plexo coccígeo: pequena rede de fibras nervosas formadas pelos ramos anteriores
de S4 e S5 e os nervos coccígeos. Situa-se na face pélvica do músculo isquiococcígeo
e supre este músculo, parte do músculo levantador do ânus e a articulação
sacrococcígea. Os nervos anococcígeos originados nesse plexo perfuram o músculo
isquiococcígeo e o corpo anococcígeo para suprir uma pequena área da pele entre a
extremidade do cóccix e o ânus.
Correlação anátomo-clínica
Prolapso uterino
É a condição em que o útero, devido ao enfraquecimento dos
músculos, ligamentos e membranas que o sustentam, desce da
cavidade pélvica para o canal vaginal, ficando então mais
próximo ao exterior, podendo inclusive, nos casos mais graves,
aflorar na vagina. Isso faz parte de um quadro geral de enfraquecimento da
musculatura da pelve e do períneo que pode provocar também, em conjunto com o
prolapso uterino ou isoladamente, a queda da bexiga, do reto e de outras estruturas
anatômicas. A causa mais geral é o enfraquecimento muscular devido à idade. Outras
causas são: partos múltiplos; redução do estrogênio natural após a menopausa;
situações que levam a um aumento da pressão intra-abdominal como tosse crônica,
constipação intestinal, tumores pélvicos, acúmulo de líquido no abdome; obesidade;
cirurgias ou infecções da pelve; levantamento excessivo de pesos.
O tratamento do prolapso uterino pode ir desde exercícios para fortalecer os músculos
pélvicos até a remoção do útero. Se a mulher não quiser ou não puder remover o
útero, ele pode ser reposicionado ao seu local de origem, por meio de cirurgia aberta
ou laparoscopia. O útero pode ser mantido dentro da vagina por um aparelho chamado
pessário, que pode ser usado temporária ou permanentemente.
Episiotomia
Incisão cirúrgica que pode ser feita durante a cirurgia vaginal e o trabalho de parto,
para aumentar o óstio da vagina, visando diminuir a laceração traumática excessiva do
períneo e a ruptura irregular descontrolada dos músculos do períneo.
A episiotomia pode ser mediana ou médio-lateral (direito).
Bloco Gestação 14
Paloma Faria
Genitália interna
ÚTERO
O útero não gravídico está localizado na pelve menor, com o corpo sobre a bexiga
urinária e o colo entre a bexiga urinária e o reto.
Posição: anteversão ou anteflexão
Partes: fundo (parte arredondada situada sobre os óstios uterinos), corpo (dois terços
superiores do órgão), istmo (separa o corpo do colo; segmento estreitado), colo (terço
inferior cilíndrico e relativamente estreito do útero).
Óstio externo do útero: circundado pela porção vaginal.
Camadas:
- perimétrio: serosa externa; consiste em peritônio sustentado por tecido conjuntivo.
- miométrio: camada média de músculo liso; onde se localiza principais nervos e vasos
sanguíneos.
- endométrio: camada mucosa interna; está firmemente aderido ao miométrio,
sofrendo modificações de sua estrutura a cada estágio do ciclo.
Ligamentos:
- largo: dupla camada de peritônio que se estende das laterais do útero até as paredes
laterais e o assoalho da pelve. Ajuda a manter o útero em posição.
- redondo: situa-se anteroinferiormente, entre as laminas do ligamento largo de cada
lado do útero.
- mesométrio: maior parte do ligamento largo,
inferior ao mesossalpinge e ao mesovário, que
serve como mesentério para o próprio útero.
- cervical lateral (cardinal): mais importante na
prevenção do prolapso uterino.
- útero-sacro
Relações:
- anterior: escavação vesico-uterina e face
superior da bexiga
- posterior: escavação reto-uterina
- lateral: ligamento largo e ureteres
Vascularização:
- Artérias uterinas (principalmente), com possível irrigação colateral das artérias
ováricas.
- Veias uterinas: penetram nos ligamentos largos com as artérias e formam o plexo
venoso uterino de cada lado do colo, o qual drena para a veia ilíaca interna e daí
para a veia cava inferior.
TUBA UTERINA
Partes:
- parte uterina: o segmento intramural curto da tuba que atravessa a parede do útero e
se abre, através do óstio uterino, para a cavidade do útero.
- istmo: parte da tuba que tem parede espessa e entra no corno uterino.
- ampola: parte mais larga e mais longa da tuba, que começa na extremidade medial
do infundíbulo.
Bloco Gestação 15
Paloma Faria
OVÁRIO
As veias tubárias drenam para as veias ováricas e para o plexo venoso uterino
(uterovaginal).
VAGINA
Relações
- anterior: bexiga e uretra
- laterais: músculo levantador do ânus,
ureteres
- posterior: canal anal, reto, escavação
reto-uterina
Vascularização:
- Parte superior: ramos das artérias
uterinas.
- Partes média e inferior: ramos das
artérias vaginais (no polo superior se
anastomosam com as artérias uterinas)
e da artéria pudenda interna.
- Plexos
venosos
vaginais:
formados pelas
veias vaginais, ao
longo das laterais
da vagina e na
túnica da mucosa
vaginal. Essas
veias são
continuas com o
plexo venoso
uterino, formando
o plexo venoso
uterovaginal, e
drenam para as
veias ilíacas
internas através
da veia uterina.
Glândulas vestibulares:
- maiores (glândulas de Bartholin): estão situadas no espaço superficial do períneo.
São redondas ou ovais, superpostas posteriormente pelos bulbos do vestíbulo.
Secretam muco para o vestíbulo durante a excitação sexual.
- menores: são pequenas glândulas de cada lado do vestíbulo da vagina que se abrem
nele entre os óstios da uretra e da vagina. Secretam muco para o vestíbulo da vagina,
o que umedece os lábios do pudendo e do vestíbulo da vagina.
Mama
Constituição:
• Parênquima: constituído pela glândula mamária, que apresenta 15 a 20 lobos
piramidais (drenam pelos ductos lactíferos).
• Estroma: formado por tecido conjuntivo que envolve cada lobo e o corpo mamário de
modo geral.
Bloco Gestação 19
Paloma Faria
Correlação anátomo-clínica
Histerectomia
Referência:
MOORE, K.L.; DALLEY, A.F.; AGUR, A.M.R. Anatomia orientada para clínica. 7ᵃ
ed., 2014.